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(Roubado à Comandantina Dusilova)
In praise of the primaries
IT IS easy to make fun of Iowa and New Hampshire. These two states, with a combined population of 4.3m mostly white people, will soon kick off the 2008 primary season (see page 73)- and also influence the presidential race out of any possible proportion to their size. Ethanol subsidies for greedy farmers, bleak midwinter meetings in rural diners, humourless men in lumberjack shirts: all come in for their share of ribbing. What an absurd way to choose a president, sneer many non-Americans, perhaps forgetting their own arrangements (the coronation of Gordon Brown as Labour leader and prime minister, without a single vote, springs to mind).
In fact, the primaries system, once again, is working pretty well. There is a basic reason why Americans don't seem seriously interested in challenging the position of the kick-off states: in the end, it doesn't really matter which states start the ball rolling, so long as they are small. For the past four months or so, and now at a hysterical pitch, America's presidential candidates have been forced to campaign for their lives in these unlikely arenas. Slick TV ads alone will not cut it, as they must in bigger states where meeting more than a fraction of a percent of the electorate is an impossibility. Iowa and New Hampshire want their candidates up close and personal.
This imposes immense, and immensely testing, challenges. Money and organisation matter far less than stamina, agility and that most unfakeable of all political attributes, charisma. Anyone deficient will be found out: anyone with the right stuff has a chance to shine. The bruising campaign has already seen Hillary Clinton's star wane, as she has shown herself tetchy and hectoring, and her panicky operatives have been caught playing grubby tricks; Mike Huckabee, an unknown from Arkansas, has soared to recognition on the back of his folksy ability to reach out to evangelical Christians without alienating those of more restrained faith. A field of some 20 hopefuls has already been winnowed down to six or so.
What happens in these two states does not stay there. Thanks to the internet, anyone can scrutinise every aspect of the "retail politics" stage of the American presidential contest as it is played out in Iowa and New Hampshire. Gaffes, slurs, foolish e-mails, the commentaries of local papers and the blogs of humble voters are all available to the global village.
The two earliest states are not just a giant focus group; they are the first leg of a pentathlon-a competition designed to pick the best all-rounder. In their wake come Nevada (disproportionately Hispanic), South Carolina (disproportionately black) and Florida (disproportionately big). Finally, on February 5th, the presumed finale: some 20 states will hold their primaries and caucuses - a contest fought out through television advertising (a function of money-raising skills) and get vote operations (a sure test of organisational ability). Just like the athletic pentathlon, you don't have to win the first event (Bill Clinton was beaten in both Iowa and New Hampshire in 1992); but it is front-loaded. Momentum counts for a lot.
That is not to say that the primary system has no flaws. In its nostalgic moments, The Economist wishes the whole tiling still started later. In 1968 the New Hampshire primary took place in March. It is not just that the skiing is better then; a later start would stop the primaries from monopolising so much of the previous year's politicking. Ideally, the pentathlon should last longer too-giving more time for retail politics elsewhere. Iowans have their faults, notably their antipathy to farm reform. And, yes, the system can throw up duds as well as Ronald Reagan. That, though, is a feature of all styles of government. Americans will soon make a freer and better-informed choice than citizens in other democracies ever can.
«Metade dos enfermeiros não conseguiu emprego na sua área de formação seis meses depois de ter terminado o seu curso, revela um inquérito feito pela Federação Nacional de Associações de Estudantes de Enfermagem (FNAEE) junto das cerca das 40 escolas de Enfermagem do país no final do ano passado.Eis mais um curioso exemplo duma acção «positiva» do estado (inventar uma licenciatura em Enfermagem) de que resultam efeitos «negativos» (aumento do desemprego). O passo seguinte deverá ser encontrar todos os anos colocação para os 3 mil enfermeiros licenciados nos hospitais públicos onde, dizem os sindicatos, «dados do Ministério da Saúde, de 2004, davam conta da falta de 21 mil enfermeiros nos hospitais e 12 mil nos centros de saúde.» O passo a seguir será constatar que é indispensável reforçar o orçamento da Saúde para o qual será incontornável extorquir mais impostos aos sujeitos passivos. Finalmente, mais impostos sufocarão ainda mais a ecoanomia e criarão mais desemprego. Será então preciso aumentar outra vez os impostos para pagar os subsídios do desemprego que os impostos criaram.
Por ano saem das escolas de Enfermagem cerca de três mil licenciados. Porque não encontram emprego na sua área de formação, hoje é possível ver enfermeiros a trabalhar em lavandarias, caixas de supermercado, até como ajudantes de Pai Natal na última época festiva. E há quem tente não perder a prática frequentando intermináveis estágios profissionais não remunerados, afirma o presidente da FNAEE, Gonçalo Cruz.
...
O crescendo de escolas e vagas não parou desde o momento em que foi criada a licenciatura em Enfermagem, em 1999, diz Gonçalo Cruz. Metade são privadas e as propinas mensais podem oscilar entre os 350 e os 500 euros.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) estima que haja no desemprego 2500 enfermeiros e há 15 mil em formação, o que significa que "o problema vai agudizar-se", defende a dirigente sindical, Guadalupe Simões. "No mínimo, era preciso colocar um travão e diminuir o número de vagas". Defende ainda que a decisão de aumentar o número de enfermeiros, embora seja função do Ministério da Ciência e Ensino Superior, também convém ao Ministério da Saúde porque assim "desvaloriza o trabalho de enfermagem".» (Público)
Não dispondo de moeda própria e financiando-se “automaticamente” em “moeda internacional”, o défice externo deixou há muito de ser uma preocupação da política económica portuguesa. Isso não significa, porém, que o défice tenha deixado de ser um problema ou que as suas consequências tenham deixado de ter importância. Significa apenas que deixou de haver premência na sua solução e que esta tenderá a surgir automaticamente por força do funcionamento dos mecanismos económicos do mercado. O que é mau.
Por um lado, porque o problema pode avolumar-se muito mais do que seria recomendável, antes de desencadear a sua resolução. Por outro lado, porque, nesse caso, os custos da solução podem vir a mostrar-se demasiado pesados. E, por fim, porque, tal como certas doenças quando não são atalhadas a tempo, a persistência do problema pode causar danos irreversíveis.
Para não nos perdermos nas oscilações anuais, retenhamos apenas que o défice externo (balança corrente e de capital), ao longo dos últimos 10 anos, representou, em média 7.1% do PIB.
Em termos de comparações internacionais, recorrendo ao último World Outlook do FMI e tomando apenas a balança de transacções correntes, verificamos que, no período 1999-2007, há 30 países com um défice médio superior ao português (8.8% do PIB). Mas estes são quase todos, ou “microeconomias”, sobretudo da América Central, (vg St. Kitts, Granada, S. Vicente, Sta Lúcia, Bahamas, Seycheles, Maldivas, etc.), ou países muito pobres, sobretudo de África, (v.g. Chad, S. Tomé, Burkina Faso, Sudão, Moçambique, Libéria, etc.).
Se retirarmos estes dois grupos, apenas apresentam um défice externo superior ao português, a Bósnia (15.3%), a Letónia (12%), a Estónia (10.2%) e a Islândia (9.9%). E a Bulgária (8.8%) e a Lituânia (8.2%) apresentam défices aproximados. No entanto, enquanto durante este mesmo período o PIB português cresceu 1.9%, em média, o da Islândia cresceu 4.3% e o dos restantes países cresceu entre 6 e 9%. Ou seja, enquanto naqueles países se pode entender que o défice externo financiou o crescimento económico, em Portugal financiou apenas a despesa interna, o que é, do ponto de vista macroeconómico, muito mais grave.
Uma das consequências deste persistente défice e que tende a passar despercebida é que ele se irá auto-alimentar. Uma vez que teve de ser financiado – com dívida externa ou investimento estrangeiro – esse financiamento tem custos e estes serão tanto maiores quanto mais subirem as taxas de juro. E o custo desse financiamento externo constitui uma transferência adicional de recursos para o exterior, agravando o défice.
Em termos líquidos (pagamentos deduzidos de recebimentos), as transferências de rendimento para o exterior já representam 4.2% do PIB, consumindo todo o excedente da balança de serviços (onde se inclui o turismo), que tem vindo a crescer, e mais 1/3 do saldo favorável das transferências unilaterais, que, por sua vez, se encontra em queda devido a termo-nos tornado de país de emigração em país de imigração.
Outra consequência a que não está a ser dada a devida conta é que se tem vindo a alargar a diferença entre o PIB e o PNB. Simplificadamente, o primeiro dá conta da riqueza criada em Portugal (mas que pode pertencer a outros) e o segundo dá conta da riqueza, criada aqui e lá fora, que é distribuível pelos portugueses, Como pagamos mais rendimentos ao exterior do que recebemos (a perda está em 4.2% do PIB, como já referi), a riqueza que conta para os portugueses é inferior (naquele montante) à indicada pelo PIB. Passa por isso a ser relevante que, além do crescimento do PIB, nos passe a ser dada conta do crescimento do PNB, que é o que conta para a distribuição de rendimento. E este está a crescer menos...
Mas as consequências mais importantes deste desequilíbrio são duas. Uma é que, não conseguindo gerar riqueza para pagar as dívidas, estas vão obrigar a que se vendam os activos do país ao estrangeiro. Não demorará muito tempo que as principais empresas que operam em Portugal sejam todas estrangeiras e que o país perca o controlo estratégico da sua economia. A outra é que, não se podendo fazer o ajustamento macroeconómico pela taxa de câmbio (como está a acontecer com os EUA), este se vai fazer pelo desemprego. E isto deveria estar a preocupar mais os sindicatos do que o salário mínimo ou umas décimas no ajustamento salarial.
No meu último artigo (O Défice Esquecido) chamei a atenção para a dimensão do nosso défice externo – o maior de sempre, em tempo de duração e em montante acumulado. E alertei para que, apesar de a sua importância ser menos perceptível em contexto de união monetária, não poderia deixar de ter sérias consequências.
Em complemento e tendo em conta os riscos que então apontei, gostaria de lembrar duas coisas. A primeira é que, apesar do crescimento do PIB nos últimos três anos – 0.5% (2005), 1.3% (2006) e 1.8% (2007, est.) –, o crescimento do PNB, no mesmo período, tem sido quase inexistente – 0.0%, 0.1% e 0.9%. E este, como então referi, é que é o relevante para o bem-estar dos portugueses. A diferença entre os dois está, simplificadamente, nos lucros e juros pagos ao estrangeiro pelo financiamento dos défices. A segunda é que a taxa de desemprego portuguesa já é – pela primeira vez desde 1980 – superior á média europeia (que já é alta).
O défice externo é o reflexo de um desequilíbrio entre o investimento e a poupança. A taxa de poupança, que até 1998 andou em linha com a média europeia, reduziu-se até representar hoje apenas 60% dessa média. Essa degradação ocorreu em paralelo (como seria de esperar) com o explosivo acréscimo do endividamento das famílias e com a acumulação de défices públicos (visíveis e ocultos).
Por outro lado, Portugal não tem tido um problema quantitativo de investimento, mas tem tido um problema qualitativo. No período em apreço – 1999 a 2007 – Portugal investiu muito: 24.5% do PIB, em média, contra os 20.3% registados pelo conjunto dos 15 países usados como referência europeia (UE15). No entanto, foi também o país europeu que apresentou a mais baixa eficiência marginal do capital (variação do produto por unidade investida), e aquele em que a produtividade média deste factor mais desceu, perdendo 13 pontos face à média europeia.
Ou seja, apesar de ter investido muito, Portugal investiu mal, não tendo conseguido criar a capacidade produtiva que seria de esperar para o volume de recursos investidos.
Face a estes resultados, não é possível deixar de recordar empreendimentos como a Expo-98 e o Euro 2004, muitos investimentos públicos – directos ou indirectos – de discutível utilidade, ou mesmo a profusão de segundas habitações. Empreendimentos como aqueles consomem muitos recursos, geram um fogacho de eufórica procura – em grande parte canalizada para importações – com transitório efeito no PIB, mas criam muito pouca capacidade produtiva duradoura. Por isso, se investiu muito, mas se cresceu pouco.
Em contraste, a Estónia e a Letónia – os dois países da UE com défices externos superiores ao português – apresentando taxas de investimento ainda maiores que a nossa, apresentam também das mais elevadas eficiências marginais do capital (4 vezes a portuguesa!) e registaram, em consequência, as mais elevadas taxas de crescimento económico (na ordem dos 9%).
Por tudo isso, não posso deixar de ver com muita preocupação a fé que alguns colocam na capacidade redentora do investimento público e nos grandiosos projectos que estão em preparação. Se estes não forem convincentemente fundamentados, receio que o quadro descrito se continue a agravar e a economia se continue a afundar, levando a uma possível crise social. Pela minha parte ainda não consegui perceber a justificação económica do TGV e, no caso do aeroporto, gostaria, pelo menos, de ver mais moderação na factura prevista.
Fonte utilizada: Ameco (Eurostat)
O TABU QUE NINGUÉM FALA: BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS A ARMA SECRETA PARA O CONTROLE DO DÉFICE DO ESTADO NO ANO 2008!
É estranho o manto de silêncio, o tabu, sobre a provável e principal razão que envolve o interesse súbito de «todo o mundo» sobre o Banco Comercial Português: a possível transferência para a Segurança Social do fundo de pensões dos colaboradores do Banco avaliado em cerca de quatro mil milhões de euros.
Esta transferência, a concretizar-se, será contabilizada como receita extraordinária da Segurança Social neste ano 2008 e controlará o défice do Estado satisfatoriamente. Esta solução que estará na mira do Governo Sócrates (sem dúvidas), já foi testada pelo Governo de Guterres (com a transferência do fundo de pensões do BNU, realizado pelo ex-ministro Sousa Franco) e pelo Governo de Santana Lopes, para controlar o défice e cumprir os valores limite fixados pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento. Assim, no ano de 2004, o ex-ministro das Finanças Bagão Félix transferiu fundos de pensões de empresas públicas (entre outros, o Fundo da Caixa Geral de Depósitos) para a Caixa Geral de Aposentações, conseguindo um encaixe financeiro de cerca de 1,9 mil milhões de euros (segundo foi noticiado).
Estamos, na verdade, no cerne das negociações das cadeiras na Administração do BCP! Isto é, poderá o PS garantir um perfeito e tranquilo sucesso orçamental no Ano 2008, com uma total concordância do maior partido da oposição (?), tendo em vista o ano de eleições de 2009? Mas, é bom recordar e não esquecer (PS e PSD) o parecer do Tribunal de Contas sobre este tipo de operações: «O impacto directo sobre as finanças públicas, que se projectará por um período longo, resultante das transferências referidas, tem um efeito positivo sobre as receitas do Estado no ano em que ocorreram, mas têm um efeito inverso nos anos posteriores, uma vez que as receitas não serão suficientes para suportar o valor das despesas».
Neste cenário, bem descrito pelo Tribunal de Contas, afirmamos que não se augura nada de bom para os reformados e trabalhadores no activo com a transferência do Fundo de Pensões para o Estado. Denunciamos a apatia e a ingenuidade dos Sindicatos e da Comissão de Trabalhadores do BCP em não verem e não perceberem o fundo real da situação. Ou, será que querem ver e perceber? Porque será que não defendem os legítimos interesses dos trabalhadores com absoluta firmeza e determinação?
O Accionista mediático do BCP, Joe Berardo, o homem que «Sabe Tudo», que no seu apostolado de criticas e denúncias emite opiniões diversas, ainda não se pronunciou sobre esta matéria? Ou, será que sabe e não quer dizer? Ou, sabe mesmo da medida desejada pelo Governo de Sócrates?
O Senhor Joe Berardo não é seguramente um «capitalista do povo», como quer fazer passar na imagem que vende. Pelo contrário, Berardo defende unicamente o seu dinheiro, os seus investimentos e o Fundo de Pensões representa uma responsabilidade para o Banco que quer ver eliminada, ou antes, transferida para o Estado.
Finalmente, independentemente dos respeitáveis nomes que são apontados como candidatos às cadeiras do Conselho de Administração Executivo do BCP, os accionistas, os clientes, os colaboradores do Banco, gostavam de saber da voz dos Candidatos a Presidente, nos próximos dias que antecedem a Assembleia Geral, quais são os modelos e as orientações que pretendem imprimir na organização, se vão seguir a política das fusões, se vão continuar o Programa em marcha “Millennium 2010”, etc. Ou seja, Os Curriculum Vitae de Santos Ferreira e Miguel Cadilhe são inquestionáveis, mas urge sentir e reflectir as linhas orientadoras de liderança que sustentam as suas candidaturas.
Até agora vivemos no campo vago da dança dos nomes. Historicamente, o Banco Comercial Português sempre nos habituou à excelência na liderança e à clareza sólida dos objectivos a atingir. Por esta via, se atingiu o patamar de importância que o BCP hoje ocupa no sistema financeiro português.
DELFIM SOUSA
Accionista, Ex-Quadro do BCP, Ex-Sindicalista, Ex-Membro da Comissão de Trabalhadores do BCP