Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

07/01/2005

SERVIÇO PÚBLICO: Boas notícias e más notícias

As más notícias

Menos liberdade económica
O score de Portugal no índice de liberdade económica da Heritage Foundation piorou em 2004 (de 2,38 em 2003 para 2,44), devido a:

[Download maior do que a légua da Póvoa disponível aqui]

Menos produtividade
Segundo o Gabinete de Estratégia e Estudos, do ministério dos Assuntos Económicos, a produtividade voltou a descer em 2003 e 2004, qualquer que seja o indicador: PIB per capita, PIB/hora trabalhada e PIB/empregado. [DN]

Uma boa notícia

Menos estado, mais iniciativa negocial
«Patrões e sindicatos fecham acordo sem Governo» - há males que vêm por bem. Um bom exemplo a contrario sensu para mostar como a presença asfixiante do governo é um tropeço para a contratualização da economia.

Uma talvez boa notícia ou o adiamento duma má notícia

A Buchholz afinal não está em "pré-falência"
Disse ao Público, o novo director da Buchholz que admite estar «apenas a recuperar de uma fase crítica», ao contrário do que referia o «e-mail que em poucas horas se espalhou por centenas de endereços», entre os quais o meu. Se assim for, ainda bem. Receio, porém, que se as notícias da pré-falência eram algo exageradas as notícias da recuperação sejam muito exageradas. A Buchholz viveu durante cinco décadas essencialmente dos seus stocks de edições estrangeiras de livros técnicos e de arte, que num mercado de procura limitadíssima como o nosso se transformam rapidamente em monos. Noutros tempos, isso não seria o problema, mas é hoje é um handicap inultrapassável. A venda online nos sites da Amazon, Blackwell, Barnes & Noble, Prentice Hall, e tantos outros, retira as vantagens competitivas à Buchholz e coloca-a em concorrência directa com os outros livreiros que, contudo, trabalham com stocks muito menores e com uma facturação por metro quadrado e por empregado muito superior. Para agravar há ainda a localização fora das "rotas" de compras e a imagem de inacessibilidade que cria barreiras instransponíveis para o consumidor comum.

Para sobreviver a Buchholz terá que se reinventar - se isso for possível.

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