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28/06/2009

Manifesto (im)pertinente

A semana passada foi o manifesto dos 28 economistas. Uma dúzia de ex-ministros e outras luminárias, entre as quais conseguimos com algum esforço encontrar uma meia dúzia que já teria estado em algo parecido com uma empresa, expuseram as suas aflições e partilharam connosco as suas dúvidas sobre os investimentos públicos. Em conclusão, pediram mais estudos.

Esta semana maninfestaram-se outras 60 criaturas, economistas, sociólogos, politólogos, filósofos, geógrafos e diversos outros académicos. Procurando com atenção encontrámos 2-gestores-2, não sabemos de quê. As criaturas não têm dúvidas sobre quais são os problemas e exigem, para sermos curtos e grossos, mais estudos e mais Estado.

Está ainda em falta o manifesto dos economistas que fazem estudos e trabalham para o governo e o manifesto dos que trabalham para os empreiteiros. Espera-se uma síntese dos pedidos de uns e das exigências de outros e ideias para mais investimentos públicos, todos devidamente fundamentados em mais estudos.

Nós, aqui no (Im)pertinências, resolvemos também fazer um manifesto que, por definição, é um manifesto (im)pertinente.

Considerando,

a. Há décadas vêm sendo torrados recursos nacionais e comunitários (um muito obrigado aos contribuintes alemães) em muitos e variados investimentos públicos, com e sem estudos, que têm entre si de comum um notável índice de derrapagem e um negligenciável efeito sobre a capacidade produtiva do país,
b. Que nem por isso a economia e o país deram sinais de sair do estado de anomia,
c. O reforço contínuo da presença sufocante dum Estado incompetente e gastador,
d. Que, consequentemente, a situação do país pode atribuir-se a quase tudo menos ao liberalismo, seja o neo seja qualquer outro.

Pedimos e exigimos que,

1. Não sejam feitos mais investimentos nem estudos,
2. Seja dada uma oportunidade ao liberalismo (ao clássico, ao neo ou a qualquer outro), a única doutrina que em 866 anos de existência do país ainda não inspirou nenhum governo,
3. O governo se concentre na governação e nas funções essenciais do estado e deixe a governação das empresas para os empresários,
4. Consequentemente, liberte a sociedade civil da tutela asfixiante do estado, em particular, deixe o dinheiro no bolso dos contribuintes para eles decidirem o que fazer com ele.

Esperamos e imploramos ainda que,

i. A sociedade civil tome conta de si própria e, em particular,
ii. Empresários e trabalhadores abandonem o colo do estado e se disponham a assumir cada um os seus próprios riscos.


Assinado
Impertinente Pertinente

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