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03/03/2004

CASE STUDY: Agarrados pelo amor / Addicted to love.

Summary for the sake of
Recent scientific research had confirmed what was known at least since Adam and Eve: love is a matter of chemicals, addiction and gut feelings.
For a start, love «it comes in three flavours: lust, romantic love and long-term attachment». For the good and for the evil, these three flavours come independently, what makes «possible to love more than one person at a time».
Moreover, men and women (or she-men to respect politically correctness guide lines) fall in love differently. «Men are more attracted to youth and beauty, while women are more attracted to money, education and position». No wonder «when an older, ugly man is seen walking down the road arm-in-arm with a young and beautiful woman, most people assume the man is rich or powerful
Since most of the folks fall in love from time to time, could we say love is a weapon of mass destruction?


Para ser honesto, os temas sobre os quais mais gosto de escrever são aqueles em a minha ignorância é grande. Por puro gozo, mas também por duas razões práticas. A primeira é que fica mais fácil escolher o tema. A segunda razão é que esta singularidade, sendo tão plural, dá algumas garantias que vou ser perdoado, pelo menos pela legião imensa dos praticantes desta religião.
Vem isto a propósito de «I get a kick out of you», um instrutivo e divertidissimo artigo do incontornável Economist. Apesar das 3 páginas do artigo, a coisa conta-se num terço de página.

Tal como sempre suspeitámos, em matérias de amor, sexo e afecto, é tudo uma questão de química, literalmente - vasopressin e oxytocin são os ingredientes para este tipo de pedradas, diz quem sabe.
É também uma questão de cartografia do cérebro. E aqui a coisa também confirma a sabedoria popular. As zonas do cérebro dedicadas ao amor e ao sexo são consideravelmente mais reduzidas do que as dedicadas à amizade. As áreas afectadas pelo amor e o sexo abrangem as dedicadas aos gut feelings e à «euforia induzida pelas drogas, tais como cocaína». E, como seria de esperar, a ressaca do sexo é semelhante à dos opiáceos.

Como o amor lacto sensu inclui a luxúria (adoro esta palavra), o amor romântico e a ligação de longo prazo, e estes 3 sentimentos são cerebralmente independentes, é possível «amar» ao mesmo tempo diferentes pessoas.
Mas o pior está para chegar. Os dois géneros (sim, os dois géneros, não há terceiro género, há é avarias nos géneros), ou, mais rigorosamente, os cérebros dos dois géneros, têm abordagem diferentes: os homens são mais atraídos pelo juventude e beleza e as mulheres pelo dinheiro, educação e posição.

Qual é a novidade? Sempre soubemos disso. As coisas só começaram a ficar confusas quando o pensamento politicamente correcto começou a contaminar a ciência genuína.

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