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20/07/2017

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (41) - Não há nem haverá crise, garantiu

Outras preces.

Encarnando um híbrido de Zandinga e de um professor de economia da Mouse School of Economics, Marcelo Rebelo de Sousa informou durante a sua visita ao México que «todas as análises de crise e todas as decisões sobre a crise passam pelo Presidente da República», e garantiu urbi et orbi que «não haverá razões institucionais que limitem a capacidade de crescimento», acrescentando «quando eu digo não haverá, não haverá».

O Marcelo de que estamos a falar é o mesmo Marcelo que uns meses antes de ser entronizado presidente do PSD também garantiu que «só se Cristo descer à terra» se candidataria. O mesmo Marcelo que garantiu ter havido o célebre jantar com Paulo Portas com vichyssoise de entrada. O mesmo que implicitou no início do mandato que só cumpriria o primeiro e está a fazer tudo para assegurar o segundo. O mesmo que garantiu a Isabel II que, com oito anos de idade, filho de um ministro de Salazar, estava na primeira fila da plebe que na Praça do Comércio a viu passar na visita a Lisboa em 1957. O mesmo que ainda garantiu a Isabel II ter-se encontrado com ela em 1985 como «líder da oposição». O mesmo a quem o «Presidente da República Federativa do Brasil, (...) pediu para ser recebido» mas não apareceu. O mesmo que em pleno incêndio de Pedrógão Grande garantiu que «tudo está a ser feito com critério e organização», para poucos dias depois garantir que se iria «apurar tudo, mas mesmo tudo, o que houver a apurar». Ainda o mesmo Marcelo que depois de ter minimizado o desaparecimento de munições em Tancos, veio dias depois defender «uma investigação que apure tudo, factos e responsabilidades». Ah!, já quase esquecia, o mesmo que garante que «não haverá razões institucionais que limitem a capacidade de crescimento».

É certo que a última e definitiva garantia «quando eu digo não haverá, não haverá» ultrapassa tudo o que a musa antiga canta, mas é compreensível que o presidente Marcelo se tenha ultrapassado a si próprio se porventura tiver circulado na auto-estrada mexicana daquela estória que também não sabemos se é verdadeira.

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