Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
31/07/2017
Chávez & Chávez, Sucessores (60) - Maduro e Jerónimo, a mesma luta
Outras obras do chávismo.
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Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (94)
Outras avarias da geringonça.
Começo esta crónica com a grande novidade desta semana: o presidente dos Afectos saltou de pára-quedas e deixou a geringonça desgovernada com os motores a falhar e em risco depois de um mensis horribilis.
Retornando ao incêndio de Pedrógão Grande, em primeiro lugar separemos a ocorrência, que nada tem a ver com este governo, com a resposta que lhe foi dada de que o governo é o único responsável. Um mês e meio depois surge cada vez com maior nitidez um quadro de enorme incompetência que na sua maior parte tem a mão de Costa [ver A obra feita de Costa nos incêndios florestais (1) e (2)]. A começar com as falhas do SIRESP, que continuam agora em Mação, em que Costa está enfiado até ao pescoço, e a continuar com a colocação dos seus boys na Autoridade Nacional da Protecção Civil - um dos casos mais escandalosos foi a substituição de um comandante distrital licenciado em Protecção Civil e bombeiro com mais de 20 anos de experiência por um advogado e mandatário da candidatura do PS à câmara de Alcobaça que passou pelos bombeiros voluntários. O amadorismo é tão grande que as criaturas que comandam o combate aos incêndios nem sequer tomam em conta as previsões do IPMA sobre a direcção dos ventos para posicionar os recursos, nomeadamente os meios aéreos (ver aqui).
Começo esta crónica com a grande novidade desta semana: o presidente dos Afectos saltou de pára-quedas e deixou a geringonça desgovernada com os motores a falhar e em risco depois de um mensis horribilis.
Retornando ao incêndio de Pedrógão Grande, em primeiro lugar separemos a ocorrência, que nada tem a ver com este governo, com a resposta que lhe foi dada de que o governo é o único responsável. Um mês e meio depois surge cada vez com maior nitidez um quadro de enorme incompetência que na sua maior parte tem a mão de Costa [ver A obra feita de Costa nos incêndios florestais (1) e (2)]. A começar com as falhas do SIRESP, que continuam agora em Mação, em que Costa está enfiado até ao pescoço, e a continuar com a colocação dos seus boys na Autoridade Nacional da Protecção Civil - um dos casos mais escandalosos foi a substituição de um comandante distrital licenciado em Protecção Civil e bombeiro com mais de 20 anos de experiência por um advogado e mandatário da candidatura do PS à câmara de Alcobaça que passou pelos bombeiros voluntários. O amadorismo é tão grande que as criaturas que comandam o combate aos incêndios nem sequer tomam em conta as previsões do IPMA sobre a direcção dos ventos para posicionar os recursos, nomeadamente os meios aéreos (ver aqui).
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (160) - O costismo visto por Henrique Neto
«Que não fez a rutura com o passado que gostaria de lhe ter visto fazer.
Escrevi-lhe cartas e tive reuniões com ele para lhe dizer que se ele não cortasse com a herança de Sócrates, os herdeiros iriam destruí-lo, era só uma questão de tempo. Ele, bem intencionado, dizia que era preciso unir o partido. Eu sempre estive convencido de que não havia união possível com aquilo a que se convencionou chamar "tralha socrática". E assim foi.
E António Costa faz parte dessa "tralha"?
Claro que 'sim, é uma emanação da governação de Sócrates, é dos que nunca levantaram um dedo a dizer "isso está mal". Aquilo que é hoje a força do PS é uma extrema fidelidade ao chefe. Como se vê na forma incompetente como o PS e o Governo geriram a questão dos fogos e que foi a gota de água que me fez demitir: Costa, talvez mais do que Sócrates, tem a política de escolher os amigos, ou os muito fiéis ao partido, para cargos para os quais não têm as competências necessárias. Na tragédia de Pedrógão Grande, ficou claro que Costa não tem estatura de grande dirigente político: era naquele dia que se tinham de tomar grandes medidas, que se tinha de identificar as pessoas que falharam, de se responder à pergunta porque é que se atacaram os fogos em vez de se protegerem as populações, que é uma pergunta que tem de ter uma resposta rápida.
Não precisa de uma comissão técnica independente?
Para isso não. Talvez a característica mais lamentável do PS no nosso tempo é que manipula a opinião pública com informações erradas ou com falta de informações, quando a característica principal de um partido democrático é a transparência, a boa informação. Ora, um país não pode desenvolver-se com base na mentira e na manipulação da verdade. Mas não houve um socialista que tenha feito a mais leve crítica ou sugestão. Isto prova uma reverência ao chefe, uma fidelidade quase canina, muito pouco própria num partido democrático.»
Excerto de uma entrevista do Expresso a Henrique Neto, um socialista honrado que nunca ficou silencioso
Escrevi-lhe cartas e tive reuniões com ele para lhe dizer que se ele não cortasse com a herança de Sócrates, os herdeiros iriam destruí-lo, era só uma questão de tempo. Ele, bem intencionado, dizia que era preciso unir o partido. Eu sempre estive convencido de que não havia união possível com aquilo a que se convencionou chamar "tralha socrática". E assim foi.
E António Costa faz parte dessa "tralha"?
Claro que 'sim, é uma emanação da governação de Sócrates, é dos que nunca levantaram um dedo a dizer "isso está mal". Aquilo que é hoje a força do PS é uma extrema fidelidade ao chefe. Como se vê na forma incompetente como o PS e o Governo geriram a questão dos fogos e que foi a gota de água que me fez demitir: Costa, talvez mais do que Sócrates, tem a política de escolher os amigos, ou os muito fiéis ao partido, para cargos para os quais não têm as competências necessárias. Na tragédia de Pedrógão Grande, ficou claro que Costa não tem estatura de grande dirigente político: era naquele dia que se tinham de tomar grandes medidas, que se tinha de identificar as pessoas que falharam, de se responder à pergunta porque é que se atacaram os fogos em vez de se protegerem as populações, que é uma pergunta que tem de ter uma resposta rápida.
Não precisa de uma comissão técnica independente?
Para isso não. Talvez a característica mais lamentável do PS no nosso tempo é que manipula a opinião pública com informações erradas ou com falta de informações, quando a característica principal de um partido democrático é a transparência, a boa informação. Ora, um país não pode desenvolver-se com base na mentira e na manipulação da verdade. Mas não houve um socialista que tenha feito a mais leve crítica ou sugestão. Isto prova uma reverência ao chefe, uma fidelidade quase canina, muito pouco própria num partido democrático.»
Excerto de uma entrevista do Expresso a Henrique Neto, um socialista honrado que nunca ficou silencioso
30/07/2017
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (42) - Empurrando Costa para o redil de Belém
Outras preces.
Agora é oficial. Com esta entrevista ao diário da manhã DN, Marcelo Rebelo de Sousa puxou o tapete a Costa. E não, sossegai, não é para o derrubar, porque eles precisam um do outro (até ver). É apenas para o desequilibrar e o deixar mais dependente da muleta de Belém submetendo-o às suas manobras.
A que outro propósito, um presidente, que enche a boca com estabilidade e tem mantido uma cumplicidade com o primeiro-ministro que nada tem a ver com a indispensável solidariedade institucional, vem agora esclarecer que «o Presidente não tem de ter confiança política pessoal no primeiro-ministro», admitir a dissolução da assembleia e sublinhar a conveniência de ter uma oposição forte que proporcione «outro termo da alternativa que possa governar o país»?
Porquê agora? Porque Marcelo é tudo menos um político corajoso e só agora sente que Costa está suficientemente fragilizado para o trazer ao seu redil. Como diz o povo, mandaste-os vir? agora aturai-os.
Agora é oficial. Com esta entrevista ao diário da manhã DN, Marcelo Rebelo de Sousa puxou o tapete a Costa. E não, sossegai, não é para o derrubar, porque eles precisam um do outro (até ver). É apenas para o desequilibrar e o deixar mais dependente da muleta de Belém submetendo-o às suas manobras.
A que outro propósito, um presidente, que enche a boca com estabilidade e tem mantido uma cumplicidade com o primeiro-ministro que nada tem a ver com a indispensável solidariedade institucional, vem agora esclarecer que «o Presidente não tem de ter confiança política pessoal no primeiro-ministro», admitir a dissolução da assembleia e sublinhar a conveniência de ter uma oposição forte que proporcione «outro termo da alternativa que possa governar o país»?
Porquê agora? Porque Marcelo é tudo menos um político corajoso e só agora sente que Costa está suficientemente fragilizado para o trazer ao seu redil. Como diz o povo, mandaste-os vir? agora aturai-os.
CASE STUDY: Sócrates & Pinho, uma dupla de sucesso nos negócios – La Seda (REPUBLICAÇÃO)
Este post também poderia ser a propósito das conclusões da comissão de inquérito (CPI) à Caixa entre 2000 e 2016 que afastaram quaisquer «pressões para a aprovação de crédito de favor», contra toda a evidência. Mas é a propósito da La Seda em Sines (Artlant), cuja insolvência foi declarada na passada quarta-feira, onde a Caixa poderá perder 500 milhões, 75% dos 690 milhões de euros das dívidas desta empresa. Trata-se de uma das empresas do complexo político-empresarial socialista muito acarinhada pelo governo de Sócrates e pelos seus serventuários, acerca da qual publiquei há oito anos um post que agora é oportuno republicar.
[Advertência: os links das notícias da época já não estão válidos, por várias razões, umas boas outras más; nalguns casos é possível aceder a essas notícias fazendo uma pesquisa com algumas as palavras-chave do texto]
20-09-2007
«O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou hoje que gostaria de atrair para Portugal mais investimentos do tipo dos efectuados pelas empresas Abertis, Repsol e La Seda, que totalizam 1,5 mil milhões de euros.»
21-09-2007
«La Seda diz que produção da fábrica de Sines arranca em 2009 e estuda nova unidade em Portugal»
12-03-2008
«O investimento do grupo La Seda de Barcelona, que tem como principais accionistas as portuguesas Imatosgil, com 10,8 por cento, e a Caixa Geral de Depósitos (CGD), com 5 por cento, na unidade de PTA, que ficará localizada na Zona Industrial e Logística de Sines, é de 400 milhões de euros até 2010.
Este é um projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) e, de acordo com declarações hoje à Lusa do presidente do grupo La Seda de Barcelona, Rafael Español Navarro, "os trabalhos no local estão bastante avançados".
O lançamento da primeira pedra da nova fábrica de PTA conta com as presenças do primeiro-ministro, José Sócrates, do ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e do presidente do grupo La Seda de Barcelona.»
04-02-2009
«Mais de quarenta accionistas da empresa La Seda de Barcelona apresentam quinta-feira à Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV) espanhola um pedido de OPA obrigatória para que o grupo português Selenis/CGD/Imatosgil compre 100 por cento do capital da empresa.»
13-03-2009
«Um ano depois do lançamento da primeira pedra, o projecto de engenharia de base da fábrica da Artenius já está concluído em 95% e os equipamentos gerais já foram todos comprados, passando ao lado dos efeitos da crise económica.
A La Seda de Barcelona, onde os portugueses Imatosgil são accionistas (11%), está a investir 400 milhões de euros, em Sines, na construção da única fábrica n Europa dedicada, em exclusívo, à produção de PTA (que serve de matéria-prima ao PET, utilizado na produção de embalagens plásticas).»
20-05-2009
«O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) baixou 99,2 por cento para 300 mil euros e as vendas caíram quase para metade, de 437 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2008, para 258 milhões.
A LSB tem planos para construir uma fábrica em Sines, que tem sido apresentada como bom exemplo de investimento pelo Governo de José Sócrates.»
09-06-2009
«O grupo La Seda - que em Portugal está já atrasado cinco meses no desenvolvimento do projecto de 400 milhões de euros da fábrica de PET em Sines, para o qual garantiu financiamento até 320 milhões de euros – tem um passivo de 1,3 mil milhões de euros. A falta de liquidez do grupo foi já motivo suficiente para que a unidade catalã, em El Prat, parasse a laboração.
O “fantasma” de suspensão de pagamento de salários e de cobrança de credores, noticia o jornal económico, só foi afastado porque na semana passada se avançou a hipótese da CGD, “accionista e principal credor” da La Seda, poder “assegurar uma emissão de obrigações convertíveis em 150 milhões de euros como passo prévio ao refinanciamento da dívida”.
O jornal adianta que, em 18 meses, a companhia que detém agora as acções suspensas na praça espanhola nos 0,34 euros, já perdeu mais de 70% do seu valor, com a capitalização bolsista a descer para 213 milhões de euros.»
10-06-2009
«A Caixa Geral de Depósitos injectou 25 milhões de euros na espanhola La Seda, onde é um dos maiores accionistas, para assegurar a viabilidade financeira de curto prazo da companhia, que ontem alterou o presidente da empresa devido à pressão dos accionistas portugueses.»
27-07-2009
A La Seda chegou a um acordo de princpio com a Caixa Geral de Depósitos, accionista da empresa, para que esta adquira o capital da Artenius Sines por 40 milhões de euros, como forma de financiamento. Este valor faz parte de um financiamento total de 104 milhões de euros. Em paralelo, a fabricante de plásticos confirma que irá alienar activos não estratégicos, onde se inclui a fábrica de Portalegre, no Alentejo.
A La Seda espera obter do Caixa BI, banco de investimento da CGD, perto de 488 milhões de euros para viabilizar o projecto. A primeira pedra foi lançada há mais de um ano, mas a fábrica leva um atraso de seis meses.
[Advertência: os links das notícias da época já não estão válidos, por várias razões, umas boas outras más; nalguns casos é possível aceder a essas notícias fazendo uma pesquisa com algumas as palavras-chave do texto]
20-09-2007
«O ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou hoje que gostaria de atrair para Portugal mais investimentos do tipo dos efectuados pelas empresas Abertis, Repsol e La Seda, que totalizam 1,5 mil milhões de euros.»
21-09-2007
«La Seda diz que produção da fábrica de Sines arranca em 2009 e estuda nova unidade em Portugal»
12-03-2008
«O investimento do grupo La Seda de Barcelona, que tem como principais accionistas as portuguesas Imatosgil, com 10,8 por cento, e a Caixa Geral de Depósitos (CGD), com 5 por cento, na unidade de PTA, que ficará localizada na Zona Industrial e Logística de Sines, é de 400 milhões de euros até 2010.
Este é um projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN) e, de acordo com declarações hoje à Lusa do presidente do grupo La Seda de Barcelona, Rafael Español Navarro, "os trabalhos no local estão bastante avançados".
O lançamento da primeira pedra da nova fábrica de PTA conta com as presenças do primeiro-ministro, José Sócrates, do ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, e do presidente do grupo La Seda de Barcelona.»
04-02-2009
«Mais de quarenta accionistas da empresa La Seda de Barcelona apresentam quinta-feira à Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV) espanhola um pedido de OPA obrigatória para que o grupo português Selenis/CGD/Imatosgil compre 100 por cento do capital da empresa.»
13-03-2009
«Um ano depois do lançamento da primeira pedra, o projecto de engenharia de base da fábrica da Artenius já está concluído em 95% e os equipamentos gerais já foram todos comprados, passando ao lado dos efeitos da crise económica.
A La Seda de Barcelona, onde os portugueses Imatosgil são accionistas (11%), está a investir 400 milhões de euros, em Sines, na construção da única fábrica n Europa dedicada, em exclusívo, à produção de PTA (que serve de matéria-prima ao PET, utilizado na produção de embalagens plásticas).»
20-05-2009
«O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) baixou 99,2 por cento para 300 mil euros e as vendas caíram quase para metade, de 437 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2008, para 258 milhões.
A LSB tem planos para construir uma fábrica em Sines, que tem sido apresentada como bom exemplo de investimento pelo Governo de José Sócrates.»
09-06-2009
«O grupo La Seda - que em Portugal está já atrasado cinco meses no desenvolvimento do projecto de 400 milhões de euros da fábrica de PET em Sines, para o qual garantiu financiamento até 320 milhões de euros – tem um passivo de 1,3 mil milhões de euros. A falta de liquidez do grupo foi já motivo suficiente para que a unidade catalã, em El Prat, parasse a laboração.
O “fantasma” de suspensão de pagamento de salários e de cobrança de credores, noticia o jornal económico, só foi afastado porque na semana passada se avançou a hipótese da CGD, “accionista e principal credor” da La Seda, poder “assegurar uma emissão de obrigações convertíveis em 150 milhões de euros como passo prévio ao refinanciamento da dívida”.
O jornal adianta que, em 18 meses, a companhia que detém agora as acções suspensas na praça espanhola nos 0,34 euros, já perdeu mais de 70% do seu valor, com a capitalização bolsista a descer para 213 milhões de euros.»
10-06-2009
«A Caixa Geral de Depósitos injectou 25 milhões de euros na espanhola La Seda, onde é um dos maiores accionistas, para assegurar a viabilidade financeira de curto prazo da companhia, que ontem alterou o presidente da empresa devido à pressão dos accionistas portugueses.»
27-07-2009
A La Seda chegou a um acordo de princpio com a Caixa Geral de Depósitos, accionista da empresa, para que esta adquira o capital da Artenius Sines por 40 milhões de euros, como forma de financiamento. Este valor faz parte de um financiamento total de 104 milhões de euros. Em paralelo, a fabricante de plásticos confirma que irá alienar activos não estratégicos, onde se inclui a fábrica de Portalegre, no Alentejo.
A La Seda espera obter do Caixa BI, banco de investimento da CGD, perto de 488 milhões de euros para viabilizar o projecto. A primeira pedra foi lançada há mais de um ano, mas a fábrica leva um atraso de seis meses.
29/07/2017
Lost in translation (295) - Em Pedrógão não houve "gross breach" porque não havia "relevant duty of care"
«The Scotland Yard investigation into the Grenfell fire disaster has said there are “reasonable grounds” to suspect the council and the organisation that managed the tower block of corporate manslaughter.
The two organisations under suspicion are Royal Borough of Kensington and Chelsea and the Kensington and Chelsea Tenant Management Organisation.
The law on corporate manslaughter would require any prosecution to prove that there was a gross breach of a relevant duty of care owed to those who died.»
The Guardian
Esta é uma das diferenças entre uma democracia onde existe separação de poderes e um poder judicial independente e uma democracia onde se elege o pessoal escolhido pelos partidos e pronto. E já foi pior nos tempos do socialismo socratista que além de ter capturado o quarto poder, como nos tempos actuais do socialismo costista, também manteve o terceiro poder em cativeiro.
The two organisations under suspicion are Royal Borough of Kensington and Chelsea and the Kensington and Chelsea Tenant Management Organisation.
The law on corporate manslaughter would require any prosecution to prove that there was a gross breach of a relevant duty of care owed to those who died.»
The Guardian
Esta é uma das diferenças entre uma democracia onde existe separação de poderes e um poder judicial independente e uma democracia onde se elege o pessoal escolhido pelos partidos e pronto. E já foi pior nos tempos do socialismo socratista que além de ter capturado o quarto poder, como nos tempos actuais do socialismo costista, também manteve o terceiro poder em cativeiro.
DIÁRIO DE BORDO: John McCain, Senador
«That principled mindset, and the service of our predecessors who possessed it, come to mind when I hear the Senate referred to as the world's greatest deliberative body. I'm not sure we can claim that distinction with a straight face today.
I'm sure it wasn't always deserved in previous eras either. But I'm sure there have been times when it was, and I was privileged to witness some of those occasions.
Our deliberations today -- not just our debates, but the exercise of all our responsibilities -- authorizing government policies, appropriating the funds to implement them, exercising our advice and consent role -- are often lively and interesting. They can be sincere and principled. But they are more partisan, more tribal more of the time than any other time I remember. Our deliberations can still be important and useful, but I think we'd all agree they haven't been overburdened by greatness lately. And right now they aren't producing much for the American people.»
Excerto do discurso de John McCain, um homem de coragem e de princípios, ao Senado americano na terça-feira passada, poucos dias depois de uma intervenção cirúrgica e de ter sabido ter um cancro no cérebro.
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bons exemplos,
Quem fala assim não é gago
28/07/2017
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: De como o melhor que pode acontecer ao paraíso prometido aos gregos pelo Syriza é ser um purgatório (LXIV)
Outros purgatórios a caminho dos infernos.
Este é o 64.º post de uma longa série iniciada em Janeiro de 2015 que começava assim: E será um purgatório se o novo governo Syriza-Gregos Independentes retiver apenas a retórica e deixar cair o seu programa. Será um inferno se o não fizer.
Tem sido um purgatório. O governo deixou cair o seu programa e até Tsipras evoluiu para uma retórica diferente: a retórica do social-democrata.
Não surpreende assim que, finalmente pela primeira vez em três anos, a Grécia se tenha financiado no mercado, tendo conseguido colocar três mil milhões de euros a cinco anos com um yield de 4,625% e uma procura superior ao dobro da emissão. O FMI já anunciou um novo empréstimo de 1,6 mil milhões na condição de haver algum haircut (simbólico), a CE/BCE já adiantou parte de uma tranche de 8,5 mil milhões e a CE já recomendou a saída do Procedimento por Défice Excessivo.
O que mostra este caminho seguido pelo governo «revolucionário» Syriza-Anel? O falhanço das políticas esquerdistas que Costa tanto parecia admirar quando por essa altura dizia «Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha».
Costa e Tsipras têm assim em comum terem conseguido sobreviver fazendo o contrário do que prometeram e de diferente o facto de se poder ter dúvidas da sinceridade de Tsipras ao dizer ao Guardian «nobody will say we are corrupt or dishonourable or have had our hand in the honey pot» e não se ter dúvidas sobre a falta de sinceridade se a mesma coisa tivesse sido dita por Costa.
Este é o 64.º post de uma longa série iniciada em Janeiro de 2015 que começava assim: E será um purgatório se o novo governo Syriza-Gregos Independentes retiver apenas a retórica e deixar cair o seu programa. Será um inferno se o não fizer.
Tem sido um purgatório. O governo deixou cair o seu programa e até Tsipras evoluiu para uma retórica diferente: a retórica do social-democrata.
Não surpreende assim que, finalmente pela primeira vez em três anos, a Grécia se tenha financiado no mercado, tendo conseguido colocar três mil milhões de euros a cinco anos com um yield de 4,625% e uma procura superior ao dobro da emissão. O FMI já anunciou um novo empréstimo de 1,6 mil milhões na condição de haver algum haircut (simbólico), a CE/BCE já adiantou parte de uma tranche de 8,5 mil milhões e a CE já recomendou a saída do Procedimento por Défice Excessivo.
O que mostra este caminho seguido pelo governo «revolucionário» Syriza-Anel? O falhanço das políticas esquerdistas que Costa tanto parecia admirar quando por essa altura dizia «Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha».
Costa e Tsipras têm assim em comum terem conseguido sobreviver fazendo o contrário do que prometeram e de diferente o facto de se poder ter dúvidas da sinceridade de Tsipras ao dizer ao Guardian «nobody will say we are corrupt or dishonourable or have had our hand in the honey pot» e não se ter dúvidas sobre a falta de sinceridade se a mesma coisa tivesse sido dita por Costa.
Pro memoria (351) - A obra feita de Costa nos incêndios florestais (2)
[Continuação de (1)]
«António Costa, que defendeu abertamente esta “lei da rolha”, tem de facto razões para estar preocupado, pois deixou rasto em muitas das decisões que estão a condicionar negativamente o que se está a passar com as nossas florestas. Recordemos algumas delas:
«Face a uma catástrofe, tudo aquilo de que Costa é capaz é de recorrer a toda a espécie de malabarismos que lhe granjearam a dúbia fama de político excepcionalmente habilidoso. Só que, confrontado com uma realidade não moldável aos exercícios circenses a que nos habituou e que tanta admiração provocam nos aficionados da política, a tal habilidade revelou-se aquilo que na sua essência radicalmente é: um puro jogo destinado a preservar o poder sem qualquer princípio que respeite verdadeiramente ao bem público. Quer dizer: uma coisa oca produzida pelo vazio.
António Costa minguou aos olhos de todos – e minguou também aos seus próprios olhos, por mais que tente disfarçar este aspecto das coisas. A sua percepção da realidade tenta adaptar-se em vão àquilo para o qual se encontra radicalmente impreparado, já que a situação exige uma concepção da política muito diferente daquela que é a sua, restrita à sabedoria mundana de todos os truques e truquezinhos conducentes à ascensão ao poder e à sua manutenção.
(...)
Não tenho a mínima dúvida que Costa tem plena consciência que a sua reacção a toda a catástrofe dos fogos provou a sua incapacidade como homem de Estado para defender o bem público.»
Um homem muito perigoso, Paulo Tunhas no Observador
Discordando de Paulo Tunhas, tenho as maiores dúvidas que Costa tenha essa plena consciência. Porque o Estado para Costa é apenas um trampolim, porque o bem público para Costa consiste no bem da sua tribo socialista e porque Costa pertence àquele género de pessoas com as quais se poderia fazer um excelentíssimo negócio: comprá-lo pelo preço do que ele vale e vendê-lo pelo preço do que pensa valer.
«António Costa, que defendeu abertamente esta “lei da rolha”, tem de facto razões para estar preocupado, pois deixou rasto em muitas das decisões que estão a condicionar negativamente o que se está a passar com as nossas florestas. Recordemos algumas delas:
- Foi de António Costa, como ministro da Administração Interna, a decisão de apostar tudo num sistema de combate aos incêndios focado em extinguir rapidamente as ignições e que desvalorizou a reforma da floresta. É essa opção que, neste ano quente e de imensa acumulação de combustível nas matas, mostra não ser capaz de evitar tragédia atrás de tragédia.
- Foi também de António Costa a decisão de manter o contrato com o SIRESP, o sistema de comunicações que está sempre a falhar, tendo-se limitado a renegociá-lo para lhe retirar valências que hoje fazem imensa falta.
- Foi ainda de António Costa a decisão política, como primeiro-ministro, de promover a aprovação de um pacote legislativo para a floresta que é duramente criticado tanto pelos especialistas em florestas e em fogos florestais, como pelos agentes económicos do sector. Costa, como já referi, preferiu fazer umas flores à esquerda, com o Bloco, para enganar o pagode, perdendo-se mais uma oportunidade de tomar as medidas que têm de ser tomadas.
- Foi com António Costa que ascendeu a Presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil um coronel (antes esse lugar fora sempre ocupado por um oficial general) que tem como currículo ter quase sempre seguido Costa de perto: Joaquim Leitão foi em 2005 adjunto do gabinete do secretário de Estado da Administração Interna quando António Costa era ministro, em 2008 foi nomeado comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa pelo presidente da Câmara António Costa, em Janeiro de 2016, com o novel governo Costa, regressou ao Ministério da Administração Interna, de novo como adjunto. É esse mesmo Joaquim Leitão que hoje preside ao caos notado no combate a tantos e tantos incêndios, tal como preside à “lei da rolha”.
- Foi com este governo de António Costa que o MAI nomeou 30 chefias da Protecção Civil 74 dias antes da tragédia de Pedrógão, sendo que um dos novos nomeados, o 2.º comandante de Leiria, foi quem dirigiu as operações no terreno durante o fogo de Pedrógão Grande das 19h55 às 22h do dia 17 de Junho, isto é, no período em que ocorreu a maioria das mortes. Trata-se de Mário Cerol, um advogado, comandante dos bombeiros de Alcobaça e, vejam lá, antigo mandatário de uma candidatura do PS a esse município.
- António Costa estava ao lado de Rui Esteves, o comandante operacional da ANPC nomeado pelo seu governo, quando, na noite de sábado para domingo no incêndio de Pedrógão Grande, este declarou que os meios envolvidos no combate àquele fogo eram “claramente” os adequados e que a sua determinação era extinguir o incêndio nessa mesma noite ou no domingo – o incêndio levaria cinco dias a ser extinto. Agora, foi esse mesmo Rui Esteves que, a partir de Proença-a-Nova (que fica no seu distrito de origem, Castelo Branco), dirigiu no terreno o combate ao incêndio de Mação, tendo de responder às queixas já verbalizadas pelos autarcas deste município sobre as opções que tomou.»
«Face a uma catástrofe, tudo aquilo de que Costa é capaz é de recorrer a toda a espécie de malabarismos que lhe granjearam a dúbia fama de político excepcionalmente habilidoso. Só que, confrontado com uma realidade não moldável aos exercícios circenses a que nos habituou e que tanta admiração provocam nos aficionados da política, a tal habilidade revelou-se aquilo que na sua essência radicalmente é: um puro jogo destinado a preservar o poder sem qualquer princípio que respeite verdadeiramente ao bem público. Quer dizer: uma coisa oca produzida pelo vazio.
António Costa minguou aos olhos de todos – e minguou também aos seus próprios olhos, por mais que tente disfarçar este aspecto das coisas. A sua percepção da realidade tenta adaptar-se em vão àquilo para o qual se encontra radicalmente impreparado, já que a situação exige uma concepção da política muito diferente daquela que é a sua, restrita à sabedoria mundana de todos os truques e truquezinhos conducentes à ascensão ao poder e à sua manutenção.
(...)
Não tenho a mínima dúvida que Costa tem plena consciência que a sua reacção a toda a catástrofe dos fogos provou a sua incapacidade como homem de Estado para defender o bem público.»
Um homem muito perigoso, Paulo Tunhas no Observador
Discordando de Paulo Tunhas, tenho as maiores dúvidas que Costa tenha essa plena consciência. Porque o Estado para Costa é apenas um trampolim, porque o bem público para Costa consiste no bem da sua tribo socialista e porque Costa pertence àquele género de pessoas com as quais se poderia fazer um excelentíssimo negócio: comprá-lo pelo preço do que ele vale e vendê-lo pelo preço do que pensa valer.
27/07/2017
Pro memoria (350) - O poder corrompe e a aparência dele amolece e desvenda a hipocrisia
«No Verão de 2015, ainda com Passos Coelho no Governo, o Bloco convocou uma conferência de imprensa para dizer que "a incompetência do Governo não pode encontrar justificação na meteorologia” e que “compete a um Estado competente colocar um dispositivo no terreno que permita contrariar os efeitos, tanto ao nível do ataque direto como da prevenção”. E agora?
Creio que o que dissemos na altura tem estado a par do que dizemos na actualidade. Agora, creio que nenhum de nós pode negar que estamos a assistir a algo que manifestamente não tem apanhado o país preparado. As alterações climáticas deixaram de ser matéria de disputa científica, o país está numa seca severa e claramente não temos um país devidamente estruturado para responder a estas circunstâncias. Se há responsabilidades de governos, há, de muitos governos. Infelizmente tínhamos alertado para a necessidade de preparar o país para as alterações climáticas, quer no que toca ao ordenamento quer à limitação de espécies, e de ter uma forma de pensar a Protecção Civil garantindo que isso representasse um aumento da capacidade no terreno. Mas percebemos que, anos depois, estes alertas não tiveram consequência. E que agora estamos a ser confrontados com uma realidade difícil.»
(Entrevista do Público a Pedro Filipe Soares, o líder parlamentar do BE)
Com a proximidade ao poder e a ilusão do poder, o berloquismo perdeu a frescura, manteve a falta de maturidade e sucumbiu à hipocrisia e à língua de trapos do politiquês. Pior é difícil.
Creio que o que dissemos na altura tem estado a par do que dizemos na actualidade. Agora, creio que nenhum de nós pode negar que estamos a assistir a algo que manifestamente não tem apanhado o país preparado. As alterações climáticas deixaram de ser matéria de disputa científica, o país está numa seca severa e claramente não temos um país devidamente estruturado para responder a estas circunstâncias. Se há responsabilidades de governos, há, de muitos governos. Infelizmente tínhamos alertado para a necessidade de preparar o país para as alterações climáticas, quer no que toca ao ordenamento quer à limitação de espécies, e de ter uma forma de pensar a Protecção Civil garantindo que isso representasse um aumento da capacidade no terreno. Mas percebemos que, anos depois, estes alertas não tiveram consequência. E que agora estamos a ser confrontados com uma realidade difícil.»
(Entrevista do Público a Pedro Filipe Soares, o líder parlamentar do BE)
Com a proximidade ao poder e a ilusão do poder, o berloquismo perdeu a frescura, manteve a falta de maturidade e sucumbiu à hipocrisia e à língua de trapos do politiquês. Pior é difícil.
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CASE STUDY: Há incêndios e incêndios, há florestas e florestas e há respostas e respostas
Isotérmicas em Julho (fonte) |
Nas duas regiões as temperaturas médias em Julho são semelhantes (ver mapa à direita) e a composição da floresta é diferente: em Pedrógão Grande predomina o pinheiro e eucalipto e nas zonas do sudeste da França predomina o carvalho e o mato (maquis) muito combustível. O que é verdadeiramente diferente é a capacidade de resposta dos Estados português e francês.
26/07/2017
Dúvidas (202) – Quem é realmente Alexis Tsipras? (3)
[Continuação de (1) e (2)]
Há dois anos perguntava-se José Manuel Fernandes a respeito das cambalhotas de Alexis Tsipras, o tribuno esquerdista do Syriza arvorado em primeiro-ministro da Grécia, «Um génio ou um desastrado? Um reformista radical ou um revolucionário dissimulado? Um estadista ou um populista?»
Nessa altura, respondeu JMF às suas próprias interrogações: «o meu instinto inclina-se mais para que é um radical a caminho da social-democracia».
Também por essa altura, Alexis Papachelas admitia ironicamente no ekathimerini.com que Tsipras parecia um neoliberal ao justificar no parlamento a aprovação das medidas do 3.º resgate. Hugo Dixon admitia no Politico: «Alexis Tsipras is either a liar or a resident of Lalaland», Alexis Tsipras ou é um mentiroso ou um lunático e eu mantinha a questão em aberto.
O tempo parece mostrar que o instinto de JMF estava certo. Leia-se esta entrevista de Tsipras ao Guardian e registe-se a humildade, realismo e flexibilidade que um social-democrata não renegaria:
Humildade
«When I came into this office, I had no experience, or sense, of how big the day-to-day difficulties would be,” I have made mistakes … big mistakes»
Realismo
A respeito dos planos de Varoufakis para adoptar uma moeda própria: «when we got to the point of reading what he presented as his plan B it was so vague, it wasn’t worth the trouble of even talking about. It was simply weak and ineffective.»
A respeito da saída da UE: «Leave Europe and go where … to another galaxy?” he quips. “Greece is an integral part of Europe. Without it, what would Europe look like? It would lose an important part of its history and its heritage.»
“If you go out into the street and ask about this government, many might say ‘liars’, but nobody will say we are corrupt or dishonourable or have had our hand in the honey pot.»
Flexibilidade negocial
«All this time we have been in continual negotiation and continual quest for compromise between our programme and the memorandum [of bailout conditions]»
Há dois anos perguntava-se José Manuel Fernandes a respeito das cambalhotas de Alexis Tsipras, o tribuno esquerdista do Syriza arvorado em primeiro-ministro da Grécia, «Um génio ou um desastrado? Um reformista radical ou um revolucionário dissimulado? Um estadista ou um populista?»
Nessa altura, respondeu JMF às suas próprias interrogações: «o meu instinto inclina-se mais para que é um radical a caminho da social-democracia».
Também por essa altura, Alexis Papachelas admitia ironicamente no ekathimerini.com que Tsipras parecia um neoliberal ao justificar no parlamento a aprovação das medidas do 3.º resgate. Hugo Dixon admitia no Politico: «Alexis Tsipras is either a liar or a resident of Lalaland», Alexis Tsipras ou é um mentiroso ou um lunático e eu mantinha a questão em aberto.
O tempo parece mostrar que o instinto de JMF estava certo. Leia-se esta entrevista de Tsipras ao Guardian e registe-se a humildade, realismo e flexibilidade que um social-democrata não renegaria:
Humildade
«When I came into this office, I had no experience, or sense, of how big the day-to-day difficulties would be,” I have made mistakes … big mistakes»
Realismo
A respeito dos planos de Varoufakis para adoptar uma moeda própria: «when we got to the point of reading what he presented as his plan B it was so vague, it wasn’t worth the trouble of even talking about. It was simply weak and ineffective.»
A respeito da saída da UE: «Leave Europe and go where … to another galaxy?” he quips. “Greece is an integral part of Europe. Without it, what would Europe look like? It would lose an important part of its history and its heritage.»
“If you go out into the street and ask about this government, many might say ‘liars’, but nobody will say we are corrupt or dishonourable or have had our hand in the honey pot.»
Flexibilidade negocial
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25/07/2017
Curtas e grossas (48) - Não são de direita (parecem mais de esquerda). São betinhos
Os betinhos de Loures anunciando a derrota antecipada (*) |
O modelo de direita? Qual modelo? Qual direita? A direita que mete a cabeça na areia, nega a realidade e se borra de medo de contrariar a vulgata do pensamento único?
(*) Inspirado no analista Vasco Pulido Valente que há uns anos, depois de ter falhado estrondosamente uma previsão, despromoveu-se a comentador, garanto que se a minha profecia não se confirmar farei o mesmo. (Não sou analista nem quero ser comentador, mas a intenção é que conta.)
CASE STUDY: «A única função das previsões económicas é tornar respeitável a astrologia» (2)
Continuação de (1)
O FMI tem falhado por excesso as previsões de crescimento do PIB mundial, revendo-as quase sempre em baixa. Sublinho: a nível mundial, onde os erros das previsões nacionais se compensam parcialmente. A nível nacional as previsões têm sido um desastre. Estamos agora numa fase singular em que as previsões estão a ser revistas em alta devido à sincronia das economias americana, chinesa e europeia.
The Econonist |
24/07/2017
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (93)
Outras avarias da geringonça.
Mostrando o seu apreço pelo direito dos eleitores à informação, o governo de Costa proibiu comandantes dos bombeiros de dar informações sobre os fogos. Porquê? Porque os incêndios que mais preocupam o governo não são os das florestas são os dos mídia, como o número de mortos de Pedrógão Grande.
Mostrando o seu apreço pela verdade, o governo de Costa colocou em segredo de justiça a lista dos nomes dos falecidos no incêndio de Pedrógão Grande. A arbitrariedade e propósito absurdo de tal segredo, os hábitos de Costa e vários indícios (entre eles o respeitador semanário de reverência Expresso que dá uma no cravo dos factos e outra na ferradura do governo) tornam provável ser o número de mortos superior ao anunciado pelo governo, como indicia esta investigação privada. A ser assim, é muito provável que a mistificação do governo se venha a refugiar na exclusão das mortes indirectas, o que escreve Poiares Maduro seria como «se o governo britânico dissesse que as pessoas que morreram ao saltar da torre em chamas no recente incêndio em Londres não eram vítimas do mesmo pois não morreram vítimas de inalação ou queimaduras...»
Mostrando o seu apreço pelo direito dos eleitores à informação, o governo de Costa proibiu comandantes dos bombeiros de dar informações sobre os fogos. Porquê? Porque os incêndios que mais preocupam o governo não são os das florestas são os dos mídia, como o número de mortos de Pedrógão Grande.
Mostrando o seu apreço pela verdade, o governo de Costa colocou em segredo de justiça a lista dos nomes dos falecidos no incêndio de Pedrógão Grande. A arbitrariedade e propósito absurdo de tal segredo, os hábitos de Costa e vários indícios (entre eles o respeitador semanário de reverência Expresso que dá uma no cravo dos factos e outra na ferradura do governo) tornam provável ser o número de mortos superior ao anunciado pelo governo, como indicia esta investigação privada. A ser assim, é muito provável que a mistificação do governo se venha a refugiar na exclusão das mortes indirectas, o que escreve Poiares Maduro seria como «se o governo britânico dissesse que as pessoas que morreram ao saltar da torre em chamas no recente incêndio em Londres não eram vítimas do mesmo pois não morreram vítimas de inalação ou queimaduras...»
Exemplos do costume (52) - Os caciques
Passos Coelho será tudo menos um santo, mas pelo menos desta vez está inocente das manobras de «mobilização artificial de militantes nas eleições internas partidárias» para o PSD Lisboa, em benefício do beato Nuno Morais Sarmento devidamente patrocinado por santa Manuela Ferreira Leite, manobras que o Observador documentou.
Tão revelador como a reportagem do Observador é o facto de apenas o Expresso (citando a SIC) lhe ter feito referência. Guess why. Adivinhe não porquê o Expresso (deve ter sido acidente), mas porquê nenhum dos outros jornais. Imagine-se o clamor indignado dos pandeiretas do jornalismo de causas se essa mobilização tivesse sido em benefício da facção de Passos Coelho...
Os ingénuos que imaginam que este tipo de manobras se circunscreve a facções do PSD, desiludam-se. Recomenda-se vivamente a leitura de «Os predadores», já aqui citado a propósito de «A rede da agência de empregos no município» montada por Costa em Lisboa, da autoria de Vítor Matos, não por acaso um dos jornalistas que subscreve a peça do Observador.
Tão revelador como a reportagem do Observador é o facto de apenas o Expresso (citando a SIC) lhe ter feito referência. Guess why. Adivinhe não porquê o Expresso (deve ter sido acidente), mas porquê nenhum dos outros jornais. Imagine-se o clamor indignado dos pandeiretas do jornalismo de causas se essa mobilização tivesse sido em benefício da facção de Passos Coelho...
Os ingénuos que imaginam que este tipo de manobras se circunscreve a facções do PSD, desiludam-se. Recomenda-se vivamente a leitura de «Os predadores», já aqui citado a propósito de «A rede da agência de empregos no município» montada por Costa em Lisboa, da autoria de Vítor Matos, não por acaso um dos jornalistas que subscreve a peça do Observador.
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23/07/2017
DIÁRIO DE BORDO: Não há pachorra para a brigada do pensamento único
A pretexto das entrevistas do Expresso a Gentil Martins, um médico notável, e do Jornal i a André Ventura, o candidato PSD/CDS à câmara de Loures, o universo mediático foi atravessado por ondas de indignação provenientes dos círculos do politicamente correcto e de outras correntes esquerdistas fazendo o papel dos novos polícias do pensamento único. A que pretexto? Porque o primeiro classificou a homossexualidade como «anomalia» (bem-vindo ao clube) e o segundo porque se referiu indirectamente e no contexto do concelho de Loures à «etnia cigana» como sendo um dos grupos que «vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado (e) acharem que estão acima das regras do Estado de direito».
Os polícias do pensamento reagiram prontamente exigindo procedimentos disciplinares e queixas-crime contra as duas criaturas tresmalhadas do pensamento único. Não vou efabular sobre a «ciência» da homossexualidade ou as demonstrações factuais de que os ciganos de Loures são «quase exclusivamente» como os caracteriza André Ventura, embora considere que uma e outra opiniões mereceriam uma análise e discussão sérias. Também não vou discutir a forma como essas opiniões foram expressas que é obviamente discutível.
Tão pouco vou apontar, outra vez, o dedo aos polícias do pensamento único todos eles grandes defensores em abstracto da liberdade de expressão e em concreto da liberdade de expressão das ideias conformes à sua vulgata. Vou apenas salientar um argumento sofista, particularmente repugnante, tratando-se de gente ilustrada.
O argumento consiste na tentativa de reverter a acusação que lhes é feita de polícias do pensamento único vitimizando-se por serem criticados, de onde, segundo a sua lógica, isso significaria que os «homofóbicos» e os «racistas» são intolerantes e não suportam as críticas. Ora acontece, que se saiba, nenhum «homofóbico» ou «racista» apresentou ou ameaçou apresentar, queixa-crime ou exigiu procedimento disciplinar contra um qualquer polícia do pensamento único. Há também nesta matéria uma divisão profunda entre os que combatem o que entendem ser ideias erradas com argumentos melhores ou piores e os polícias do pensamento único que pretendem calar os que eles rotulam de «homofóbicos» e de «racistas».
Como escrevi há dias, uma coisa é contraditar os desatinos, outra é tentar calar os desatinados. É esta a grande diferença entre quem defende a liberdade e quem a usa para calar a desconformidade. E, a propósito, recomendo vivamente a leitura de «A ditadura da ideologia de género» de Bernardo Sacadura no Observador.
Os polícias do pensamento reagiram prontamente exigindo procedimentos disciplinares e queixas-crime contra as duas criaturas tresmalhadas do pensamento único. Não vou efabular sobre a «ciência» da homossexualidade ou as demonstrações factuais de que os ciganos de Loures são «quase exclusivamente» como os caracteriza André Ventura, embora considere que uma e outra opiniões mereceriam uma análise e discussão sérias. Também não vou discutir a forma como essas opiniões foram expressas que é obviamente discutível.
Tão pouco vou apontar, outra vez, o dedo aos polícias do pensamento único todos eles grandes defensores em abstracto da liberdade de expressão e em concreto da liberdade de expressão das ideias conformes à sua vulgata. Vou apenas salientar um argumento sofista, particularmente repugnante, tratando-se de gente ilustrada.
O argumento consiste na tentativa de reverter a acusação que lhes é feita de polícias do pensamento único vitimizando-se por serem criticados, de onde, segundo a sua lógica, isso significaria que os «homofóbicos» e os «racistas» são intolerantes e não suportam as críticas. Ora acontece, que se saiba, nenhum «homofóbico» ou «racista» apresentou ou ameaçou apresentar, queixa-crime ou exigiu procedimento disciplinar contra um qualquer polícia do pensamento único. Há também nesta matéria uma divisão profunda entre os que combatem o que entendem ser ideias erradas com argumentos melhores ou piores e os polícias do pensamento único que pretendem calar os que eles rotulam de «homofóbicos» e de «racistas».
Como escrevi há dias, uma coisa é contraditar os desatinos, outra é tentar calar os desatinados. É esta a grande diferença entre quem defende a liberdade e quem a usa para calar a desconformidade. E, a propósito, recomendo vivamente a leitura de «A ditadura da ideologia de género» de Bernardo Sacadura no Observador.
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22/07/2017
ACREDITE SE QUISER: Myselfie, himselfie, yourselfie, ourselfies, themselfies
Alguns psicólogos explicam a obsessão pelas selfies com a ocorrência de problemas de saúde mental, como o transtorno dismórfico corporal que se caracteriza por uma preocupação mórbida por um defeito real ou imaginário e comportamentos compulsivos que se desenvolvem em resposta a essas preocupações.
Nalguns casos esses comportamentos têm consequências no mundo real. Em 2015 morreram mais pessoas a tentarem fazer selfies perfeitas do que de ataques de tubarão. Além dos praticantes da selfie também as obras de arte estão a sofrer consequências. Alguns exemplos (fonte: The Economist Espresso):
Nalguns casos esses comportamentos têm consequências no mundo real. Em 2015 morreram mais pessoas a tentarem fazer selfies perfeitas do que de ataques de tubarão. Além dos praticantes da selfie também as obras de arte estão a sofrer consequências. Alguns exemplos (fonte: The Economist Espresso):
- Em 2014, um estudante italiano destruiu uma estátua do início do século XIX, ao subir ao seu colo para disparar uma selfie;
- Um americano ficou preso numa escultura representando uma vagina de 32 toneladas de Fernando de la Jara e teve que ser libertado por 22 bombeiros;
- A semana passada em Los Angeles, uma mulher tentando a selfie perfeita derrubou uma fila de esculturas de Simon Birch causando 200 mil dólares de danos.
21/07/2017
Lost in translation (294) - O socialês de Costa em português corrente
Colidindo no Funchal com uma manif de «lesados do Banif», entre outras engraxadelas aos manifestantes, Costa sacou da sua demagogia de bolso e disparou:
«Há vontade política de responder a uma situação gravíssima, que é um conjunto de pessoas honestas que fizeram confiança num sistema que as aldrabou, como é evidente.»Como se pode traduzir isto em português corrente sem filtros? Talvez assim:
O governo vai tentar sacar aos contribuintes que não foram tolos mais impostos para compensar os outros contribuintes que aplicaram dinheiro em produtos financeiros obscuros que não percebiam, vendidos por um banco zombie cujo accionista maioritário já falecido era um emérito simpatizante do Partido Socialista, outros contribuintes que confiaram num sistema do qual o Partido Socialista foi o fundador e sustentáculo principal, promovendo a maior promiscuidade entre a banca e a política.
CASE STUDY: Câmara de Lisboa – a obra feita de Costa, Medina & Salgado
Estão em curso no DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) inquéritos sobre aprovações durante os mandatos de Costa e Medina, com Manuel Salgado como vereador do Urbanismo: a construção da Torre das Picoas e as obras de ampliação do Hospital da Luz (na altura pertencia ao GES, presidido por Ricardo Salgado, primo do vereador).
A esses casos juntam-se outros como a construção de um edifício de escritórios de 17 andares nas Picoas inicialmente aprovado apenas para 7 andares, num terreno de uma empresa ligada ao BES.
E outras batotices como a transferência da gestão de vários edifícios da câmara para a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) para fintar o escrutínio da oposição, da Assembleia Municipal e do Tribunal de Contas.
(Leia aqui uma descrição mais extensa da obra feita)
A esses casos juntam-se outros como a construção de um edifício de escritórios de 17 andares nas Picoas inicialmente aprovado apenas para 7 andares, num terreno de uma empresa ligada ao BES.
E outras batotices como a transferência da gestão de vários edifícios da câmara para a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) para fintar o escrutínio da oposição, da Assembleia Municipal e do Tribunal de Contas.
(Leia aqui uma descrição mais extensa da obra feita)
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ACREDITE SE QUISER: Babel no Pacífico
«Papua New Guinea: Speaking in tongues
India, with 22 official languages, is often considered the world’s most linguistically diverse place. In fact that prize goes to Papua New Guinea, a country of just 7.6m. Its 850-odd languages have between a few dozen and 650,000 speakers. The reasons for this variety are topography, which keeps villages isolated; a largely rural population; and fierce tribal divisions. But the growth of Tok Pisin, a creole, is threatening smaller languages.»
(The Economist Espresso)
India, with 22 official languages, is often considered the world’s most linguistically diverse place. In fact that prize goes to Papua New Guinea, a country of just 7.6m. Its 850-odd languages have between a few dozen and 650,000 speakers. The reasons for this variety are topography, which keeps villages isolated; a largely rural population; and fierce tribal divisions. But the growth of Tok Pisin, a creole, is threatening smaller languages.»
(The Economist Espresso)
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20/07/2017
Chávez & Chávez, Sucessores (59) - Pajarito amigo, el pueblo de la jerigonza está contigo
Outras obras do chávismo.
Sem surpresa, o governo, pela boca do MNE que gosta de malhar na direita e acaricia a esquerda, nega que tenham sido discutidas sanções (nega algo que El País não afirma) (*) e diz que o governo «favorece uma solução política inclusiva na Venezuela». Não explica se a solução política inclusiva inclui Maduro, a nomenclatura e as milícias chávistas.
Também sem surpresa, o presidente Marcelo defende «o diálogo, um diálogo genuíno, um diálogo aberto, um diálogo sem condições, entre todos». Com muito afecto, poderia acrescentar.
(Fonte para a inclusão e o diálogo: a RTP)
(*) Actualização:
«MNE reagiu à notícia do El País para dizer que sanções à Venezuela não foram discutidas por ministros da UE. Mas a chefe da diplomacia europeia admitiu, no início da semana, que o tema foi abordado». (Observador)
Apanha-se mais depressa um coxo do que um mentiroso se o mentiroso tiver boa imprensa.
Há dois anos que o pajarito não aparece a Maduro |
Portugal, único país de la UE que descarta las sanciones a Venezuela
«Un informe de la delegación de la UE en Caracas apunta que 27 de los 28 Estados miembros están abiertos a dicha posibilidad» (El País)Sem surpresa, o governo, pela boca do MNE que gosta de malhar na direita e acaricia a esquerda, nega que tenham sido discutidas sanções (nega algo que El País não afirma) (*) e diz que o governo «favorece uma solução política inclusiva na Venezuela». Não explica se a solução política inclusiva inclui Maduro, a nomenclatura e as milícias chávistas.
Também sem surpresa, o presidente Marcelo defende «o diálogo, um diálogo genuíno, um diálogo aberto, um diálogo sem condições, entre todos». Com muito afecto, poderia acrescentar.
(Fonte para a inclusão e o diálogo: a RTP)
(*) Actualização:
«MNE reagiu à notícia do El País para dizer que sanções à Venezuela não foram discutidas por ministros da UE. Mas a chefe da diplomacia europeia admitiu, no início da semana, que o tema foi abordado». (Observador)
Apanha-se mais depressa um coxo do que um mentiroso se o mentiroso tiver boa imprensa.
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DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (41) - Não há nem haverá crise, garantiu
Outras preces.
Encarnando um híbrido de Zandinga e de um professor de economia da Mouse School of Economics, Marcelo Rebelo de Sousa informou durante a sua visita ao México que «todas as análises de crise e todas as decisões sobre a crise passam pelo Presidente da República», e garantiu urbi et orbi que «não haverá razões institucionais que limitem a capacidade de crescimento», acrescentando «quando eu digo não haverá, não haverá».
O Marcelo de que estamos a falar é o mesmo Marcelo que uns meses antes de ser entronizado presidente do PSD também garantiu que «só se Cristo descer à terra» se candidataria. O mesmo Marcelo que garantiu ter havido o célebre jantar com Paulo Portas com vichyssoise de entrada. O mesmo que implicitou no início do mandato que só cumpriria o primeiro e está a fazer tudo para assegurar o segundo. O mesmo que garantiu a Isabel II que, com oito anos de idade, filho de um ministro de Salazar, estava na primeira fila da plebe que na Praça do Comércio a viu passar na visita a Lisboa em 1957. O mesmo que ainda garantiu a Isabel II ter-se encontrado com ela em 1985 como «líder da oposição». O mesmo a quem o «Presidente da República Federativa do Brasil, (...) pediu para ser recebido» mas não apareceu. O mesmo que em pleno incêndio de Pedrógão Grande garantiu que «tudo está a ser feito com critério e organização», para poucos dias depois garantir que se iria «apurar tudo, mas mesmo tudo, o que houver a apurar». Ainda o mesmo Marcelo que depois de ter minimizado o desaparecimento de munições em Tancos, veio dias depois defender «uma investigação que apure tudo, factos e responsabilidades». Ah!, já quase esquecia, o mesmo que garante que «não haverá razões institucionais que limitem a capacidade de crescimento».
É certo que a última e definitiva garantia «quando eu digo não haverá, não haverá» ultrapassa tudo o que a musa antiga canta, mas é compreensível que o presidente Marcelo se tenha ultrapassado a si próprio se porventura tiver circulado na auto-estrada mexicana daquela estória que também não sabemos se é verdadeira.
Encarnando um híbrido de Zandinga e de um professor de economia da Mouse School of Economics, Marcelo Rebelo de Sousa informou durante a sua visita ao México que «todas as análises de crise e todas as decisões sobre a crise passam pelo Presidente da República», e garantiu urbi et orbi que «não haverá razões institucionais que limitem a capacidade de crescimento», acrescentando «quando eu digo não haverá, não haverá».
O Marcelo de que estamos a falar é o mesmo Marcelo que uns meses antes de ser entronizado presidente do PSD também garantiu que «só se Cristo descer à terra» se candidataria. O mesmo Marcelo que garantiu ter havido o célebre jantar com Paulo Portas com vichyssoise de entrada. O mesmo que implicitou no início do mandato que só cumpriria o primeiro e está a fazer tudo para assegurar o segundo. O mesmo que garantiu a Isabel II que, com oito anos de idade, filho de um ministro de Salazar, estava na primeira fila da plebe que na Praça do Comércio a viu passar na visita a Lisboa em 1957. O mesmo que ainda garantiu a Isabel II ter-se encontrado com ela em 1985 como «líder da oposição». O mesmo a quem o «Presidente da República Federativa do Brasil, (...) pediu para ser recebido» mas não apareceu. O mesmo que em pleno incêndio de Pedrógão Grande garantiu que «tudo está a ser feito com critério e organização», para poucos dias depois garantir que se iria «apurar tudo, mas mesmo tudo, o que houver a apurar». Ainda o mesmo Marcelo que depois de ter minimizado o desaparecimento de munições em Tancos, veio dias depois defender «uma investigação que apure tudo, factos e responsabilidades». Ah!, já quase esquecia, o mesmo que garante que «não haverá razões institucionais que limitem a capacidade de crescimento».
É certo que a última e definitiva garantia «quando eu digo não haverá, não haverá» ultrapassa tudo o que a musa antiga canta, mas é compreensível que o presidente Marcelo se tenha ultrapassado a si próprio se porventura tiver circulado na auto-estrada mexicana daquela estória que também não sabemos se é verdadeira.
19/07/2017
Tiro (póstumo) nos pés de Teixeira dos Santos
Há 7 anos, um ano antes da chegada da brigada da troika, passaram pelo radar do (Im)pertinências dois artigos do NYT que então comentei neste post e agora transcrevo parcialmente:
«... fora do país e dos meios que têm um interesse directo em desvalorizar o risco de bancarrota portuguesa, o resto do mundo ou não presta atenção ou partilha quase sempre a antevisão duma tragédia grega. Num único dia, o NY Times, um bastião do politicamente correcto, insuspeito de antipatia pela causa da irresponsabilidade financeira, publicou dois artigos de muito mau augúrio para a economia e finanças públicas portuguesas: «Debt Worries Shift to Portugal, Spurred by Rising Bond Rates», de Landon Thomas e «The Next Global Problem: Portugal de Peter Boone e Simon Johnson, este último ex-economista chefe do FMI.
(...) A gravidade da situação de endividamento neste contexto é salientada pelo segundo artigo que estima que a uma taxa de juro optimista de 5% e com um défice primário de 5,2%, Portugal precisaria um agravamento fiscal de 10% o qual, sem uma impossível correcção monetária na Zona Euro, conduziria a um emprego socialmente devastador.»
Instruída por Teixeira dos Santos, a CMVM acusou então Boone, o primeiro autor do segundo artigo citado, de especular com a dívida pública portuguesa para obter mais-valias, uma vez que estava ligado à gestora de fundos Salute Capital Management. Foi então acusado pelo Ministério Público e, após vários anos a chocar a decisão, recentemente o tribunal ilibou-o sem julgamento. (Negócios)
Depois da decisão do tribunal, Peter Boone anunciou que iria processar o Estado português considerando que «foi uma caça às bruxas iniciada por uma declaração pública do antigo ministro das Finanças, professor Fernando Teixeira dos Santos, que se sentiu ofendido por eu ter questionado algumas das más decisões económicas que ele e os seus pares estavam a prosseguir». That's it!
«... fora do país e dos meios que têm um interesse directo em desvalorizar o risco de bancarrota portuguesa, o resto do mundo ou não presta atenção ou partilha quase sempre a antevisão duma tragédia grega. Num único dia, o NY Times, um bastião do politicamente correcto, insuspeito de antipatia pela causa da irresponsabilidade financeira, publicou dois artigos de muito mau augúrio para a economia e finanças públicas portuguesas: «Debt Worries Shift to Portugal, Spurred by Rising Bond Rates», de Landon Thomas e «The Next Global Problem: Portugal de Peter Boone e Simon Johnson, este último ex-economista chefe do FMI.
(...) A gravidade da situação de endividamento neste contexto é salientada pelo segundo artigo que estima que a uma taxa de juro optimista de 5% e com um défice primário de 5,2%, Portugal precisaria um agravamento fiscal de 10% o qual, sem uma impossível correcção monetária na Zona Euro, conduziria a um emprego socialmente devastador.»
Instruída por Teixeira dos Santos, a CMVM acusou então Boone, o primeiro autor do segundo artigo citado, de especular com a dívida pública portuguesa para obter mais-valias, uma vez que estava ligado à gestora de fundos Salute Capital Management. Foi então acusado pelo Ministério Público e, após vários anos a chocar a decisão, recentemente o tribunal ilibou-o sem julgamento. (Negócios)
Depois da decisão do tribunal, Peter Boone anunciou que iria processar o Estado português considerando que «foi uma caça às bruxas iniciada por uma declaração pública do antigo ministro das Finanças, professor Fernando Teixeira dos Santos, que se sentiu ofendido por eu ter questionado algumas das más decisões económicas que ele e os seus pares estavam a prosseguir». That's it!
Manifestações de paranóia/esquizofrenia (22) - O berloquismo como pensamento paranóico/esquizofrénico totalitário
Em entrevista ao SOL, André Ventura, candidato à câmara de Loures pelo PSD, em resposta à pergunta «Recentemente disse que somos demasiado “tolerantes com algumas minorias”. De que minorias falava?», disse:
«Vou-lhe ser muito direto: eu acho, e Loures tem sentido esse problema, que estamos aqui a falar particularmente da etnia cigana. É verdade que em Loures há mais, com uma multiculturalidade grande, mas em Portugal temos uma cultura com dois tipos de coisas preocupantes: uma é haver grupos que, em termos de composição de rendimento, vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado, outra é acharem que estão acima das regras do Estado de direito.»
Afinal a etnia cigana existe ou não? Vive quase exclusivamente de subsídios ou não? São perguntas que um adulto mentalmente equilibrado poderia fazer. Outro poderia contra-argumentar suportado em palpites, factos ou estatísticas ou o que lhe desse na realíssima gana.
O que fez a candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Loures? «Apresentou, esta segunda-feira, uma queixa-crime ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados contra o candidato do PSD/CDS-PP/PPM, devido a referências discriminatórias dirigidas à comunidade cigana.»
Alguns comentadores encartados, como Daniel Oliveira, arremessam-nos o sofisma de quem critica o politicamente correcto não aceita a liberdade de expressão e o contraditório. Se ele não consegue melhor argumento, seria melhor reformar-se da comentadoria. Não me dei conta de alguém apresentar, ou sequer ameaçar apresentar, queixa-crime contra um qualquer de entre a multidão de imbecis que promove as causas mais absurdas do portfólio de qualquer esquerdista vulgaris. Uma coisa é contraditar os desatinos, outra é tentar calar os desatinados.
De resto não adiantaria apresentar queixa-crime ao Ministério Público contra os berloquistas por querem calar os refractários ao pensamento único acusando-os de delitos de opinião. Os herdeiros de variados ismos (marxismo, bolchevismo, leninismo, esquerdismo infantil, marxismo-leninismo, trotskismo, estalinismo, luxemburguismo, maoismo et alia) e actuais representantes do esquerdismo senil são inimputáveis.
«Vou-lhe ser muito direto: eu acho, e Loures tem sentido esse problema, que estamos aqui a falar particularmente da etnia cigana. É verdade que em Loures há mais, com uma multiculturalidade grande, mas em Portugal temos uma cultura com dois tipos de coisas preocupantes: uma é haver grupos que, em termos de composição de rendimento, vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado, outra é acharem que estão acima das regras do Estado de direito.»
Afinal a etnia cigana existe ou não? Vive quase exclusivamente de subsídios ou não? São perguntas que um adulto mentalmente equilibrado poderia fazer. Outro poderia contra-argumentar suportado em palpites, factos ou estatísticas ou o que lhe desse na realíssima gana.
O que fez a candidatura do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Loures? «Apresentou, esta segunda-feira, uma queixa-crime ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados contra o candidato do PSD/CDS-PP/PPM, devido a referências discriminatórias dirigidas à comunidade cigana.»
Alguns comentadores encartados, como Daniel Oliveira, arremessam-nos o sofisma de quem critica o politicamente correcto não aceita a liberdade de expressão e o contraditório. Se ele não consegue melhor argumento, seria melhor reformar-se da comentadoria. Não me dei conta de alguém apresentar, ou sequer ameaçar apresentar, queixa-crime contra um qualquer de entre a multidão de imbecis que promove as causas mais absurdas do portfólio de qualquer esquerdista vulgaris. Uma coisa é contraditar os desatinos, outra é tentar calar os desatinados.
De resto não adiantaria apresentar queixa-crime ao Ministério Público contra os berloquistas por querem calar os refractários ao pensamento único acusando-os de delitos de opinião. Os herdeiros de variados ismos (marxismo, bolchevismo, leninismo, esquerdismo infantil, marxismo-leninismo, trotskismo, estalinismo, luxemburguismo, maoismo et alia) e actuais representantes do esquerdismo senil são inimputáveis.
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18/07/2017
Pro memoria (349) - Como um incêndio bastou para expor a falência de Marcelo, Costa & Geringonça, Lda.
«Passou o primeiro mês. Quase tão impressionante como a nossa capacidade de ainda nos chocarmos com o grande fogo do Pinhal Interior, é a incapacidade de conseguir respostas claras a perguntas simples sobre uma tragédia que matou 64 pessoas. Já passámos a idade da inocência, quando o Presidente da República dizia que “não era possível fazer mais” e o diretor-nacional da Polícia Judiciária apontava para a árvore onde caiu o raio fatal que ninguém viu, ninguém ouviu e nenhum satélite ou computador registou. Hoje não há dúvidas de que era possível ter-se feito muito mais, muito melhor. Até Marcelo já admitiu, em declarações à SIC, que o Estado falhou. As fragilidades ficaram à vista.
Já não há dúvidas sobre as falhas do SIRESP, ou sobre a fragilidade da estrutura operacional da Proteção Civil, cujos comandos distritais foram mudados dois meses antes dos fogos. O facto é que boa parte do que se sabe, só se sabe olhando para lá da cortina de fumo das explicações oficiais. O que se sabe não chega. É de uma fragilidade inadmissível.
Ontem à noite houve telejornais em direto de Pedrógão Grande, e lá ao longe via-se o fumo de novos incêndios, agora em Oleiros. E em Mangualde. E na Guarda. E em Alijó. E em Vila Nova de Foz Côa. Ao final da tarde de ontem, o presidente da câmara de Alijó afirmava que o fogo estava fora de controlo e acrescentou um apelo que mostra bem o que se passa no terreno: "Alguém que perceba de combate a incêndios tem de nos vir ajudar". Alijó declarou o estado de emergência municipal. Mangualde também. Casas, carros, animais, plantações e florestas foram devastados. A A25 chegou a estar cortada, mas esta manhã todas as vias cortadas estavam reabertas. No Público, Manuel Carvalho explica por que razão "o Governo não vai poder desvalorizar o incêndio de Alijó com a mesma negligência com que menorizou o assalto em Tancos".
O SIRESP, já se sabe, voltou a falhar - ou, na linguagem acética dos burocratas, "foram registadas algumas intermitências pontuais". António Costa, que foge de discutir o SIRESP como o diabo da cruz, voltou a apontar o dedo à PT/Altice, agora sem a nomear. É oficial: a empresa que era a festa do regime passou a besta do regime. “Fragilidade inadmissível”, disse o primeiro-ministro, sobre a rede da operadora de que deixou de ser cliente. Costa, que sabe o que fez quando era Ministro da Administração Interna, também sabe que a melhor defesa é o ataque: “Numa zona de grande densidade florestal, onde há elevado risco de incêndio, o sistema de comunicações de uma determinada companhia, que não vou dizer o nome para não me criticarem, assentar em cabos aéreos, e nessa rede circular não só a comunicação normal como a de emergência, expõe obviamente essa rede a uma fragilidade inadmissível”, disse. Não há como discordar. Infelizmente, esta evidência não ocorreu ao ministro que em 2006 adjudicou uma rede de comunicações de emergência a um consórcio que era servido por esta “companhia” que em zonas de “grande densidade florestal” estava dependente de “cabos aéreos”...»
Já não há dúvidas sobre as falhas do SIRESP, ou sobre a fragilidade da estrutura operacional da Proteção Civil, cujos comandos distritais foram mudados dois meses antes dos fogos. O facto é que boa parte do que se sabe, só se sabe olhando para lá da cortina de fumo das explicações oficiais. O que se sabe não chega. É de uma fragilidade inadmissível.
Ontem à noite houve telejornais em direto de Pedrógão Grande, e lá ao longe via-se o fumo de novos incêndios, agora em Oleiros. E em Mangualde. E na Guarda. E em Alijó. E em Vila Nova de Foz Côa. Ao final da tarde de ontem, o presidente da câmara de Alijó afirmava que o fogo estava fora de controlo e acrescentou um apelo que mostra bem o que se passa no terreno: "Alguém que perceba de combate a incêndios tem de nos vir ajudar". Alijó declarou o estado de emergência municipal. Mangualde também. Casas, carros, animais, plantações e florestas foram devastados. A A25 chegou a estar cortada, mas esta manhã todas as vias cortadas estavam reabertas. No Público, Manuel Carvalho explica por que razão "o Governo não vai poder desvalorizar o incêndio de Alijó com a mesma negligência com que menorizou o assalto em Tancos".
O SIRESP, já se sabe, voltou a falhar - ou, na linguagem acética dos burocratas, "foram registadas algumas intermitências pontuais". António Costa, que foge de discutir o SIRESP como o diabo da cruz, voltou a apontar o dedo à PT/Altice, agora sem a nomear. É oficial: a empresa que era a festa do regime passou a besta do regime. “Fragilidade inadmissível”, disse o primeiro-ministro, sobre a rede da operadora de que deixou de ser cliente. Costa, que sabe o que fez quando era Ministro da Administração Interna, também sabe que a melhor defesa é o ataque: “Numa zona de grande densidade florestal, onde há elevado risco de incêndio, o sistema de comunicações de uma determinada companhia, que não vou dizer o nome para não me criticarem, assentar em cabos aéreos, e nessa rede circular não só a comunicação normal como a de emergência, expõe obviamente essa rede a uma fragilidade inadmissível”, disse. Não há como discordar. Infelizmente, esta evidência não ocorreu ao ministro que em 2006 adjudicou uma rede de comunicações de emergência a um consórcio que era servido por esta “companhia” que em zonas de “grande densidade florestal” estava dependente de “cabos aéreos”...»
Expresso Curto de hoje mostrando uma infrequente independência
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Os outros jogam ténis, Roger Federer respira
La souplesse elle-même |
Alessandro Baricco (de La Repubblica) em El País
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é muito para um homem só,
eu diria mesmo mais
DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (40) - Guterrando
Outras preces.
Se não fosse este post do Blasfémias também não teria reparado que Marcelo exonerou o único militar até agora por ele nomeado para o lugar de secretário do Conselho Superior de Defesa Nacional.
Tudo começou quando Antunes Calçada durante a apresentação de um livro de um outro militar disse o que foi interpretado pelos presentes (e os ausentes) como classificando o CEME Rovisco Duarte «sabujo para cima» para proteger o ministro Azeredo Lopes e «cão para baixo» ao demitir os cinco comandantes das unidades que tinham a responsabilidade pela segurança de Tancos.
Imitando o inimitável Guterres, «depois de ouvido o Governo», Marcelo produziu um despacho exonerando «Antunes Calçada do cargo de Secretário do Conselho Superior de Defesa Nacional». Porquê exonerá-lo do cargo se a criatura, segundo o despacho, o «exerceu com zelo, competência e dedicação»? O que mostra isto? Mostra que nos momentos de crise Marcelo é incapaz de decidir contra as pressões ou contra a corrente, sempre preocupado com a popularidade e com evitar a crispação.
Contem com ele para as selfies, os afectos, os beijinhos, os abraços e, last but not least, as intrigas. Não contem com ele para tomar decisões disruptivas que serão inevitáveis durante os quatro anos que lhe faltam de mandato, para já não falar no seu segundo mandato pelo qual disfarça mal ansiar.
Se não fosse este post do Blasfémias também não teria reparado que Marcelo exonerou o único militar até agora por ele nomeado para o lugar de secretário do Conselho Superior de Defesa Nacional.
Tudo começou quando Antunes Calçada durante a apresentação de um livro de um outro militar disse o que foi interpretado pelos presentes (e os ausentes) como classificando o CEME Rovisco Duarte «sabujo para cima» para proteger o ministro Azeredo Lopes e «cão para baixo» ao demitir os cinco comandantes das unidades que tinham a responsabilidade pela segurança de Tancos.
Imitando o inimitável Guterres, «depois de ouvido o Governo», Marcelo produziu um despacho exonerando «Antunes Calçada do cargo de Secretário do Conselho Superior de Defesa Nacional». Porquê exonerá-lo do cargo se a criatura, segundo o despacho, o «exerceu com zelo, competência e dedicação»? O que mostra isto? Mostra que nos momentos de crise Marcelo é incapaz de decidir contra as pressões ou contra a corrente, sempre preocupado com a popularidade e com evitar a crispação.
Contem com ele para as selfies, os afectos, os beijinhos, os abraços e, last but not least, as intrigas. Não contem com ele para tomar decisões disruptivas que serão inevitáveis durante os quatro anos que lhe faltam de mandato, para já não falar no seu segundo mandato pelo qual disfarça mal ansiar.
17/07/2017
DIÁRIO DE BORDO: Camaradas paneleiros de todo o mundo uni-vos contra Gentil Martins
«Na festa do Avante de 2015, vários homossexuais foram espancados por seguranças do evento. Um destes homens foi agarrado e atirado para o interior de uma carrinha de apoio à festa. Nessa carrinha, foi insultado ("maricas", "paneleiro de merda", "porco"), humilhado e agredido com pontapés e murros. Até lhe apertaram o pescoço com uma corda. No meio desta humilhação, um dos capangas do PCP teve um momento de caridade e exigiu que se parasse com aquele tratamento propedêutico, visto que a vítima era um "camarada" e não um mero "paneleiro de merda". A resposta do líder do esquadrão de reeducação foi clara: "não há camaradas paneleiros". Esta cena não aconteceu no consultório de Gentil Martins neste fim-de-semana, mas sim na festa do Avante de 2015.
Nesta festa do Avante em particular e ao longo da história do Partido, ocorreram mais casos de homofobia primária e violenta (não é uma mera opinião), mas julgo que este caso chega para ilustrar o meu ponto: este acto de abjecta violência do PCP não gerou nem 10% da comoção coletiva gerada agora pelas declarações de Gentil Martins. Os indignados que agora pedem a cabeça do médico estiveram calados que nem ratinhos de laboratório perante a violência comunista. Se a memória não me falha, só este jornal pegou a sério no tema.
A discrepância dos critérios fala por si. Um partido de esquerda tem direito à violência homofóbica. Um médico católico não tem direito à sua opinião. É como se não existisse uma diferença moral entre um ato e uma palavra. Pior: é como se uma opinião de direita fosse muitíssimo mais grave do que um ato de violência da esquerda. Não é um caso isolado. O alegado "espaço público" português é uma escola de verão do BE ou um prolongamento da Atalaia. Estas ondas de indignação só ocorrem contra pessoas conotadas com a direita, Gentil Martins, Rui Ramos, Jaime Nogueira Pinto, este que vos escreve. Já as pessoas de esquerda podem mentir, insultar e até agredir, estão acima do bem e do mal. Se a cena de violência que descrevi tivesse ocorrido num comício da direita ou numa atividade da igreja, teria caído o Carmo e a Trindade. Como ocorreu no solo sagrado da Atalaia, nada se passou. Nada se passa. Não há, não houve, não haverá camaradas paneleiros.»
«Camaradas paneleiros», Henrique Raposo no Expresso Diário
Nesta festa do Avante em particular e ao longo da história do Partido, ocorreram mais casos de homofobia primária e violenta (não é uma mera opinião), mas julgo que este caso chega para ilustrar o meu ponto: este acto de abjecta violência do PCP não gerou nem 10% da comoção coletiva gerada agora pelas declarações de Gentil Martins. Os indignados que agora pedem a cabeça do médico estiveram calados que nem ratinhos de laboratório perante a violência comunista. Se a memória não me falha, só este jornal pegou a sério no tema.
A discrepância dos critérios fala por si. Um partido de esquerda tem direito à violência homofóbica. Um médico católico não tem direito à sua opinião. É como se não existisse uma diferença moral entre um ato e uma palavra. Pior: é como se uma opinião de direita fosse muitíssimo mais grave do que um ato de violência da esquerda. Não é um caso isolado. O alegado "espaço público" português é uma escola de verão do BE ou um prolongamento da Atalaia. Estas ondas de indignação só ocorrem contra pessoas conotadas com a direita, Gentil Martins, Rui Ramos, Jaime Nogueira Pinto, este que vos escreve. Já as pessoas de esquerda podem mentir, insultar e até agredir, estão acima do bem e do mal. Se a cena de violência que descrevi tivesse ocorrido num comício da direita ou numa atividade da igreja, teria caído o Carmo e a Trindade. Como ocorreu no solo sagrado da Atalaia, nada se passou. Nada se passa. Não há, não houve, não haverá camaradas paneleiros.»
«Camaradas paneleiros», Henrique Raposo no Expresso Diário
Um dia como os outros na vida do estado sucial (32) - Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes
«... no Alijó as chamas obrigaram à evacuação de uma aldeia. Um helicóptero caiu e houve casas e pessoas em risco. Hoje de manhã o fogo ainda não tinha sido extinto. E, adivinhem, o Siresp, o sistema de comunicações que nos custa 40 milhões de euros por ano, voltou a falhar.» (Expresso Curto)
Crónica da anunciada avaria irreparável da geringonça (92)
Outras avarias da geringonça.
Uma vez ou outra Costa deixa cair a máscara e deixa ver os seus tiques autocráticos, como a semana passada em que ameaçou veladamente a Altice e, assumindo a sua faceta de tele-evangelista, anunciou que já tinha feito a sua escolha do operador, não sem antes com um enorme descaro classificar de «irresponsável» a privatização da PT começada e acabada por governos do PS em que participou.
Depois de ter garantido que a solução para os «lesados do BES» do amigo Lacerda Machado não teria custos para os contribuintes, a semana passada o governo acabou a admitir o que antes tinha negado. Por falar em sem custos, já repararam que um dos milagres favoritos do socialismo indígena é criar soluções que não são pagas pelos que dela beneficiam mas por outros? Lembram-se como começaram e acabaram as SCUT?
Um exemplo de manobrismo que ameaça ser um tiro no pé é o caso da candidatura à Agência Europeia do Medicamento. Depois de um processo vergonhoso em que foi defendida a localização em Lisboa (por razões óbvias de dourar o brasão ao sucessor na câmara) e acabou no Porto, talvez porque pode ter-se percebido que a agência iria provavelmente parar a Lille, pelo que propor Lisboa ou Porto seria igual ao litro. Em qualquer caso, um inquérito aos 900 funcionários da Agência mostrou ser Lisboa a cidade preferida.
Uma vez ou outra Costa deixa cair a máscara e deixa ver os seus tiques autocráticos, como a semana passada em que ameaçou veladamente a Altice e, assumindo a sua faceta de tele-evangelista, anunciou que já tinha feito a sua escolha do operador, não sem antes com um enorme descaro classificar de «irresponsável» a privatização da PT começada e acabada por governos do PS em que participou.
Depois de ter garantido que a solução para os «lesados do BES» do amigo Lacerda Machado não teria custos para os contribuintes, a semana passada o governo acabou a admitir o que antes tinha negado. Por falar em sem custos, já repararam que um dos milagres favoritos do socialismo indígena é criar soluções que não são pagas pelos que dela beneficiam mas por outros? Lembram-se como começaram e acabaram as SCUT?
Um exemplo de manobrismo que ameaça ser um tiro no pé é o caso da candidatura à Agência Europeia do Medicamento. Depois de um processo vergonhoso em que foi defendida a localização em Lisboa (por razões óbvias de dourar o brasão ao sucessor na câmara) e acabou no Porto, talvez porque pode ter-se percebido que a agência iria provavelmente parar a Lille, pelo que propor Lisboa ou Porto seria igual ao litro. Em qualquer caso, um inquérito aos 900 funcionários da Agência mostrou ser Lisboa a cidade preferida.
Manifestações de paranóia/esquizofrenia (21) - Não é uma anomalia, são duas anomalias: a homossexualidade e a paranóia
Homossexualidade: «uma anomalia, um desvio de personalidade», considerou Gentil Martins em entrevista ao Expresso.
Frequência da homossexualidade: uma percentagem variável segundo os inquéritos, os métodos, os países e as épocas, na maioria dos casos inferior a 5%.
Anomalia: «O que se desvia da norma, da generalidade»; «desvio do tipo normal; anormalidade».
«Estas declarações violam a deontologia médica e têm consequências negativas, graves, gravíssimas, se passam como "se nada fosse"» escreveu a deputada socialista e militante politicamente correcta Isabel Moreira, pegando fogo na pradaria das indignações.
Paranóia: «ocorrência de pensamentos delirantes, geralmente persecutórios, que levam o paciente a adoptar uma atitude de permanente desconfiança em relação aos que o rodeiam.»
Frequência da homossexualidade: uma percentagem variável segundo os inquéritos, os métodos, os países e as épocas, na maioria dos casos inferior a 5%.
Anomalia: «O que se desvia da norma, da generalidade»; «desvio do tipo normal; anormalidade».
«Estas declarações violam a deontologia médica e têm consequências negativas, graves, gravíssimas, se passam como "se nada fosse"» escreveu a deputada socialista e militante politicamente correcta Isabel Moreira, pegando fogo na pradaria das indignações.
Paranóia: «ocorrência de pensamentos delirantes, geralmente persecutórios, que levam o paciente a adoptar uma atitude de permanente desconfiança em relação aos que o rodeiam.»
16/07/2017
ARTIGO DEFUNTO: Jornalismo de "referência" é o jornalismo de causas adoptado pelo jornal que se diz de referência (3)
Continuação de (1) e (2).
Deve haver um móbil para o Expresso gastar papel a inventar sucessores para Passos Coelho. Rui Rio, Relvas e vários outros já foram promovidos e quaisquer criaturas, a maioria ressabiada, que o jornalista de serviço veja como um inimigo de Passos Coelho na sombra tem assegurado tempo de antena no semanário de reverência, como Ferreira Leite, Sarmento Rodrigues e outros (ver a este propósito o artigo de Sebastião Bugalho no SOL aqui citado).
A coisa, de tão denunciada, é de uma bacoquice atroz. O último exemplo de promovido a sucessor ou a apoiante do sucessor é Luís Montenegro, a quem o Expresso concede uma entrevista de uma página em formatobroadsheet broadshit. Por muito que Montenegro garanta que apoia Passos Coelho por «convicção, por entender que é o mais bem posicionado para ganhar pela terceira vez as legislativas e o mais bem preparado para ser PM».
Será verdade? Não necessariamente, mas, não sendo, seria estúpido Montenegro dizê-lo dessa forma clara e definitiva e ele não parece ser estúpido e sempre poderia manifestar um apoio vago utilizando uma fórmula ambígua. O que levará então o mesmo jornalista do semanário de reverência que entrevista Montenegro escrever na página seguinte «líder parlamentar passa o cargo ao braço-direito e posiciona-se para o pós-Passos»?
Só pode ser porque a criatura dispõe de uma invejável capacidade de ler mentes, porque a frase seguinte plena de insinuações é «Rio diz que PSD está "pior"», o que sugere que um jornalista que não entrevistou Rui Rio e sabe que ele acha que está "pior", também é capaz de entrevistar Montenegro e concluir que pensa o contrário do que diz, concordando com Rio, e por isso se posiciona para o pós-Passos.
Como, em minha opinião, Passos Coelho foi um primeiro-ministro que não mostrou estar à altura das reformas indispensáveis que o seu governo deveria ter adoptado e não adoptou e como presidente do PSD não está a mostrar estar à altura de liderar a oposição à geringonça, estas manobras dos spin doctors de trazer por casa que elegem Passos Coelho como o inimigo principal a abater para dar lugar a um qualquer Rio. levam-me a pôr em dúvida a bondade da minha opinião. Afinal, quem sabe?, talvez Passos Coelho seja o líder menos mau possível para a oposição.
Deve haver um móbil para o Expresso gastar papel a inventar sucessores para Passos Coelho. Rui Rio, Relvas e vários outros já foram promovidos e quaisquer criaturas, a maioria ressabiada, que o jornalista de serviço veja como um inimigo de Passos Coelho na sombra tem assegurado tempo de antena no semanário de reverência, como Ferreira Leite, Sarmento Rodrigues e outros (ver a este propósito o artigo de Sebastião Bugalho no SOL aqui citado).
A coisa, de tão denunciada, é de uma bacoquice atroz. O último exemplo de promovido a sucessor ou a apoiante do sucessor é Luís Montenegro, a quem o Expresso concede uma entrevista de uma página em formato
Será verdade? Não necessariamente, mas, não sendo, seria estúpido Montenegro dizê-lo dessa forma clara e definitiva e ele não parece ser estúpido e sempre poderia manifestar um apoio vago utilizando uma fórmula ambígua. O que levará então o mesmo jornalista do semanário de reverência que entrevista Montenegro escrever na página seguinte «líder parlamentar passa o cargo ao braço-direito e posiciona-se para o pós-Passos»?
Só pode ser porque a criatura dispõe de uma invejável capacidade de ler mentes, porque a frase seguinte plena de insinuações é «Rio diz que PSD está "pior"», o que sugere que um jornalista que não entrevistou Rui Rio e sabe que ele acha que está "pior", também é capaz de entrevistar Montenegro e concluir que pensa o contrário do que diz, concordando com Rio, e por isso se posiciona para o pós-Passos.
Como, em minha opinião, Passos Coelho foi um primeiro-ministro que não mostrou estar à altura das reformas indispensáveis que o seu governo deveria ter adoptado e não adoptou e como presidente do PSD não está a mostrar estar à altura de liderar a oposição à geringonça, estas manobras dos spin doctors de trazer por casa que elegem Passos Coelho como o inimigo principal a abater para dar lugar a um qualquer Rio. levam-me a pôr em dúvida a bondade da minha opinião. Afinal, quem sabe?, talvez Passos Coelho seja o líder menos mau possível para a oposição.
15/07/2017
CASE STUDY: Não deixem que os factos atrapalhem uma boa ideia (2)
Na newsletter The Economist Espresso do sábado anterior podia ler-se o seguinte:
Grey, set and match: tennis
As Wimbledon kicked off this week, all eyes were on the sport’s “Big Four”. Will Roger Federer, the oldest of the pack at 35, win his eighth title? Or will the champion be Andy Murray (30), Rafael Nadal (31) or Novak Djokovic (30)? The men’s top-40 list has never been so aged: more than half are in their thirties and there is not a single teenager. At Wimbledon last year a record 49 players in the men’s singles were 30 or over. Many remember teenage wonders such as “Boom Boom” Boris Becker—17 when he nabbed his first Wimbledon title—and Monica Seles, who by 19 had won eight Grand Slams. Some say the game has simply become more strength-based, disadvantaging lanky teens. Others blame money’s effects. With dieticians, physiotherapists and other gurus now a standard part of top players’ entourages, it’s hard for any youngsters without deep pockets to catch up.
Como praticante acidental, interessado no ténis e propenso a estabelecer padrões a partir da observação empírica, a explicação «the game has simply become more strength-based, disadvantaging lanky teens» pareceu-me simplesmente bullshit. Fiz um pequeno exercício e aqui ficam as conclusões.
Os cinco primeiros do ranking ATP: idades, alturas e pesos, médias e lankiness (um índice que acabei de inventar = altura em cm / peso em Kg)
1 Murray 30 anos 1,91m 84kg
2 Nadal 31 anos 1,85m 85kg
3 Wawrinka 32 anos 1,83m 81kg
4 Djokovic 30 anos 1,88m 77kg
5 Federer 35 anos 1,85m 85kg
Média 31,6 anos 1,86m 82,4kg
Lankiness 2,25
Os cinco seguintes com menos de 22 anos: os mesmos dados
12 Zeverev 20 anos 1,98m 86kg
20 Kirgios 22 anos 1,93m 85kg
34 Khachanov 21 anos 1,98m 88kg
49 Medcedev 21 anos 1,98m 82kg
50 Edmund 22 anos 1,88m 83kg
Média 21,2 anos 1,95m 84,8kg
Lankiness 2,30
Da diferença de idades de 10 anos resulta uma diferença irrelevante de 0,05 de Lankiness.
Em conclusão, no melhor pano cai a nódoa e os factos alternativos infectam todos os mídia, em coisas inócuas como esta e especialmente em outras menos inócuas.
Grey, set and match: tennis
As Wimbledon kicked off this week, all eyes were on the sport’s “Big Four”. Will Roger Federer, the oldest of the pack at 35, win his eighth title? Or will the champion be Andy Murray (30), Rafael Nadal (31) or Novak Djokovic (30)? The men’s top-40 list has never been so aged: more than half are in their thirties and there is not a single teenager. At Wimbledon last year a record 49 players in the men’s singles were 30 or over. Many remember teenage wonders such as “Boom Boom” Boris Becker—17 when he nabbed his first Wimbledon title—and Monica Seles, who by 19 had won eight Grand Slams. Some say the game has simply become more strength-based, disadvantaging lanky teens. Others blame money’s effects. With dieticians, physiotherapists and other gurus now a standard part of top players’ entourages, it’s hard for any youngsters without deep pockets to catch up.
Como praticante acidental, interessado no ténis e propenso a estabelecer padrões a partir da observação empírica, a explicação «the game has simply become more strength-based, disadvantaging lanky teens» pareceu-me simplesmente bullshit. Fiz um pequeno exercício e aqui ficam as conclusões.
Os cinco primeiros do ranking ATP: idades, alturas e pesos, médias e lankiness (um índice que acabei de inventar = altura em cm / peso em Kg)
1 Murray 30 anos 1,91m 84kg
2 Nadal 31 anos 1,85m 85kg
3 Wawrinka 32 anos 1,83m 81kg
4 Djokovic 30 anos 1,88m 77kg
5 Federer 35 anos 1,85m 85kg
Média 31,6 anos 1,86m 82,4kg
Lankiness 2,25
Os cinco seguintes com menos de 22 anos: os mesmos dados
12 Zeverev 20 anos 1,98m 86kg
20 Kirgios 22 anos 1,93m 85kg
34 Khachanov 21 anos 1,98m 88kg
49 Medcedev 21 anos 1,98m 82kg
50 Edmund 22 anos 1,88m 83kg
Média 21,2 anos 1,95m 84,8kg
Lankiness 2,30
Da diferença de idades de 10 anos resulta uma diferença irrelevante de 0,05 de Lankiness.
Em conclusão, no melhor pano cai a nódoa e os factos alternativos infectam todos os mídia, em coisas inócuas como esta e especialmente em outras menos inócuas.
14/07/2017
A propósito das trafulhices
«Truth is the glue that holds government together. Compromise is the oil that makes governments go» disse Gerald Ford em 1973 perante a Câmara dos Representantes.
Este governo produz óleo de sobra para lubrificar as engrenagens da geringonça. O que lhe falta em absoluto é a cola da verdade. Se Ford tivesse razão, este governo desconjuntar-se-ia a breve trecho. Teremos que adicionar a Ford umas pitadas de Oscar Wilde: «The truth is rarely pure and never simple» e não esquecer que a verdade, ainda que impura e complexa, não é muito apreciada por estas bandas desde que haja óleo suficiente.
A mentira como política oficial (35) - A arte menor de enganar quem quer ser enganado
«É sem dúvida de mestre da política (menos da democracia e da transparência) ter concretizado a política orçamental dessa forma, dando aos cortes a designação de “cativação”. Compreende-se que só assim o Governo conseguiria, ao mesmo tempo, o que parecia uma missão impossível: ter a aprovação de Bruxelas e do PCP, do Bloco de Esquerda e do PEV. Casar os contrários.
António Costa não lhes podia dizer o que ia fazer e eles, mesmo sabendo, tinham de fingir que não sabiam que os serviços públicos estavam a ser colocados a “pão e água”, para que pudessem dizer que a austeridade acabou porque se repuseram os salários da função pública e algumas pensões.
Levando em conta a qualidade de alguns deputados do PCP e do Bloco é impossível que não soubessem o que se estava a fazer. Sabiam e sabem. O PCP tem ainda razões acrescida para ter conhecimento antecipado de que as cativações se tinham transformado em cortes efectivos, que os serviços estavam sem recursos para trabalhar. Porquê? Por causa da sua ligação aos sindicatos da função pública. Souberam e sabem que foi à custa dos serviços públicos prestados aos cidadãos que conseguiram dizer alto que obrigaram o Governo a repor salários. Assumiram uma atitude de “engana-me que eu preciso e gosto”.
António Costa não lhes podia dizer o que ia fazer e eles, mesmo sabendo, tinham de fingir que não sabiam que os serviços públicos estavam a ser colocados a “pão e água”, para que pudessem dizer que a austeridade acabou porque se repuseram os salários da função pública e algumas pensões.
Levando em conta a qualidade de alguns deputados do PCP e do Bloco é impossível que não soubessem o que se estava a fazer. Sabiam e sabem. O PCP tem ainda razões acrescida para ter conhecimento antecipado de que as cativações se tinham transformado em cortes efectivos, que os serviços estavam sem recursos para trabalhar. Porquê? Por causa da sua ligação aos sindicatos da função pública. Souberam e sabem que foi à custa dos serviços públicos prestados aos cidadãos que conseguiram dizer alto que obrigaram o Governo a repor salários. Assumiram uma atitude de “engana-me que eu preciso e gosto”.
¿Por qué no te callas? (20) - Vendendo a banha de cobra em S. Bento
«Partilho consigo os receios sobre a evolução da PT. Porque receio bastante que a forma irresponsável como foi feita aquela privatização, possamos vir a ter um novo caso Cimpor e um novo desmembramento que ponha em causa não só os postos de trabalho como o futuro da empresa.»
Disse Costa respondendo ao deputado comunista João Oliveira durante o debate do Estado na Nação. Tão ansiosamente se dispôs a engraxar o PCP que se esqueceu do que Henrique Monteiro lhe veio lembrar no Expresso Diário:
«A PT foi privatizada, na maioria do seu capital, em 1997, há 20 anos, era primeiro-ministro António Guterres, no XIII Governo Constitucional, quando o atual primeiro-ministro era secretário de Estado e depois ministro dos Assuntos Parlamentares. Caso Costa se referisse à perda da 'Golden Share' do Estado, tal deu-se formalmente, em Assembleia Geral da PT, em 2011, ainda o Governo de Passos Coelho não tinha um mês, porque a decisão estava tomada e imposta por Bruxelas desde o tempo do Governo de Sócrates. Por isso, só resta uma hipótese: O Dr. Costa estava a referir-se à saída de Zeinal Bava e de Henrique Granadeiro da PT, depois do desmoronamento do BES, da Ongoing e de Berardo ... Esta foi a razão por que a holding da PT teve de vender uma empresa (só a PT Portugal) onde dezenas de prateleiras políticas de todos os partidos estavam ao serviço de quem detinha o poder. Algo que corresponde a um lapso notável, para uma empresa que é privada há 20 anos, mas que clarifica o papel que a PT teve para os Governos de Sócrates - um papel muito amigo, de grande cumplicidade, envolvendo, claro, o BES. Acresce, que para desespero da tese de António Costa, a PT era da Oi, uma empresa brasileira que não vai lá muito bem. Digo desespero, porque ele comparou a situação à CIMPOR, comprada e essa sim desmantelada pelos brasileiros da Camargo Corrêa.»
Disse Costa respondendo ao deputado comunista João Oliveira durante o debate do Estado na Nação. Tão ansiosamente se dispôs a engraxar o PCP que se esqueceu do que Henrique Monteiro lhe veio lembrar no Expresso Diário:
«A PT foi privatizada, na maioria do seu capital, em 1997, há 20 anos, era primeiro-ministro António Guterres, no XIII Governo Constitucional, quando o atual primeiro-ministro era secretário de Estado e depois ministro dos Assuntos Parlamentares. Caso Costa se referisse à perda da 'Golden Share' do Estado, tal deu-se formalmente, em Assembleia Geral da PT, em 2011, ainda o Governo de Passos Coelho não tinha um mês, porque a decisão estava tomada e imposta por Bruxelas desde o tempo do Governo de Sócrates. Por isso, só resta uma hipótese: O Dr. Costa estava a referir-se à saída de Zeinal Bava e de Henrique Granadeiro da PT, depois do desmoronamento do BES, da Ongoing e de Berardo ... Esta foi a razão por que a holding da PT teve de vender uma empresa (só a PT Portugal) onde dezenas de prateleiras políticas de todos os partidos estavam ao serviço de quem detinha o poder. Algo que corresponde a um lapso notável, para uma empresa que é privada há 20 anos, mas que clarifica o papel que a PT teve para os Governos de Sócrates - um papel muito amigo, de grande cumplicidade, envolvendo, claro, o BES. Acresce, que para desespero da tese de António Costa, a PT era da Oi, uma empresa brasileira que não vai lá muito bem. Digo desespero, porque ele comparou a situação à CIMPOR, comprada e essa sim desmantelada pelos brasileiros da Camargo Corrêa.»
13/07/2017
CASE STUDY: Trumpologia (23) - Costuma chamar-se nepotismo
Mais trumpologia.
«The Trump clan: The perils of nepotism
America’s Founding Fathers might never have imagined a president’s child being eager to receive “sensitive information” about an opponent from a hostile foreign power, as Donald Trump junior was in 2016. But they knew the folly of hereditary rule. When citizens serve a bad president, patriotism may inspire them to protest or quit. But when a child serves a parent, fidelity to country vies with deeper loyalties, writes our American politics columnist.»
Andam por aí umas almas à procura no palheiro do Donald de agulhas com que possam costurar as suas mantas ideológicas, aparentemente à pala de Trump concitar os ódios de estimação de legiões imensas de tropas do politicamente correcto misturadas com a esquerdalhada (em parte confundem-se). Não é o meu caso que em nenhuma das minhas várias encarnações pensei que o inimigo do meu inimigo é necessariamente meu amigo.
«The Trump clan: The perils of nepotism
America’s Founding Fathers might never have imagined a president’s child being eager to receive “sensitive information” about an opponent from a hostile foreign power, as Donald Trump junior was in 2016. But they knew the folly of hereditary rule. When citizens serve a bad president, patriotism may inspire them to protest or quit. But when a child serves a parent, fidelity to country vies with deeper loyalties, writes our American politics columnist.»
Andam por aí umas almas à procura no palheiro do Donald de agulhas com que possam costurar as suas mantas ideológicas, aparentemente à pala de Trump concitar os ódios de estimação de legiões imensas de tropas do politicamente correcto misturadas com a esquerdalhada (em parte confundem-se). Não é o meu caso que em nenhuma das minhas várias encarnações pensei que o inimigo do meu inimigo é necessariamente meu amigo.
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AGRADECIMENTO a quem possa interessar
Venho por este meio manifestar o meu sincero agradecimento e a mais profunda gratidão:
A todos, o meu muito obrigado.
- aos cidadãos que retiraram do paiol de Tancos material de guerra obsoleto realizando o seu abate sem despesas para o Estado;
- ao ministro da Defesa que pela sua visão e clarividência deu instruções à tropa para facilitar o acesso a esses cidadãos;
- aos militares que executaram sem falhas o plano, retirando as rondas, desligando o sistema de alarme e mantendo os buracos na cerca.
A todos, o meu muito obrigado.
12/07/2017
BREIQUINGUE NIUZ: Lavado a jacto
Já estou ouvir a esquerdalhada, que se estava a babar com possível acusação a Temer (que seja, se tiver de ser), indignar-se com a "ditadura" da justiça.
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (159) - Eles não precisaram de ser pressionados
O relatório preliminar da comissão de inquérito (CPI) à Caixa e à sua gestão entre 2000 e 2016, redigido pelo deputado socialista Carlos Pereira, concluiu depois de ouvir 19 responsáveis políticos e ex-gestores que «as pressões para a aprovação de crédito de favor foram liminarmente afastadas por todos os responsáveis da empresa (Caixa) que marcaram presença na CPI».
Sem vasculhar no pântano do crédito concedido aos amigos do regime e às empresas do regimes durante décadas e limitando-se a ouvir os 19 apparatchiks do PS e do PSD todos eles comprometidos até ao tutano com o complexo político-empresarial socialista o que esperavam concluir? Esperavam que eles se acusassem de ter acedido às "sugestões" de financiamento dos elefantes brancos e das manobras do regime?
A CPI podia pelo menos ter tomado conhecimento do acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que concluiu que «os presentes autos têm por objeto a suspeita de que a CGD tem vindo a acumular, desde pelo menos meados da década de 2000, um conjunto de negócios consubstanciados em concessões de crédito, sem que as mesmas se revelassem colateralizadas por garantias bancárias adequadas aos montantes mutuados».
Ou podia também ter conhecido pelos jornais (ou, vá lá, ter lido este nosso post de 2009) do célebre caso do empréstimo da Caixa a Joe Berardo para comprar acções do BCP dando-as como colateral. Acções que passaram a não valer um caracol e por isso os bancos credores pediram a execução da colecção Berardo para tentarem recuperar alguma coisa da dívida de 500 milhões.
E, por falar em colecção Berardo, permitam-me recordar este outro nosso post de 2007 sobre o albergue dado pelos governos socialistas (os do PSD também não estão inocentes) às obras do Joe primeiro em Sintra e depois no CCB.
Sem vasculhar no pântano do crédito concedido aos amigos do regime e às empresas do regimes durante décadas e limitando-se a ouvir os 19 apparatchiks do PS e do PSD todos eles comprometidos até ao tutano com o complexo político-empresarial socialista o que esperavam concluir? Esperavam que eles se acusassem de ter acedido às "sugestões" de financiamento dos elefantes brancos e das manobras do regime?
A CPI podia pelo menos ter tomado conhecimento do acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que concluiu que «os presentes autos têm por objeto a suspeita de que a CGD tem vindo a acumular, desde pelo menos meados da década de 2000, um conjunto de negócios consubstanciados em concessões de crédito, sem que as mesmas se revelassem colateralizadas por garantias bancárias adequadas aos montantes mutuados».
Ou podia também ter conhecido pelos jornais (ou, vá lá, ter lido este nosso post de 2009) do célebre caso do empréstimo da Caixa a Joe Berardo para comprar acções do BCP dando-as como colateral. Acções que passaram a não valer um caracol e por isso os bancos credores pediram a execução da colecção Berardo para tentarem recuperar alguma coisa da dívida de 500 milhões.
E, por falar em colecção Berardo, permitam-me recordar este outro nosso post de 2007 sobre o albergue dado pelos governos socialistas (os do PSD também não estão inocentes) às obras do Joe primeiro em Sintra e depois no CCB.
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: Here we go again (15)
INE: Estatísticas do Comércio Internacional, Maio 2017 |
«O défice da balança comercial de bens situou-se em 1 438 milhões de euros em maio de 2017, o que representa um aumento de 503 milhões de euros face ao mês homólogo de 2016. Excluindo os Combustíveis e lubrificantes a balança comercial atingiu um saldo negativo de 1 074 milhões de euros, correspondente a um aumento de 344 milhões de euros em relação ao mesmo mês de 2016.»
No trimestre terminado em Maio relativamente ao período homólogo de 2016 as importações aumentaram 2.529 milhões de euros. Mais de metade deste valor são bens de consumo.
Felizmente, o aumento das exportações e o aumento do turismo permitirão manter positivo o saldo da balança comercial. Por muito que o governo da geringonça se enfeite com isso, teremos de agradecer o aumento das exportação à melhoria da conjuntura internacional e às medidas do governo anterior e o aumento do turismo ao Estado Islâmico. Oremos para que não tenhamos de agradecer ao governo da geringonça dar cabo das contas externas apesar disso.
Pro memoria (348) - O ilícito, o ilegal, ou não basta parecer sério. É preciso ser sério
«Continuo a considerar que não cometi um acto ilícito» disse Rocha Andrade, o SE dos Assuntos Fiscais que teve em cima da mesa um contencioso fiscal de 100 milhões com a Galp que o leva a passear para ver o Europeu 2016. A criatura está acompanhada nesta sua opinião por vários notáveis da comentadoria que consideraram outras coisas quando por cá andava outro governo.
Não sei se é um acto ilícito, mas parece não haver dúvidas que é um acto ilegal e, seja como for, também parece não haver dúvidas que num país civilizado a criatura ter-se-ia demitido imediatamente de motu proprio ou, se não, seria demitido pelo chefe. Mas o chefe Costa é sobretudo amigo e parceiro em trapalhadas. Ora leia-se o que escreveu no Expresso Diário Henrique Raposo num artigo com o título «A aia de António Costa».
«Como relembrou o jornalista Filipe Santos Costa no Expresso, o ministro António Costa e o secretário de estado Rocha Andrade adjudicaram o Siresp em 2006 quando tinham todas as cartas para extinguir o ruinoso negócio. Aliás, Costa e Rocha Andrade rasgaram o contrato original que vinha do governo Santana com base num parecer mais do que negativo da PGR. No entanto, renegociaram o Siresp nas bases técnicas e financeiras que se conhecem. Rocha Andrade volta a ser personagem no negócio dos Kamov, que é obscuro do princípio ao fim. Os Kamov foram contratados à Rússia (primeira perplexidade) e contra pareces técnicos (segunda perplexidade); os aparelhos foram entregues muito fora do prazo e "sob reserva" (terceira perplexidade). "Sob reserva" queria dizer que os aparelhos ainda não podiam funcionar - o que levou a nova espera de dois a t rês anos por aparelho. E aqui entra a quarta e derradeira perplexidade: apesar dos atrasos e falhas, apesar do consórcio já estai· em incumprimento, Rocha Andrade suavizou as penalizações da empresa (15% do valor possível) e aceitou pagai· mais cedo. No final deste festim de impunidade patrocinado por Costa, o Estado teve de alugar outros meios aéreos devido à inoperacionalidade dos Kamov, em 2007 tudo foi acelerado através de ajuste direto e a empresa criada por Costa para gerir os helicópteros (Empresa de Meios Aéreos) foi considerada pelo Tribunal de Contas como um exemplo de desperdício. Resta dizer que os Kamov continuam no chão, não voam.»
Não sei se é um acto ilícito, mas parece não haver dúvidas que é um acto ilegal e, seja como for, também parece não haver dúvidas que num país civilizado a criatura ter-se-ia demitido imediatamente de motu proprio ou, se não, seria demitido pelo chefe. Mas o chefe Costa é sobretudo amigo e parceiro em trapalhadas. Ora leia-se o que escreveu no Expresso Diário Henrique Raposo num artigo com o título «A aia de António Costa».
«Como relembrou o jornalista Filipe Santos Costa no Expresso, o ministro António Costa e o secretário de estado Rocha Andrade adjudicaram o Siresp em 2006 quando tinham todas as cartas para extinguir o ruinoso negócio. Aliás, Costa e Rocha Andrade rasgaram o contrato original que vinha do governo Santana com base num parecer mais do que negativo da PGR. No entanto, renegociaram o Siresp nas bases técnicas e financeiras que se conhecem. Rocha Andrade volta a ser personagem no negócio dos Kamov, que é obscuro do princípio ao fim. Os Kamov foram contratados à Rússia (primeira perplexidade) e contra pareces técnicos (segunda perplexidade); os aparelhos foram entregues muito fora do prazo e "sob reserva" (terceira perplexidade). "Sob reserva" queria dizer que os aparelhos ainda não podiam funcionar - o que levou a nova espera de dois a t rês anos por aparelho. E aqui entra a quarta e derradeira perplexidade: apesar dos atrasos e falhas, apesar do consórcio já estai· em incumprimento, Rocha Andrade suavizou as penalizações da empresa (15% do valor possível) e aceitou pagai· mais cedo. No final deste festim de impunidade patrocinado por Costa, o Estado teve de alugar outros meios aéreos devido à inoperacionalidade dos Kamov, em 2007 tudo foi acelerado através de ajuste direto e a empresa criada por Costa para gerir os helicópteros (Empresa de Meios Aéreos) foi considerada pelo Tribunal de Contas como um exemplo de desperdício. Resta dizer que os Kamov continuam no chão, não voam.»
11/07/2017
Mitos (258) - Os baixos salários chineses estão roubar postos de trabalho nos EU (e na UE)
«One of Donald Trump's frequent claims is that China has been "stealing" US manufacturing jobs, with low wages and poor conditions giving Chinese firms an unfair advantage. Recent analysis by The Economist intelligence Unit shows that, in fact, the days of Chinese wages being low are long gone. A shrinking workforce and fast productivity growth has meant that average monthly wages in China are now higher than in almost every country in Latin America and surpass those in a number of EU countries as well. Anyone who talks to people with operations in China won't be surprised: rapidly rising wages are a common business challenge.»
Simon Baptist, Chief Economist (The Economist)
Simon Baptist, Chief Economist (The Economist)
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verdade inconveniente
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Podemos sair de Tancos mas Tancos não sai de nós
«Mas faltava muito mais em Tancos. Faltava uma país que assuma as suas Forças Armadas. A memória da guerra em África, a que se seguiu a agitação revolucionária do PREC, levou a que os portugueses tivessem assistido quase com alívio à transformação das suas Forças Armadas num agrupamento com fardas bonitas e bandas que tocam nos dias de festa ou nas manifestações a favor da Venezuela mas que pelo menos no fim do dia regressam a casa ou ao quartel. Os militares ou boa parte deles também não se deram mal com este papel de figurantes ilustres nas celebrações do regime.
E obviamente em Tancos faltou também uma opinião pública que não comece a titubear ao primeiro espirro dos auto-denominados pacifistas. Vamos lá ser honestos: se um dos soldados da patrulha tivesse atirado sobre os outros não estaríamos agora a defender patrulhas com armas sem munições? E não estaríamos indignadíssimos com a patrulha se os militares que faziam a ronda em Tancos por acaso tivessem conseguido tirar um dos dois carregadores que levavam à cinta, deslacrá-lo, colocá-lo na arma e finalmente disparar sobre um assaltante que os seus familiares, os seus advogados e três jornalistas de causas afiançavam ser apenas um ornitólogo ou um invocador dos espíritos telúricos em prol da harmonia universal? (...)
Em Tancos confrontámo-nos com o vexame da irresponsabilidade. Mas isso só aconteceu porque há anos que andamos a fugir do peso da responsabilidade.
Tancos somos nós.»
A patrulha e a banda, Helena Matos no Observador
Há um pequeno problema: nós podemos sair de Tancos mas não está a ser fácil tirar Tancos dentro de nós. Muito menos com estas elites merdosas que nos cavalgam. O que nos conduz a outro pequeno problema: estas elites não vieram de Marte, pois não?
E obviamente em Tancos faltou também uma opinião pública que não comece a titubear ao primeiro espirro dos auto-denominados pacifistas. Vamos lá ser honestos: se um dos soldados da patrulha tivesse atirado sobre os outros não estaríamos agora a defender patrulhas com armas sem munições? E não estaríamos indignadíssimos com a patrulha se os militares que faziam a ronda em Tancos por acaso tivessem conseguido tirar um dos dois carregadores que levavam à cinta, deslacrá-lo, colocá-lo na arma e finalmente disparar sobre um assaltante que os seus familiares, os seus advogados e três jornalistas de causas afiançavam ser apenas um ornitólogo ou um invocador dos espíritos telúricos em prol da harmonia universal? (...)
Em Tancos confrontámo-nos com o vexame da irresponsabilidade. Mas isso só aconteceu porque há anos que andamos a fugir do peso da responsabilidade.
Tancos somos nós.»
A patrulha e a banda, Helena Matos no Observador
Há um pequeno problema: nós podemos sair de Tancos mas não está a ser fácil tirar Tancos dentro de nós. Muito menos com estas elites merdosas que nos cavalgam. O que nos conduz a outro pequeno problema: estas elites não vieram de Marte, pois não?
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