Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

31/10/2020

DIÁRIO DE BORDO: R.I.P.

Sean Connery, um James Bond, inimitável e politicamente incorrecto 

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (109) - As pandemias são inconstitucionais

Outras preces

«O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que o regime constitucional e legal português não foi pensado para situações de pandemia e sugeriu hoje que no futuro terá de ser adaptado.

O chefe de Estado falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, a propósito das dúvidas jurídicas sobre medidas restritivas de direitos que têm sido adotadas pelo Governo no atual contexto de pandemia de covid-19, como a restrição de circulação entre concelhos.» (DN)

Aí está o catavento de opiniões erráticas inspirado pela sua reconhecida hipocondria. E porque não "adaptar" também a Constituição aos cataclismos naturais, tais como tempestades, sismos, etc., com um manual de instruções? Ou, em alternativa submeter a catástrofe ao Tribunal Constitucional. É demasiado até para ele.

30/10/2020

Um domínio onde a extrema-direita americana está claramente à frente da extrema-esquerda

 O Center for Strategic & Internacional Studies (CSIS) (*) é um think tank com sede em Washington e está ligado à Universidade de Georgetown. Publicou a semana passada o relatório The War Comes Home: The Evolution of Domestic Terrorism in the United States de onde extraí o gráfico seguinte.


O CSIS analisou 61 incidentes terroristas ocorridos este ano até 31 de agosto compilados por grupos de pesquisa e comunicados de imprensa do FBI e do Departamento de Justiça, cruzados com queixas-crime e notícias e classificou em religiosos, de extrema-direita, de extrema-esquerda e outros. Esses não incluíram crimes de ódio, protestos, tumultos e agitação civil, incluindo os distúrbios após a morte de George Floyd.

A conclusão foi que grupos de extrema-direita - incluindo supremacistas brancos - estiveram ligados a 41 casos (67%) dos ataques terroristas concretizados e frustrados este ano. Foram atribuídos 20% à extrema-esquerda. O número total de casos tem vindo a aumentar nos últimos seis anos, principalmente devido ao terrorismo de direita.

(*) O CSIS tem reputação de independente e neutral e tem sido avaliado nos últimos anos como o think tank n.º 1 na Defesa e Segurança Nacional nos EUA. Lido este relatório pela extrema-esquerda e pela extrema-direita o CSIS será considerado muito provavelmente como de direita pelos primeiros e de esquerda pelos segundos.

29/10/2020

CASE STUDY: O preço da liberdade

«Talvez não surpreenda que as pessoas mais propensas a sacrificar a sua liberdade cívica são as pessoas com maior risco de perder a vida com a covid-19. Mas será isto resultado de estas pessoas serem diferentes das outras, ou antes revela que para a maioria de nós, quando o risco aumenta, estamos dispostos a sacrificar a liberdade? Ou seja, há um trade-off entre os desejos por saúde e por liberdade? Para responder a esta pergunta, os economistas compararam as pessoas para quem o risco de saúde é elevado e que viviam em zonas onde a taxa de infeção era alta, com as pessoas também no grupo de risco mas que vivem em zonas com poucos casos. Os dados revelam uma associação muito forte: quando o risco aumenta, o apoio à redução das liberdades civis é maior.

Mais interessante talvez é separar esta propensão ao sacrifício da liberdade por grupos. Nos dados, a propensão é maior entre os mais jovens, os mais educados e os que têm maiores rendimentos. Ou seja, ao contrário do que talvez muitos diriam, quanto mais ricas, menos as pessoas se parecem preocupar com a sua liberdade, pelo menos em relação à sua saúde. Que os mais ricos e mais educados põem maior ênfase na saúde não é uma surpresa: todo o negócio privado da saúde se apoia neste facto. Mas a sua falta de entusiasmo em defender as suas liberdades cívicas é mais surpreendente. Assim, embora comparando junho com abril as pessoas no inquérito estejam menos dispostas a sacrificar as liberdade cívicas, isto veio acompanhado da redução no risco de saúde: a propensão a sacrificar liberdade por menos risco de saúde mantém-se constante.

Um resultado interessante tem a ver com a StayAway Covid. As pessoas no inquérito estão a favor de instalar uma app como esta. Mas a um grupo dos inquiridos os economistas revelaram informação sobre como a app tem sido usada na China e na Coreia do Sul, com grande controlo sobre os cidadãos. Depois de saberem isto, as pessoas são muito menos favoráveis a instalar a app. Ou seja, talvez as pessoas deem as suas liberdades como adquiridas, mas depois de as perderem já acham mal. Só que nessa altura, frequentemente, é tarde demais.»

Excerto de As pessoas querem ser livres?, Ricardo Reis no Expresso

Tenho para mim que a história mostra que o povo português valoriza pouco a liberdade e está disposto a abdicar dela com facilidade. Quase cinco décadas de acomodação com reduzida resistência a uma ditadura frouxa (por muito que os poucos resistentes nos queiram vender a ideia de uma ditadura feroz) e outras cinco de acomodação a uma democracia asmática e a tolerância a políticos corruptos e incapazes, mostram isso mesmo.

28/10/2020

CAMINHO PARA A SERVIDÃO: Recado do situacionista socialista ao jornalismo independente e a quem o publica. Considerem-se avisados

Trilema de Žižek

«Basta. Nem tudo é possível em democracia. E o meu recado não é só para ele, é também para aqueles que lhe dão espaço nos seus canais informativos. Estou para ver se assobiam para o lado.»

José Gomes Mendes, secretário de Estado do Planeamento




AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Boris Johnson. Guerra civil, disse um dos amotinados

Secção Entradas de leão e saídas de sendeiro / Secção Still crazy after all these years

Já na anterior avaliação de BoJo concluí que, apesar de não esperar grande coisa dele, dado o seu passado de palhaçadas e mentiras, está a falhar mais do que as piores previsões no Brexit, na resposta à pandemia e nas finanças públicas e na economia que está a sofrer duramente.

Agora está a falhar numa quarta frente que é manter a unidade dos deputados do Tories o que não é bem a mesma coisa que manter a unidade dos deputados portugueses escolhidos pelo directório do partido e "eleitos" numa lista ao molho, deputados que em consequência nunca passarão de apparatchiks sem qualquer autonomia política ou mesmo intelectual.

Agora o partido Conservador está beira da revolta com 40 deputados do norte a publicarem uma carta aberta que confronta o líder. Um deles caracteriza assim a situação 
«The party is now divided into so many factions that civil war in the future will be inevitable.»
Renovo, pois os quatro bourbons por BoJo não ter esquecido nada e ter aprendido pouco e os cinco chateaubriands por confundir agitação com governação e imaginar-se Winston Churchill a comandar a batalha de Inglaterra. Acrescento três pilatos pela irresponsabilidade.

Que a direita se deixe liderar por personalidades instáveis, erráticas e com egos doentiamente narcisistas como a de BoJo é um indicador da crise por que está a passar.

27/10/2020

Normalfobia, uma causa implícita no áctivismo

À pala do combate à homofobia, à islamofobia, ao rácismo, à misoginia (*) e a toda a crescente lista de causas inventadas pelos áctivismos, foi sub-repticiamente acrescentada a promoção da normalfobia. O objecto da normalfobia são as criaturas estatisticamente "normais" no sentido gaussiano nos países com democracias mais ou menos liberais que toleram áctivismos que seriam simplesmente proibidos pelos regimes que esses áctivistas na melhor hipótese toleram ou, mais frequentemente, veneram e promovem. 

(*) Curiosamente, a luta contra a misandria - ódio, aversão ou desprezo pelo homens - que não faz nem nunca fará parte da lista, et pour cause, está a caminho de se tornar uma causa popular. Esta nova causa foi inaugurada este mês por Alice Coffin, jornalista e militante lésbica, eleita para o Conseil de Paris - o equivalente à nossa Assembleia Municipal  - que publicou o panfleto Le Génie lesbien onde defende que as mulheres devem banir os homens das suas mentes e das suas vidas e, em particular, não devem ler, assistir ou ouvir obras criadas por homens.

Pode haver ajuntamentos mais de 5 pessoas? Só se pertencerem ao mesmo agregado familiar

Quais são as medidas gerais durante a situação de calamidade?
  • Limitação de ajuntamentos:
5 pessoas no acesso, circulação ou permanência na via pública e em outros espaços de natureza comercial e de restauração, exceto se pertencerem ao mesmo agregado familiar

São todos do mesmo agregado familiar?

26/10/2020

SERVIÇO PÚBLICO: Deixaram de cantar os amanhãs do Dr. Costa (que um dia tentará refugiar-se em Bruxelas, como o outro se refugiou em Paris)

«Combater com a realidade aquilo que queremos muito ouvir é praticamente impossível. Os últimos anos foram muito ricos em exemplos dessa regra geral. Quisemos acreditar que o problema das pensões estava resolvido, quisemos acreditar que o subfinanciamento da saúde e da educação estava resolvido, quisemos acreditar que era possível aumentar o salário mínimo sem que isso tivesse efeitos no emprego, quisemos acreditar que a redução do horário de trabalho da função pública não custava dinheiro ou degradação dos serviços, quisemos acreditar que era muito fácil e barato reduzir o desequilíbrio das contas públicas, quisemos acreditar que se podia reduzir o défice público, reduzir impostos e, ao mesmo tempo, dar mais e mais dinheiro a pensionistas e funcionários públicos. Disseram-nos que isso era possível e nós, de tantos desejarmos, acreditámos no milagre. O problema é que não há milagres. Assim que desapareceu o crescimento, assim que apareceu a crise, os mesmos problemas de sempre voltam a perseguir-nos.»

Continuar a ler Tempos de ilusão e demagogia, Helena Garrido no Observador

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (56) - Em tempo de vírus (XXXIII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

A Constituição socialista é o que o Dr. Costa quiser

O artigo 4.º da Constituição estipula que «a todos os cidadãos é garantido o direito de se deslocarem e fixarem livremente em qualquer parte do território nacional», direito que só pode ser suspenso no estado de sítio ou estado de emergência. Pois estipula, mas apenas se o PS não achar que é preciso suspendê-lo sem a maçada do PR declarar o estado de sítio ou estado de emergência autorizado pelo parlamento.


Dos vários milhões de consultas, das centenas de milhar de cirurgias e dos milhões de exames e diagnósticos por fazer resultou um excesso de mortalidade de mais de 7 mil óbitos dos quais menos de um terço têm relação com a pandemia. É obra.

Entretanto, um estudo encomendado pela APAH veio revelar que de Março a Agosto os funcionários do SNS faltaram 620 mil dias dos quais 467 mil por doença, o equivalente a estarem durante esse período mais de 5 mil funcionários permanentemente de baixa, o que em cima da obsessão com a pandemia, as cativações do Dr. Centeno e a redução para as 35 horas semanas teve o resultado que teria de ter.

Cuidando da freguesia eleitoral

O governo prevê na proposta do OE2021 que, entre 2014 (último ano completo do governo "neoliberal") e 2021, as despesas com pessoal da Administração Pública crescem 39%, ultrapassando 22 mil milhões, em resultado do aumento de 46 mil novos funcionários (o governo "neoliberal" reduziu 68 mil entre 2011 e 2015 aos efectivos deixados pelo anterior governo socialista).

Para os amigos tudo, ..., para os outros a lei

Além da freguesia eleitoral, o governo socialista tem outras freguesias que precisa compensar, como foi o caso da concessão de «licenças de produção a 25 novas centrais solares em regime de mercado sem quaisquer contrapartidas ao sistema», imediatamente antes do leilão de Agosto do ano passado. Como por coincidência, «o principal contemplado foi o antigo diretor-geral de Energia, Miguel Barreto» (fonte).

É mais o que os une do que o que os separa

O Dr. Rio invocou «sentido patriótico» para viabilizar o Código dos Contratos Públicos que, com as alterações agora introduzidas, permitirá ao governo adjudicar a quem muito bem entenda com ou sem concurso público. Um dia ainda vai ser vice do Dr. Costa.

Há vida para além do orçamento?

Prossegue a comédia orçamental com a performance inigualável da trupe berloquista que introduziu o sketch dos 900 milhões para o Novo Banco do OE2021 depois de ter votado quatro orçamentos que injectaram 3 mil milhões no mesmo banco. Se não existisse o berloquismo, teria de ser inventado.

O desfecho anunciado é, nas palavras de Rui Ramos, «ninguém quer que este Orçamento pareça ser seu. Para o Partido Socialista, por exemplo, a “contenção” é de Bruxelas, e o “despesismo” dos seus parceiros.»

25/10/2020

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (108) - Outra vez selo branco

Outras preces

S. Ex.ª não só vive em concubinato com o Dr. Costa como assumiu o papel que este lhe atribuiu de selo branco do governo socialista, ou tabelião ou notário, como outros escreveram. Alguns exemplos recentes desta actividade de selar limitações do direito de propriedade, da liberdade de expressão e do direito de reclamação:
  • Promulgou o diploma que autoriza o governo a aprovar um regime especial de expropriação no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social; 
  • Promulgou a lei que reduziu a dois por semestre os debates sobre a UE no parlamento que até agora tinha lugar antes de cada reunião do Conselho Europeu; 
  • Promulgou o diploma que aumenta para dez mil, o número mínimo de subscritores para uma petição ser apreciada.
Para que precisam as direitas (e sobretudo a direita liberal) de um catavento de opiniões erráticas na presidência da República?

Um Rio cada vez mais parecido com um socialista (8) - A linha vermelha do Dr. Rio passa por um acto de contrição do Dr. Costa

Outras parecenças.

O semanário de reverência sob o título Rio só admite salvar Orçamento do Estado se Costa pedir desculpa ilumina-nos sobre a visão política do Dr. Rui Rio a respeito da aprovação orçamento tal como transmitida pelo seu líder parlamentar: 
«“não há margem” para entendimentos in extremis, a menos que António Costa venha a público fazer um ato de contrição pela frase que lhe ficou colada à pele.  
“O primeiro-ministro foi muito arrogante quando disse que no dia em que precisasse do PSD para sobreviver o Governo caía. Ou ele se contradiz, pede desculpas e diz que não era assim — e aí talvez as coisas pudessem ser reequacionadas — ou, como ele não vai pedir desculpas, se é assim o jogo, se é assim a terminação, temos uma linha vermelha”»

É uma espécie de mensagem subliminar aos eleitores do PSD: é indiferente votar PSD ou PS desde que o camarada companheiro Dr. Costa se retrate e peça desculpas.

24/10/2020

Fact checking ao Fact Check do Observador (2) - Um desperdício de semântica

Já não é a primeira vez que faço Fact checking ao Fact Check do Observador o que pode parecer estranho porque se trata de um jornal que assino e sobre o qual tenho uma boa opinião. Pode parecer estranho só porque no Portugal dos Pequeninos encharcado há séculos de colectivismo se vive sob o lema para os amigos tudo, para os inimigos nada, ... 

Desta vez trata-se do fact check que o Observador fez a um post do Twitter onde, a respeito de duas notícias separadas por vinte anos com o título exactamente igual «TGV vai ligar Lisboa ao Porto em 1h15», se escreveu «O mesmo País. O mesmo Jornal. A mesma notícia. 20 anos depois», texto ilustrado com duas imagens das duas primeiras páginas do Público.

Parece inacreditável mas o Observador gastou mais de 600 palavras para fazer uma profunda análise semântica às 12 palavras do post para concluir que «a sugestão está errada» porque «não se trata, como já se percebeu, de ir “buscar” uma notícia com 20 anos. Mas os pontos em comum levaram vários utilizadores das redes sociais a recordar — como o próprio jornal Público fez na sua edição desta quinta-feira — a capa do diário de julho de 1999

Errada é manifestamente exagerado, mas, sim, talvez a «sugestão» ficasse melhor assim:
O mesmo País, a mesma clique socialista. O mesmo Jornal, o mesmo jornalismo de causas. O mesmo anúncio. 20 anos depois.

O debate Trump-Biden visto de Houston

«We are happy to report that the second presidential debate is over. If after the first one people were surprised at what had just happened to the rules of civility, after this people will be surprised at how well Donald Trump performed. Age weighed heavily on Biden, who stumbled on his words and lost his train of thought on multiple occasions. But no harm, no foul: the Biden supporters were happy and equally happy were the Trump supporters. I was mostly disgusted for having to vote in Biden because he is clearly not surrounded by people who can train him properly. The most jarring moment for me was when Donald Trump listed everything that had been going wrong in America: opioid addiction, suicides, etc. Trump even said that it had never been this bad. Biden did not have the clarity of thought to attack the President, to state the obvious fact that it had gotten worse under his watch and, if he did not prevent it or try to fix it in his first term, then one could hardly give him a vote of confidence to elect him for a second term. On the Biden side, the stupidest thing of the evening was when he brought up Hitler to the debate. Godwin's law states that as an online discussion progresses, it is inevitable that someone/something will be compared to Hitler or the nazis, at which point the discussion ends. That pretty much did it for me. If he cannot weave a convincing argument without invoking Hitler, then he must have not done his homework. For example, at some point Donald Trump was talking about how he rescued manufacturing. Manufacturing jobs are lower now than when Trump took office, even though the administration spent a pretty penny trying to subsidize companies to hire more American workers and also staring a trade dispute with China. The tariffs that were imposed on China were passed on to American consumers as higher prices, which Biden failed to state clearly. You have to assume that most citizens don't know the intricacies of how trade and the U.S. work. They need the background information in a simple form that can be understood. That is one thing that Trump does well: he dumbs stuff down. His supporters think that it's for their benefit, but it has to be dumbed down for Trump and even then he may not fully get it. After all, he does not even know that a full time preganancy is 9 months and men don't have uterus. According to Trump, the U.S. economy could not support the cost of $100 trillion in environmental regulation over a period of 100 years even if it had the best years of growth. In 2019, the U.S. economy grew $21.4 trillion dollars (American trillion or 10 raised to the 12th power). Trump clearly does not even comprehend how big the U.S. economy is and neither does Biden. I don't understand how we got here. I honestly don't. It's like we're in a race to the bottom.»

Rita Carreira sobre o debate em A Destreza das Dúvidas

Não é obrigatório apreciar os posts de RC (eu aprecio). Aos devotos de Biden ou Trump que possam considerar-se ofendidos, recomendo que leiam ou escutem o que a Breibart News ou a Fox News dizem sobre o primeiro e tentem demonstrar a falsidade de pelo menos 1% das mais de 20 mil «false or misleading claims» atribuídas pelo WP ao segundo. Boa sorte.

23/10/2020

Ser de esquerda é... (8)

 ... dizer-se democrata e recusar um referendo sobre a eutanásia, uma questão moral e civilizacional, e, em vez disso, defender que a decisão compete a um parlamento composto por uma maioria de apparatchiks escolhidos por chefes de partidos.

Os fanatismos nos EUA estão a entregar a regulação da liberdade de expressão aos techies

(A capa da Economist) desta semana aborda a tempestade da fúria popular que atinge empresas de tecnologia que supostamente destruíram a sociedade. A esquerda diz que, desde as teorias da conspiração de QAnon ao incitamento dos supremacistas brancos, as plataformas de mídia social estão a afogar os utilizadores em ódio e falsidade. A direita acusa as empresas de tecnologia de censura, incluindo na semana passada a um artigo duvidoso que alegava corrupção na família de Joe Biden, o candidato democrata à presidência. As tentativas de mudança das empresas de tecnologia para limpar a fossa significa que um punhado de executivos não eleitos estão a fixar os limites da liberdade de expressão. À medida que aumenta a indignação online, cresce a pressão sobre as empresas de tecnologia para restringir cada vez mais material. Políticos, empresas de tecnologia e - o mais importante - os utilizador das redes sociais, todos têm uma participação. Mas como eles deveriam proteger as regras do discurso público?»

Zanny Minton Beddoes, Editora-chefe da Economist

SERVIÇO PÚBLICO: "A coisa mais perigosa sobre o coronavírus é a histeria" (8)

Este post é uma continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7) e está relacionado com a série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva.

Corre por aí mais uma onda de pânico, anunciando-se o Armagedão do sistema de saúde com o colapso dos hospitais. E no entanto, segundo a própria ministra da Saúde, o SNS dispõe de 18.017 camas destinadas a doentes com Covid-19 das quais apenas estão ocupadas 1.165 (6,5%) com doentes Covid. Das 798 camas em UCI para receber doentes, com “capacidade de extensão” estão ocupadas 200 camas (11,1%) com doentes Covid-19. 

Entretanto o problema verdadeiramente grave não é a mortalidade por e com Covid, que inclui também qualquer pessoa infectada ainda que a causa de morte seja outra patologia. O problema grave é o excesso de mortalidade em relação à média dos últimos anos que já ultrapassa os 5.500, como o INE reconheceu, excesso que mostra o colapso do SNS depois de 6 anos de cativações para compensar o aumento da despesa pela redução dos horários para 35 horas e da concentração exclusiva na pandemia, deixando por fazer milhões de consultas e mais de milhares de cirurgias.

22/10/2020

Pro memoria (405) - Lembram-se do rasgar de vestes e das ondas de indignação da esquerdalhada por causa da austeridade que a governação socialista tornou inevitável?

«Em 2017 escrevi um artigo no qual dizia que a austeridade fiscal iria abrandar a economia portuguesa e que eu faria as coisas mais lentamente. E estava errado. As coisas acabaram por ser melhores por duas razões: a austeridade não foi tão forte como a retórica e Portugal teve sorte porque teve um crescimento muito maior do que se estava à espera, em parte porque as exportações foram muito maiores do que o que estava nas previsões. Acabou por correr tudo bem. Mea culpa por ter sido demasiado pessimista em 2017. Vocês saíram-se melhor do que eu pensava.» 

Disse recentemente Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI entre 2008 e 2015, num debate online sobre o plano de recuperação europeu. Sendo a honestidade uma qualidade de baixa ocorrência entre o homo politicus portucalensis, se esperais o reconhecimento do que Blanchard disse por parte dos detractores do governo que aplicou a receita tornada indispensável pela trupe socialista do Sr. Eng. Sócrates, da qual encontramos vários espécimenes nos governos do Dr. Costa, a começar pelo próprio, esperai não sentados, mas deitados.

A democracia não é uma forma natural de governo. É uma evolução civilizacional e não sobrevive sem democratas

«Many forms of Government have been tried, and will be tried in this world of sin and woe. No one pretends that democracy is perfect or all-wise. Indeed it has been said that democracy is the worst form of Government except for all those other forms that have been tried from time to time.…

Winston S Churchill, 11 November 1947

As cores simbolizam o número de transições pacíficas de governo entre 1919 e 2015

A mudança pacífica de governo de um partido para outro por via de eleições limpas é um indicador da existência de democracia, uma forma de governo ainda hoje rara no mundo. A primeira transição pacífica de poder nos EUA foi em 1801. Nunca ninguém a tinha questionado, até agora. 

21/10/2020

NÓS VISTOS POR ELES: O Portugal dos Pequeninos visto de Houston

«Portugal continues to puzzle me. The level of nonsense does not seem to wind down. And despite so many saying that they are above it all, come Election Day, the usual suspects will get elected because either people don’t vote or, the ones that do, vote for mediocrity. Mediocrity rimes with poverty and the country is well on its way to become even more impoverished than what it already is. 

Of course, this comes at a time in which the rest of Europe is also poorer, so there will be less money to waste on the folly of helping those who refuse to help themselves. Maybe Portugal will threaten to leave the EU if they don’t pay up, kind of like when Trump threatens to leave the UN, the WHO, etc. Political tantrums usually go a long way.»

Rita Carreira, A Destreza das Dúvidas

A mediocridade das elites e a chulice socialista à Óropa vêem-se melhor a 8 mil km de distância do que dentro do Portugal dos Pequeninos.

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (43) - O excesso de mortalidade não Covid - o caso da Inglaterra e Gales

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva

Não é só em Portugal que existe um excesso de mortalidade não explicável pela pandemia devido à falta de respostas da saúde pública e/ou como efeito indirecto do confinamento. No caso do Reino Unido, um estudo da London School of Hygiene and Tropical Medicine concluiu que o atraso nos tratamentos causará um aumento de mortalidade em várias patologias: cancro da mama entre 281 e 344; cancro do colon 1.445 a 1.563;  cancro do pulmão 1.235 a 1.372; cancro do esófago 330 a 342. 

Outro estudo da Universidade de Leeds estima que já ocorreu um excesso de 2.085 morte por doença cardíaca e AVC.

Segundo o Office for National Statistics, em Inglaterra e Gales morreram em casa mais 25.472 pessoas do que a média dos últimos cinco anos, o que compara com os mais de 40 mil mortes por e com Covid.

Em todo o caso, este excesso parece representar uma proporção muito menor do que os cerca de 25% que os 2.018 óbitos por e com Covid em Portugal representam do excesso total de 7.474 óbitos (INE). De onde, parece razoável concluir que o colapso do SNS português supera em muito as dificuldades do NHS inglês.

20/10/2020

A humanidade não aguenta muita realidade e os jornalistas, intelectuais ou escritores ainda menos

Go, go, go, said the bird: human kind
Cannot bear very much reality.
Time past and time future
What might have been and what has been
Point to one end, which is always present.


T. S. Eliot, Four Quartets

«Na Europa e nos EUA, a esmagadora maioria da imprensa é um imenso ângulo cego em relação às realidades que incomodam a esquerda dominante. A realidade é um mistério, porque as redações recusam ver factos que incomodam e “ofendem”. E este não é apenas um problema jornalístico e intelectual. É um problema político, porque a extrema-direita instrumentaliza este ângulo morto. Deixo portanto um conselho aos mais novos, à geração woke: se a realidade “ofende”, não és jornalista, intelectual ou escritor, és um amanuense das causas da moda e o idiota mais útil da extrema-direita.»

Henrique Raposo no Expresso 

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (42) - O falhanço da resposta do governo PS à pandemia (2) Agora é oficial

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva e é uma continuação de O falhanço da resposta do governo PS à pandemia.

«Entre 2 de março, data em que foram diagnosticados os primeiros casos com a doença COVID-19 em Portugal, e 4 de outubro, registaram-se 68 227 óbitos em território nacional, mais 7 474 óbitos do que a média, em período homólogo, dos últimos cinco anos. Destes, um pouco mais de ¼, 2 018, foram óbitos por COVID-19. Nas últimas 4 semanas (7 de setembro a 4 de outubro) registaram-se mais 867 óbitos do que a média, em período homólogo, de 2015-2019. Nesse período registaram-se 175 óbitos por COVID-19.»

Agora é o oficial. É o INE a confirmar o excesso de mortalidade não Covid que está a resultar das medidas erradas do governo de resposta à pandemia, excesso que torna patente a falência do SNS, com a sua capacidade de resposta reduzida por 6 anos de cativações para compensar o aumento da despesa resultante da redução dos horários para 35 horas, com a agravante dos recursos disponíveis se concentrarem praticamente na pandemia deixando por fazer 10 milhões de consultas e mais de 100 mil cirurgias. Cai por terra o discurso auto-elogiativo do governo.

19/10/2020

ARTIGO DEFUNTO: O jornalismo de causas infecta quase toda a imprensa (continuação)

Este post é uma espécie de resposta ao pedido para indicar «os jornais de direita que lê, publicados em Portugal» do leitor Carlos Conde no seu comentário ao meu post sobre a notícia do NYT. O pedido parece-me um pouco retórico, talvez destinado a demonstrar que não há jornais de direita em Portugal, e vou responder omitindo o «que lê», que para o caso não importa nada. Talvez possa acrescentar, como nota pessoal, que estou pouco interessado na orientação ideológica do jornalista e mais na sua objectividade, na separação entre facto e opinião, na independência e no profissionalismo, sendo certo que estes atributos são raros à direita e à esquerda.

Direita e esquerda são conceitos muito fluidos e historicamente mutáveis. Quando escrevi direita - e seria mais adequado escrever "direitas" - não tinha em mente "a direita" quimicamente pura e certificada, seja o que isso for. Para complicar, os jornais portugueses não assumem publicamente uma orientação política  e fazem o possível por disfarçá-la. Para simplificar, consideremos de direita aquilo que a esquerda diz que é de direita.

Leio jornais há mais de 60 anos e durante mais de 1/3 desse tempo li jornais portugueses dos quais a grande maioria era de direita. Durante décadas foi mais fácil encontrar um lince da Serra de Malcata a atravessar a N233 do que um jornal de esquerda em Portugal.

Dito isto, a esquerda, cujos jornalistas de causas ocupam hoje maioritariamente as redacções de grande parte dos mídia, costuma considerar de direita actualmente O Diabo, Correio da Manhã, SOL, Jornal i e Observador e no passado recente ocorrem-me os semanários O Semanário, O Jornal e O Independente. É claro que existem jornalistas que a esquerda possivelmente considera de direita em quase todos os jornais, mas as suas vozes perdem-se no meio da gritaria.

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (55) - Em tempo de vírus (XXXII)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

O Dr. Costa daria um excelente governador de uma província (pequenina) da RPC

Para justificar a obrigatoriedade da aplicação Stayaway Covid que por razões que expliquei, além de um abuso de autoridade e de uma intromissão na privacidade, é estupidamente inútil, o Dr. Costa produziu a seguinte pérola do seu pensamento político: «As medidas só são autoritárias se as pessoas não as fizerem já espontaneamente». É assim como dizer que as ditaduras só são necessárias porque a choldra não obedece aos governantes.

O estado do Estado Sucial administrado pelos socialistas

O governo precisa contratar mais 4.200 profissionais de saúde e médicos reformados. No entanto, temos 515 médicos por 100 mil habitantes, o terceiro maior índice na UE que tem uma média de apenas 378, temos 716 enfermeiros por 100 mil habitantes e ficamos em 16.º lugar e só não ficamos melhor porque muitos enfermeiros emigram por não terem condições em Portugal. Falta dinheiro no SNS? No entanto, gastamos 1.870€ por ano e habitante, um valor a meio da tabela e em percentagem do PIB só há oito países com um índice maior. (Fonte)

«Faltam cada vez mais professores». No entanto, o número de alunos nos últimos dez anos desceu no ensino básico mais de 300 mil e mais de 100 mil no ensino secundário. E em número de alunos por professor ficamos em 16.º lugar no ensino básico, em 9.º no ensino secundário e em 7.º no ensino superior. (Fonte)

Continua a saga dos drones que já narrei em várias crónicas passadas e na última. A novidade é um dos poucos drones que voava em teste despenhou-se em Beja. Em consequência, o ponto de situação quanto ao combate aos incêndios florestais é 12 drones que não voam e mais guardas-florestais que não aterram.

Por trás do manto da ilusão socialista, a luz crua da realidade

Lembram-se das vacas gordas voadoras do Dr. Costa? A Segurança Social arrotava excedentes que financiariam as pensões até ao fim dos tempos. O relatório sobre a Sustentabilidade Financeira da SS que faz parte do OE mostra que o Fundo de Estabilização Financeira, que constitui a reserva para pagar as pensões quando as receitas geradas não forem suficientes, vai acabar em 2030, dez anos mais cedo do que o previsto. Com a população a envelhecer rapidamente e o desemprego a aumentar podem aposta singelo contra dobrado que na próxima previsão acabará antes de 2030.

18/10/2020

ARTIGO DEFUNTO: O jornalismo de causas infecta quase toda a imprensa


A decapitação de um professor francês por um aluno muçulmano que, depois de publicar a foto com a decapitação no Twitter, foi encontrado pela polícia que atacou cm uma faca aos gritos de «Alá é Grande» e foi abatido a tiro, foi noticiada pelo New York Times com o título «French Police shoot and Kill Man after a fatal Knife attack on the Street», como se tratasse de mais um caso para a colecção «Black Lives Matter».

Face aos protestos pelo manifesto enviesamento manipulativo da notícia, o NYT alterou o título para Man Beheads Teacher on the Street in France and Is Killed by Police. A versão original da notícia ainda pode ser encontrada na pesquisa Google, não estando porém já acessível a respectiva página.

O amigo que me chamou a atenção para a notícia mencionou que se tratava de um jornal de esquerda, o que é verdade e, mais rigorosamente, trata-se de um jornal com grande prestígio no passado, hoje ocupado pelo áctivismo politicamente correcto. Achei que lhe deveria responder que, em minha opinião, estando a maioria dos mídia infectados pelo jornalismo de causas, para se ter uma informação objectiva devemos ler criticamente jornais como o NYT, o Washington Post e muito outros semelhantes nos EUA, como a maioria da imprensa portuguesa com redações ocupadas pela esquerdalhada, para perceber o que se passa na direita e ler criticamente jornais de direita, onde em muitos deles também o jornalismo de causas é justificado pelas "boas causas", para perceber o que se passa na esquerda.

Lost in translation (341) - Talvez a história se repita. A primeira vez foi uma tragédia com um actor dramático como protagonista, a segunda está a ser uma comédia e o actor principal é um palhaço


In the depths of the second world war, in 1942 when just about everything had gone wrong, the government sketched out a vision of the post war new Jerusalem that they wanted to build. And that is what we are doing now.


Boris Johnson no seu discurso durante a conferência do partido Conservador.
Por muito que se repita, BoJo não convence ninguém que a pandemia faz o papel dos nazis, a "batalha" contra a pandemia está no lugar da batalha de Inglaterra e ele próprio é a reencarnação de Winston Churchill. 

Por muitas razões, entre elas por Churchill ter pago os seus erros em Galipoli combatendo no terreno em França como oficial dos Hussardos de Oxfordshire, e BoJo, business as usual, possivelmente aguardará que esqueçam os seus erros como comentador principescamente pago.

17/10/2020

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (41 b) - Qual a letalidade do Covid-19? (5)

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva é uma continuação do Qual a letalidade da Covid-19? (4)

Recordando a distinção entre taxa de letalidade, que relaciona o número de óbitos com o número de infectados, e a taxa de mortalidade que relaciona o número de óbitos causados por uma epidemia com a população, num caso e noutro com referência a uma determinada área (mundo, pais, região, cidade, etc.).

«Qual a percentagem de pessoas infectadas com Covid-19 que morrerão da doença? A resposta dramática à pandemia por parte de quase todos os governos ao redor do mundo foi baseada na ideia de que Covid-19 é uma doença muito mais letal do que a gripe sazonal, que muitas vezes é citada como tendo uma taxa de letalidade por infecção (IFR) de 0,1 por cento. As estimativas do IFR para a Covid-19 tenderam a ficar na faixa de 0,5 por cento a 1 por cento. O artigo do Imperial College London de 16 de março, que muito contribuiu para informar a política do Reino Unido sobre a Covid-19, prevendo que 250.000 poderiam morrer, a menos que o governo introduzisse medidas de distanciamento social mais rigorosas, assumiu uma IFR de 0,9 por cento. Um estudo subsequente do Imperial College estimou-a em 0,66 por cento.

Agora, John Ioannidis da Universidade de Stanford produziu talvez a tentativa mais abrangente de estimar a IFR para Covid-19 até o momento. Num estudo revisto por pares publicado no Boletim da Organização Mundial da Saúde, ele analisou 61 estudos de todo o mundo que tentaram medir a verdadeira prevalência de Covid-19 por meio de estudos sorológicos. Ele então olhou para o número de mortes registradas de Covid-19 na área a que se referiam e usou-o para calcular a IFR local: produziu estimativas para IFR que variaram entre 0 e 1,63 por cento, com um valor médio de 0,27 por cento. O estudo também calculou IFRs para menores de 70 anos, que ficaram entre 0 e 0,31 por cento, com uma mediana de 0,05 por cento.

Se tomarmos a IFR mediana para todas as faixas etárias de 0,29 por cento, como é que isso se compara com a gripe sazonal? Não existem dados sobre a gripe como existem para a Covid-19, mas uma das fontes de dados mais abrangentes são os Centros de Controle de Doenças (CDC) nos Estados Unidos. Na temporada 2016/17 (a última para a qual os números completos estão disponíveis, os números mais recentes são provisórios), o CDC estimou 29 milhões de casos de gripe nos EUA, de que resultaram entre 29.000 e 61.000 mortes. Isso dá uma IFR entre 0,1 e 0,2 por cento. Enquanto isso, a OMS estima que a gripe sazonal tem uma IFR que é 'geralmente bem abaixo de 0,1 por cento'. Pelas conclusões das pesquisas até agora, ainda parece aceitável dizer que Covid-19 é um pouco mais mortal do que a gripe sazonal.»

How deadly is Covid-19?, Ross Clark na Spectator

16/10/2020

Dúvidas (292) - Haverá só duas visões da América?

[Uma continuação daqui]

«Há duas visões da América. Em 2020, uma dessas visões é representada por Trump e outra por Biden

Rui Ramos no Observador


Parece que há mais do que duas. entre outras razões, como a abstenção ultrapassar historicamente os votos dos candidatos republicanos e democratas, também porque que há outros candidatos com outras visões, certamente minoritárias, mas visões.

Lost in translation (340) - O dilema de uma republicana

Entendamo-nos, vejo as escolhas políticas como um exercício de racionalidade e de realismo inspirado numa certa visão ética. Em termos práticos, essas escolhas traduzem-se a maior parte das vezes na escolha do menor dos males. Felizmente não voto nas eleições americanas - nem eu nem nenhum dos tugas que andam por aí a fazer comentários incendiários possuídos por uma qualquer verdade - já me chegam os dilemas de quem vota nas eleições portuguesas.

Percebo por isso o dilema de uma americana que sempre votou Partido Republicano, incluindo nas últimas eleições presidenciais, e está agora, sabendo o que agora sabe, perante uma escolha difícil. Trata-se de Kate Andrews, correspondente de economia em Londres da revista The Spectator, que se explica no artigo Why this lifelong Republican has to vote for Biden, do qual respigo alguns excertos, cuja leitura não recomendo a quem o Espírito Santo da política já tenha tocado. No lugar dela também teria ponderado que a escolha Biden e Harris tem uma probabilidade significativa a prazo de se transformar na escolha de Kamala Harris.

«(...) Yet I’m voting for Joe Biden and Kamala Harris.

I know their economic policies will make America poorer, especially as the economy tries to recover from Covid-19: the tax rises and the huge increase in spending (the kind that Senator Biden used to be wary of). And this is now the moderate wing of the party. Biden’s VP pick is further to the left. Harris’s approach to governing would be even more top-down and interventionist. Her politics and mine — I’m a liberal in the British sense of the word — are about as far apart as one can get.

But what about the alternative? What about Donald Trump? The nastiness, unkindness, the racism and misogyny, the way he always punches down rather than up — it’s the antithesis not just of my politics, but of the America I love. His supporters claim his remarks are taken out of context by his opponents in the media, that what he says is made to sound worse than what he meant. But we’ve all watched enough clips to know that the President needs no embellishment. The only way to pretend he didn’t propose a ban on Muslims coming to the United States is to close your eyes and pretend you didn’t read it on his campaign website. The only way to claim he didn’t mock a reporter’s physical disability is to look away and pretend it never happened. (...)

This isn’t to say I begrudge Trump voters. The vitriol thrown at them often mirrors how the President treats his critics. And his supporters are right to point to his policy successes. Trump’s tax reforms have resulted in companies big and small hiking wages and dishing out bonuses to American workers. It’s not a terrible surprise to us free-market lot, but his combination of lower taxes and light-touch regulation produced a booming economy before the virus hit. Last year saw a spectacular 6.8 per cent rise in household median income, the highest increase since records began. His less interventionist stance on the world stage has saved countless lives abroad. The First Step Act has done more to reform criminal justice — and help non-violent offenders rehabilitate — than any Republican or Democrat policy in years.

In this sense the President has been good for America and I have asked myself many times if I can separate the man from his words, hold my nose and cast my vote for the continuation of these policies. The answer is always no, because what is at stake is bigger than the economy, bigger than any piece of legislation that could cross the President’s desk. The social fabric of America is coming undone, and if it unravels much more, I fear it won’t be possible to stitch it back together.

I’ve never felt further away from my home country than I did this summer, sitting in my London flat during lockdown, watching on TV as the divisions that had been stoked in American society for years reached breaking point. Trump thrives on chaos and ego: after the murder of George Floyd he quickly made the protests and the riots about him personally, as if he were the victim of police brutality, or as if setting fires to shops and cars was more of an attack on him than on the Americans watching their businesses and possessions burn to the ground. (...)

This is the culture that arises when a nation’s leader never embraces humility, compromise or anything remotely resembling a statesmanlike demeanour. The first presidential debate reminded me once again that Trump has not bothered to learn any of these lessons: the interrupting, yelling and spin were bad enough, but the dismissal of Beau Biden — when the former vice president was paying tribute to his late son — was one of Trump’s most inhumane moments to date. It’s hard to imagine how a person could stoop much lower, yet I can’t help but think that, given four more years, Trump wouldn’t hesitate to show us.»

15/10/2020

Os tiques autocráticos do governo do Dr. Costa à pala da pandemia

Tornar obrigatório o uso de uma aplicação para smartphone é obviamente um abuso de autoridade do Dr. Costa e uma intromissão na privacidade. Igualmente óbvio é essa obrigatoriedade no caso da aplicação Stayaway Covid ser estupidamente inútil porque desde logo, apesar de mais de 1,5 milhão de criaturas já a terem instalado voluntariamente, apenas inseriram o respectivo código pouco mais de uma centena de infectados ou seja menos de 0,2% dos mais de 90 mil infectados. Em segundo lugar, uma parte significativa da população, nomeadamente os mais idosos, que constituem a maior parte dos grupos de risco, não dispõem de smartphones e muitos dos que dispõem têm dificuldade em usar as aplicações para além do trivial. Em terceiro lugar, a aplicação para assinalar infectados nas proximidades precisa do Bluetooth ligado o que descarrega mais rapidamente a bateria e, por isso, muitas pessoas só o ligam quando indispensável.

CASE STUDY: «A única função das previsões económicas é tornar respeitável a astrologia» (6)

[Outras previsões que tornam a astrologia respeitável]


Galbraith costumava dizer que «a única função das previsões económicas é tornar respeitável a astrologia». É evidentemente uma boutade, mas não está assim tão longe da verdade e tem um corolário que é o peso da realidade faz com que à medida em que se aproxima o período objecto da previsão em geral as previsões vão piorando, isto é, vão ficando mais realistas (ver por exemplo este diagrama). É o que se está a passar com as previsões do FMI para 2020 na maioria dos países. Curiosamente, no que respeita à Europa, ao contrário das outras regiões, a maioria das previsões de Outubro é mais optimista do que as de Abril.

14/10/2020

O racionamento como símbolo da Revolução (com maiúscula) e, já agora, do Socialismo Castrista (também com maiúsculas)

Expresso

 
Se o semanário de reverência o reconhece então já é do domínio da tautologia. Aguardam-se indignações pela banda dos comunistas e berloquistas mais burros, pela difamação de um dos paraísos na Terra. Os menos burros explicarão que o racionamento foi por causa do boicote do imperialismo americano, ficando por explicar como é que tal coisa tem propriedades contraditórias e a sua ausência é uma desgraça maior do que a sua presença.

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (107) - Como se fosse pouco ser ser o selo branco do Dr. Costa, ainda diz inverdades

Outras preces

A semana passada escrevi no post anterior sobre o carimbo apressado que S. Ex.ª botou na proposta do Dr. Costa para nomear presidente do Tribunal de Contas uma figura ligada às trapalhadas do Eng. Sócrates.

Por distração, que agora venho reparar, não me apercebi que S. Ex.ª, um professor de direito, recorde-se, para justificar a não renovação do mandato do anterior presidente, por aplicação da lei socialista quem se mete com o PS leva, produziu mais seguinte inverdade (*), a acrescentar à «só se Cristo descer à terra», à da vichyssoise e a outras que aqui recordámos 
«A revisão constitucional de 1997 estabeleceu um mandato único para o presidente do Tribunal de Contas. De outro modo, na ausência de limite de mandatos, poderia perpetuar-se no exercício do cargo»
«Na verdade, a revisão constitucional de 1997 não estabeleceu qualquer mandato único para o presidente do Tribunal de Contas, limitando-se o art. 214º, nº2, da Constituição a referir que o mandato é de quatro anos. Precisamente por esse motivo, desde 1997 tanto Alfredo José de Sousa como Guilherme de Oliveira Martins foram reconduzidos no cargo, este último por duas vezes. Estranha regra assim que nunca foi aplicada durante vinte e três anos, mas que agora o Presidente da República assegura existir.»
(*) Inverdade é uma espécie de mentira dita por uma figura do regime. Neste caso, por falta de qualquer coisa de verdade, não se aplica o aforismo de António Aleixo  P'ra a mentira ser segura / e atingir profundidade, / tem de trazer à mistura / qualquer coisa de verdade, e podemos concluir que é uma mentira insegura.

13/10/2020

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva (41 a) - O falhanço da resposta do governo PS à pandemia

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva.

No último post comparei  o excesso de mortalidade em relação à média de Portugal com a Suécia, que não adoptou um confinamento sistemático nem fechou as escolas e, não obstante, registou uma queda gradual e consistente do excesso de mortalidade, contrastando com a curva de Portugal que desde Junho recomeçou a crescer. 

Porquê comparar o excesso de mortalidade e não apenas a mortalidade por Covid? Por uma razão óbvia: no fim do dia o que é mais relevante é total de mortes porque, para dar um exemplo limite, uma tirania poderia fechar tudo e confinar toda a gente, reduzir drasticamente a transmissão do vírus a praticamente nada, registar assim zero mortes por Covid (ou, mais exactamente, adiar as mortes por Covid) e provocar uma hecatombe por outras patologias não tratadas pelos serviços de saúde.

É quando se compara o excesso de mortalidade que se torna patente a falência do SNS, com a sua capacidade de resposta reduzida por 6 anos de cativações para compensar o aumento da despesa resultante da redução dos horários para 35 horas, com a agravante dos recursos disponíveis se concentrarem praticamente na pandemia deixando por fazer 10 milhões de consultas e mais de 100 mil cirurgias. Cai por terra o discurso auto-elogiativo do governo. No artigo A evidência do colapso do SNS publicado ontem, o prof. Avelino de Jesus mostra isso mesmo. 


No quadro acima reproduzido do referido artigo, circundei a vermelho os excessos de mortalidade que em cada período foram superiores aos de Portugal. Os valores da última coluna mostram os excessos no período mais recente em que Portugal apresenta os valores mais elevados. Repare-se que a maioria dos países que nos primeiros períodos apresentaram valores mais elevados do que os de Portugal conseguiram posteriormente melhorias significativas e vários deles até registaram uma mortalidade efectiva abaixo da média dos 5 anos anteriores.De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva

12/10/2020

Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (54) - Em tempo de vírus (XXXI)

Avarias da geringonça e do país seguidas de asfixias

A democracia socialista segundo os Drs. Costa e Rio

Os membros as Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional, um órgão inventado essencialmente para criar empregos a novos situacionistas, vão ser eleitos esta semana pelos autarcas das respectivas regiões. São eleições que o Estado Novo nunca teve a ousadia e o Estado Chinês não desdenharia adoptar. Os autarcas votam os candidatos de listas aprovadas pelos Drs. Costa e Rio e o Dr. Costa, como chefe do Dr. Rio, nomeia ainda um segundo vice-presidente.

Para o PS, independência dos tribunais e dos reguladores é ocupá-los com a sua gente

Depois de ter despedido o presidente do TdC pelo telefone, o Dr. Costa, com a pronta aprovação do PR, mais preocupado com o seu score eleitoral do que com a independência dos tribunais, substituiu-o pelo conselheiro José Tavares, um director do TdC metido nas trapalhadas do Sr. Eng. Sócrates. A ókupação começou com a PGR e tornou-se um hábito.

Numa crónica anterior já escrevi sobre escolha pela ministra da Justiça de um juiz seu conhecido em detrimento da juíza primeira classificada no concurso para procurador europeu por um júri internacional. Os novos desenvolvimentos são a bronca em Bruxelas e o desplante do Dr. Costa que, depois da sua ministra despachar a juíza que ganhou o concurso, não se acanhou em argumentar com o seu trabalho no DCIAP para acompanhar a gestão dos fundos dos comunitários como garantia de que não serão mal usados.

Quem se mete com o PS, leva ou levará

O presidente do TdC já levou o que merecia e há quem antecipe que a presidente do Conselho das Finanças Públicas que, entre outras coisas. diz que há "uma saturação" e uma "exaustão" das fontes comuns de receita fiscal, já está marcada para levar.

«Estamos preparados» ou o combate à pandemia foi mais um sucesso do governo

Qual foi o resultado líquido das medidas de combate à pandemia do governo do Dr. Costa? Podemos fazer um exercício de as if. Se não tivesse havido a pandemia, qual seria o número de mortes expectável? Razoavelmente podemos assumir que a média 2009-2019 seria uma boa estimativa. E se o governo não tivesse tomado medidas, o que teria acontecido? Provavelmente teria havido mais mortes, sobretudo dos grupos de maior risco (nomeadamente idosos nos lares). Admitamos que, em vez de cerca de 1.800 óbitos de idosos com 70 ou mais anos, representando 90% do total, teríamos o dobro ou seja mais 1.800 óbitos adicionais, o que é uma estimativa exageradíssima. Olhemos agora para o gráfico seguinte.

Fonte: Nos cornos da covid

O que acham de se extrair a seguinte conclusão do resultado arredondado do exercício as if?
  • Se não tivesse havido pandemia, teríamos 56 mil óbitos
  • Se o governo não fizesse nada teríamos 58 mil óbitos
  • Como tivemos 65 mil óbitos, as medidas do governo fizeram 7 mil óbitos.
Como explicar esses 7 mil óbitos? Efeitos colaterais do confinamento na saúde, 10 milhões de consultas e 100 mil cirurgias que não se fizeram.

Dúvidas (291) - Haverá só duas visões da América?

«Há duas visões da América. Em 2020, uma dessas visões é representada por Trump e outra por Biden

Rui Ramos no Observador

Fonte

Entre outras razões, considerando que o eleitorado que se abstém é historicamente maior do que o de qualquer dos dois candidatos, talvez costume haver pelo menos três visões.

11/10/2020

Dúvidas (300) - Se os factos revelados sobre as finanças do Sr. Trump forem confirmados, o que poderemos concluir?

 

BREAKING NEWS

President Trump not only failed to “drain the swamp.” He built his own. Tax records show how those who got ahead spent millions at his properties.

Saturday, October 10, 2020 11:54 AM EST

Once Donald J. Trump was in the White House, his family business discovered a lucrative new revenue stream: people who wanted something from the president.

An investigation by The Times found over 200 companies, special-interest groups and foreign governments that patronized his properties while reaping benefits from him and his administration. Nearly a quarter of those patrons have not been previously reported.

An analysis of data from Mr. Trump’s tax records revealed just how much that new line of business was worth at a time when large swaths of his real estate holdings were under financial stress.

Read the latest


É claro que podemos sempre alegar que o NYT é um covil de esquerdistas e descartar os factos revelados como sendo mentiras. Contudo, é difícil descartá-los porque há muita informação factual e objectiva e, que diabo, alguém acredita que um jornal arriscasse um processo judicial por difamação de um presidente eleito que lhe poderia custar muitos milhões de dólares?

E, se esses factos se confirmarem, não teremos de concluir que o Sr. Trump usou o cargo em benefício próprio, se envolveu em situações de evidente conflito de interesses, e, em consequência, se comportou como um vulgar político corrupto? E, se for assim, o que acontece à credibilidade de um programa de governo e de uma administração liderada por um vulgar político corrupto?

10/10/2020

De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva. (41) - Serão os testes fiáveis?

Este post faz parte da série De volta à Covid-19. Colocando a ameaça em perspectiva.

Excerto traduzido da Open letter from medical doctors and health professionals to all Belgian authorities and all Belgian media de 5 de Setembro,

«A covid-19 seguiu o curso de uma onda normal de infecção semelhante a uma temporada de gripe. Como todos os anos, vemos uma mistura de vírus da gripe seguindo a curva: primeiro os rinovírus, depois os vírus da gripes A e B, seguidos pelos coronavírus. Não há nada diferente do que normalmente vemos.

O uso do teste de PCR (*) não específico, que produz muitos falsos positivos, mostrou um quadro exponencial. Esse teste foi realizado rapidamente com um procedimento de emergência e nunca foi seriamente testado. O criador advertiu expressamente que este teste se destinava a investigação e não a diagnóstico.

O teste de PCR funciona com ciclos de amplificação do material genético - um pedaço do genoma é amplificado de cada vez. Qualquer contaminação (por exemplo, outros vírus, fragmentos de genomas de vírus antigos) pode resultar em falsos positivos.

O teste não mede quantos vírus estão presentes na amostra. Uma infecção viral real significa uma presença maciça de vírus, a chamada carga de vírus. Se o resultado de um teste for positivo, isso não significa que essa pessoa esteja realmente infectada clinicamente, esteja doente ou vá ficar doente. O postulado de Koch não foi cumprido (“O agente puro encontrado em um paciente com queixas pode provocar as mesmas queixas em uma pessoa sadia”).

Uma vez que um teste PCR positivo não indica automaticamente infecção ativa ou infecciosidade, isso não justifica as medidas sociais tomadas, que se baseiam apenas nesses testes.»

(*) Os testes PCR verificam se está presente numa amostra colhida o vírus SARS-CoV-2, que provoca a  COVID-19.

Dúvidas (289) - Isto é uma pergunta ou uma ameaça? E quem são estes áctivistas? Os camisas negras?

Público

09/10/2020

Petição: Dr. Costa, arranje lá um lugarzito de vice ao Dr. Rio

RTP

Um verdadeiro exercício de pactologia, como lhe chamou o saudoso prof Carrilho, antes de se dedicar à violência doméstica.

Os resultados das reformas fiscais de Reagan, Trump e Biden na distribuição do rendimento

Veja-se nos dois gráficos seguintes quem beneficiou da redução da carga fiscal no plano de Trump e repare-se o resultado final no rendimento líquido de impostos (gráfico do lado direito) que mostra os contribuintes com menores  rendimentos a ficaram na mesma ou pior e os de maiores rendimentos a ficaram numa situação melhor - precisamente o contrário da reforma fiscal de Reagan.

Fonte

Veja-se agora no gráfico seguinte que no plano fiscal de Biden os contribuintes com maiores rendimentos terão uma muito maior redução do rendimento após impostos do que os de menores rendimentos. 
Adicionar legenda

08/10/2020

CAMINHO PARA A SERVIDÃO: Não há uma sem duas, nem duas sem três, nem três sem quarto, nem quatro sem cinco, nem ...

Primeira, um resolveu não renomear a PGR Joana Marques Vidal que fez um mandato exemplar e não fez jeitos a ninguém. O outro aprovou.

Segunda, um resolveu não renomear a presidente do Conselho das Finanças Públicas Teodora Cardosa, detentora de um currículo único, que fez um mandato exemplar e não fez jeitos a ninguém. O outro aprovou.

Terceira, um resolveu não renomear o governador do BdP Carlos Costa que não fez mandatos exemplares, a não ser em comparação com os mandatos do ex-secretário geral do PS Victor Constâncio, e não fez muitos jeitos a ninguém, substituindo-o pelo seu ministro das Finanças. O outro aprovou.

Quarta, um retirou o cargo que a procuradora Ana Carla Almeida ganhou num concurso internacional para Procuradora Europeia para o atribuir a um juiz conhecido da ministra da Justiça. O outro calou-se.

Quinta, um resolveu não renomear a presidente do Tribunal de Contas Vítor Caldeira, detentor de um currículo único, que fez um mandato exemplar e não fez jeitos a ninguém, substituindo-o um director do TdC comprometido com trapalhadas nos contratos das subconcessões rodoviárias. O outro aprovou. 

A expressão "não fez jeitos a ninguém" em socialês é traduzível como "meteu-se com o PS e vai levar".

DIÁRIO DE BORDO: Senhor, concedei-nos a graça de não termos outros cinco anos de TV Marcelo (106) - O selo branco do Dr. Costa

Outras preces

A estória conta-se em poucas palavras. O parecer do Tribunal de Contas sobre a proposta do governo para "olear" a adjudicação de contratos públicos por forma a aplicar os fundos da bazuca nos sítios certos concluiu que as alterações iriam «contribuir para o crescimento de práticas ilícitas de conluio, cartelização e até mesmo de corrupção». O Dr. Costa não gostou, e telefonou ao presidente do TdC comunicando-lhe que o seu mandato não seria renovado, ao abrigo do princípio socialista Quem se mete com o PS leva e sob o pretexto que tinha combinado com S. Ex.ª que nestes cargos os mandatos não seriam renovados.

O Dr. Costa escolheu de pronto um novo presidente o qual, com surpresa só para um marciano acabado de chegar ao Portugal dos Pequeninos, é o conselheiro José Tavares, um director do TdC envolvido até ao pescoço nas golpadas da trupe do Sr. Eng. Sócrates nos contratos das subconcessões rodoviárias (os pormenores podem ser lidos aqui).

S. Ex.ª, sem um sobressalto de dúvida, foi a correr carimbar a proposta do Dr. Costa para nomear a criatura em causa presidente de um órgão de soberania que tem como missão «fiscalizar a legalidade e regularidade das receitas e das despesas públicas, julgar as Contas que a Lei manda submeter-lhe, dar parecer sobre a Conta Geral do Estado e sobre as Contas das Regiões Autónomas, apreciar a gestão financeira pública, efetivar as responsabilidades financeiras ... e ...certificar a Conta Geral do Estado».

Porquê? perguntareis e eu especulo: o Dr. Costa é proprietário de mais de um terço do eleitorado potencial de S. Ex.ª e, por isso, se o Dr. Costa o mandasse levar às cavalitas, S. Ex.ª faria das fraquezas forças para o transportar comodamente. De onde podemos concluir uma espécie de lei de Murphy: nunca se desce tanto que não se possa descer ainda mais.

Percebe-se o propósito de um e de outro, só não se percebe a propósito de uns dois ou três milhões de criaturas disponíveis para votar num e no partido do outro.

07/10/2020

CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: Depois não se queixem

Em 2011 com o pedido de resgate (pelo PS) foi negociado e aceite (pelo PS) um memorando de entendimento que incluía a medida «3.44. Reorganizar a estrutura da administração local. Existem actualmente 308 municípios e 4.259 freguesias. Até Julho 2012...»

Pressionados pelos aparelhos do PSD e CDS, o governo não conseguiu mexer nas câmaras, mantendo o absurdo de 117 câmaras em concelhos com menos de 10 mil habitantes. Mas fê-lo nas freguesias reduzindo o seu número para 3.091. 

Vem agora o governo socialista do Dr. Costa, pela boca da ministra da Modernização do Estado, fazer o Estado recuar 10 anos com a criação de 600 freguesias.

É nisto que consistem as "reformas" socialistas e o seu racional é muito simples: fazer a freguesia eleitoral feliz aumentando o número de lugares disponíveis para colocar alguns milhares de apparatchiks. Cada nova freguesia dará entre 9 a 19 lugares na assembleia de freguesia e entre 1 a 7 lugares na junta de freguesia. Se a média das novas freguesias andar pelos 15 novos lugares, o PS oferecerá 9 mil novos lugares para apparatchiks. 

Sem surpresa, os comunistas aproveitaram a boleia e apresentaram uma das suas facturas para se absterem na votação do OE 2021: querem mais 100 mil funcionários públicos em quatro anos e 25 mil já em 2021. O governo PSD-CDS reduziu 70 mil funcionários entre 2011 e 2015 e passou 660 mil ao PS que, mesmo sem ultimatos do PCP, os aumentou para 700 mil em 2019 e 705 mil em Junho deste ano, mais 15 mil em 12 meses. Imagine-se esses batalhões propostos pelos comunistas em cima de todo este exército de utentes da vaca marsupial pública. Ficará um exército eleitoral imbatível da esquerdalhada, a ser pago com o resultado da mineração do guito europeu em que o PS se está a especializar.