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07/05/2007

DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: pior a emenda do que o soneto

Por um lado, o governo que leva mais de 2 anos de mandato, deixou passar o período de borla, em que teve espaço e crédito políticos para fazer as reformas dolorosas, não consegue mais do publicar decretos e portarias, e gasta as suas melhores energias a facilitar o aborto e a proteger-nos de nós próprios, penalizando o tabagismo e protegendo-nos do consumismo. Inspirado pelo desígnio de evitar os malefícios deste último vício, o governo, pela boca do secretário de estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor (?), diz que quanto a pressões estamos conversados. Só cede a pressões dos lóbis do aborto e do LBGT para legislar sobre o casamento das bichas, quanto às pressões para deixar os hipermercados abrir aos domingos e feriados não quer nem ouvir. (Jornal de Negócios)

Por outro, a oposição pela boca do líder do PSD doutor Marques Mendes promete que quando ele for governo «haverá um ministro das pequenas e médias empresas», que acrescentará ainda mais entropia à decrépita e gigantesca máquina do estado napoleónico-estalinista. E porque não prometer também um ministro para as micro-empresas, outro para os profissionais liberais, outro para as start ups? Ele coitado, não é totalmente responsável pelo despautério. Está só a tentar chegar à altura do professor Cavaco, que teve há tempos a visão da «criação de uma secretaria de Estado para acompanhar a vida das empresas estrangeiras a actuar em Portugal»,numa daquelas suas visitas ao país chamado real, que eu acharia melhor chamado de irreal.

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