Se há uma prática recorrente nas políticas colectivistas é uma posologia assente na administração de doses adicionais dos remédios que nos puseram doentes. Imaginam os políticos de esquerda, de direita e de centro, que partilham uma desconfiança mórbida nos mercados e uma fé ilimitada no Estado (no estado que eles controlam, entenda-se), que todos os problemas económicos, sociais e políticos ainda não se resolveram por insuficiente intervenção do Estado.
Em qualquer dia do ano encontramos exemplos nos mídia de notícias, ou simplesmente anúncios amplificados pelas câmaras de eco do jornalismo de causas ou, o que nos efeitos é igual, do jornalismo vendido por um prato de lentilhas, nem sempre barato. Hoje foi um dia particularmente prolixo.
Há um ano o governo fez aprovar uma nova lei do arrendamento. Um ano depois, qual o resultado? Em 390.000 contratos abrangidos pela nova lei foram actualizados 3-contratos-3 dos 20.000 previstos pelo governo. (JN)
O grupo parlamentar do PS prepara mais uma ejaculação legislativa, a saber: as empresas de trabalho temporário (um instrumento que o governo devia agradecer aos deuses pelo impacto positivo que tem na oferta de emprego) vão ser obrigadas a ter um quadro pessoal fixo de 2% do número médio de temporários. Por agora é 2%, mas vamos aguardar a investida do berloquismo na AR que pode vir a potenciar a asneira.(DE)
Porque as doenças dos políticos são mais contagiosas do que a gripe das aves, os empresários, os gestores e tutti quanti são igualmente contaminados e prescrevem as mesmas medicinas. Não é excepção o presidente da Galp que, para tornar «mais transparente» o mercado do gás natural, prescreve um cartel transparente - uma OPEP gasosa. (DE)
Nem os lobbyists escapam à maleita e à medicina. Um senhor que é presidente duma coisa (*) chamada Associação de Consumidores e Utilizadores de Produtos e Serviços Financeiros (SEFIN), diz que «há um vazio legal na supervisão comportamental da banca que justifica a existência da associação». Como a natureza do colectivismo odeia o vácuo, toca a rebate e pede ao governo para o encher.(JN)
(*) A coisa, podendo ter menos associados do que a Associação Desportiva de Fornos de Algodres, tem entre eles a incontornável ex-secretária de Estado da Habitação doutora Leonor Coutinho.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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27/02/2007
ESTADO DE SÍTIO: mais da mesma medicina - não tem remédio
Etiquetas:
desconfiai dos mercados,
ejaculações legislativas,
reformas
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