Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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31/07/2008
TRIVIALIDADES: Novas bichezas (3)
Não sendo propriamente uma nova bicheza, como a Electrolux addisoni ou a Oxyuranus temporalis, este raríssimo sapo, esquecido desde 1860 num museu, só agora foi descrito e baptizado como Philautus maia.
Fez-me lembrar o sapo do PS que o doutor Cunhal fez o PC engolir há 20 anos, e que um dia o Sr. Jerónimo de Sousa poderá, quiçá, devolver ao engenheiro Sócrates para este o fazer engolir ao PS.
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delírios pontuais
30/07/2008
CASE STUDY: não podendo ser estadistas os nossos governantes têm sido estradistas
Alguns factos que a doutora Ferreira Leite poderia citar para mostrar aos portugueses o imenso desperdício rodoviário de que são responsáveis este governo e todos os outros dos últimos 20 anos, incluindo os de que ela fez parte.
«Na União Europeia a 25, em média, as auto-estradas representam 1,2% da rede viária, contra 2,3 % em Portugal (1,4% na união a 15).
O PIB português representa 1,3% do PIB total da União Europeia a 25 mas as nossas auto-estradas são 3,2% das existentes naquele conjunto de países. Condizente com estes valores, a carga transportada nas nossas estradas é de cerca de 1,4 % da carga total movimentada nas estradas comunitárias.
A parte das auto-estradas no conjunto da rede viária representa 2,3 % - o terceiro valor mais elevado, apenas inferior ao caso de Espanha e do Luxemburgo.
Mas os indicadores mais significativos são os que relacionam a extensão da rede com a capacidade económica do país. Portugal é o segundo país com mais quilómetros (8,3 km) por bilião de dólares de PIB. Apenas o Canadá – devido á extensão do território – ultrapassa aquele valor.
Um outro ângulo para avaliar a situação é a comparação da extensão da rede de auto-estradas com a actividade gerada na rede viária.
Tomemos a evolução do transporte de mercadorias em território nacional. A elasticidade do volume de mercadorias face ao PIB, entre 1990 e 2006, foi de apenas 0,27 - quando a elasticidade da rede das auto-estradas foi de 4,55. Veja-se o caso Espanhol: no mesmo período, a elasticidade do volume de mercadorias transportadas foi de 0,81, a condizer com os 0,88 de elasticidade extensão das auto-estradas. Por detrás destes números esconde-se este registo brutal: nos últimos 15 anos, enquanto Portugal aumentou a rede de auto-estradas em 480% e o volume das mercadorias transportadas em 28,5%, a Espanha aumentou sua rede de auto-estradas em 130% e o volume de mercadorias transportadas em 121%.
Vejamos o que se passa na área do movimento de passageiros. O número de passageiros/km por pessoa, em 2004, era, em Portugal, de 6.396 biliões, contra 10.624 biliões na União Europeia 15. Estes números escondem um brutal aumento da mobilidade individual e uma redução, contra a corrente, do transporte colectivo. Entre 1990 e 2004, em Portugal, o número de passageiros/ km em carros individuais aumentou 139% - implicando uma elasticidade, face ao PIB, de 1,3 - contra apenas 31% na União Europeia a 15; a Espanha teve um aumento mais moderado: 104%. Em contrapartida, o transporte colectivo cresceu, em Portugal, apenas 0,5% naquele período, contra 12,8% na União a 15 e 60% em Espanha. Mas o mais notável é que desde 1995 até 2004, enquanto na União Europeia a 15 o transporte colectivo aumentou 10%, em Portugal regrediu 4% e em Espanha registou um aumento notável de 35%.
De acordo com as informações disponíveis, foram emitidos anúncios de concursos públicos para a construção de 2.433 km de novas estradas, dos quais 881 km (cerca de 36%) serão auto-estradas. Estas obras, a concretizarem-se, representariam um acréscimo de 48% na rede de auto-estradas e de apenas 2% na rede de estradas vulgares. O peso das auto-estradas na rede total passaria a ser de 3,3%.»
(Avelino de Jesus, O caso das auto-estradas portuguesas: A evidência do excesso de vias, Jornal de Negócios)
«Na União Europeia a 25, em média, as auto-estradas representam 1,2% da rede viária, contra 2,3 % em Portugal (1,4% na união a 15).
O PIB português representa 1,3% do PIB total da União Europeia a 25 mas as nossas auto-estradas são 3,2% das existentes naquele conjunto de países. Condizente com estes valores, a carga transportada nas nossas estradas é de cerca de 1,4 % da carga total movimentada nas estradas comunitárias.
A parte das auto-estradas no conjunto da rede viária representa 2,3 % - o terceiro valor mais elevado, apenas inferior ao caso de Espanha e do Luxemburgo.
Mas os indicadores mais significativos são os que relacionam a extensão da rede com a capacidade económica do país. Portugal é o segundo país com mais quilómetros (8,3 km) por bilião de dólares de PIB. Apenas o Canadá – devido á extensão do território – ultrapassa aquele valor.
Um outro ângulo para avaliar a situação é a comparação da extensão da rede de auto-estradas com a actividade gerada na rede viária.
Tomemos a evolução do transporte de mercadorias em território nacional. A elasticidade do volume de mercadorias face ao PIB, entre 1990 e 2006, foi de apenas 0,27 - quando a elasticidade da rede das auto-estradas foi de 4,55. Veja-se o caso Espanhol: no mesmo período, a elasticidade do volume de mercadorias transportadas foi de 0,81, a condizer com os 0,88 de elasticidade extensão das auto-estradas. Por detrás destes números esconde-se este registo brutal: nos últimos 15 anos, enquanto Portugal aumentou a rede de auto-estradas em 480% e o volume das mercadorias transportadas em 28,5%, a Espanha aumentou sua rede de auto-estradas em 130% e o volume de mercadorias transportadas em 121%.
Vejamos o que se passa na área do movimento de passageiros. O número de passageiros/km por pessoa, em 2004, era, em Portugal, de 6.396 biliões, contra 10.624 biliões na União Europeia 15. Estes números escondem um brutal aumento da mobilidade individual e uma redução, contra a corrente, do transporte colectivo. Entre 1990 e 2004, em Portugal, o número de passageiros/ km em carros individuais aumentou 139% - implicando uma elasticidade, face ao PIB, de 1,3 - contra apenas 31% na União Europeia a 15; a Espanha teve um aumento mais moderado: 104%. Em contrapartida, o transporte colectivo cresceu, em Portugal, apenas 0,5% naquele período, contra 12,8% na União a 15 e 60% em Espanha. Mas o mais notável é que desde 1995 até 2004, enquanto na União Europeia a 15 o transporte colectivo aumentou 10%, em Portugal regrediu 4% e em Espanha registou um aumento notável de 35%.
De acordo com as informações disponíveis, foram emitidos anúncios de concursos públicos para a construção de 2.433 km de novas estradas, dos quais 881 km (cerca de 36%) serão auto-estradas. Estas obras, a concretizarem-se, representariam um acréscimo de 48% na rede de auto-estradas e de apenas 2% na rede de estradas vulgares. O peso das auto-estradas na rede total passaria a ser de 3,3%.»
(Avelino de Jesus, O caso das auto-estradas portuguesas: A evidência do excesso de vias, Jornal de Negócios)
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gestão pública
29/07/2008
A promiscuidade não é uma prática recomendável (também nos bancos)
Ainda estamos longe do fim dos ajustamentos nos bancos portugueses, que estão a pagar as consequências de irem para a cama uns com os outros e todos eles com os seus clientes.
Caiem as acções do Millenium bcp e o BPI regista as correspondentes menos-valias nas suas participações. Caiem os activos e os resultados do BPI, o que faz cair a sua cotação, o que, por sua vez, faz cair ainda mais o Millenium bcp, o que faz cair outra vez o BPI, e assim sucessivamente.
Caiem as acções do Millenium bcp e do BPI e o valor dos fundos de pensões do Millenium bcp e do BPI cai também, o que gera uma insuficiência face às responsabilidades por pensões que os bancos terão que repor. No entretanto, o mercado desconta essa insuficiência nas cotações que caiem outra vez.
Caiem as acções do Millenium bcp e do BPI e os grandes accionistas cotados (sobretudo os accionistas do Millenium bcp) vêem os activos diminuir e o mercado penalizar as suas acções. Diminuem os activos desses clientes e o seu risco de crédito aumenta. O mercado não deixará de penalizar os bancos de que são accionistas e clientes com empréstimos avultados (a Teixeira Duarte, accionista do Millenium bcp, deve-lhe mais do que valor da sua capitalização bolsista).
Caiem as acções do Millenium bcp e o BPI regista as correspondentes menos-valias nas suas participações. Caiem os activos e os resultados do BPI, o que faz cair a sua cotação, o que, por sua vez, faz cair ainda mais o Millenium bcp, o que faz cair outra vez o BPI, e assim sucessivamente.
Caiem as acções do Millenium bcp e do BPI e o valor dos fundos de pensões do Millenium bcp e do BPI cai também, o que gera uma insuficiência face às responsabilidades por pensões que os bancos terão que repor. No entretanto, o mercado desconta essa insuficiência nas cotações que caiem outra vez.
Caiem as acções do Millenium bcp e do BPI e os grandes accionistas cotados (sobretudo os accionistas do Millenium bcp) vêem os activos diminuir e o mercado penalizar as suas acções. Diminuem os activos desses clientes e o seu risco de crédito aumenta. O mercado não deixará de penalizar os bancos de que são accionistas e clientes com empréstimos avultados (a Teixeira Duarte, accionista do Millenium bcp, deve-lhe mais do que valor da sua capitalização bolsista).
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a nódoa cai em qualquer pano
28/07/2008
ARTIGO DEFUNTO: quanto mais depressa, mais devagar
Segundo o SOL, uma variável cresce duas vezes mais depressa do que outra quando o incremento absoluto da primeira é o dobro do incremento absoluto da segunda. De acordo com esta visão, chamemos-lhe assim, com os seguintes valores das mesmas variáveis a taxa de juro dos empréstimos cresce em todos os cenários «duas vezes mais depressa» do que a taxa dos depósitos:
Isto é, o «sobe duas vezes mais depressa» do SOL tanto pode ser quase à mesma velocidade, como quase duas vezes mais depressa, como duas vezes e meia mais depressa, como exactamente ao mesmo ritmo, etc. e tal.
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as aparências iludem,
o saber ocupa lugar
27/07/2008
Se a coisa continua assim, sou homem para de lhe dar o meu voto útil
A entrevista de Manuela Ferreira Leite ao Expresso surpreendeu positivamente. Depois dum silêncio entrecortado por declarações avulsas de lugares comuns, a presidenta do PSD desvendou algumas linhas interessantes sobre o seu estilo e as suas políticas.
Quanto ao estilo, depois de 3 anos de insultar os portugueses infatilizando-os e julgando-os incapazes de lidar com as más notícias, parece uma boa ideia começar a falar verdades. Como também é uma boa ideia mudar o foco da acção da política da gestão da imagem e das expectativas para os resultados.
O investimento público continua a ser o calcanhar de Aquiles de Ferreira Leite. Soam um bocadinho a falso as dúvidas que agora a assaltam em contraste com as certezas de há poucos anos atrás. Ficava-lhe melhor deixar mais claro que mais investimento público feito à custa de impostos actuais e futuros é menos investimento privado.
Os espíritos liberais (vade retro) ou, haja deus, pelo menos não colectivistas, gostam de ouvi-la dizer que é «defensora da iniciativa privada» e que o Estado se deve concentrar «nas funções de soberania (Justiça, Defesa, Segurança, Estrangeiros)». As parcerias com privados nas outras áres, tipo 3.ª via blairista, sendo talvez o máximo que o atavismo colectivista dos portugueses consegue suportar poderá considerar-se um exercício da arte do possível.
Em conclusão, talvez tenha que reconhecer (provisoriamente) que Ferreira Leite é a melhor líder possível para o melhor partido possível na via não colectivista de mitigação do Estado assistencialista.
Quanto ao estilo, depois de 3 anos de insultar os portugueses infatilizando-os e julgando-os incapazes de lidar com as más notícias, parece uma boa ideia começar a falar verdades. Como também é uma boa ideia mudar o foco da acção da política da gestão da imagem e das expectativas para os resultados.
O investimento público continua a ser o calcanhar de Aquiles de Ferreira Leite. Soam um bocadinho a falso as dúvidas que agora a assaltam em contraste com as certezas de há poucos anos atrás. Ficava-lhe melhor deixar mais claro que mais investimento público feito à custa de impostos actuais e futuros é menos investimento privado.
Os espíritos liberais (vade retro) ou, haja deus, pelo menos não colectivistas, gostam de ouvi-la dizer que é «defensora da iniciativa privada» e que o Estado se deve concentrar «nas funções de soberania (Justiça, Defesa, Segurança, Estrangeiros)». As parcerias com privados nas outras áres, tipo 3.ª via blairista, sendo talvez o máximo que o atavismo colectivista dos portugueses consegue suportar poderá considerar-se um exercício da arte do possível.
Em conclusão, talvez tenha que reconhecer (provisoriamente) que Ferreira Leite é a melhor líder possível para o melhor partido possível na via não colectivista de mitigação do Estado assistencialista.
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antes isso que outra coisa
25/07/2008
ESTADO DE SÍTIO: Não te cuides. Nós cuidamos de ti.
Portaria n.º 655/2008 de 25 de Julho
Constatando-se que, comparativamente aos restantes países europeus, são apontados para Portugal índices de saúde pública preocupantes, designadamente nas áreas do alcoolismo, do consumo de substâncias ilícitas, das infecções sexualmente transmissíveis, entre elas o VIH/sida, da gravidez não desejada na adolescência, da cirrose hepática alcoólica, da tuberculose, da obesidade, entre outras, impõe-se que o Instituto Português da Juventude, I. P., actue nesta área de forma articulada e consequente.
Bla bla
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, ao abrigo das alíneas g) e q) do n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 168/2007, de 3 de Maio, o seguinte:
1.º É criado o Programa CUIDA-TE, com o objectivo de promover a saúde juvenil e estilos de vida saudáveis junto da população jovem.
Bla bla
Para quando o chip nas meninges dos nossos jovens?
Constatando-se que, comparativamente aos restantes países europeus, são apontados para Portugal índices de saúde pública preocupantes, designadamente nas áreas do alcoolismo, do consumo de substâncias ilícitas, das infecções sexualmente transmissíveis, entre elas o VIH/sida, da gravidez não desejada na adolescência, da cirrose hepática alcoólica, da tuberculose, da obesidade, entre outras, impõe-se que o Instituto Português da Juventude, I. P., actue nesta área de forma articulada e consequente.
Bla bla
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, ao abrigo das alíneas g) e q) do n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 168/2007, de 3 de Maio, o seguinte:
1.º É criado o Programa CUIDA-TE, com o objectivo de promover a saúde juvenil e estilos de vida saudáveis junto da população jovem.
Bla bla
Para quando o chip nas meninges dos nossos jovens?
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bombeiro incendiário,
ejaculações legislativas
24/07/2008
O fotógrafo é talentoso mas a paisagem não ajuda
O ministro anexo Vítor Constâncio tem feito o seu melhor. Infelizmente para o Governo, o seu melhor é suficiente para o BdeP atrasar as más notícias mas não chega, por enquanto, para as evitar. Nos últimos dias, elas sucederam-se. Foi a revisão em baixa do crescimento do PIB, com Vítor Constâncio a chutar para fora e o FMI a enfatizar as causas domésticas. Foi o crescimento da taxa do crédito de cobrança duvidosa das empresas e dos particulares, com o incumprimento no crédito ao consumo a subir 50% num ano. Foi o volume da dívida de particulares a caminho de atingir o valor do PIB. Foi o défice da balança comercial a ultrapassar 10% do PIB. Foi a dívida do Estado a crescer 5% e a subir acima de 70% do PIB, ultrapassando largamento o limite de endividamento, com a dívida total em cerca de 100% do PIB.
E no entanto, José Sócrates, acolitado pelos ministros-megafone (Lino e Pinho, para não me alongar), assessorado pelas dezenas de aprendizes de spin doctors que gravitam em redor do governo, e suportado pelas centenas de jornalistas de causas ou de interesses, ou simplesmente uns pobres-diabos procurando um lugar ao sol do orçamento, faz tudo o que pode para que seja revelado ao povo ignaro o paraíso que o espera logo a seguir às eleições. Segundo o serviço Telenews da MediaMonitor, durante o 1.º semestre, José Sócrates apareceu em pessoa em 754 notícias de TV e esteve no ar cerca de 30 horas, ou seja em média 10 minutos por dia, sem contar com os inúmeros outros programas em que participou, foi citado ou mostrado.
E no entanto, José Sócrates, acolitado pelos ministros-megafone (Lino e Pinho, para não me alongar), assessorado pelas dezenas de aprendizes de spin doctors que gravitam em redor do governo, e suportado pelas centenas de jornalistas de causas ou de interesses, ou simplesmente uns pobres-diabos procurando um lugar ao sol do orçamento, faz tudo o que pode para que seja revelado ao povo ignaro o paraíso que o espera logo a seguir às eleições. Segundo o serviço Telenews da MediaMonitor, durante o 1.º semestre, José Sócrates apareceu em pessoa em 754 notícias de TV e esteve no ar cerca de 30 horas, ou seja em média 10 minutos por dia, sem contar com os inúmeros outros programas em que participou, foi citado ou mostrado.
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central de manipulação,
E agora José?,
ecoanomia
23/07/2008
NÓS VISTOS POR ELES: o sonho dos trolhas
DESDE 2005 alerto para o absurdo TGV. O Tribunal de Contas da Suécia condenou-o por derrapagens e errados cálculos de utentes num experimental de 40 km. Na Holanda, o povo protesta. Em Espanha, a RAVE tem mil milhões/ano em subsídios. Portugal forneceria só pedra e trolha, pois só empresas de três países têm os certificados exigidos.
Para compensar os 13 minutos a travar, parar e acelerar, mostram os alemães que o mínimo entre paragens é 190km.
Na Suécia, o velho Alfa faz em média 150 km/h com paragens a cada 98km. O nosso novo faz 90 km/h pois há muitos troços com 80, em vez do máximo 220. Corrigi-los custa 200, não 3.000 milhões. A UE apoia também o Alfa! A pobre Suécia agora nomeou um grupo para estudar se terá TGV em 2030, quando deixar de usar crude!!! Como num curto troço entre Lisboa e Porto, tem 450 km do tronco Malmo-Estocolmo congestionado. Em vez de TGV, instalará apenas próximo de algumas estações, um 3º carril de 9km, para os comboios de carga e regionais acelerarem antes de entrarem no tronco e assim ocupar menos tempo.
A pobre Suécia não compra caras locomotivas para maior potência, mas renova motores e, em alguns casos, usa duas velhas.
A previsão da RAVE para 700 mil pessoas no TGV Lisboa-Madrid é um sonho. Publiquei em Lisboa, em 2006, que os voos não iriam aumentar, mas trariam mais viajantes ao melhor usarem a capacidade. Hoje a estatística da ANA mostra que, sem aumento de voos, eles trazem mais 4% de turistas. As low-cost continuarão com Lisboa-Madrid a 50-80 e não 95€, valor provável do bilhete do TGV. A diferente bitola em Espanha não é problema. Por 80 anos, o comboio Paris-Madrid usou só três minutos na passagem. A distância Lisboa-Madrid é igual a Malmo-Estocolmo. O novo Alfa fá-la-ia em menos de 4h ao ligar duas capitais a seis cidades, que cresceriam. Como lá, veria o tráfego aumentar, empresas locais a ganhar.
«TGV, Alfa e 3º carril», no OJE de ontem, por JACK SOIFER, empresário e consultor internacional
Para compensar os 13 minutos a travar, parar e acelerar, mostram os alemães que o mínimo entre paragens é 190km.
Na Suécia, o velho Alfa faz em média 150 km/h com paragens a cada 98km. O nosso novo faz 90 km/h pois há muitos troços com 80, em vez do máximo 220. Corrigi-los custa 200, não 3.000 milhões. A UE apoia também o Alfa! A pobre Suécia agora nomeou um grupo para estudar se terá TGV em 2030, quando deixar de usar crude!!! Como num curto troço entre Lisboa e Porto, tem 450 km do tronco Malmo-Estocolmo congestionado. Em vez de TGV, instalará apenas próximo de algumas estações, um 3º carril de 9km, para os comboios de carga e regionais acelerarem antes de entrarem no tronco e assim ocupar menos tempo.
A pobre Suécia não compra caras locomotivas para maior potência, mas renova motores e, em alguns casos, usa duas velhas.
A previsão da RAVE para 700 mil pessoas no TGV Lisboa-Madrid é um sonho. Publiquei em Lisboa, em 2006, que os voos não iriam aumentar, mas trariam mais viajantes ao melhor usarem a capacidade. Hoje a estatística da ANA mostra que, sem aumento de voos, eles trazem mais 4% de turistas. As low-cost continuarão com Lisboa-Madrid a 50-80 e não 95€, valor provável do bilhete do TGV. A diferente bitola em Espanha não é problema. Por 80 anos, o comboio Paris-Madrid usou só três minutos na passagem. A distância Lisboa-Madrid é igual a Malmo-Estocolmo. O novo Alfa fá-la-ia em menos de 4h ao ligar duas capitais a seis cidades, que cresceriam. Como lá, veria o tráfego aumentar, empresas locais a ganhar.
«TGV, Alfa e 3º carril», no OJE de ontem, por JACK SOIFER, empresário e consultor internacional
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Desfazendo ideias feitas,
TGV
Les bons esprits se rencontrent
Hugo Chávez convida Rússia a instalar bases militares em território venezuelano e Sócrates reúne-se hoje com Chávez pela terceira vez em menos de oito meses. A network de Sócrates não se limita a este triângulo com Chávez e o czar Vladimir Putin. É um polígono que também inclui outros da mesma espécie, como o cleptocrata dos Santos e o Coronel Muamar Khadafi. Não será demasiada promiscuidade mal coberta pela diplomacia económica?
Se as coisas continuam assim ainda acabo a votar na doutora Ferreira Leite malgré elle.
Se as coisas continuam assim ainda acabo a votar na doutora Ferreira Leite malgré elle.
22/07/2008
DIÁLOGOS DE PLUTÃO: a retórica socrática é imbatível
Em Portugal, o poder de compra caiu de tal modo que até a classe média está a sentir na pele essa queda. No seu estilo inconfundível, o Bloco de Esquerda atacou o Governo com o seguinte argumento:[diálogo enviado por RR]
- Temos a situação tão degradada com os valores éticos, sociais e morais a ser postos quotidianamente em causa por este Governo, que até universitárias estão a começar a prostituir-se.
A resposta de Sócrates não se fez esperar:
- Em primeiro lugar, este Governo não recebe lições de ética, nem quaisquer outras, de ninguém; em segundo lugar e como é apanágio de V. Ex.ª que já nos habituou à distorção sistemática da realidade, o que acontece é exactamente o oposto: a situação é tão boa que devido ao Programa Novas Oportunidades até as prostitutas já são universitárias.
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delírios pontuais,
se non è vero
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: a autoridade moral dos herdeiros do império soviético
Secção Com a verdade me enganas
Com o savoir-faire que lhe advém do tratamento judicial do caso Yukos (Mikhail Khodorkovsky) e de muitos outros e a propósito da detenção do chefe dos sérvios da Bósnia Radovan Karadzic, o governo do czar Vladimiro produziu um comunicado pela pena do ministro russo dos Negócios Estrangeiros «acusando o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia de ter frequentemente "tomado partido"» e esperando «que o inquérito e que o processo de Karadzic tenham um carácter imparcial».
Ganha o governo do czar Vladimiro cinco ignóbeis, pela extrema hipocrisia, e outros cinco bourbons, por continuar a usar os mesmos meios soviéticos para fins semelhantes (um pouco mais oligárquicos).
Com o savoir-faire que lhe advém do tratamento judicial do caso Yukos (Mikhail Khodorkovsky) e de muitos outros e a propósito da detenção do chefe dos sérvios da Bósnia Radovan Karadzic, o governo do czar Vladimiro produziu um comunicado pela pena do ministro russo dos Negócios Estrangeiros «acusando o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia de ter frequentemente "tomado partido"» e esperando «que o inquérito e que o processo de Karadzic tenham um carácter imparcial».
Ganha o governo do czar Vladimiro cinco ignóbeis, pela extrema hipocrisia, e outros cinco bourbons, por continuar a usar os mesmos meios soviéticos para fins semelhantes (um pouco mais oligárquicos).
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incorrigível
21/07/2008
A fábula politicamente correcta do trabalho na Google, talvez não passe disso mesmo: fábula
A mim sempre me pareceu enjoativo e doentio o clima de trabalho alegadamente existente na Google, talvez parecido com uma empresa soviética no período heróico do comunismo. Mesmo descontando o enviesamento possível dum Steve Jobs, vale a pena ler o que ele pensa das baias onde vivem os executivos da Google. Ou como vê Aaron Swartz a infantilização dos empregados da Google. Ou como se sentiu um manager regressado à Microsoft depois da experiência na Google. Ou como Danny Thorpe evidencia a bovinidade com que são tratados recém-contratados.
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Desfazendo ideias feitas
20/07/2008
ARTIGO DEFUNTO: branqueamento de reputações
Não é muito frequente ler a Pluma Caprichosa de Clara Ferreira Alves na Única do Expresso e sentir uma tão grande afinidade com os seus costumeiros pensamentos vitriólicos como a que senti com a sua crónica de ontem sobre São Paulo Teixeira Pinto.
Para além da estranheza com que vejo a convivência daquela aura de santidade com as manobras cosmésticas do Millenium bcp, há estranheza da teia que sua santidade conseguiu tão rapidamente montar em cima do jornalismo não já de causas mas de interesses.
Para além da estranheza com que vejo a convivência daquela aura de santidade com as manobras cosmésticas do Millenium bcp, há estranheza da teia que sua santidade conseguiu tão rapidamente montar em cima do jornalismo não já de causas mas de interesses.
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a nódoa cai em qualquer pano,
eu diria mesmo mais
O Banco de Portugal como gabinete de relações públicas do Governo
Enquanto Vítor Constâncio, talvez distraído com o estudo da alternativa nuclear, «diz que as dores de crescimento da economia portuguesa são praticamente todas importadas do exterior», o FMI não pede licença para discordar e esclarece que «a deterioração do ambiente económico global está a limitar a retoma portuguesa, mas os problemas fundamentais da economia são domésticos: défice externo e público elevados, endividamento muito alto das famílias, empresas e Estado e um substancial diferencial de competitividade».
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incorrigível,
lugar do outro,
ministro anexo
19/07/2008
TRIVIALIDADES: Novas bichezas (2)
Mais uma das 16.969 novas espécies descobertas ou descritas pela primeira vez em 2006, segundo o "State of Observed Species": a raia Electrolux addisoni que, como o nome sugere, tem uma potente acção de sucção das suas presas a quem ainda proporciona uma experiência electrizante.
Vá-se lá saber porquê, recordei a anedota do sonho de Putin: (*)
José Estaline aparece a Vladimir Putin num sonho:(*) Há muitas mais em Hammer And Tickle: A History Of Communism Told Through Communist Jokes, de Ben Lewis.
- Tovarich, tenho dois conselhos para ti: manda matar todos os teus inimigos e pinta o Kremlin de azul.
Sem hesitar, Putin pergunta:
- Porquê pintar o Kremlin de azul?
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NÓS VISTOS POR ELES: o verdadeiro problema
Para todos os efeitos práticos, Nuno Garoupa, um estrangeirado, olha para nós com aquela estranheza de um estrangeiro.
O verdadeiro problema não é do PS, mas dos portugueses. As reformas do governo foram o melhor possível por quem melhor as podia fazer. Mas são insuficientes, sem resultados, adiada que está a retoma da convergência real para 2014 (naquilo que para mim é o cenário optimista da OCDE, já que me inclino mais para a previsão de Henrique Medina Carreira de que seremos o país mais pobre da UE27 em 2020, previsão que foi gozada de forma arrogante e deselegante pelos mesmos que nos diziam no final dos anos 90 que hoje estaríamos entre os mais ricos e desenvolvidos da união). E soluções milagrosas vindas de Belém são uma mera ilusão que seguramente o actual Presidente da República não vai poder satisfazer. A melhor previsão para a próxima legislatura é que vai ser mais do mesmo, em bloco central, versão maxi (PS-PSD), ou em versão mini (PS-CDS).
Para quem acompanha o que se passa em Portugal desde fora, resta constatar a paciência dos portugueses. Dez anos a falar de crise, vinte anos de promessas jamais cumpridas, sempre os mesmos a dizer que agora é que vai ser, dezenas de ministros e secretários de Estado que descobrem as receitas milagrosas depois de sair do governo. E, surpreendentemente, nada muda. Entre PS e PSD, a vida continuará, com mais das mesmas receitas. E com outros quatro anos a falar do empobrecimento relativo de Portugal.
O verdadeiro problema não é do PS, mas dos portugueses. As reformas do governo foram o melhor possível por quem melhor as podia fazer. Mas são insuficientes, sem resultados, adiada que está a retoma da convergência real para 2014 (naquilo que para mim é o cenário optimista da OCDE, já que me inclino mais para a previsão de Henrique Medina Carreira de que seremos o país mais pobre da UE27 em 2020, previsão que foi gozada de forma arrogante e deselegante pelos mesmos que nos diziam no final dos anos 90 que hoje estaríamos entre os mais ricos e desenvolvidos da união). E soluções milagrosas vindas de Belém são uma mera ilusão que seguramente o actual Presidente da República não vai poder satisfazer. A melhor previsão para a próxima legislatura é que vai ser mais do mesmo, em bloco central, versão maxi (PS-PSD), ou em versão mini (PS-CDS).
Para quem acompanha o que se passa em Portugal desde fora, resta constatar a paciência dos portugueses. Dez anos a falar de crise, vinte anos de promessas jamais cumpridas, sempre os mesmos a dizer que agora é que vai ser, dezenas de ministros e secretários de Estado que descobrem as receitas milagrosas depois de sair do governo. E, surpreendentemente, nada muda. Entre PS e PSD, a vida continuará, com mais das mesmas receitas. E com outros quatro anos a falar do empobrecimento relativo de Portugal.
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um país talvez normal mas rançoso
18/07/2008
O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: 30 anos depois
Situação: O Pedro está a pensar ir até ao monte depois das aulas, assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João, com a qual espera poder fazer uma fisga
Ano 1978 - O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2008 - A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas
Ano 1978 - Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2008 - A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura-Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.
Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas
Ano 1978 - Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2008 - Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.
Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este
Ano 1978 - O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2008 - Prendem o pai do Luís por maus tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
Situação: O Zezinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar
Ano 1978 - Passado pouco tempo, o Zezinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2008 - A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego.
Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zezinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.
Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro
Ano 1978 - Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.
Ano 2008 - A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
Situação: Tens que fazer uma viagem
Ano 1978 - Viajas num avião de TAP, dão-te de comer, convidam-te a beber seja o que for, tudo servido por hospedeiras de bordo espectaculares, num banco que cabem dois como tu.
Ano 2008 - Entras no avião a apertar o cinto nas calças, que te obrigaram a tirar no controle. Enfiam-te num banco onde tens de respirar fundo para entrar e espetas o cotovelo na boca do passageiro ao lado e se tiveres sede o hospedeiro maridas apresenta-te um menu de bebidas com os preços inflacionados 150%, só porque sim. E não protestes muito pois quando aterrares enfiam-te o dedo mais gordo do mundo pelo c... acima para ver se trazes drogas.
Situação: Fazias uma asneira na sala de aula
Ano 1978 - O professor espetava duas valentes lambadas bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'
Ano 2008 - Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.
Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno
Ano 1978 - Não se passa nada.
Ano 2008 - As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e diarreia.
Situação: O fim das férias
Ano 1978 - Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar.
Ano 2008 - Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e diarreia.
[enviado por FM]
Ano 1978 - O director da escola vê, pergunta-lhe onde se vendem, mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2008 - A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório. A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
Situação: O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas
Ano 1978 - Os companheiros animam a luta, o Carlos ganha. Dão as mãos e acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2008 - A escola é encerrada. A SIC proclama o mês anti-violência escolar, O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar a Moura-Guedes à porta da escola a apresentar o telejornal, mesmo debaixo de chuva.
Situação: O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas
Ano 1978 - Mandam o Jaime ir falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho. O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2008 - Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin. O Jaime parece um Zombie. A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.
Situação: O Luis parte o vidro dum carro do bairro dele. O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este
Ano 1978 - O Luis tem mais cuidado da próxima vez. Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem sucedido.
Ano 2008 - Prendem o pai do Luís por maus tratos a menores. Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua. Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre. A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo. O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
Situação: O Zezinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho. A sua professora Maria encontra-o sentado na berma da pista a chorar. Maria abraça-o para o consolar
Ano 1978 - Passado pouco tempo, o Zezinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2008 - A Maria é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego.
Confronta-se com 3 anos de prisão. O Zezinho passa 5 anos de terapia em terapia. Os seus pais processam a escola por negligência e a Maria por trauma emocional, ganhando ambos os processos. Maria, no desemprego e cheia de dívidas suicida-se atirando-se de um prédio. Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da Maria por destruição de propriedade. Ganham. A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.
Situação: Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro
Ano 1978 - Depois de uns socos esquivos, levantam-se e cada um para sua casa. Amanhã são colegas.
Ano 2008 - A TVI envia os seus melhores correspondentes. A SIC prepara uma grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos. Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial. A juventude Skinhead finge revolucionar-se a respeito disto. O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
Situação: Tens que fazer uma viagem
Ano 1978 - Viajas num avião de TAP, dão-te de comer, convidam-te a beber seja o que for, tudo servido por hospedeiras de bordo espectaculares, num banco que cabem dois como tu.
Ano 2008 - Entras no avião a apertar o cinto nas calças, que te obrigaram a tirar no controle. Enfiam-te num banco onde tens de respirar fundo para entrar e espetas o cotovelo na boca do passageiro ao lado e se tiveres sede o hospedeiro maridas apresenta-te um menu de bebidas com os preços inflacionados 150%, só porque sim. E não protestes muito pois quando aterrares enfiam-te o dedo mais gordo do mundo pelo c... acima para ver se trazes drogas.
Situação: Fazias uma asneira na sala de aula
Ano 1978 - O professor espetava duas valentes lambadas bem merecidas. Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'
Ano 2008 - Fazes uma asneira. O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation 3.
Situação: Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno
Ano 1978 - Não se passa nada.
Ano 2008 - As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e diarreia.
Situação: O fim das férias
Ano 1978 - Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, terminam as férias. No dia seguinte vai-se trabalhar.
Ano 2008 - Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias. As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e diarreia.
[enviado por FM]
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delírios pontuais
17/07/2008
CASE STUDY: Robin dos Bosques, frei Tuck e o xerife de Nottingham trocam de papéis e confundem toda a gente
Não é de todos os dias que um único caso evidencia a demagogia, a duplicidade, a ignorância e/ou a incompetência, por junto e em separado, do governo, da administração da Galp, do jornalismo generalista e especializado, dos comentadores, e de muitas das luminárias que se pronunciaram sobre a taxa Robin dos Bosques.
No dia 10 o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais comunica a aprovação da taxa Robin dos Bosques e salienta a sua «neutralidade fiscal», porque a valorização patrimonial «já era alvo de incidência por parte da administração fiscal».
No dia 11 o JN titulava «Taxa Robin dos Bosques não tem impacto nos lucros da Galp» e citava uma fonte da Galp: "O novo critério de valorimetria dos stocks para efeitos fiscais, poderá implicar uma antecipação do pagamento de imposto que, a título de exemplo, à data de 31 de Março de 2008 corresponderia aproximadamente a 110 milhões de euros".
A mesma ou outra fonte da Galp citada pelo DE terá dito que o Robin «não tem qualquer impacto» nos resultados.
No dia 15 o CEO da Galp jurava que o Robin dos Bosques não iria repercutir-se sobre o preço dos combustíveis, o que faria supor das duas, uma: ou o Robin seria apenas uma antecipação do IRC ou o lucro da Galp diminuiria. Ao mesmo tempo, jurava também que a distribuição de dividendos aos accionistas não seria afectada o que faria supor das duas, uma: ou o Robin seria apenas uma antecipação do IRC ou a Galp distribuiria o mesmo dividendo com menores lucros, eventualmente até sem lucro. Também terá dito que o Robin iria degradar os resultados mas como já estava a constituir provisões (que, como se sabe, diminuem os resultados) não haveria impacto nos resultados.
Ainda no dia 15, o líder parlamentar do PCP protestava porque afinal não havia Robin, citando o secretário de estado dos Assuntos Fiscais que teria dito que «não há taxa acrescida, nem nova tributação. Quanto muito há uma antecipação de receitas fiscais». Enquanto isso, a Agência Financeira pespegava este título delirante: «Galp vai pagar taxa Robin dos Bosques com provisões»
No dia 16 «Bruxelas escusa-se a comentar taxa Robin dos Bosques». Possivelmente uma outra Bruxelas que se tinha pronunciado no dia 11 «contra Taxa Robin dos Bosques»
No mesmo dia, o ministro doutor Santos Silva diz aos deputados, tentando apaziguar a inquietação dos doutores Bernardino e Louçã, que será «uma nova taxa autónoma» e que haverá uma receita adicional superior a 100 milhões de euros não dedutível no IRC.
O CEO da Galp, segundo o DE, já admitia hoje que poderia ter de pagar até 150 milhões. O BPI referia que se situaria entre 300 a 380 milhões.
No dia 10 o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais comunica a aprovação da taxa Robin dos Bosques e salienta a sua «neutralidade fiscal», porque a valorização patrimonial «já era alvo de incidência por parte da administração fiscal».
No dia 11 o JN titulava «Taxa Robin dos Bosques não tem impacto nos lucros da Galp» e citava uma fonte da Galp: "O novo critério de valorimetria dos stocks para efeitos fiscais, poderá implicar uma antecipação do pagamento de imposto que, a título de exemplo, à data de 31 de Março de 2008 corresponderia aproximadamente a 110 milhões de euros".
A mesma ou outra fonte da Galp citada pelo DE terá dito que o Robin «não tem qualquer impacto» nos resultados.
No dia 15 o CEO da Galp jurava que o Robin dos Bosques não iria repercutir-se sobre o preço dos combustíveis, o que faria supor das duas, uma: ou o Robin seria apenas uma antecipação do IRC ou o lucro da Galp diminuiria. Ao mesmo tempo, jurava também que a distribuição de dividendos aos accionistas não seria afectada o que faria supor das duas, uma: ou o Robin seria apenas uma antecipação do IRC ou a Galp distribuiria o mesmo dividendo com menores lucros, eventualmente até sem lucro. Também terá dito que o Robin iria degradar os resultados mas como já estava a constituir provisões (que, como se sabe, diminuem os resultados) não haveria impacto nos resultados.
Ainda no dia 15, o líder parlamentar do PCP protestava porque afinal não havia Robin, citando o secretário de estado dos Assuntos Fiscais que teria dito que «não há taxa acrescida, nem nova tributação. Quanto muito há uma antecipação de receitas fiscais». Enquanto isso, a Agência Financeira pespegava este título delirante: «Galp vai pagar taxa Robin dos Bosques com provisões»
No dia 16 «Bruxelas escusa-se a comentar taxa Robin dos Bosques». Possivelmente uma outra Bruxelas que se tinha pronunciado no dia 11 «contra Taxa Robin dos Bosques»
No mesmo dia, o ministro doutor Santos Silva diz aos deputados, tentando apaziguar a inquietação dos doutores Bernardino e Louçã, que será «uma nova taxa autónoma» e que haverá uma receita adicional superior a 100 milhões de euros não dedutível no IRC.
O CEO da Galp, segundo o DE, já admitia hoje que poderia ter de pagar até 150 milhões. O BPI referia que se situaria entre 300 a 380 milhões.
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um país talvez normal mas rançoso
16/07/2008
ARTIGO DEFUNTO: Vitória moral do Hezbollah, segundo o jornalismo de causas
«As celebrações que se esperam hoje no Líbano, depois da libertação dos cinco prisioneiros, por contraste com o choro que varre Israel, após a entrega dos seus soldados dentro de caixões, indica que esta é a última vitória moral da milícia xiita sobre Telavive. As imagens dos soldados mortos foram recebidas entre soluços e choro em Kiriat Motzkin e Naharía, as localidades onde moram as famílias de Regev e Goldwasser (Público).»
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jornalismo de causas
Leitura recomendada sobre a medicina do Governo para a crise
«As propostas apresentadas (pelo governo no debate do Estado da Nação) constituem um imenso conjunto de equívocos, de falta de adequação à realidade e de demagogia, que revelam bem o estado de desnorte a que chegou o Governo.»
Veja porquê em O (des)Governo da Nação de Miguel Frasquilho, no Jornal de Negócios.
Veja porquê em O (des)Governo da Nação de Miguel Frasquilho, no Jornal de Negócios.
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E agora José?,
incorrigível
14/07/2008
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: mais vale só que mal acompanhada
Secção Frases Assassinas
Quatro merecidos afonsos é o que se lhe concede de bom grado. O quinto virá quando resolver trespassar o namorado, trespasse que a minha mente conspiratória já pressente. Ainda que com o preço improvável de finar-se solteira.
Dois afonsos também para o comentário delicioso de Nuno Ramos de Almeida no post do 5 dias.net com o mesmo título: «Com feitiozinho que a f tem, mesmo muito jovem, vai finar-se solteira. Tem que perceber que ela também se queixaria se houvesse falta de barulho, está-lhe na massa do sangue. Estou convencido que se tivesse que escolher um só livro para levar para uma ilha deserta, seria o livro de reclamações.»
«Não há dinheiro? Pois parece que não. Uma parte considerável dele deve servir para pagar os ordenados das pessoas que dormitam nos gabinetes, enquanto a cidade morre.»Poderia ter sido publicado aqui no (Im)pertinências, mas foi escrito pela jornalista Fernanda Câncio no DN sobre o funcionamento desse pletórico cemitério com 10.000 jazigos que são os serviços da Câmara Municipal de Lisboa. Este seu artigo Por quem a cidade arde segue-se a um outro (Sequestro dos Inquilinos) que também poderia ser acolhido no (Im)pertinências.
Quatro merecidos afonsos é o que se lhe concede de bom grado. O quinto virá quando resolver trespassar o namorado, trespasse que a minha mente conspiratória já pressente. Ainda que com o preço improvável de finar-se solteira.
Dois afonsos também para o comentário delicioso de Nuno Ramos de Almeida no post do 5 dias.net com o mesmo título: «Com feitiozinho que a f tem, mesmo muito jovem, vai finar-se solteira. Tem que perceber que ela também se queixaria se houvesse falta de barulho, está-lhe na massa do sangue. Estou convencido que se tivesse que escolher um só livro para levar para uma ilha deserta, seria o livro de reclamações.»
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eu diria mesmo mais,
teorias da conspiração
13/07/2008
CASE STUDY: o caminho de servidão para o não desenvolvimento
«Ao falar esta tarde no debate do Estado da Nação que tem lugar no parlamento, Sócrates precisou que, dos 1316 quilómetros (*) de estradas construídas, 92% são no interior no país. O chefe do Governo notou que apenas 47% dessas estradas são auto-estradas. E a maior parte delas são com portagens. A que não terá portagem é a auto-estrada que faz ligação a Bragança, para apoiar o desenvolvimento do interior do país.» (DE)
(*) O senhor engenheiro enganou-se. Talvez inspirado pelo rácio médio de derrapagem das obras públicas só referiu metade da quilometragem prevista. Dois dias antes tinha oferecido 30% de redução fiscal esquecendo-se que os carros eléctricos já estão isentos. São, por assim dizer, mais sintomas de aproximação ao guterrismo (recorde-se a estória do PIB: bla bla «é só fazer as contas» bla bla).
Imagine-se se o senhor engenheiro fosse o primeiro-ministro duma região insular ultra-periférica (dialecto europês), povoada de descendentes de comedores de batatas. Certamente já teria coberto a ilha de revestimento betuminoso e construído um túnel para o TGV de Dublin para Liverpool.
(*) O senhor engenheiro enganou-se. Talvez inspirado pelo rácio médio de derrapagem das obras públicas só referiu metade da quilometragem prevista. Dois dias antes tinha oferecido 30% de redução fiscal esquecendo-se que os carros eléctricos já estão isentos. São, por assim dizer, mais sintomas de aproximação ao guterrismo (recorde-se a estória do PIB: bla bla «é só fazer as contas» bla bla).
Imagine-se se o senhor engenheiro fosse o primeiro-ministro duma região insular ultra-periférica (dialecto europês), povoada de descendentes de comedores de batatas. Certamente já teria coberto a ilha de revestimento betuminoso e construído um túnel para o TGV de Dublin para Liverpool.
[Fontes: Mapa da Irlanda, Mapa de Portugal, Evolução do PIB e PNB - Miguel Frasquilho, citado aqui]
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E agora José?,
mais do mesmo
12/07/2008
11/07/2008
BLOGARIDADES: bom no género mau (ACTUALIZADO)
Aqui no (Im)pertinências concorda-se com João Miranda que escreveu há dias: «José Sócrates foi o melhor Primeiro-Ministro dos últimos 15 anos. E isto inclui a última fase de Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso e Santana Lopes.»
O Pertinente já disse que até ver admite votar em Sócrates. O Impertinente nunca (1) votará no senhor engenheiro precisamente porque o considera o melhor no género «Primeiro-Ministro dos últimos 15 anos» (2). Ou seja, o senhor engenheiro é bom no género mau. É bom a aplicar a péssima doutrina colectivista do estado social, assistencial e intrusivo e «é notável na gestão mediática e na manipulação dos média, através das legiões de spin doctors que gravitam ao seu redor» (reconheceu o Pertinente num momento de lucidez exacerbada).
(1) A não ser quando o challenger for o professor doutor Louçã ou o senhor Jerónimo Teixeira.
(2) Ou dos últimos 30 anos, com a possível excepção de Sá Carneiro que não teve tempo de mostrar em acção o seu pensamento liberal.
PS:
Eu sabia que o homem do PCP se chama Jerónimo de Sousa, mas, o que é que querem, por uma incontornável coisa freudiana que me deu chamei-lhe Teixeira.
O Pertinente já disse que até ver admite votar em Sócrates. O Impertinente nunca (1) votará no senhor engenheiro precisamente porque o considera o melhor no género «Primeiro-Ministro dos últimos 15 anos» (2). Ou seja, o senhor engenheiro é bom no género mau. É bom a aplicar a péssima doutrina colectivista do estado social, assistencial e intrusivo e «é notável na gestão mediática e na manipulação dos média, através das legiões de spin doctors que gravitam ao seu redor» (reconheceu o Pertinente num momento de lucidez exacerbada).
(1) A não ser quando o challenger for o professor doutor Louçã ou o senhor Jerónimo Teixeira.
(2) Ou dos últimos 30 anos, com a possível excepção de Sá Carneiro que não teve tempo de mostrar em acção o seu pensamento liberal.
PS:
Eu sabia que o homem do PCP se chama Jerónimo de Sousa, mas, o que é que querem, por uma incontornável coisa freudiana que me deu chamei-lhe Teixeira.
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blogaridades,
eu diria mesmo mais
10/07/2008
O sucesso do insucesso (ainda outra vez)
«Depois do sucesso no exame nacional de Matemática do 12.º ano, com a média nacional dos alunos internos a disparar para os 14 valores (em 20), agora foram os alunos do 9.º que revelaram uma melhoria muito significativa em relação à prova de 2007. A percentagem de negativas caiu de 72,8 por cento para 44,9 por cento, o que significa que há menos 38,3 por cento de notas negativas face à prova de 2007.» (Público)
Como é que ninguém se tinha lembrado disto antes! Se é verdade que o governo Sócrates não muda a realidade, ninguém pode acusá-lo de não se esforçar por mudar a nossa percepção da realidade.
Como é que ninguém se tinha lembrado disto antes! Se é verdade que o governo Sócrates não muda a realidade, ninguém pode acusá-lo de não se esforçar por mudar a nossa percepção da realidade.
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central de manipulação,
inducação
It's true, stupid.
Não me recordo da administração Bush ter pedido desculpas pelas centenas de dislates que George W. disse durante os dois mandatos e pelas asneiras que fez (não me peçam exemplos para o caldo não se entornar). Porque haveria de pedir desculpas por uma opinião bastante popular e substancialmente correcta?
Além do próprio e duns quantos italianos distraídos, quem discordará que Berlusconi é no mínimo «um dos mais controversos líderes na história de um país conhecido pela corrupção governamental (e) é visto por muitos como um diletante político que apenas obteve o seu alto cargo por meio da considerável influência exercida sobre os media nacionais, até sido obrigado a demitir-se em 2006». Pois não é que a Casa Branca pediu desculpa por esta nota biográfica distribuída à imprensa?
Felizmente a aposentadoria está à vista.
Além do próprio e duns quantos italianos distraídos, quem discordará que Berlusconi é no mínimo «um dos mais controversos líderes na história de um país conhecido pela corrupção governamental (e) é visto por muitos como um diletante político que apenas obteve o seu alto cargo por meio da considerável influência exercida sobre os media nacionais, até sido obrigado a demitir-se em 2006». Pois não é que a Casa Branca pediu desculpa por esta nota biográfica distribuída à imprensa?
Felizmente a aposentadoria está à vista.
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momentos fugazes de lucidez
09/07/2008
O sucesso do insucesso (outra vez)
«A taxa de reprovação de 7 por cento dos 36.674 alunos que fizeram este ano a prova de Matemática A é menos de metade da verificada no ano passado (18 por cento) e cerca de um quarto da de 2006 (29 por cento), indicam os dados oficiais distribuídos hoje à tarde pelo Ministério da Educação (ME).» (ver mais)
É o que se pode chamar apropriadamente obra feita e duradoura. É o resultado do respeito do direito dos alunos a terem sucesso.
É o que se pode chamar apropriadamente obra feita e duradoura. É o resultado do respeito do direito dos alunos a terem sucesso.
08/07/2008
TRIVIALIDADES: novas bichezas (1)
Todos os anos são acrescentadas mais umas centenas ou milhares às espécies conhecidas. Em 2006 segundo o "State of Observed Species" foram descobertas ou descritas pela primeira vez 16.969 novas espécies, entre elas este simpático bichinho baptizado de Oxyuranus temporalis e considerado uma das serpentes mais venenosas no mundo.
Originária da Austrália, a bicha parece ser bastante rara. Apesar da raridade, suspeito que em Portugal existam vários espécimenes de Oxyuranus temporalis, como por exemplo a doutora Isabel Pires de Lima (pelo menos é o que devem ter pensado os senhores engenheiro Sócrates e o doutor Luís Miguel Cintra depois de lerem a carta aberta (*) «ao Aristocrata da Cultura Luís Miguel Cintra».
(*) É uma contradição nos termos. Uma carta é fechada. Uma carta que é aberta, não é fechada. É, pois, uma carta que não é uma carta. É uma circular que tem como destinatários reais toda a gente menos o destinatário formal. É também uma grande falta de vergonha de quem a escreve, ao divulgar os seus termos por terceiros, muitas vezes antes do destinatário a conhecer, sem cuidar de saber se autorizaria. É, em suma, um insulto à inteligência de todos os seus destinatários. [Glossário das Impertinências]
Originária da Austrália, a bicha parece ser bastante rara. Apesar da raridade, suspeito que em Portugal existam vários espécimenes de Oxyuranus temporalis, como por exemplo a doutora Isabel Pires de Lima (pelo menos é o que devem ter pensado os senhores engenheiro Sócrates e o doutor Luís Miguel Cintra depois de lerem a carta aberta (*) «ao Aristocrata da Cultura Luís Miguel Cintra».
(*) É uma contradição nos termos. Uma carta é fechada. Uma carta que é aberta, não é fechada. É, pois, uma carta que não é uma carta. É uma circular que tem como destinatários reais toda a gente menos o destinatário formal. É também uma grande falta de vergonha de quem a escreve, ao divulgar os seus termos por terceiros, muitas vezes antes do destinatário a conhecer, sem cuidar de saber se autorizaria. É, em suma, um insulto à inteligência de todos os seus destinatários. [Glossário das Impertinências]
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o saber ocupa lugar
07/07/2008
Os europeus em geral não se podem queixar da globalização. Os portugueses em particular podem-se queixar deles próprios.
A new book * by a pair of academics from America's Johns Hopkins University finds lots of facts to cheer Europeans up. European consumers (ie, all Europeans when they are shopping) are big winners from globalisation, which has delivered cheap imports, held down inflation and kept interest rates low. Despite the fuss about China and India, the EU's share of world exports rose slightly between 2000 and 2006. What is more, two-thirds of Chinese exports involve foreign brands, a good chunk of which are European. Nor does a “made in China” tag mean big revenues for Chinese firms. In a recent speech defending globalisation, the EU trade commissioner, Peter Mandelson, cited a University of California study into who gains when an iPod is sold in America for $299. Only $4 stays in China with the firms that assemble the devices, Mr Mandelson explained. $160 goes to American companies that design, transport and retail iPods. A similar pattern holds for many European products.
Europeans worry a lot about wage competition. The researchers note that globalisation is not just about wages, but more broadly about finding efficiencies anywhere along complex supply chains. After all, most non-EU employees of European firms live in America, not China (EU and Swiss firms employ some 3.5m workers in America). Yes, European jobs have been lost by offshoring, but unevenly. In France only 3.4% of jobs lost in 2005 could be blamed on offshoring, though there has been a wave of factory closures more recently (see article). Portugal has suffered more: a quarter of its job losses between 2003 and 2006 involved jobs heading overseas, mostly to new EU members.
* “Globalisation and Europe: Prospering in the New Whirled Order”. By Daniel S. Hamilton and Joseph P. Quinlan, Centre for Transatlantic Relations.
[Ver mais aqui]
Europeans worry a lot about wage competition. The researchers note that globalisation is not just about wages, but more broadly about finding efficiencies anywhere along complex supply chains. After all, most non-EU employees of European firms live in America, not China (EU and Swiss firms employ some 3.5m workers in America). Yes, European jobs have been lost by offshoring, but unevenly. In France only 3.4% of jobs lost in 2005 could be blamed on offshoring, though there has been a wave of factory closures more recently (see article). Portugal has suffered more: a quarter of its job losses between 2003 and 2006 involved jobs heading overseas, mostly to new EU members.
* “Globalisation and Europe: Prospering in the New Whirled Order”. By Daniel S. Hamilton and Joseph P. Quinlan, Centre for Transatlantic Relations.
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globalização,
verdade inconveniente
06/07/2008
DIÁLOGOS DE PLUTÃO: os eleitores europeus provavelmente são idiotas
- É uma infâmia o que os políticos europeus e os eurocratas pensam dos eleitores.
- Ah sim? E o que pensam eles?
- Alguns dizem, mas todos pensam, que referendar o tratado não faria sentido porque os eleitores são incapazes de o compreender.
- A avaliar pelas justificações de alguns irlandeses que votaram não, se calhar os políticos têm razão. De resto, eles estão em boa posição para avaliarem os eleitores.
- Mas isso é o insulto à inteligência dos eleitores.
- Não. Não me parece. É mais o resultado da auto-avaliação dos eleitos. Não esqueças que foram estes eleitores que os escolheram.
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as aparências iludem,
Óropa
05/07/2008
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: As notícias da continuação do pântano estão longe de ser exageradas
Depois de 3 anos de governo maioritário (um dos 3 únicos dos últimos 34 anos) o que resta dos tímidos ímpetos reformistas do engenheiro Sócrates? Praticamente nada. As reformas do SNS e do ensino hibernaram à espera duma nova oportunidade que poderá não chegar. A reforma da administração pública ficou reduzida a trabalhar para o ranking.
As reformas que não foram feitas durante a vigência do discurso dos amanhãs que cantam, ainda menos vão ser feitas a um ano das eleições, com o reconhecimento das «dificuldades sérias» e as «preocupações sociais», por um lado, e o anúncio repetido vezes sem conta das grandes obras, por outro.
Se, como parece provável, o melhor resultado do PSD for fazer o PS perder a maioria, os portugueses têm como praticamente certo mais uma década no pântano. Não que as coisas pudessem ser muito diferentes com um governo PSD liderado pela doutora Ferreira Leite. O que se poderia esperar duma equipa comprometida até à medula com a medicina que foi administrada pelos governos anteriores do PSD? Mais do mesmo. Até mesmo os gurus que, como todos os gurus, imaginam que a falta de ideias novas, ou simplesmente ideias, do líder é um terreno fértil para cultivar as suas receitas, acabarão por desertar o mais tardar quando perceberem que a aposta do doutor Cavaco para a reeleição não passa por aí.
As reformas que não foram feitas durante a vigência do discurso dos amanhãs que cantam, ainda menos vão ser feitas a um ano das eleições, com o reconhecimento das «dificuldades sérias» e as «preocupações sociais», por um lado, e o anúncio repetido vezes sem conta das grandes obras, por outro.
Se, como parece provável, o melhor resultado do PSD for fazer o PS perder a maioria, os portugueses têm como praticamente certo mais uma década no pântano. Não que as coisas pudessem ser muito diferentes com um governo PSD liderado pela doutora Ferreira Leite. O que se poderia esperar duma equipa comprometida até à medula com a medicina que foi administrada pelos governos anteriores do PSD? Mais do mesmo. Até mesmo os gurus que, como todos os gurus, imaginam que a falta de ideias novas, ou simplesmente ideias, do líder é um terreno fértil para cultivar as suas receitas, acabarão por desertar o mais tardar quando perceberem que a aposta do doutor Cavaco para a reeleição não passa por aí.
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um país talvez normal mas rançoso
04/07/2008
03/07/2008
ESTÓRIA E MORAL: branqueamento de governação
Estória
Após 3 anos de governação do engenheiro Sócrates, tudo corria pelo melhor. A economia prosperava, as liberdades ampliavam-se, as reformas da administração pública chegavam a bom termo, o défice reduzia-se sem que fosse necessário reduzir a despesa pública, o governo anunciava um pacote de grandiosas obras que fariam a inveja da Óropa, a inducação melhorava sem que fosse necessário estressar as tenras meninges dos infantes, a saúde não piorava apesar de se gastar mais dinheiro com ela, as pilhas de processos nos tribunais já não incomodavam ninguém.
Corria. Já não corre. «A nossa economia vai passar por um abrandamento, como todas as economias europeias» e nós vamos passar por «dificuldades sérias» profetizou ontem na RTP o senhor engenheiro, antecipando com a sua clarividência, coragem e frontalidade aquilo que a maioria, acreditando nas balelas do governo até à semana passada, não conseguiria antecipar, imaginando ainda viver naquele oásis que já tinha sido dum ministro das finanças do professor Cavaco e foi depois trespassado para o ministro da economia do senhor engenheiro. O senhor engenheiro não explicou se o abrandamento e as dificuldades sérias que mencionou serão iguais ou parecidas com as dos últimos 8 anos, 3 dos quais sob o seu governo.
Moral
É possível enganar todos durante algum tempo. É possível enganar alguns sempre. Não é possível enganar todos sempre.
A ver vamos, disse o cego.
Após 3 anos de governação do engenheiro Sócrates, tudo corria pelo melhor. A economia prosperava, as liberdades ampliavam-se, as reformas da administração pública chegavam a bom termo, o défice reduzia-se sem que fosse necessário reduzir a despesa pública, o governo anunciava um pacote de grandiosas obras que fariam a inveja da Óropa, a inducação melhorava sem que fosse necessário estressar as tenras meninges dos infantes, a saúde não piorava apesar de se gastar mais dinheiro com ela, as pilhas de processos nos tribunais já não incomodavam ninguém.
Corria. Já não corre. «A nossa economia vai passar por um abrandamento, como todas as economias europeias» e nós vamos passar por «dificuldades sérias» profetizou ontem na RTP o senhor engenheiro, antecipando com a sua clarividência, coragem e frontalidade aquilo que a maioria, acreditando nas balelas do governo até à semana passada, não conseguiria antecipar, imaginando ainda viver naquele oásis que já tinha sido dum ministro das finanças do professor Cavaco e foi depois trespassado para o ministro da economia do senhor engenheiro. O senhor engenheiro não explicou se o abrandamento e as dificuldades sérias que mencionou serão iguais ou parecidas com as dos últimos 8 anos, 3 dos quais sob o seu governo.
Moral
É possível enganar todos durante algum tempo. É possível enganar alguns sempre. Não é possível enganar todos sempre.
A ver vamos, disse o cego.
02/07/2008
Hocus pocus, tontus talontus, vade celerita jubes
Se a Europa do Sul, incluindo Portugal, fica mal colocada no European Innovation Scoreboard o que propõe a Cotec para melhorar a posição? «Introduzir métricas que reconheçam processos inovadores específicos do Sul da Europa».
Se o índice de preços no consumidor da Argentina evidencia uma elevada inflação, o que faz o governo da família Kirchner? Retira do cabaz do índice os produtos cujos preços que aumentam mais.
Se os resultados dos exames de Matemática são maus, o que faz a ministra da Educação? Baixa os padrões de modo a que não se possa «distinguir aqueles que efectivamente trabalham dos que pouco trabalham».
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