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28/03/2004

CASE STUDY: A democracia segundo Saramago. / Democracy, but not this kind, a Nobel says.

Summary for the sake of
Saramago, the Portuguese writer Nobel of Literature and also a confessed crypto-communist, revived the well-known Churchill’s vision of the limitation of democracy with some differences. He had done so in his new manifest disguised of a novel wrongly named Essay on Lucidity. The major difference between his vision and Churchill’s is his underlying and not confessed creed that this democracy, which he calls plutocracy, should be replaced by something he didn’t tell us what should be, but we can guess.
For someone who believed is entire life in soviet, Cuban and north Korean versions of democracy, this recent concern with democracy flaws leads me to think he ought to rename his new novel the way he named his last one - Essay on Blindness.


«Miopia autoral» titulou a Veja para o novo manifesto de Saramago, conhecido escritor espanhol que viveu em Portugal alguns anos. Chama-se o manifesto Ensaio sobre a Lucidez, e talvez devesse chamar-se, como o anterior, Ensaio sobre a cegueira.
Não tenho intenção de o ler porque a entrevista de Saramago ao DN me parece suficientemente esclarecedora.
O homem ensaia a tese das limitações da democracia, que para ele já é uma «plutocracia» porque o «poder económico não é democrático» e os «governantes são comissários políticos do poder económico», mas não nos esclarece se continua a pensar que a verdadeira democracia habitou até à era Breznev para lá dos Urais.
Explica-nos que «já não há jornais, há empresas jornalísticas, que não têm autonomia porque são propriedade de grupos industriais, da banca», mas não nos esclarece se ainda considera autonomia o estado do Diário de Notícias quando da sua passagem pela sua direcção em 1975, época em que era costume sanear jornalistas que não reverenciavam o MFA.

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