Hoje é um daqueles dias. Olho para a lista transbordante de temas desafiantes e nada. Nem um clique. Em desespero, recorro à receita do casal Quevedo, magnanimamente dada a conhecer aos leigos na Atlântico, onde escreveram sobre as eleições para a cama (?) de Lisboa.
Fui a correr ao Carrefour, vasculhei as prateleiras, desencantei o branco Cunha Martins 2006, impacientei-me enquanto a botelha arrefecia no congelador, na companhia duma água das pedras, sentei-me, relaxei, saboreei.
Perdi tempo com ele, apreciei-o, vi-lhe o amarelo-citrino, cheire-lhe os aromas nada tímidos de maçã e de relva, dei-lhe uma boa entrada. Só o final me desiludiu. Nicles. A inspiração foice. Foice? Será foisse? Xente, estes 13 degraus acabarão cumigo. Ceria da ágoa das phedras?«Com 13% Vol tem uma bonita cor amarelo-citrino de leve concentração. No nariz, apelativo e nada tímido mostra aromas de maçã Golden, relva e um toque tropical de manga a dar uma boa entrada. Nota-se ainda com o passar do tempo no copo um ligeiro aroma de manteiga que traz alguma complexidade.
Na boca, embora de estrutura ligeira, não é um vinho apenas citrino e refrescante, pois nota-se alguma profundidade aromática, onde a madeira está muito discreta, mas fez o seu papel. Tropical, maçã e ananás, ligeiramente doce embora com a acidez presente. O final é de bom nível, com frutos secos e uma pequena sensação tostada.
Um vinho claramente bem feito, excelente para o preço e que para quem tiver paciência que perca algum tempo com ele, apreciando-o, pois não é mais um branco de verão.»[no Vinho da Casa, de Paulo Miguel Silva, um jovem de 23 que só consegue escrever coisas como estas, que um cidadão comum só pode aspirar aos 40 anos, à custa de muito estudo dos cunhas martins e doutras honradas famílias].
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