Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

31/01/2007

BREIGUINQUE NIUZ: os chineses da Europa

Enquanto os portugueses, distraídos, olham com sobranceria mal disfarçada as lojas chinesas de bugigangas a retalho que pululam por todo o país, o primeiro ministro português assina na China, impante, um acordo com o seu homólogo para construir um gigantesco armazém grossista de bugigangas chinesas destinado a abastecer a Europa, para «rivalizar com a hegemonia actual do porto de Roterdão».

Há uma certa ironia nisto, sendo certo que, no estado desesperado da ecoanomia portuguesa, o armazém de bugigangas dará imenso jeito (se sair do PowerPoint e algum dia chegar a ver a luz do dia).

30/01/2007

ESTÓRIA E MORAL: quem não tem cão, caça com gato

Estória

Ao que parece (há umas mensagens subtis aqui e acolá, que atravessaram o filtro filo-comunista), a última conferência da CGTP sobre organização sindical evidenciou a tentativa cada vez mais notória de controlo das estruturas sindicais e da agenda política dos sindicatos pelos sectores comunistas. A novidade é que não é a ferrugem, a venerada e evanescente classe operária, que comanda o ataque mas os sindicalistas da função pública, os amanuenses, a pequena burguesia, ao serviço do aparelho de estado capitalista. Cunhal às voltas no túmulo.

Moral

A nova classe operária dos comunistas portugueses são os utentes da vaca marsupial pública.

29/01/2007

SERVIÇO PÚBLICO: mais sound bites

Não é preciso ser-se liberal para se aceitar a razoabilidade dos utilizadores do automóvel pagarem as suas externalidades, tais como poluição, ruído, manutenção rodoviária, etc. (*)

Daí, o anúncio do secretário de Estado do Ambiente que «o Governo está disponível para reforçar o diálogo com a Associação Nacional de Municípios no sentido de promover a introdução de portagens nas cidades» poderia ser uma notícia refrescante.

Seria, se o governo não fosse já no milésimo anúncio de reforma que fica nos pixels da TV, no éter e no papel dos jornais e, às vezes, no papel do Diário da República, de que não se viram, até agora, efeitos relevantes na ecoanomia, nas empresas, ou nos sujeitos passivos.

Sabendo-se a complexidade e custo destas medidas (veja-se o caso de Londres), a sua previsível imediata impopularidade, seguida talvez por uma mitigada aceitação (veja-se o caso de Londres) depois de sentidos os efeitos positivos, sabendo-se tudo isso, o que se pode esperar dum governo que não tem grana nem para mandar cantar um cego e está no final do seu período de borla? Sound bites e a descoberta surpreendente da sua veia descentralizadora que empurrou a coisa para cima «da vontade dos municípios». Vontade não servida por fundos à altura da ambição e, no caso do município de Lisboa onde a medida mais se justificaria, apenas servida por uma pantagruélica dívida.

(*) O imposto sobre os produtos petrolíferos é uma outra estória que agora não tenho tempo para tratar.

28/01/2007

ESTÓRIA E MORAL: trampolina e trapalhada

Estória

Tem anos que o governo em exercício prepara dois orçamentos e duas contas: na óptica da contabilidade pública, para aprovação na Assembleia da República e apreciação pelo Tribunal de Contas, e na óptica da contabilidade nacional para reportar ao Eurostat e à Comissão Europeia.

Esta prática não é inocente porque permite as maiores trampolinas em matéria de desorçamentação, algumas delas aqui acertadamente apontadas pelo doutor Frasquilho, que, já agora, convém lembrar, se fizeram também no governo a que pertenceu como secretário de estado do Tesouro.

Mas o que se pretendo relevar não é a trampolina em que os sucessivos governos se têm mostrado exímios. O que se pretende relevar hic et nunc é a involuntária trapalhada em que este governo (e os anteriores) se enreda à força da trampolina.

Moral

A man with one clock knows what time it is. A man with two clocks is never sure.

27/01/2007

SERVIÇO PÚBLICO: quem tiver uma caixa de correio electrónico simplex ponha o dedo no ar

«José Sócrates anunciou com orgulho que cada português passaria a ter direito a uma caixa de correio electrónica. Três questões imediatamente se levantam. Afinal, para que é que eu preciso de um endereço electrónico fornecido pelo Estado, se já tenho ou posso ter uma conta gratuita em qualquer hotmail ou gmail? Se a ideia é passar a receber parte da minha correspondência com as empresas com as quais me relaciono via net, porque é que não posso fazê-lo através de uma destas contas de e-mail que já disponho? Para que é que quero um endereço que afinal só serve para relacionar-me com aquela meia dúzia de empresas aderentes? Mas enfim, vamos supor que a ideia de poder receber as contas da luz por e-mail é para mim suficientemente aliciante para me fazer correr atrás de um lugar ao sol neste gigante servidor estatal.
Primeiro tentámos a linha verde anunciada na esperança de resolver logo ali a questão. Ingenuidade. A operadora encaminhou-me para o site www.viactt.pt. Aqui, um extenso formulário é o primeiro teste à nossa paciência. Depois de vários campos de difícil compreensão, a cereja no topo do bolo está no último: preencher o “endereço de e-mail”. Que é complementado pela clara informação: “É fundamental o preenchimento do e-mail para a recepção dos alertas por mail solicitados no painel dos alertas”. Quais alertas? Qual painel? Mas então para ter este endereço electrónico tenho na mesma de ter outro e-mail? Avante, que o melhor está para vir. O processo, pasme-se, não está concluído. Tenho de a) optar por me dirigir a uma estação de Correios para fazer uma prova de identidade (e perder pelo menos uma manhã), b) optar por receber uma carta registada, contendo uma chave de activação (e esperar no mínimo uma semana). Simples, não? Talvez seja por isso que não conheço ninguém com uma destas caixas de correio...
»
Nem eu.
(Extracto do editorial da Directora-Adjunta do Semanário Económico)

26/01/2007

ESTADO DE SÍTIO: fazer o lugar do outro e tapar o sol com uma peneira

«O ministro da Economia, Manuel Pinho, reafirmou hoje o objectivo de ter 21 milhões de turistas e receitas turísticas de 15 mil milhões de euros (M€) até 2015, insistindo na necessidade de transmitir estabilidade aos agentes económicos.» (Diário Económico)

Porque se obstina o ministro a fixar objectivos para os outros em vez de fixar objectivos para si próprio. Exemplo: objectivo n.º 1 Só fixar objectivos para o ministério da Economia.

«O défice orçamental do sub-sector Estado desceu para 7,4 mil milhões de euros em 2006, de acordo com os dados da execução orçamental relativos ao ano passado apresentados hoje pelo ministro das Finanças.» (Público)

Faltou dizer que isso foi conseguido à custa do aumento dos impostos e não da redução das despesas, que aumentaram 2,4%.

O ministro diz que «o subsector Estado dá um bom contributo para a consolidação orçamental». Errado. Quem deu um bom contributo para a consolidação orçamental foram os contribuintes, isto é os sujeitos passivos, que virem o IVA aumentar de 2 pontos percentuais e o IRS total aumentar de 6,4%.

DIÁRIO DE BORDO: a maiêutica do aborto (19)

Fazem-se campanhas pública contra o tabaco, o alcool, a violência doméstica e a favor da condução segura. Mas nunca foi feita uma campanha contra a prática de aborto. Ou seja, para a moralidade de estado que existe em Portugal fumar um cigarro é mais grave do que fazer um aborto. (Aborto, a estranha causa da esquerda, post do blasfemo João Miranda)

Porquê?

Exercícios anteriores de maiêutica em (0), (1), (2), (*), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16), (17) e (18)

(*) O n.º 3 abortou.

25/01/2007

SERVIÇO PÚBLICO: a ver vamos, como diz o cego

Os Princípios orientadores da reforma dos regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações na Administração Pública hoje divulgados pelo ministério das Finanças estão a causar uma grande agitação devido a um paragrafozinho, perdido no meio duma floresta de 7 páginas de jargão ministérico, que reza assim:
24. No regime de nomeação, introduzir-se-ão alterações em matéria de cessação da vinculação, consagrando-se a cessação por mútuo acordo, mediante indemnização, nos termos já referidos na legislação sobre mobilidade, e a cessação por violação de deveres funcionais, verificada por procedimento disciplinar.
Se vingar, merece o nome de reforma e aproxima os utentes da vaca marsupial pública dos trabalhadores do sector privado no que respeita a limitar o emprego vitalício a um emprego quase-vitalício. Se a coisa não cair entretanto pela força dos lóbis, é caso para tirar o chapéu a este governo. Aqui fica a promessa que, nesse caso, o Impertinências respeitará uma trégua de uma semana sem cortar na casaca do governo.

Contudo, aconselho a não deitarmos foguetes antes da festa, porque o despedimento por justa causa por violação de deveres funcionais, verificada por procedimento disciplinar é obra para ocupar 2 funcionários para instrução do processo por cada processo disciplinar e demorar uma eternidade, saldando-se por mais utentes a recrutar.

Quanto aos outros princípios orientadores, tais como as promoções por mérito, ainda devemos mostrar mais contenção. Podem não passar (e provavelmente não passarão) de vaporosas orientações despoletadas dos ímpetos reformistas por sucessivas camadas de sedimento burocrático.

24/01/2007

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: ...raramente m'espanto, e já nem m'avergonho (*) - o ministro anexo (2)

Secção Still crazy after all these years

Atribuíram-se aqui 3 pilatos e 4 chateaubriands ao doutor Constâncio pelo colo que costuma dar aos governos socialistas, a propósito das suas reiteradas juras sobre a insustentável leveza da sustentabilidade da segurança social.

É justo que se conceda ao doutor Louçã, o tele-evangelista do BE, um afonso pela sua inspirada fórmula para classificar o incontornável doutor Constâncio a propósito das suas juras: «actua como o ministro da 25ª hora, como um ministro anexo ao Governo».

O doutor Louçã ganhou direito a ser citado no Glossário pela sua criação, que tomo a liberdade de assim definir:

Ministro anexo
O ministro anexo, ou da 25.ª hora, é um ministro que não é ministro, mas um oráculo, que concede avales escritos em economês às promessas de amanhãs que cantam do governo. Exemplo: o doutor Constâncio (d'après doutor Louçã).

(*) Copyrigth do Sá de Miranda e do Abrupto

23/01/2007

DIÁRIO DE BORDO: a maiêutica do aborto (18)

«O Parlamento dinamarquês apelou ao "sim" no referendo sobre o aborto em Portugal», informou a doutora Edite Estrela num jantar-comício em Castelo Branco, segundo o Público. E se o parlamento irlandês ou o parlamento italiano apelassem ao sim? Seria uma inaceitável ingerência?

Para que não houvesse dúvidas sobre o que pensa da democracia participativa, como lhe chama, a inefável senhora terá dito que «se [o referendo] continuar em Portugal a não ter a adesão do povo, a democracia participativa está em causa». Se a doutora Estrela fosse uma adepta do não, poderia dizer que se o aborto continuar a ter a adesão da maioria dos deputados, a democracia representativa está em causa?

Terá a doutora Estrela conseguido ultrapassar o pároco de aldeia na disciplina da engenharia das almas?

Exercícios anteriores de maiêutica em (0), (1), (2), (*), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16) e (17)

(*) O n.º 3 abortou.

22/01/2007

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: ...raramente m'espanto, e já nem m'avergonho (*)

Secção Musgo Viscoso

O doutor Constâncio, fazendo juz ao seu nome, continua a dar colo aos governos socialistas. Desta vez, numa entrevista ao Jornal de Negócios, jura que a reforma da segurança social garante "nas próxima décadas a sustentabilidade do regime" e das próprias "finanças públicas portuguesas". Já o tinha jurado, por estas ou por outras palavras, quando o engenheiro Guterres, a propósito da penúltima reforma do saudoso doutor Ferro Rodrigues, garantiu por 50 anos a sustentabilidade que agora volta a ser garantida. De garantia em garantia até à falência final, eis o que nos auguram as juras.


Secção Universos Paralelos

Enquanto isso, numa outra galáxia, aquele senhor cujo nome não me ocorre, que está de serviço a presidente dos CTT, recebeu instruções do governo para «levar a tribunal suspeitas de alegada má gestão da anterior administração da empresa». É um precedente notável que, se aplicado pela doutrina dos direitos adquiridos, levará ao tribunal, primeiro, e à prisão, depois, a grande maioria das administrações das empresas públicas que por aí andaram e por aqui andam nos últimos 30 anos.

É com toda a justiça que o Impertinências atribui ex aequo ao doutor Constâncio, àquele senhor dos CTT e ao seu ministro da tutela 3 pilatos e 4 chateaubriands (hoje estou bem disposto e não dou ignóbeis).

(*) Copyrigth do Sá de Miranda e do Abrupto

21/01/2007

ESTADO DE SÍTIO: actividades perfunctórias

Uma ridícula ejaculação do órgão legislativo da responsabilidade do governo do senhor engenheiro que constitui um notável exemplo das actividades perfunctórias do estado socialista:
Declaração de Rectificação (*) n.º 6/2007
Segundo comunicação do Ministério da Educação, a Portaria n.º 1319/2006, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 226, de 23 de Novembro de 2006, cujo original se encontra arquivado nesta Secretaria-Geral, saiu com as seguintes inexactidões, que assim se rectificam:
1 - No n.º 1.º, onde se lê:
«É criado o curso profissional de técnico de restauração, com as variantes de cozinha-pastelaria e restaurante-bar, visando as saídas profissionais de técnico de cozinha-pastelaria e de técnico de restaurante-bar.»
deve ler-se:
«É criado o curso profissional de técnico de restauração, com as variantes de cozinha-pastelaria e restaurante-bar, visando as saídas profissionais de técnico de cozinha-pastelaria e de técnico de restaurante-bar.»
2 - No anexo, na «Componente de formação técnica», onde se lê «Comunicar em Francês/Comunicar em Inglês (d)» deve ler-se «Comunicar em Francês, Espanhol, Alemão ou Inglês (d)».
3 - Na nota (d) do referido anexo, onde se lê:
«A disciplina a oferecer depende da opção da escola, no âmbito da autonomia.»
deve ler-se:
«A disciplina a oferecer depende da opção da escola, no âmbito da sua autonomia.»
Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, 11 de Janeiro de 2007.
Note-se o preciosismo delirante do pasteleiro dever comunicar em Francês, Espanhol, Alemão ou Inglês num país em a maioria do povo não sabe comunicar, nem mesmo em português. São estas e outras que me levam a suspeitar (mais uma teoria da conspiração) que o aparelho do estado napoleónico-estalinista foi tomado por alienígenas do tipo térmita, que roeram os conteúdos colectivistas do estado fassista e os substituíram por caganitas socialistas.

(*) Ainda por cima, não conseguiram acertar à primeira.

20/01/2007

ESTADO DE SÍTIO: mandato abortado

Se aborto é expulsão do feto, antes do período normal de gestação, se feto é a criatura animada, enquanto não sai do ventre materno, se a vaca marsupial pública é um verdadeira mãe para um gestor público, não me parece abusivo falar de aborto para designar a terminação do mandato dum gestor duma empresa pública antes do período normal de gestão.

Se o aborto dumas dezenas de gestores públicos de 25 empresas públicas custou aos sujeitos passivos, em 3 anos, a mastodôntica verba de mais de 5 milhões de euros, à razão dumas largas dezenas de milhar de euros em média por cabeça, como compreender que os mesmos sujeitos passivos protestem por pagar uns módicos 829,91 euros (tabela do SNS) por um aborto sem dilatação e curetagem?

E que dizer dos abortos da Caixa Geral de Depósitos pelos quais sujeitos passivos pagaram uns generosos 4,2 milhões de euros.

19/01/2007

CASE STUDY: o sexo é a continuação da co-gestão por outros meios

O sistema alemão de co-gestão, que assenta na cooperação entre explorados e exploradores, sucedeu no pós-guerra à sublimação nacional-socialista da luta de classes do proletariado e dos seus aliados históricos contra o patronato, sublimação que tinha substituído em 1933 a luta de classes pura e dura das Rosas Luxemburgos et alia.

A co-gestão germânica consistiu nas últimas seis décadas nos representantes dos trabalhadores enfiados na mesma cama dos capitalistas. Cansados deste sexo simbólico e ansiando por apimentar a exaurida promiscuidade, os membros da comissão de trabalhadores da Volskwagen (uma empresa semipública) deixaram-se seduzir em meados da década de 90 com viagens de luxo e idas às putas, municiados de viagras prescritos pelo médico da empresa.

A estória já é velha, mas voltou agora a lume com o início do julgamento de Peter Hartz ex-director de Recursos Humanos da VW.

(post escrito ao estilo dum peter pan berloquista)

18/01/2007

SERVIÇO PÚBLICO: as pirâmides do estado napoleónico-estalinista (9)

Sequência dos capítulos anteriores: (5), (6), (7) e (8), sendo o capítulo (5) a continuação de outra série (ver links no respectivo post)

Alguém pode fazer o favor de explicar porque pode o aeroporto de Heathrow suportar um vôo em média em cada 45 segundos e a Portela rebenta pelas costuras (defendem os otários) com um vôo em média em cada 4 minutos? Se o número de vôos aumentasse 5% por ano a Portela precisaria de 33 anos para atingir a frequência de vôos de Heathrow.

(Clicar para ampliar)

17/01/2007

DIÁRIO DE BORDO: Deux ou trois choses que je sais d'elle

Como é que vê hoje o PCP?
É um dinossauro. Resume-se a defender os trabalhadores da administração pública, sem dar resposta ao que os jovens hoje procuram no mercado de trabalho. Tudo completamente antigo.

E o BE?
O BE é um partido de Peter Pans, que erguem bandeiras de há 20 anos.

O direito dos homossexuais ao casamento não é uma bandeira de há 20 anos?
É absolutamente tonto transformar isso numa bandeira política. Significa que as outras bandeiras caíram. Nos anos 60 lutámos tanto pelas uniões de facto e agora querem o casamento? Nessa altura é que os homossexuais eram discriminados o Ary dos Santos, por exemplo, foi impedido de militar no PCP só por ser homossexual.

E a adopção por homossexuais?
Sou completamente contra. As crianças não são um brinquedo.

Uma bandeira que largou foi a da liberalização do aborto.
Não tenho problema em assumir que em muitas coisas mudei, mas no que toca ao aborto a lei que defendi em 84 contempla os principais casos graves e não é preciso mais do que isso. Transformar o aborto num método de contracepção é um absoluto disparate.

Acha bem as mulheres irem parar ao tribunal por fazerem um aborto?
Não, e se o «não» ganhar eu apresento uma lei para acabar com isso.

E faz sentido haver um crime sem castigo?
Ponho-lhe a questão ao contrário: faz sentido transformar o aborto num método de contracepção? Hoje, numa ecografia às 10 semanas, ouve-se o coração do bebé e leva-se para casa o DVD. Os métodos contraceptivos e o planeamento familiar avançaram imenso, e qualquer adolescente tem ao seu dispor a pílula do dia seguinte, que é barata e vende-se sem prescriçâo médica.

Mas a vida sexual começa muito mais cedo, há uma enorme liberalização de costumes e é muito mais fácil engravidar.
Liberdade não é facilidade, é responsabilidade. E da mesma forma que quando um filho nosso começa a andar não o prendemos com uma corda, ensinamo-lo que se descer as escadas cai, quando tem 14 ou 15 anos temos de Ihe ensinar o resto. E preciso que os adolescentes sejam responsabilizados e hoje em dia os adolescentes sabem tudo, não me venham dizer que não.

Educação sexual nas escolas ajuda ou desajuda?
Eu substituía-a pela educação dos afectos e por Poesia.

(Excerto da entrevista de Zita Seabra à Única do Expresso da semana passada)

16/01/2007

ESTÓRIA E MORAL: quotation procrastinated

Estória

Se o professor Piers Steel soubesse da existência do nosso Portugal dos pequeninos e se, por um improvável acaso, frequentasse a nossa bloguilha, teria ficado surpreendido pela súbita descoberta que três luso-blogonautas fizeram dos seus trabalhos sobre procrastination, velhos de quase 10 anos (Procrastination Central->Author's Research->Author's Research Homepage).

Em menos de 2 dias, o professor Steel foi vítima duma joky quotation deste vosso criado e, ainda os pixels do post não se tinham apagado, duma peer quotation do Mar Salgado e duma milestone quotation do Abrupto.

É obra e, ao mesmo tempo, parece uma confirmação da teoria do professor Steel.

Moral

Não deixes para amanhã uma citação que podes fazer hoje.

14/01/2007

BREIQUINGUE NIUZ: Lisboa-Dakar?

Dunas mauritanas entre Zouerat e Atar fotografadas por Andreas Schulz, o navegador alemão perdido por Carlos Sousa, enquanto matava o tédio da espera?

Nem por isso.

Uma paisagem marciana fotografada pelo rover Opportunity.

13/01/2007

ARTIGO DEFUNTO: o excesso de zelo dos assessores da nulidade

O doutor Alberto Costa, ministro que preside à caótica justiça e sério candidato à maior nulidade e insipidez no governo do engenheiro Sócrates, não tem tido boa imprensa. Mas não por falta de diligência dos seus assessores que este fim de semana se esmeraram a conseguir uma entrevista laudatória de duas páginas no Expresso (*) e um panegírico no Sol, assinado pela doutora Marante que promove a nulidade a Figura.

Mas não só os semanários gémeos dedicaram à nulidade o melhor dos seus espaços. Nos últimos dias proliferou nos mídia o resultado do excesso de zelo dos spin doctors do doutor Costa.

Ignoro qual a eficácia na opinião pública destes esforços manipulativos do governo, mas não tenho dúvidas que as energias dedicadas a tais propósitos esgotam o já fraco ímpeto reformador.

(*) Entrevista com um título de 1.ª página que é uma lambidela desavergonhada ao professor Cavaco - «inspirei-me no cavaquismo», disse para justificar a sua obra (as trapalhadas) no ministério.

CASE STUDY: adiadores compulsivos

Há coisas em que somos assim-assim, outras bons e ainda outras muito bons. Uma destas últimas é adiar coisas. Não a adiar a recompensa ou outros aspectos agradáveis da vida, mas a adiar tudo aquilo que é penoso, ainda que a prazo seja compensador.

Desde o jovem songamonga que deixa para a véspera do exame o módico de estudo que lhe permite o seu cérebro, obstruído pelos sons vindos do iPod, alternando com as tretas vindas do Nokia, até ao governo (o exemplo do governo de Guterres é paradigmático), atascado de compromissos e paralisado pela falta de coragem, que adia as reformas até ao ponto em que já as não consegue levar a cabo, todos temos múltiplos exemplos do não faças amanhã o que podes fazer depois da manhã (Mark Twain).

O blogger e professor Piers Steel da universidade de Calgary, ele próprio um confesso ex-adiador, estudou o tema e para explicar os mecanismos mentais dos retardadores produziu a teoria da motivação temporal que tem a seguinte formulação:

Utility = E.V : Γ.D


A equação relaciona o interesse da coisa para o adiador (Utility), com a expectativa de sucesso ou auto-confiança (E) do adiador para fazer certa coisa, o valor (V) que atribui a essa coisa uma vez concluída, sua disponibilidade (Gama) e a sensibilidade do adiador ao adiamento (D).

No site do professor Steel, baptizado de Procrastination Central, pode encontrar-se também alguma medicina (*) para tratar o adiamento compulsivo, que tem vindo a aumentar, de 5% de vítimas em 1970 para actualmente 15-20%, potenciado pela proliferação da parafernália dos zingarilhos tecnológicos, laptops, telemóveis, PDA, Blackberries, iPods, iPhones, etc.

(*) Não adie o tratamento para amanhã e comece já hoje.

12/01/2007

DIÁRIO DE BORDO: a maiêutica do aborto (17)

Para o melhor e para o pior não tenho as certezas do Convictamente NÃO! do Filtragens que hoje me chegou via email.

Até à 5.ª semana de gravidez em que o conhecimento científico actual parece mostrar que não existe ainda um cérebro e um coração, podemos falar de vida humana, isto é da vida de um ser humano? E, se não se trata ainda de vida humana, devemos considerar o aborto até às 5 semanas um crime?

Exercícios anteriores de maiêutica em (0), (1), (2), (*), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15)e (16),

(*) O n.º 3 abortou.

11/01/2007

DIÁRIO DE BORDO: maçadores, mas inofensivos (so far)

This is no surprise, as libertarianism is basically the Marxism of the Right. If Marxism is the delusion that one can run society purely on altruism and collectivism, then libertarianism is the mirror-image delusion that one can run it purely on selfishness and individualism. Society in fact requires both individualism and collectivism, both selfishness and altruism, to function. Like Marxism, libertarianism offers the fraudulent intellectual security of a complete a priori account of the political good without the effort of empirical investigation. Like Marxism, it aspires, overtly or covertly, to reduce social life to economics. And like Marxism, it has its historical myths and a genius for making its followers feel like an elect unbound by the moral rules of their society.

Embora aceitando que se trata de uma simplificação um pouco abusiva de Robert Locke (citado pelo Causa Liberal) e que a subsequente refutação tem alguma substância, reconheço nos praticantes das variedades delirantes (escolástica e lunática) do libertarianismo os traços apontados por Locke. Os libertários dessas variedades, tal como os marxistas, os islamitas fundamentalistas e outras seitas radicais, têm encasquetado um modelo de sociedade. É isso que os torna igualmente maçadores, mas inofensivos (so far), ao contrário da maioria das outras seitas radicais, que são adicionalmente perigosas.

10/01/2007

ESTADO DE SÍTIO / AVALIAÇÃO CONTÍNUA: a ideia forte do governante fraco

O doutor João Figueiredo, o mediático secretário de estado da Administração Pública, declarou a respeito da fusão dos serviços sociais de cinco ministérios que «há algumas poupanças mas a ideia forte da reforma é a harmonização dos serviços sociais» (DE), à saída duma reunião com os sindicatos de utentes da vaca marsupial pública.

É possível que os politólogos classifiquem esta chicuelina de hábil e inteligente (apesar do forte apelo à estupidez dos sindicatos) mas este expediente sucedâneo do pase de pecho não augura nada de bom nas lides que o doutor Figueiredo tem pela frente.

Logo a seguir ao engenheiro Sócrates e a mais um ou dois super-ministros, esta personagem parece contar com o maior número de fotos nos jornais, multiplicando-se em declarações inócuas, umas vezes, irrelevantes, outras, e confusas, quase sempre.

Por tudo isto e por aquilo que não tive tempo nem pachorra de escrever, ofereço ao mediático governante três urracas e dois chateaubriands na secção Insultos à inteligência.

09/01/2007

ARTIGO DEFUNTO: se ele o diz

Parece-me razoável aceitar como premissa que uma pessoa inteligente, racional e bem informada fala verdade quando exprime opiniões que o podem prejudicar sobre matérias que conhece bem. Julgo ser o caso de José Eduardo Moniz, director da SIC, quando confirma os nossos piores receios acerca da manipulação dos mídia que o governo do engenheiro Sócrates tem levado a cabo com exímia competência.

Eis algumas passagens mais relevantes a esse respeito da entrevista de José Eduardo Moniz à Tabu do Sol (*):
«Aquilo que se verifica hoje em dia na relação dos poderes existentes com a comunicação social é que há uma preocupação enorme de provocar condicionamentos ao trabalho dos jornalistas e das empresas. Já não da forma tacanha que se fazia antigamente de submeter os textos à censura, mas de se montar mecanismos que permitam fazer com que os profissionais da informação tenham permanentemente presente na sua cabeça que há uma espada sobre o pescoço. Isto é perverso mas é assim. E tem sido planeado com uma estranha inteligência e eficácia.
...
Este é um Governo que sabe exactamente onde deve tocar na comunicação social.
...
O que tem estado a passar-se nos últimos anos, e que pode ter maus resultados para o futuro, é uma preocupação excessiva com o que pode ser a influência da comunicação social na actividade política ela própria. Mais do que noutros períodos da nossa história recente, governa-se muito com, e para, a comunicação social. Por exemplo, quando vejo uma noticia que diz 'foi anunciado a pacote de investimento de dois mil milhões de euros. Pode criar 400 empregos' é preciso perceber que tipo de empregos são e que viabilidade há para o negócio.
...
Enquanto se disser uma coisa em eleições, se fizer uma coisa quando é governo e só se governar com, ou para, a comunicação social, não vamos deixar de estar onde estamos e provavelmente seremos ultrapassados por todos os novos países da União Europeia. Hoje em dia, o país vive amargurado e empobrecido por anos de incompetência, desperdício e desvario de sucessivos governos e está entorpecido por muitos meses de cortinas de fumo.»
(*) Quanto ao Sol, é mais prudente dar-lhe o prejuízo da certeza de falta de inocência nesta matéria do que conceder-lhe o benefício da dúvida.

08/01/2007

SERVIÇO PÚBLICO: a maldição do sísifo governamental

Ainda não tinha secado o cuspo na boca do doutor Pinho, ainda murmuravam as bocas dos spin doctors do governo, ainda estava fresca a tinta dos jornais, ainda fulgiam os pixels das notícias online onde se fogueteavam mais 169 milhões de euros de investimento em 11 novos projectos que irão criar uns mirabolantes 362 novos postos de trabalho.

Ainda tudo isso estava húmido, murmurante, fresco, fulgente, fogueteante, e dois dias úteis depois chegava uma outra notícia que não mereceu o cuspo do doutor Pinho, nem os murmúrios dos spin doctors. A Yazaki Saltano anunciava o lay off de 533 trabalhadores na unidade de Ovar. Duma assentada, por cada emprego que irá ser criado com a ajuda dos subsídios e dos benefícios fiscais pagos pelos contribuintes é destruído um e meio.

O que mostra este infortúnio governamental? Mostra que é frequentemente nocivo, ou no mínimo inútil para a economia, o governo pretender substituir-se aos mecanismos do mercado que conduzem os empresários a investir ou a desinvestir. Em vez disso, o governo deveria aplicar-se na facilitação do investimento, criando e mantendo infra-estruturas, fazendo funcionar a justiça, criando um clima de segurança e previsibilidade estimulantes para os investimentos e os negócios. E deveria cumprir a sua primeira responsabilidade que é aliviar a monstruosa estrutura que está sob sua administração, reduzindo-a a proporções suportáveis, encolhendo o papel do estado, melhorando a produtividade dos funcionários públicos e liquidando a lei de Parkinson.

Em vez disso, o governo investe o melhor de si próprio na manipulação dos mídia e continua a engordar a pesada máquina estatal, como fez nomeando um número de assessores (513) quase igual ao dos postos de trabalho que irão ser perdidos pela Yazaki (533).

Com o crescimento medíocre que tudo indica será sempre inferior a 2% nos próximos 4 ou 5 anos, se não mais, na ausência de reformas que libertem as forças de mercado, o governo está condenado a aumentar a carga fiscal para pagar o custo irremediável do monstro e a factura crescente da dívida pública que consumirá todos os parcos tostões salvos do holocausto das despesas correntes.

Ao menos a respeito da carga fiscal temos uma boa notícia. Tudo indica que o governo não vai renovar o contrato com o doutor Paulo Macedo o que deixará os contribuintes relapsos (e os cumpridores) mais aliviados. Nas actuais e futuras circunstâncias, qualquer incentivo à evasão fiscal é uma benção porque é a única forma de secar as tentações em que governo começará em breve a reincidir com a aproximação das eleições de 2009 (ou antes).

07/01/2007

DIÁRIO DE BORDO: adoptar para desacreditar

Depois de décadas a tentar dinamitar o casamento e a família e a promover o estado napoleónico-estalinista, a esquerdalhada muda de estratégia e adopta essas instituições burguesas para nelas albergar o promíscuo acasalamento das tribos LBGT. É a melhor maneira de as desacreditar sem remédio.

06/01/2007

ARTIGO DEFUNTO: o megafone é a alma do negócio

Joe Berardo está disponível para comprar as acções ‘especiais’ que o Estado detém na Portugal Telecom (PT). «Se o Governo estiver interessado, posso oferecer 200 milhões de euros, ou mais, pela golden share», revelou ao SOL o empresário madeirense.

Porque não telefona o senhor comendador ao senhor engenheiro? Terá o celular avariado?

Conheceis algum outro país onde um empresário que impingiu ao governo a ideia de lhe financiar um salão de exposições para as suas tralhas artísticas e tem esperança de lhas vender dentro de 10 anos, proponha negócios a esse mesmo governo através dum jornal? Eu não.

(Teoria da conspiração: o senhor comendador está a pagar ao governo a renda do armazém onde guarda as tralhas)

CASE STUDY: a produtividade duma orquestra

Clicar para ampliar [manuscrito achado na minha Torre do Tombo]


04/01/2007

SERVIÇO PÚBLICO: assino por baixo e direi mesmo mais

A educação gera desigualdade, é preciso acabar com a educação
Esta ideia da esquerda de usar a educação para promover a igualdade não é lá muito brilhante. O sucesso educativo depende da educação prévia em casa, da inteligência, da dedicação ao trabalho. Tudo factores desigualmente distribuidos pela população. É por esses factores estarem desigualmente distribuidos que alguns alunos tiram 19 ou 20 e outros tiram 2 ou 3. Por isso qualquer sistema que valorize a educação produzirá ainda mais desigualdade. A forma mais segura de garantir a igualdade é boicotando o sistema educativo de forma a que ninguém aprenda nada. Um sistema de ensino que não funcione é o maior garante da igualdade porque, qualquer que seja o talento de cada um, no fim ficam todos igualmente ignorantes. Ora, alguns grupos de esquerda já perceberam isto muito bem ...

(blasfémia de João Miranda)

E direi mesmo mais: um sistema de ensino que não funcione perpetua as desigualdades sociais, prejudicando os pobres com talento e diligência, que desperdiça, e reduzindo a concorrência aos songamongas do lucky sperm (Warren Buffett dixit) sem talento e e sem diligência que fazem o resto da vida às cavalitas dos papás.

03/01/2007

DIÁLOGOS DE PLUTÃO: de candeia às avessas

Antena 1 - Boa tarde. Está a trabalhar ou de férias ?
Ouvinte - Sou professora e ainda não estou colocada.
Antena 1 - A pergunta de hoje é a seguinte, qual das seguintes palavras não deriva de candeia: candeeiro, encandear ou candidez?
Ouvinte - Candeeiro.
Antena 1 - Eu vou repetir a pergunta: qual das seguintes palavras NÃO deriva de candeia?
Ouvinte - Candeeiro, tenho a certeza.

(Depois deste diálogo aparece outra pessoa, especialista em português e lá diz que a palavra que não deriva de candeia é candidez)
Ouvinte - Ai que vergonha! Ainda por cima sou professora de português!
(Ouvido num programa de língua portuguesa da Antena 1 e relatado pelo amigo JB, com a máxima fidelidade possível)

02/01/2007

AVALIAÇÃO CONTÍNUA: promessa

Secção Frases Assassinas

«Respeitar o público, fazer filmes para serem vistos. Se precisar de terapia, não faço filmes, vou ao psiquiatra», prometeu o estudante de cinema Diogo Camões, 22 anos, à Única do Expresso.

Um afonso ao promissor cineasta pela promessa, com reserva de até mais 4 se nos próximos 10 anos conseguir o feito de não esportular cobres aos contribuintes via ICAM, ou via outro qualquer instituto que o ministro da cultura em exercício crie em sua substituição.

01/01/2007

CASE STUDY: sucesso e subsídio não rimam

A adjudicação do metro de Telavive ao consórcio MTS, composto pela Soares da Costa, Siemens, China Constructions e dois operadores locais de construção e de transportes, é um exemplo do sucesso que as empresas portuguesas podem inteligentemente alcançar, usando as suas competências técnicas e vantagens competitivas e associando-se aos parceiros certos. Não consta que o engenheiro Sócrates ou o ministro doutor Pinho tenham neste caso usado o dinheiro dos sujeitos passivos portugueses para atribuir qualquer subsídio (ver mais aqui).

DIÁRIO DE BORDO: está para além da minha compreensão

Como se consegue conciliar a defesa absoluta da liberalização do aborto com a recusa absoluta da pena de morte aplicada a um notório criminoso como Saddam Hussein, condenado por um tribunal do seu país, segundo a lei do seu país?