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13/01/2007

CASE STUDY: adiadores compulsivos

Há coisas em que somos assim-assim, outras bons e ainda outras muito bons. Uma destas últimas é adiar coisas. Não a adiar a recompensa ou outros aspectos agradáveis da vida, mas a adiar tudo aquilo que é penoso, ainda que a prazo seja compensador.

Desde o jovem songamonga que deixa para a véspera do exame o módico de estudo que lhe permite o seu cérebro, obstruído pelos sons vindos do iPod, alternando com as tretas vindas do Nokia, até ao governo (o exemplo do governo de Guterres é paradigmático), atascado de compromissos e paralisado pela falta de coragem, que adia as reformas até ao ponto em que já as não consegue levar a cabo, todos temos múltiplos exemplos do não faças amanhã o que podes fazer depois da manhã (Mark Twain).

O blogger e professor Piers Steel da universidade de Calgary, ele próprio um confesso ex-adiador, estudou o tema e para explicar os mecanismos mentais dos retardadores produziu a teoria da motivação temporal que tem a seguinte formulação:

Utility = E.V : Γ.D


A equação relaciona o interesse da coisa para o adiador (Utility), com a expectativa de sucesso ou auto-confiança (E) do adiador para fazer certa coisa, o valor (V) que atribui a essa coisa uma vez concluída, sua disponibilidade (Gama) e a sensibilidade do adiador ao adiamento (D).

No site do professor Steel, baptizado de Procrastination Central, pode encontrar-se também alguma medicina (*) para tratar o adiamento compulsivo, que tem vindo a aumentar, de 5% de vítimas em 1970 para actualmente 15-20%, potenciado pela proliferação da parafernália dos zingarilhos tecnológicos, laptops, telemóveis, PDA, Blackberries, iPods, iPhones, etc.

(*) Não adie o tratamento para amanhã e comece já hoje.

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