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09/05/2025

A defesa dos centros de decisão nacional (33) - Depois da banca, dos seguros, da indústria, a padaria portuguesa vai ser espanhola

Outras defesas dos centros de decisão nacional.

Recordemos, uma vez mais, os inúmeros manifestos pela defesa dos centros de decisão nacional, alguns deles assinados por empresários que passado algum tempo venderam a estrangeiros as suas empresas e as inúmeras declarações no mesmo sentido da esquerdalhada em geral. Recordemos também que esta necessidade de vender o país aos retalhos surge pelo endividamento gigantesco de públicos e privados e pela  descapitalização da economia portuguesa, consequência de décadas a viver acima das posses.

Foi agora a vez da Padaria Portuguesa com as suas 84 lojas, duas fábricas e mil trabalhadores se vender ao grupo espanhol Rodilla, uma cadeia de restauração com cerca de 300 estabelecimentos.

Esta operação pertence a outra classe diferente da venda dos bancos, das seguradoras e de vários grupo industriais que em muitos casos tinham sido nacionalizados, estavam descapitalizados ou atravessavam crises. Não parece ser este o caso da Padaria Portuguesa, aparentemente um negócio bem sucedido, que talvez se enquadre na falta de vocação empresarial, de visão de longo prazo e de gosto pelo risco dos seus accionistas que podem querer viver dos rendimentos. Não seria a primeira nem será a última iniciativa empresarial de que os seus promotores se desfazem e vão de férias. Caso não seja, subscrevo já por antecipação um pedido de desculpas pela especulação. 

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