Outras coisas: «Para mim Costa não é um mistério», «Coisas que outros escreveram sobre Costa, as quais...»
«O PS nunca se distinguiu pela especial competência da gente que o dirigiu e governou o país durante mais de 20 anos. Algumas personagens foram com certeza melhor do que outras, mas nenhuma (tirando Salgado Zenha e José Manuel Medeiros Ferreira) deixou uma obra durável e uma memória presente e calorosa.
Mesmo agora, com uma eleição decisiva à porta, o pequeno grupo que rodeia Costa não se recomenda pelo que fez, nem muito menos pelo que diz. Na intimidade presumo que se acha mutuamente uma esperança; em público não passa da cartilha que já repetia no tempo de Seguro, e volta hoje a repetir com Costa, ornamentada por um vaguíssimo calão económico e por meia dúzia de promessas, que o cidadão comum não leva a sério, tanto mais que são aéreas e na sua maior parte hipotéticas.
O dr. Costa deu anteontem uma entrevista a este jornal em que, entre chover sobre o molhado e soltar livremente a sua fantasia, resolveu tratar de um problema real: a reforma do Estado. Pondo de lado a crítica sem sentido à coligação, Costa identificou três pontos, dignos do seu particular zelo: o mar, a modernização administrativa e (calculem!) o desenvolvimento e ordenamento regional. Mas, para chegar aos seus fins nestes três pontos cruciais, Costa não inventou melhor do que fabricar três novos ministérios, que permitam “existir um ministro (claro) com a função transversal”, que “articule” e defina as “políticas sectoriais”. Não quero dar um desgosto a este novo salvador da Pátria, só gostava de o informar que desde 1980 que se fala nessa tremenda habilidade; que Sá Carneiro teve um ministério da Reforma Administrativa; e Cavaco um ministério do Mar.
Isto só serviu, como é natural, para provocar um prodigioso número de querelas de competências; para aumentar o funcionalismo; e para paralisar o Estado nas matérias em que precisamente se queria que aumentasse a sua putativa eficácia. O que na situação em que estamos não aquece, nem arrefece, mas mostra bem por dentro a cabeça de António Costa: uma cabeça de alto funcionário, dedicada a fortalecer a administração central, a diminuir a força e a autoridade dos privados (que “ganham milhões com o outsourcing”) e, entretanto, a rabiscar organigramas para deleite dos militantes, que lá se tencionam pendurar. O PS um partido moderno? Não, um partido de burocratas sem responsabilidade e sem brilho.»
Os burocratas, Vasco Pulido Valente no Público
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Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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20/06/2015
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Coisas que outros escreveram sobre Costa, as quais, por isso, já não precisam de ser escritas (18)
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Conversa fiada,
é muito para um homem só,
eu diria mesmo mais
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