Recordemos, uma vez mais, os inúmeros manifestos pela defesa dos centros de decisão nacional, alguns deles assinados por empresários que passado algum tempo venderam a estrangeiros as suas empresas e as inúmeras declarações no mesmo sentido da esquerdalhada em geral. Recordemos também que esta necessidade de vender o país aos retalhos surge pelo endividamento gigantesco de públicos e privados e pela descapitalização da economia portuguesa, consequência de décadas a viver acima das posses.
Foi agora a vez da Padaria Portuguesa com as suas 84 lojas, duas fábricas e mil trabalhadores se vender ao grupo espanhol Rodilla, uma cadeia de restauração com cerca de 300 estabelecimentos.
Esta operação pertence a outra classe diferente da venda dos bancos, das seguradoras e de vários grupo industriais que em muitos casos tinham sido nacionalizados, estavam descapitalizados ou atravessavam crises. Não parece ser este o caso da Padaria Portuguesa, aparentemente um negócio bem sucedido, que talvez se enquadre na falta de vocação empresarial, de visão de longo prazo e de gosto pelo risco dos seus accionistas que podem querer viver dos rendimentos. Não seria a primeira nem será a última iniciativa empresarial de que os seus promotores se desfazem e vão de férias. Caso não seja, subscrevo já por antecipação um pedido de desculpas pela especulação.
Sem comentários:
Enviar um comentário