
Na verdade não só o estado napoleónico-estalinista é mais genuíno. Tudo é mais genuíno e de melhor qualidade. Até as maninfestações são mais genuínas. Os estudantes e os sindicatos não têm o menor pudor de mostrar o seu reaccionarismo mais primário, a sua busca incessante pela protecção estatal, pelo emprego para toda a vida, 35 horas por semana. Estão prontos a andar à porrada com os flics, contre les servants du patronat, contre la mondalisation, bla bla bla bla.
Sempre foi assim e sempre assim será. O mais tímido impulso reformista é imediatamente sufocado pela rua.
Não por acaso, na sociedade francesa a distância dos sans-culottes (cullotes de soie, aujourd'hui) aos vários poderes é ainda mais marcada do que na sociedade portuguesa e a aversão ao risco e à incerteza é muito alta - mas não tão alta como na sociedade portuguesa, que é das mais elevadas no mundo, o que explica muita coisa (ver os estudos de Geert Hofstede, já aqui citados várias vezes).
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