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11/08/2004

SERVIÇO PÚBLICO: Magistrados e jornalistas - irresponsabilidade e impunidade.

«O crescimento do poder dos jornalistas e magistrados fez-se durante os mesmos anos e pelas mesmas razões: a pressão populista das oposições e a cedência cobarde de governos, para a constituição de contra-poderes que fizessem, fora do sistema político, aquilo que deveria ser feito por uma Assembleia forte e um sistema judicial equilibrado e eficaz. Como ninguém quis fortalecer a democracia onde ela devia ser fortalecida, criou-se um monstro que, a prazo, devora quem o gerou e degrada a vida pública.

O poder destas corporações levou-as ao local ideal: o da irresponsabilidade que gera a impunidade. Magistrados e jornalistas não podem ser chamados a qualquer responsabilidade, porque conquistaram uma absoluta irresponsabilidade. Nenhuma lei se lhes aplica efectivamente e só existem excepções nuns desgraçados apanhados a nível local e regional, sem a protecção dos maiores. Mas, na capital, nos grandes órgãos de comunicação, no limite, não há responsabilidade. Sempre que há uma crise, alguns jornalistas juram a pés juntos que certas coisas nunca mais irão acontecer… até à próxima crise em que elas acontecem de novo. Hoje estão-se a tornar tão habituais que estão a criar novos standards de comportamento. Já ninguém sabe como era, já só se sabe como é
[A não perder, a série «Pobre País» Um, Dois e Três do Abrupto]

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