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07/09/2007

ESTADO DE SÍTIO: a mão visível

Afastada, desde a queda do muro de Berlim, das opções de política económica praticáveis na Europa a intervenção directa do estado na economia via nacionalização, o segundo modelo mais pernicioso de intervenção estatal ainda ao dispor dos governos dirigistas é a política de subsídios com que os governos arruínam o funcionamento do mercado a pretexto de o melhorarem ou, como agora é o caso, de lhe diminuírem os efeitos indesejáveis nas classes mais desfavorecidas.

O montante dos subsídios que o governo atribui é por isso um bom indicador do grau de dirigismo económico e, consequentemente, da irremediável ineficiência na utilização dos recursos. É a este título muito esclarecedor da política económica praticada pelo governo socialista do engenheiro Sócrates que o montante das eufemisticamente chamadas «indemnizações compensatórias pela prestação de serviços públicos» tenha aumentado 6% em 2007. É também esclarecedor que o facto seja anunciado orgulhosamente pelo secretário de estado do Tesouro e Finanças e que do aumento do bolo orçamental, as empresas públicas, que é suposto prestarem o mesmo serviço em concorrência que as empresas privadas, se aboletaram com 90%.

Pode o governo anunciar as reduções do défice que lhe aprouver, à custa do aumento da carga fiscal, que isso nada contribuirá para a competitividade da economia e para o progresso do país, enquanto continuar a entropiar os mercados com a sua pesada mão visível.

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