Concedo aos seus críticos contumazes que o governo do seu programa pouco cumpriu e deverá ser por isso avaliado. Aparte a redução do défice do OE, falhou mais ou menos estrondosamente em quase tudo o resto, desde a criação de novos empregos até reforma da administração pública e à redução do número de funcionários públicos, passando pela sempre adiada recuperação da economia, etc. A redução do défice só foi conseguida à custa do aumento da carga fiscal e da redução do investimento público.
Concedo igualmente que a acção do governo só é notável na gestão mediática e na manipulação dos média, através das legiões de spin doctors que gravitam ao seu redor.
Concedo tudo isso, mas recordo aos críticos contumazes (como o meu parceiro e anfitrião Impertinente) que este governo de José Sócrates não é nem mais colectivista, nem mais corrupto, nem mais ineficaz do que quase todos os que lhe sucederam, incluindo provavelmente os governos do doutor Cavaco que, convirá lembrar, deram um contributo assinalável para aumentar o pletórico Estado que actualmente temos.
Recordo também que José Sócrates tem conseguido manter um índice de aceitação significativo, apesar do ódio de estimação que as corporações de interesses lhe devotam. Talvez porque, a exemplo de Cavaco, mostra que nunca tem dúvidas e que raramente se engana, e aparenta uma seriedade (que pouco terá, concedo também) e, aos olhos dos eleitores, faz um contraponto positivo à sua concorrência. E quem é a sua concorrência? O doutor Menezes que em 24 horas defende uma política e o seu contrário, que tão depressa mostra uma faceta liberal de salão como deixa escapar o colectivismo mais refinado? O doutor Portas? Ah, o doutor Portas.
É por essas, e por outras, que eu, alguns liberais pragmáticos e conservadores realistas adeptos do estado mínimo, podem muito bem votar em José Sócrates nas próximas eleições, à míngua de alternativas.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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