Baseado nos World Values Surveys realizados em cada cinco anos que entrevistam dezenas de milhares de pessoas em países de todo o Mundo (130 mil em 90 países no último inquérito), a Economist publicou o ano passado um estudo (*) onde compara os valores predominantes nesses países e a sua evolução entre 1990-98 e 2017-22.
Esses valores são organizados em dois eixos: Tradicional-Secular, onde é avaliada a influência da família e religião e o respeito pela tradição, por um lado, em oposição às crenças não religiosas e ao pensamento mais científico; Sobrevivência-Autoexpressão, onde é avaliado a ligação a um grupo, etnia, nação ou raça, ou seja valores colectivistas, por um lado, em oposição ao individualismo.
Os resultados representados nos diagramas seguintes são muito sugestivos e mostram diferenças notáveis e uma evolução distinta em três décadas, representada nos diagramas seguintes correspondendo os pontos a países individuais.
O primeiro diagrama mostra uma evolução contraditória que esconde a evolução diferente entre as regiões, diferença que os diagramas seguintes confirmam.Nestes três últimos diagramas torna-se visível que a evolução entre 1990-98 e 2017-22 foi muito diferente nos três conjuntos de países: Língua inglesa/Protestantes que se tornaram mais seculares; Ortodoxos que se tornaram mais tradicionais e Latino Americanos que se tornaram ligeiramente menos tradicionais e menos colectivistas.
No diagrama seguinte representa-se a situação actual de três conjuntos de países em três grandes regiões (os inquéritos não abrangeram os países asiáticos).
E a conclusão é que, no conjunto, os valores dominantes na Europa, que os europeus tomam como valores universais, são completamente distintos dos latino-americanos e africanos-islâmicos que têm em comum um forte tradicionalismo, ainda que partilhem em graus muito diferentes os valores colectistas-individualistas, estando os latino-americanos mais próximos dos europeus a este respeito.
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