Não é de hoje nem de ontem o desvelo com que alguns bancos procuram saltar para o colo do governo em exercício, desvelo sempre retribuído pelos governos com atenções e, sobretudo, com negócios.
Há alguns casos que podemos considerar exemplares, até porque envolvem gerações de banqueiros e camadas sucessivas de políticos. Não posso dizer gerações de políticos porque, apesar de tudo e só por excepção da família Soares e pouco mais, os seguintes não são filhos dos anteriores. Em vez disso, são como camadas sedimentares que se vão depositando umas em cima das outras, distinguindo-se apenas alguns notáveis fósseis que, pelo acaso da vida e da morte, por lá jazem.
Um desses casos exemplares é o dos Espíritos, recorda Pedro Jorge Castro no seu livro recém-publicado «Salazar e os Milionários». Ricardo Espírito Santo que um dia escreveu ao Botas, lamentando a sua ausência numa inauguração, «para mim, foi como um dia de sol em que também chovesse. No andor maravilhoso que eu tinha ideado e realizado faltava o santo», permanece como um paradigma para os seus herdeiros. Herdeiros que ainda hoje se afadigam a saltar para o colo do governo, primeiro do doutor Cavaco, depois do engenheiro Guterres, episodicamente do doutor Barroso e, com manifesto enlevo, para o colo do engenheiro Sócrates. Está-lhes no ADN.
Quando, como inexplicavelmente parece ter sido o caso, os banqueiros não saltam para o colo do governo, assalta o governo os conselhos de administração. Aqui o paradigma é o Millenium bcp, que capitaneado pelo doutor Santos Ferreira está a praticar um mix entre a política do governo por outros meios (empréstimos à Mota Engil de 1,2 mil milhões e à Controlinvest do amigo Oliveira) e a retribuição aos accionistas pela participação no assalto (Teixeira Duarte, Soares da Costa, Berardo). Resultado: 6 clientes devem o equivalente a 80% da capitalização bolsista do Millenium bcp.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
27/11/2009
A atracção fatal entre a banca do regime e o poder
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário