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Pode não se gostar dele, mas é preciso reconhecer que o homem é o político mais competente a manipular a sua própria imagem. José Sócrates é um profissional nessa prática e mostrou-o na entrevista no canal estatal com os jornalistas da casa que transformou em ajudantes do show mediático. Dá 3 a 0 ao adversário mais próximo. Desta vez até conseguiu controlar a arrogância e parecer humilde e gentil.
É isso que faz dele perigoso, porque coloca essa competência ao seu próprio serviço, o que, sem cinismo, é compreensível, e ao serviço de políticas cujo fim último é agilizar o monstro do professor Cavaco e reconstruir um estado ainda mais sufocante do que aquele que recebeu dos seus predecessores que os portugueses das próximas gerações continuarão a carregar às suas costas. Este segundo desiderato, sem cinismo, é igualmente compreensível porque é essa a sua matriz - em boa verdade é essa a matriz de quase todos os políticos portugueses.
Leva 3 afonsos pela enorme desfaçatez e 3 chateaubriands por continuar a confundir o hipnotismo dos jornalistas e a ilusão dos eleitores com a solução dos problemas.
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