Quando Costa era “alérgico” a políticos que choram na TV durante as tragédias
«Em 2005 António Costa era o ministro da Administração Interna (MAI) do Governo de José Sócrates. Fazendo a história desse verão — o segundo pior de sempre em termos de incêndios em Portugal — há muita coisa parecida com o que se está a passar este ano. E algumas contradições também relevantes.
Pouco depois de entrar em funções, em março, o MAI decidiu mudar os principais responsáveis da estrutura de combate aos incêndios — tal como este ano, essa alteração aconteceu em cima da época de fogos. A estrutura de proteção civil falhou, e um dos governadores civis recém-nomeados por Costa reconheceu que não percebia nada do que estava a fazer, no âmbito das suas competências de coordenação do combate aos fogos — porém, a julgar pelas declarações da ministra Constança Urbano de Sousa há poucos dias, bateu aquela saudade em relação aos governadores civis. Em 2005, a tragédia não impediu o primeiro-ministro de ir de férias — Sócrates fez malas para o Quénia, deixando Costa, o seu número dois, a chefiar o Governo. Depois, mal Sócrates voltou, foi a vez de o próprio Costa ir a banhos, apesar de o país continuar a arder. No final, perante as contas da área ardida e das vítimas mortais, Costa prometeu que nada voltaria a ser como era... Soa familiar?»
Martim Silva no Expresso Curto desta manhã
Registe-se como em poucas semanas o Expresso, depois de mais de um ano a fazer de semanário de reverência de Costa, mudou o seu tom. E esta não é uma peça isolada, pelo contrário. O paradigma mudou. Não sabemos por quanto tempo, mas mudou, e o ponto de viragem foi a edição de 1 de Julho onde numa dúzia de página foram coleccionados os factos relativos ao incêndio de Pedrógão Grande mostrando o falhanço em toda a linha do governo e o colapso do estado assistencialista que o PS (com a ajuda do PSD e do CDS) e agora o suporte do PCP e do BE tem vindo a montar.
Sem comentários:
Enviar um comentário