Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

06/03/2008

Vivemos num estado policial?

Anunciou o ministro da Administração Interna que vai contratar mais dois mil elementos para a GNR e PSP, supõe-se que para fazer frente ao aumento da criminalidade. Segundo o ministro, as forças de segurança ficariam com cerca de 46 mil elementos. Não se sabe como é que o ministro fez as contas, mas o certo é que em 2000 Portugal declarou 49.119 elementos do «Police personnel» no Seventh United Nations Survey of Crime Trends and Operations of Criminal Justice Systems. Ou se perderem 3 mil pelo caminho ou perdeu-se o ministério nas contas.

Se tivessem em 2000 49.119 elementos, as polícias portuguesas teriam o quarto rácio (491 polícias por 100.000 habitantes) apenas superado pelas Ilhas Maurícias (756), Itália (560) e Barbados (516). Ainda que as contas do ministério estivessem certas, os polícias portuguesas seriam uma relativamente muito numerosa legião e desproporcionada face à taxa de criminalidade total, na qual Portugal ocupava nesse ano o 15.º lugar dos cerca de 60 países que responderam ao inquérito.

É caso para perguntar, onde se metem os 46.000 (ou 49.000) polícias portugueses que ninguém os vê quando é preciso?

[Este tema já foi aqui tratado no (Im)pertinências]

Sem comentários: