Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos
de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.
» (António Alçada Baptista)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

13/02/2004

ESTÓRIA E MORAL: O social-caciquismo tropical.

Com dedicatória para o Terras do Nunca, que nutre especial ternura pelo Diogo Mainardi, como fiquei a saber através do Jaquizinhos, aqui vai um excerto da sua coluna na VEJA de 11-02.

Estória
«A distribuição de cargos a parentes e amigos foi a maior conquista dos governantes do PT. Eles prometem abrir 41 mil novas vagas neste ano. O Governo federal pretende também acelerar a distribuição de esmolas nas grandes cidades. Ou seja, o contrário do que foi feito até agora. O ex-ministro José Graziano queria dar esmolas aos nordestinos, para tentar diminuir a violência nas grandes cidades. Depois de um ano, ele foi demitido e Patrus Ananias tomou seu lugar no combate à fome. De acordo com o novo ministro, as esmolas devem ser distribuídas nas metrópoles, porque "é lá que está o desafio da violência". O Brasil nunca teve uma classe dirigente tão obtusa e despreparada. Em duas décadas de oposição, o PT nem ao menos conseguiu descobrir onde estão os famintos e onde estão os bandidos

Moral
O pior porco come a melhor bolota (ditado popular alemão)

12/02/2004

BLOGARIDADES / BLOGARITIES: ADM descobertas na Bloguilha. / WMD detected in Blogisland.

SUMMARY for the sake of those foreign souls coming from outer space who are not able to read Portuguese:
Dissent is rising again in Blogisland about the missing Iraqi WMD. Some of the ones who supported the allied invasion that sacked Saddam’s regime, with no WMD at sight have withdrawn their support retroactively.
I don’t understand. Decision had to be made before, not after, the invasion to check WMD. Besides, according to Security Council resolution, it was Saddam’s the burden of proof that there wasn’t any WMD.
If Georges Bush failed anything it was to check le Palais d’Elisée, M. Chirac’s place. This is a joke, but anyway remember closes friends he and Mr. Saddam used to be, since M. Chirac (le saddamite des saddamites franchouilles) was prime minister trying to sell a new nuclear reactor to replace the old one destroyed by Israeli air force (thanks boys).


Anda por aí, outra vez, na Bloguilha a polémica das armas de destruição maciça que afinal não apareceram. Dei por isso no A Causa Foi Modificada. Houve até quem tivesse desapoiado a posteriori a intervenção (por exemplo, ao que parece, o doutor Pedro Mexia do Dicionário do Diabo).

Confesso que não percebo. Por várias razões.
Primeira - pela natureza das coisas, decisões desta natureza têm que se tomadas baseadas em juízos de probabilidade, com base numa informação limitada, no que se sabe e não no que se vem a saber – prognósticos no fim do jogo são no futebol.
Segunda - do ponto de vista do direito internacional, se alguém tinha, por força de várias resoluções do Conselho de Segurança, que demonstrar que não tinha AMDs era o tio Saddam.
Terceira – a oposição frenética de M. Chirac era tão suspeita que eu, se tivesse no lugar de George Bush, teria mandado fazer uma inspecção ao Eliseu.

Esta última é, obviamente, uma brincadeira de mau gosto, mas o que se espera de alguém, como o actual presidente francês (le saddamite des saddamites franchouilles), que quando primeiro ministro de Mitterrand, entrou em conversações com Saddam para lhe fornecer um novo reactor nuclear para substituir o que a França lhe tinha vendido antes e fora, em boa hora, destruído pela aviação israelita? Para mais pormenores podem ler «Allies: The U.S., Britain, Europe, and the War in Iraq» escrito por um adversário da intervenção (William Shawcross), mas também adversário da falsificação, que avança esse e outros factos para explicar a atitude de Chirac. A review do livro pode ser lida aqui.

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Remédios e lebres.

SERÁ ESTE O REMÉDIO QUE A PÁTRIA CARECE?

Secção Padre Anchieta
«Deve ter sido muito aplaudido, este congresso de cus tremidos que não põem as nádegas num transporte colectivo desde que se desbundam nos popós que a gente paga», escreveu, a propósito da reunião Compromisso Portugal no Convento do Beato, Joaquim Letria no 24 HORAS, a quem atribuo, nesta apropriada Secção Padre Anchieta, cinco bourbons e outros tantos ignóbeis por aquele pensamento magnífico e original.

Secção Entradas de leão e saídas de sendeiro
Eu bem gostaria de encontrar substância nas conclusões do Beato que demonstrasse a total inanidade do pensamento do senhor Letria, mas isso não vai ser por enquanto possível.
Quando leio as 30 propostas para melhorar o país, todas elas começam “Deve-se ou não”, como nas conclusões dum congresso de metafísica.
O documento do Beato é um amontoado aleatório de votos piedosos e medidas soltas de desigual importância, que vão desde grandiloquentes declarações de princípio («a aceitação das regras do jogo do mercado aberto», uma questão oportuníssima no 19º ano no mercado comum europeu) até trivialíssimas questões administrativas e processuais (reduzir «o prazo para registo ... de imóveis (para) 48 horas» ou «reequacionar a tutela dos registos predial e comercial»).
Ninguém de boa fé pode dizer que são disparates ou medidas erradas. Não se trata disso. É o processo de produção, é o peditório de ideias, que não augura consequências.
Se estas 500 luminárias são la crème de la crème, o que sera la crème? O que será le lait?
Mais 2 ou 3 chateaubriands para o pessoal do Beato.

A LEBRE ESTICOU E OS CONCORRENTES SAIEM DO PELOTÃO

Secção Assaults of thoughts
Ainda não secou a tinta do que escrevi aqui sobre o doutor Coelho, que poderia não passar duma lebre. Ora está, o doutor Soares filho a mostrar-se disponível para secretário-geral do PS. E não um dia num futuro longínquo, mas já no «no final deste ano» quando «a questão da liderança do PS deve colocar-se». Perdeu-se o respeito. Costuma dizer-se que o cadáver ainda está morno e já estão a tratar da herança, mas neste caso a coisa é pior – o doente ainda está nos cuidados intensivos e, oficialmente, de boa saúde.
Por ter respondido rapidamente ao salto da lebre, um afonso para o doutor Soares filho, que parece ser um digno sucessor de seu pai, embora um pouco mais à direita. Lá mais para o fim do ano poderá ganhar, ou não, mais afonsos, ou outros prémios.

11/02/2004

DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: Jantar com o JFK e votar em quem? / Have a dinner with JFK and give a vote to whom?

SUMMARY for the sake of those foreign souls coming from outer space who are not able to read Portuguese:
John Forbes Kerry is in his way to be the democrat front-runner to challenge George W. and the other «chicken hawks» that had run from the Vietnam war stuck to the trousers of their fathers.
I would rather have a dinner with the articulate, educated and french speaking JFK (the alive kind) than with the rough and inarticulate George W.
What I’m not sure is who ought to be elected president of the United States, under the circumstances.

Muito provavelmente o adversário de George W. Bush irá ser o candidato democrata John Forbes Kerry. Para George W. é o pior que poderia acontecer, embora tudo ainda esteja por decidir e Kerry tenha algumas brechas por onde o spin doctor Rove irá tentar penetrar (ver aqui).
Se tivesse que ir jantar com um deles, não teria grandes dúvidas em preferir um JFK (o vivo) letrado, inteligente, com carácter, coragem (foi condecorado no Vietname, quando os então jovens neo-cons fugiram que nem baratas agarrados às calças dos pais).
A grande questão é que se é suficiente ser uma pessoa estimável para ser um bom presidente dos EU, nos dias que correm.

AVALIAÇÃO CONTÍNUA / CONTINUOUS APPRAISAL: Terá a pátria remédio? / What medicine for this country?

SUMMARY for the sake of those foreign souls coming from outer space who are not able to read Portuguese:
Sorry, folks. This is a strictly internal affair. Be patient. I’ll be back in a couple of hours.


Antes de continuar, declaro estar consciente que, num país normal, um título destes dava-me acesso directo a uma instituição psiquiátrica. Prometo fechar o blogue se alguém me sugerir o check in numa dessas instituições nas próximas 24 horas.

Secção Óbvio Ululante
Quinhentas luminárias que se reuniram ontem (3ª feira) no Convento do Beato para se assumir em «Compromisso com Portugal» acham que sim, que a pátria tem remédio. Só posso dizer que se trata de um local apropriado para pedir a interferência do Divino.
A minha fé, essa, ficou ainda mais abalada depois de ler o Texto Introdutório do Debate, com 3 páginas A4, que, provavelmente, quase todos os eleitores deste país e quase toda a classe política, com as excepção conhecidas, assinariam por baixo.
No meio dos óbvios ululantes há uma ideia que talvez seja ululante mas não é nada óbvia para quem tenha um módico de conhecimentos da dismal science e do mundo onde vivemos. Trata-se de ressurreição do modelo de desenvolvimento baseado na substituição das importações, que é apresentado no documento como um NOVO Modelo Económico. Nem no Brasil (um mercado com 170 milhões de consumidores e uma procura 8 vezes superior) a coisa resultou. Como é possível, 18 anos após a adesão ao mercado comum europeu, alguém pensar em termos de «mercado interno»?
A demonstração que, de facto, «somos um país tradicionalmente resistente à mudança a todos os níveis da nossa Sociedade» está feita no próprio documento, que é uma sopa insonssa de generalidades triviais e, por isso, tão consensuais que pouco serão discutidas e, portanto, jamais serão aplicadas. Deliberadamente escrito para não fracturar o consenso possível das 500 luminárias, é mais um repositório de intenções inócuas que não levará a lado nenhum. Teria sido preferível deixar cair 400 das 500 das luminárias e avançar com ideias e acções realmente reformistas e liberais.
3 chateaubriands para as talvez 100 luminárias reformistas e 3 bourbons para outras.

Secção Sol na eira e chuva no nabal
Não desesperemos. A coisa poderia ser pior. Segundo os jornais, a Comissão Europeia pretende compensar a perda de 2,4 mil milhões de euros do fundo de coesão e dos fundos estruturais para o 4º Quadro Comunitário de Apoio (2007/2013) de forma que haja apenas uma redução de menos de 5% em relação ao 3º QCA.
O governo está satisfeito com proposta de Bruxelas. E com razão. São boas notícias. Tudo como dantes, quartel general em Abrantes.
Afinal para quê se consomem no Beato 500 luminárias? Melhor seria se partissem todas para Bruxelas para esgravatar mais uns cobres.
5 bourbons para o governo, mais 2 chateaubriands para as talvez 100 luminárias reformistas e mais 2 bourbons para as outras.

Secção Assaults of thoughts
Salvou-nos da depressão total o doutor António Carrapatoso, presidente da Vodafone, que no encontro de luminárias de ontem disse, segundo o Público, considerar «que Portugal tem que apostar na educação com o objectivo de em 20 anos ter mais de 70 por cento da população entre os 30 e os 35 anos com o 12º ano de escolaridade, o que representa um esforço considerável face aos actuais números, que rondam os 30 por cento ... e defende um Estado mais leve e mais eficiente e propõe a redução da despesa pública para 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) até 2008».
Ao menos deu com o martelo em dois dos pregos que precisamos para segurar a tábua de salvação. Precisaria ser com mais força, mas na circunstância (que é má) leva dois afonsos.

10/02/2004

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: O coelho saiu da toca. Ou será uma lebre?

Secção Com a verdade me enganas
«Sinto-me completamente preparado para um dia ser líder do Partido Socialista», disse o doutor Jorge Coelho numa entrevista à Rádio Renascença e ao Público e que, como por acaso, foi também transmitida pela RTP 2 no domingo.
Depois do annus horribilis do doutor Ferro Rodrigues, esta certidão de óbito político anunciado emitida pelo doutor Coelho não augura grande futuro ao actual secretário-geral. Principalmente porque o doutor Jorge Coelho não se costuma precipitar.
Neste caso, essa certidão apresenta-se como um atestado médico de doença prolongada anunciada para o PS. Seria esse o resultado duma liderança aparelhística, mais adequada para um partido acantonado sem remição na oposição do que para um partido com vocação de poder alternativo.
Até ver, o doutor Coelho leva um afonso, por ter saído da toca. No futuro levará, a este respeito, ou mais afonsos, se persistir, ou uns quantos chateaubriands pelo erro de marcação. A não ser que seja uma lebre, como nas corridas de fundo, para fazer saltar os verdadeiros candidatos. Nesse caso levaria 2 ignóbeis por se prestar a esses trabalhos sujos.

09/02/2004

AVALIAÇÃO CONTÍNUA/ CONTINUOUS APPRAISAL: Um transformista em Belém? / A drag queen for president?

SUMMARY for the sake of those foreign souls coming from outer space who are not able to read Portuguese:
A Portuguese drag queen announced yesterday on TV his (her) intention to run for president in 2 years time. He (She) is one more in a long queue growing everyday, God knows. Why not a drag queen? Who better than a person who can transform himself (herself) in another self could become a good candidate?

Secção Perguntas impertinentes
Num zapping no domingo à hora dos telejornais dei com um transformista, chamada Valéria, ou seria Vitória?, a anunciar a sua candidatura a presidente da República. O visual não era dos melhores, tinha um aspecto de transformista pobre, em princípio de carreira, apesar da idade já ser avançada.
Seja como for, qual é o mal? Quem melhor que um transformista para acrescentar à já longa lista que vai desde os proto-candidatos, doutor Soares, entre outros, até ao obsessivo doutor Santana Lopes.
Dois afonsos para a Valéria, ou Vitória. Ficam reservados 5 urracas se desistir na recta final.

DIÁRIO DE BORDO / LOG BOOK: Procurando a purificação / Searching for purification.

SUMMARY for the sake of those foreign souls coming from outer space who are not able to read Portuguese:
One of these nights I read in a crypto-leftist site the certification «free of Bill Gates». I felt my self filthy and wonder about delete the Bill’s impurities of my disk. I couldn’t because a couple of reasons I cannot confess. Going to have some fast impure food in the nearest McDonald's spot, in the last moment before step into that sinful place, a vision of M. Bové, the great franchouille cheese leader, burning the place crossed my mind. I came back on my feet and ate in a pub nearby a pork sandwich with meat slices floating in a dirty pot plenty of non saturated oil and fat.
Biting the stuff I thought to my self: I’m not yet free of Bill, but at least I’m Mac free.


Uma destas noite, procurando compreender a posição do Bloco de Esquerda sobre o aborto, entrei pela primeira vez no antro cibernético trotskista-maoista e dei com esta previsível lápide:
«O site do Bloco de Esquerda foi desenvolvido em ambiente de OpenSource, livre de Bill Gates
Assaltou-me o desejo de purificação e tive vontade de apagar do meu disco mais de 1 gigabyte de sofware demoníaco. Só não o fiz porque. Vocês percebem porque não o fiz.

Não foi de certeza pelo Bill Gates ser o maior filantropo da história da humanidade - a Fundação dele é dez vezes a do Rockfeller e três vezes a do Ford. Não tenho que lhe ficar agradecido por ele fazer caridade com o meu dinheiro das minhas licenças. Não é o único, basta lembrar o governo português que não faz outra coisa com os meus impostos.

Saí para comer qualquer coisa rápida. As rodas, primeiro, e os pés, depois, levaram-me inconscientemente até ao posto mais próximo da McDonald's. Foi quase a entrar que me lembrei de José Bové, le sauver, o líder do queijo no combate à mundialização do hamburguer, essa comida inimiga da saúde. Voltei sobre os próprios passos e fui à tasca mais próxima comer umas bifanas que boiavam numa frigideira suja e cheia de gorduras não saturadas.

Mastiguei a mistela, reconfortado, pensando com os meus botões: posso não estar livre do Bill Gates, mas pelo menos.

08/02/2004

BLOGARIDADES / BLOGARITIES: Biodiversidade na Bloguilha / Biodiversity in Blogisland.

SUMMARY for the sake of those foreign souls coming from outer space who are not able to read Portuguese:
I did create a new section of links to accommodate endangered species, meaning those leftist blogs that are rare in the Portuguese Blogosphere (Blogisland) where are plenty of rightists, neo-cons, old-cons et alia. This new section is only intended for intelligent leftist blogs, assuming that there is any, besides the one I placed on the right side (sorry, there is no other side available).


Se há coisas assustadoras, a uniformidade e a conformidade estão entre elas. Na imprensa, acotovelam-se as diferentes tribos da esquerdalhada, em particular o radical chic – ver o CASE STUDY: A ocupação das redacções pelo radical chic.

Ao contrário, a Bloguilha parece bastante saturada de direita, de liberalismo, de neo-conservadorismo e velho-conservadorismo, seja lá o que forem estes rótulos.

Não concordo com a protecção indiscriminada das espécies ameaçadas - o que seria de nós se ainda por aí andassem tiranossáurios de quatro patas, além dos de duas, sim que os há ainda por sair da toca, à espera de seguirem o bom exemplo do tio Saddam.

Concordo com a protecção de certas espécies em perigo. Por exemplo, a esquerda inteligente (favor consultar o Glossário para ver esta definição impertinente).

É por isso que abri nova uma secção de links baptizada Espécies ameaçadas, e aqui à direita (desculpe, foi sem intenção) botei o A Praia.

07/02/2004

BLOGARIDADES / BLOGARITÉES / BLOGARITIES: Às vezes m’espanto / De temps en temps je me sens étonné / Occasionally I wonder myself.

.
Ao voltar a casa
Venant chez moi
Back home

OIhando para o contador de visitas
En voyant le compteur de visites
Watching the sitemeter

Fiquei abananado
J'ai été étonné
I was astonished.

Por ter aumentado estupidamente
Parce qu’il a augmenté beaucoup
It increased a lot

Porquê?, perguntei aos meus botões
Porquoi ça?, j'ai demandé à moi même
What a fuck is this, I asked to my self.

Foi o W, o dono de Merde in France
C’était à cause de W, le patron de Merde in France
It was W, the owner of Merde in France

Um blogue da perigosa Internacional impertinente
Un cahier journal de la Net appartenant à la dangereuse International impertinent
A blog member of the dangerous impertinent International

Que botou o Impertinências na sua lista de links
Qui a mis le lien aux Impertinences dans sa liste
Who put the fucking link to Impertinences in his list

E ainda aconselhou: Vão-se a ele!
Et a ajouté: Fonce!
And threw out: Go for it!

Ora aí está
Et voilà
That’s it

Os gajos impertinentes acabam por se descobrir
Les bons esprits se rencontrent
Politically incorrect guys sooner than later find themselves each other

Mas juro que acho a França um país agradável
Et pourtant j’aime la France
In spite of that I like France a bit

Porque na França não há só franceses merdosos
Parce qu´il y a des gens là bas qui ne sont pas des franchouilles emmerdants
Because France has people beyond the assholes

06/02/2004

DIÁRIO DE BORDO: Pobre quando vê fartura, desconfia.

É o que acontece comigo, desconfio. Desconfio quando leio aqui que o governo e o PS, pelas bocas da doutora Manuela e do doutor Costa, respectivamente «mostraram-se hoje (ontem) disponíveis no Parlamento para alcançar consensos em matéria de actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento para o período de 2004/2007 já apresentado a Bruxelas mas que pode receber ainda alterações até ao início da próxima semana».

Não desconfio que eles se mostraram. Mostraram-se. Estavam na montra. Não desconfio que estavam disponíveis. Estar disponível é uma atitude. Fazer qualquer com coisa com essa atitude – actuar – isso é bastante diferente. Até não desconfio que pretendessem alcançar consensos (ver no Glossário este novo termo politiquês).

Começo a desconfiar quanto ao até ao início da próxima semana, que numa 5ª feira à tarde significa, em rigor, chegar a consensos no dia seguinte. OK, estamos em Portugal, vá lá, significa chegar a consensos antes do fim da próxima semana. Ainda assim, só se forem mesmo consensos.

Um acordo vinculativo concreto, com acções, calendário, quantificado, com quem faz o quê e quando, com que meios, isto é um programa, isso é melhor esquecer. OK, estamos em Portugal, vá lá um acordo vinculativo com os objectivos orçamentais críticos: crescimento das despesas correntes, das despesas com o pessoal, redução dos efectivos, e umas outras miudezas. Continuo a desconfiar.

Afinal quem é que acredita que o governo queira de facto ouvir e negociar com o PS? Quem é que acredita que o PS, depois da confusão entre o pEC (programa) e o PEC (pacto), esteja preparado para fazer um negociação realista e responsável? Quem é que acredita que governo e oposição não estão a fazer o frete, só para eleitor ver, de fingirem que ligaram ao que propôs o presidente da República e a dúzia de luminárias com procuração presidencial (tipo bloco central dos economistas)?
Eu não acredito. Chamem-me o que quiserem, mas eu não (à cautela, só se Cristo voltar à terra).

05/02/2004

NOVA ENTRADA PARA O GLOSSÁRIO DAS IMPERTINÊNCIAS: Consenso.

As trapalhadas orçamentais que a doutora Teodora se dedicou a estudar e a que sacrifiquei a hora do almoço, tiraram-me o apetite para o jantar ao ler as notícias sobre as discussões sobre o pEC (não confundir com o PEC como fez o doutor Costa).
Já que também quase não jantei, vou tratar o tema, dando assim mais atenção às coisas de espírito do que às do corpo. Mas, antes disso, foi necessário produzir mais a seguinte nova entrada para o Glossário:

Consenso (politiquês)
Um acordo virtual, sobre matérias que não se sabe exactamente quais são, mas sobre as quais se suspeita existirem opiniões muito diferentes, que nenhuma das partes está muito interessada em conhecer. Durante o processo de procura do consenso todos se sentem obrigados a fingir boa vontade para chegar a resultados práticos que, em definitivo, ninguém quer chegar.
Há dois desfechos possíveis para o consenso: o positivo e o negativo (em rigor equivalem-se nos efeitos finais).
No consenso positivo concorda-se com «grandes princípios», o que entre gente sem princípios não significa o que significa.
No consenso negativo concorda-se que não se concorda, por a outra parte estar de má fé como se demonstrou durante o processo negocial (quem está de má fé é afinal o único ponto insusceptível de consenso).

CASE STUDY: Muitos, digo eu. Sôfregos, diz a doutora Teresa.

As opiniões da doutora Teodora Cardoso interessam especialmente a quem alimenta um insaciável blogue desalinhado, desconforme, herético, heterodoxo e, apesar de não vir agora ao caso, homofóbico, como este.

Porquê interessam assim tanto, as opiniões da doutora Teodora se ela é uma senhora aparentemente tão alinhada e conforme? Só aparentemente, porque com a abundância de contrabandistas de estatísticas, uma mente rigorosa é inevitavelmente desalinhada e desconforme. É por isso que quem quiser formar uma opinião fundamentada sobre as trapalhadas orçamentais deve ir com urgência ao site da Ordem dos Economistas ler o trabalho «Discutir a Política Orçamental – I» da doutora Teodora, aqui.

A minha boa acção de hoje, em intenção dos apressados, é aviar a seguir um executive summary da análise da doutora Teodora, com os incontornáveis comentários impertinentes.

1º Facto (TC)
As despesas públicas com pessoal cresceram estupidamente em dois períodos (mais no primeiro): de 1986 a 1992 (consolado do doutor Cavaco) e 1998 a 2000 (consolado do engenheiro Guterres). O resultado final é 15,2% do PIB português e 10,7% na Zona Euro.

1º Comentário impertinente
É por isso que as próximas presidenciais podem ser o grande combate dos chefes despesistas.

2º Facto (TC)
Apesar do aumento das despesas, o emprego no sector público português é (ou melhor, era em 1998) próximo da média internacional – Portugal aumentou de 12,1% em 1985 para 15,2% em 1998, valor este pouco superior ao da Irlanda e dos Estados Unidos e ligeiramente inferior ao da Espanha.

1ª Conclusão (TC)
O aumento da despesa pública com pessoal, desde 1989 acima das referências internacionais, deve-se menos ao aumento dos efectivos e mais à política de remunerações do Sistema Retributivo da função pública com promoções automáticas por “mérito”, prémios de produtividade, horas extraordinárias, et alia.

2º Comentário impertinente
Este inchaço do aparelho mamário da vaca marsupial pública deve-se mais ao poder de sucção do que ao aumento do nº de utentes das tetas. Compare-se o salário médio na função pública e no sector privado – dois para um, mais coisa, menos coisa.

3º Comentário impertinente
Mas o pior de tudo é que se o input é pesado o output é leve. Veja-se a qualidade medíocre dos serviços públicos, a burocracia paralisante, a falta geral de diligência, etc.

Recomendação (TC)
Promover a profissionalização da administração pública (um civil service britânico à portuguesa?)

Como chegar lá? (pergunta impertinente)

Resposta (TC)
«Numa democracia avançada, aos partidos compete a missão de defender alternativas políticas e não a de conquistar o aparelho de Estado. Esta é uma opção terceiro mundista, que leva inevitavelmente à instabilidade, tanto financeira como política.»

3º Comentário impertinente
Pois. Ó doutora Teodora, vá lá contar essa à tropa sedenta de sinecuras dos exércitos do PS e do PSD, para não falar das guerrilhas classe A do PP e classes A e B do BE, que não precisam, e das classes C e D do PCP que precisam, mas já estão habituados a passar fome.

Nota impertinente:
Gosto do som retro de «opção terceiro mundista». E eu a pensar que já não havia terceiro mundo, só havia países em desenvolvimento.

04/02/2004

BLOGARIDADES: Pescadinha de cauda nos lábios.

AVISO:
Se não é Tratador do Porco do Vareta Funda vá ao SERVIÇO PÚBLICO: Ainda os «arrumadores de carros» e as elites e não se meta nisto.

O Tratador Mimosa alimentou o Porto do Vareta Funda com um comentário à Blogaridade impertinente Os orizicultores foram ao esthéticien. Um comentário um bocado piegas, diga-se, revelando ainda traços da choraminguice que o infectou, mesmo depois da poção administrada pelo doutor Pacheco Pereira.

O que é que posso acrescentar? Talvez confessar que também me comovi, quando as imagens do acidente de trabalho do imigrante húngaro Fehér interromperam as tretas do doutor Marcelo que eu estava a ouver distraidamente a essa hora. Comovi-me até me lembrar de outros acidentes de trabalho menos mediáticos que todos os meses enviam almas de imigrantes para o criador. Mas não admira que o meu piegómetro se tivesse desligado logo a seguir, sem esperar por uma semana como o do Mimosa – ter idade para ser pai dele não havia de trazer só desvantagens.

SERVIÇO PÚBLICO: O céu está cheio de más intenções.

Cortesia de Merde in France, fiquei a conhecer estimativas das vidas poupadas e refugiados evitados desde a intervenção, talvez ilegal, ilegítima aos olhos de muitos, dos exércitos da hiperpotência e dos seus aliados, a mando do inarticulate George W. Bush.

Contagem às 13:07 TMG
+ Vidas poupadas: 44.374
+ Refugiados evitados: 159.811

Actualizar a Nobody Count aqui.

Já que falo no Merde in France, nada mais a propósito do que ler também o seu delicioso post L'attaque des mouches à merde onde põe a nú a cumplicidade dos políticos franceses para com Alain Juppé e o ataque aos juizes que o acusam de ter metido as mãos na merda.

PS: Fui eu que escrevi sobre os nossos «intelectuais afrancesados»? Estava enganado. Devemos acrescentar os nossos políticos afrancesados.

SERVIÇO PÚBLICO: Ainda os «arrumadores de carros» e as elites.

Se soubesse que a doutora Isabel Fernandes iria escrever o que escreveu na Coluna de Opinião da Síntese de Notícias divulgada ontem pela Ordem dos Economista, não me teria dado ao trabalho de escrever o que escrevi.

Como o texto ainda não foi publicado no site da OE, espero que ela não se importe que o transcreva aqui integralmente.

…Ainda uma entrevista politicamente incorrecta
por Isabel Fernandes

Foi com muita mágoa que li a entrevista que José Manuel de Mello deu ao Expresso no passado fim-de-semana. E com foi com maior mágoa, ainda, que li alguns comentários que ela desencadeou.

Para quem, nos anos 60, iniciava ou desenvolvia em plena maturidade a sua actividade profissional e acompanhava, mesmo que de modo superficial, o que era o mundo político e económico do Portugal da altura, não pode deixar de reconhecer o relevante papel que o grupo Mello desempenhou na vida portuguesa.

E não só em termos económicos – o que já não seria pouco, pela audácia de trazer para Portugal investimentos que “rompiam” com a estrutura mesquinha e garantista do “condicionamento industrial” cujo espírito marcava ainda as mentalidades e comportamentos.

Também em termos políticos o grupo Mello mostrou, nesses tempos, uma abertura impar – dando emprego a gente assumidamente de esquerda, na altura em que os conselhos de administração de grandes empresas integravam, em regra, personalidades da Câmara Corporativa e do “establisment”, como garantia da “pureza” das ideias corporativos; e os funcionários públicos eram obrigados a assinar um documento jurando por sua honra que “não partilhavam ideias subversivas” para poderem ingressar na função pública.

O que terá feito com que este homem – um dos que em tempos conduziram o Grupo Mello por campos abertos, política e economicamente, tentando colocar o Portugal salazarento na rota internacional, obviamente integrado, ele próprio, no establishment – venha agora a dar uma entrevista tão amarga e desiludida?

É certo que também o seu grupo se veio sentar à mesa do Orçamento – tal como o fizeram muitos dos empresários que ele critica na sua entrevista. Porquê, então, esta amargura?

E depois: atentando no estado “comatoso” da nossa opinião pública: não encontramos aí os mesmos sinais de amargura e de desilusão?

Para além do escândalo com as afirmações produzidas, valeria a pena olhar para a s causas do mau estar generalizado que acompanha a sociedade portuguesa

O que é certo é que Portugal vive a pior crise dos últimos cinquenta anos: e, muito para além da falada crise económica, o que é indubitável e assustador agora, é a terrível crise de valores e de liderança que diariamente transborda para a opinião pública.

Se nos faltassem exemplos, poderíamos olhar para as últimas notícias sobre os sinais quanto ao rigor e cumprimento das normas gerais que regem os agentes económicos para vermos que, independentemente de os comportamentos se enquadrarem ou não, no mesmo âmbito processual, o certo é que a mensagem para os agentes é completamente errada do ponto de vista do rigor e da lealdade comportamental.

A rotina dos sinais que os lideres e as instituições, enquanto tal, dão à sociedade derivam mais do facilitismo, do “desenrasca”, do poder pelo poder, do culto do dinheiro e da habilidade, do que de uma cultura de rigor, de equilíbrio, de honestidade, de trabalho e coerência.

E os resultados estão à vista:

- Da crise das pescas e da agricultura (para onde foram os dinheiros comunitários, descontados os gastos no abate de frotas e de oliveiras, e de vinhas…?); à crise da competitividade (e os dinheiros para formação profissional?, e para infra-estruturas, afinal tão desarticuladas?);

- Passamos agora, de modo completamente chocante para a crise das instituições que deveriam ser de um Estado democrático, mas que, tudo parece, da democracia só assumiram as benesses propiciadas…

É tudo tão mau? Claro que não: existem – e são conhecidos e divulgados casos exemplares, no campo empresarial, no campo político, no campo intelectual e social: só que os sinais que a generalidade dos líderes emite não permitem capitalizar e mobilizar os portugueses, a sua auto-estima e a sua determinação.

Será que vão acordar a tempo?

Ou só nos restará suspirar pela Ibéria: porque de outro modo seremos ingovernáveis?



Há um facto por mim esquecido, que a doutora Isabel Fernandes justamente releva: «o grupo Mello mostrou, nesses tempos, uma abertura impar – dando emprego a gente assumidamente de esquerda». Não tenho a certeza que os seus indignados críticos de hoje o tivessem feito, mutatis mutandis.

SERVIÇO PÚBLICO: De boas intenções está o inferno cheio.

SERVIÇO PÚBLICO N.º 1
Leia Solidariedade Pública, Custos Privados a estória contada e a moral extraída pelo Jaquinzinhos, de que como a ajuda aos aleijadinhos que voam pode lixar toda a gente que voa, incluindo os aleijadinhos que voam.

SERVIÇO PÚBLICO N.º 2
Já agora, leia também o que escreveu Charles Krauthammer do Washington Post sobre O que realmente diz o relatório Kay, que o Público distraidamente publicou, onde se conta a estória de andarem todos ao engano e, enganando-se, enganarem, e se extrai a moral que prognósticos no fim do jogo não servem de nada, nem no futebol.

03/02/2004

DIÁRIO DE BORDO: Poderão os «arrumadores de carros» arrumar as elites?

Quando aqui citei o doutor José Manuel de Mello que respondeu «talvez arrumadores de carros» à dilacerante pergunta do doutor Nicolau Santos «qual é o nosso destino como país e como povo?», não podia imaginar reacções indignadas e rebarbativas como a do causa nossa, pela mão de Vicente Jorge Silva, aos «tubarões das grandes famílias que sustentam o velho imaginário comunista», «senhorios da pátria» e beneficiários «do proteccionismo industrial do salazarismo». Fecho os olhos, flashback de 30 anos, outra vez - revejo o Comércio do Funchal, o famoso vómito cor-de-rosa, no dizer pitoresco de Mário Castrim, um dos próceres do «imaginário comunista».

Não podia imaginar, porque me parecia evidente que J. M. de Mello did not mean it. Era lá possível que um homem que tinha sido desapossado das suas empresas (o grupo CUF era em 1974 o maior grupo empresarial português), que tinha ido malhar com os ossos na choça sob uma acusação delirante, que emigrou e tentou reconstituir no estrangeiro o seu grupo, que voltou para comprar as suas empresas das mãos do Estado que o tinha expropriado, que podia ter ficado a viver dos rendimentos que as sobras do esbulho lhe proporcionariam e, em vez disso, voltou para um país de pedintes, de empresários da treta, para investir dinheiro num negócio de muito longo prazo (saúde e cuidados da terceira idade), que será o negócio do século, mas ainda não é, era lá possível, perguntava-me, que o «talvez arrumadores de carros» fosse para ser lido à letra? Nunca pensei.

O homem está velho? Anda chateado? Já não tem pachorra? A pergunta do senhor do lacinho fez-lhe saltar a tampa? Talvez um pouco de tudo isso.

Os Mellos «tubarões das grandes famílias»? Certamente «grandes famílias», mas «tubarões»? Saberá VJS quais as condições de trabalho e os benefícios socais no grupo CUF no passado e nos grupos Mellos no presente? Reparou VJS na excelência dos quadros que o grupo CUF tinha?

Os Mellos beneficiários «do proteccionismo industrial do salazarismo»? Não especialmente. Beneficiários eram todos os industriais e não industriais que, nessa época detestavam a concorrência, como agora a detestam, e se queixavam, como agora se queixam, do Estado quando lhes deixa vazia a mão estendida. Por isso, os Mellos não são especialmente maus. Pelo contrário, são especialmente bons – são bons no género mau, que é o género de empresários que temos.

O imperativo da protecção, a obsessão dos direitos adquiridos, o apego aos empregos para toda a vida, a aversão à concorrência e ao risco, estão longe de ser monopólio dos empresários. Estão na alma de intelectuais e de artistas mendicantes de subsídios, de políticos sedentos de sinecuras, de sindicalistas ciosos dos lugares vitalícios de defensores dos trabalhadores. Estão inscritos na matriz cultural lusitana e é por isso que, se não a mudamos, resta-nos pouco mais do que «talvez arrumadores de carros».

Não é a falta de auto-estima. Não é a depressão, que aliás não passa do pavor do fim da vida sem esforço. É a falta de ganas. É a negligência. É a falta de integridade feita paradigma social. É o colectivismo doentio. É o «eles».

É a falta de elites capazes, que não dêem graxa, em público, aos piores defeitos do «povo» e desprezem a «choldra», em privado, que não se acagacem com a «ameaça» espanhola, não sejam tributárias dos dinheiros e da chantagem duma Europa franco-alemã, nem inventem solidariedades equívocas, nem amanhãs que cantam quando o povo tomar o palácio de inverno, porque o povo não quer saber de palácios de inverno, e os palácios de inverno já foram demolidos. De elites independentes da vaca marsupial pública, capazes de procurar a excelência, de trabalhar duro e meter a mão na massa para fermentar a mudança em vez de estrumar o bolor. E, claro, de terem oportunidade de beneficiar com o seu talento.

Que fazer com estas elites, perguntareis? Boa pergunta. Reformá-las e pô-las a fazer blogues.

SERVIÇO PÚBLICO: «Oil runs thicker than blood» (Part 2).

Em complemento do Serviço Público de 29-01 pode ler-se mais informação da abcNews em Saddam’s Gifts
Um documento descoberto no ministério do Petróleo em Bagdade revelou que Saddam montou um engenhoso esquema de financiamento dos amigos do regime, que fazia chegar às suas contas em média 50 cêntimos de dólar por cada barril vendido ao abrigo do programa da ONU oil-for-food.
Entre os 270 beneficiários contam-se os seguintes amigos do regime:
+ Patrick Maugein, com US 25 milhões, um apoiante político e financiador do presidente Chirac
+ Charles Pasqua, com US 12 milhões antigo ministro francês do Interior.
+ George Galloway, com US 9,5 milhões, membro do parlamento britânico e conhecido opositor à intervenção no Iraque.

02/02/2004

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Mãe há só uma?

Secção Perguntas impertinentes
Apesar de gastar semanalmente 3 euros para comprar o semanário do saco de plástico de referência, por um qualquer reflexo pavloviano cujas origens se perdem na noite dos tempos, confesso que faço dele uma leitura bastante superficial. É por isso que não me teria dado conta da árvore genealógica do George W. se não fosse o cataláxia comentar aqui que o Expresso tinha arranjado uma mãe nova para o nosso fundador - «o clã Bush descende de D. Urraca, mãe do fundador de Portugal», escreveu um patarata qualquer num dos inúmeros suplementos do semanário.
É caso para perguntar, se Urraca foi mãe do fundador, quem foi o fundador? Afonso Raimundes?
Fosse quem fosse o fundador, não seria melhor para o prestígio da nação que ele fosse filho de Urraca do que filho de Tarasia, sua meia irmã bastarda?
Quaisquer que sejam as respostas a estas torturantes perguntas, nunca, como agora, se justificou a atribuição de 5-urracas-5 ao prodigioso jornalista que escreveu aquela coisa.