O título deste post é inspirado no título deste outro de Bret Stephens que tem um subtítulo ainda mais sugestivo: «o presidente não sabia que a NSA espiava os líderes mundiais, mas teve tempo para jogar pelo menos 146 partidas de golf». Segue-se uma lista de mais de uma dezena de situações recentes em que Barack Obama agiu e decidiu com ligeireza preocupante em áreas do maior interesse nacional para os EU.
Entre essas áreas, talvez a ligeireza e a incompetência mais graves se relacionem com o Obamacare, a respeito do qual se poderia dizer que Obama contribuiu mais para as dificuldades da sua implementação e para um eventual falhanço do que todos os lunáticos do Tea Party juntos. Na verdade, como explicar que o portal do governo para aderir a um dos seguros de saúde propostos pelas seguradoras no âmbito do Affordable Care Act e que constituem em 36 estados a única forma de acesso, simplesmente não funciona?. «The biggest threat to health reform is the administration’s own incompetence», conclui a Economist (Computer says no).
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
31/10/2013
ARTIGO DEFUNTO: Os especialistas das manifestações pronunciam-se sobre a falta de quorum
«A pouca participação nas manifestações de contestação às políticas governamentais… preocupa os especialistas.» E o que dizem os «especialistas»? Segundo o Público, que está infestado de encartados em manifs e se especializou na sua promoção, dizem imensas coisas. Só não dizem o essencial: o número de pessoas que acreditam em quem promove as manifs e nos seus resultados para resolverem os problemas das suas vidinhas é cada vez menor. Na verdade, tirando os profissionais das manifestações promovidos a representantes do povo, ninguém lá põe os pés.
É mau? Pelo contrário, mostra que o povo tem um módico de lucidez e de bom senso e certamente muito mais do que os lunáticos do agitprop pensam que o povo tem. É novidade? Nem por isso. Quase todas as manifs do PREC promovidas pela esquerdalhada eram feitas por umas dezenas de milhares de manifestantes que se moviam de uma para outra. As mais concorridas foram precisamente as que se manifestavam contra o poder das manifestações para governar a partir da rua.
É mau? Pelo contrário, mostra que o povo tem um módico de lucidez e de bom senso e certamente muito mais do que os lunáticos do agitprop pensam que o povo tem. É novidade? Nem por isso. Quase todas as manifs do PREC promovidas pela esquerdalhada eram feitas por umas dezenas de milhares de manifestantes que se moviam de uma para outra. As mais concorridas foram precisamente as que se manifestavam contra o poder das manifestações para governar a partir da rua.
30/10/2013
Pro memoria (144) – E se de repente os comunistas tivessem os deputados que nunca tiveram?
Os comunistas falam em nome do povo, dizem que «o povo quer que o Governo se demita», consideram «politicamente ilegítimo» um governo saído de uma maioria eleitoral, «congratulam-se com triunfo do povo sobre o Governo», chamam ao primeiro-ministro e ao vice-primeiro ministro «trapaceiros e malabaristas» e ainda ontem o camarada secretário-geral decretou que o PR em exercício «não é o Presidente de todos os portugueses … (mas apenas) da maioria conjuntural»
Se eles fazem e dizem tais coisas com menos de 8% dos votos e 16 deputados, o que fariam e diriam se tivessem os deputados que nunca tiveram?
É uma pergunta retórica. Já temos as respostas das «democracias populares» do pós-guerra e, principalmente, temos a nossa própria experiência: o PREC com os doze por cento dos comunistas.
Se eles fazem e dizem tais coisas com menos de 8% dos votos e 16 deputados, o que fariam e diriam se tivessem os deputados que nunca tiveram?
É uma pergunta retórica. Já temos as respostas das «democracias populares» do pós-guerra e, principalmente, temos a nossa própria experiência: o PREC com os doze por cento dos comunistas.
Um dia como os outros na vida do estado sucial (14) – E se forem porquinhos-da-Índia, Senhora Ministra?
Não vou ao ponto de dizer que a ejaculação legislativa que a Senhora Ministra da Lavoura prepara, limitando o número de cães (Canis lupus familiaris) e gatos domésticos (Felis silvestris catus) por habitação a 2 e 4, respectivamente, é uma manifestação de «fascismo higiénico», como faz João Almeida, o seu companheiro (não sei se é assim que se chama) de partido. Prefiro inferir, mais uma vez, que o CDS é uma reserva natural de socialistas, no caso da Senhora Ministra da espécie socialist domesticis vulgaris.
SERVIÇO PÚBLICO: Vícios públicos e vícios privados
Fala-se muito da dívida pública, que é de facto pesada, e fala-se muito pouco da dívida privada, que é de facto muito mais pesada, quer em termos relativos à dívida pública, quer em termos internacionais, onde a nossa dívida privada aparece muito bem colocada no pelotão da frente, com 255% do PIB (maior do que a Espanha com 215%).
Se as nossas famílias estão endividadas as nossas empresas estão ainda mais, com a agravante de metade da dívida (40% no caso de Espanha) é de empresas cujos lucros antes de impostos são insuficientes para pagar os juros.
[Fonte: The euro crisis - Debtors’ prison, Economist]
Podemos comparar com a Grécia neste post com dados de há 2 anos que já então tinha uma dívida pública muito superior, mas uma dívida externa próxima da nossa (252% contra 251%). Os nossos 255% de hoje correspondem a um valor inferior aos 251% de então, devido à redução nominal do PIB desde 2010.
Se as nossas famílias estão endividadas as nossas empresas estão ainda mais, com a agravante de metade da dívida (40% no caso de Espanha) é de empresas cujos lucros antes de impostos são insuficientes para pagar os juros.
[Fonte: The euro crisis - Debtors’ prison, Economist]
Podemos comparar com a Grécia neste post com dados de há 2 anos que já então tinha uma dívida pública muito superior, mas uma dívida externa próxima da nossa (252% contra 251%). Os nossos 255% de hoje correspondem a um valor inferior aos 251% de então, devido à redução nominal do PIB desde 2010.
29/10/2013
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Dois bons princípios
Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, defende dois princípios com os quais só posso concordar:
Por razões difíceis de compreender (pensando bem até se compreendem), não se ouvem os comentadores da economia mediática nem os macroeconomistas conexos defender tais princípios. Pelo contrário, infantilizam os investidores colocando-os ao colo do Estado que socializará os prejuízos e defendem que o sistema bancário suporte a libertinagem financeira do Estado, o qual no final resgatará os bancos atafulhados com a sua dívida e passará os custos da libertinagem e do resgate aos contribuintes.
- «É essencial romper com o perigoso elo entre as instituições soberanas e as financeiras», isto é evitar que os bancos encham as suas carteiras de títulos com dívida pública, desviando fundos do crédito à economia, expondo-se e expondo o sistema bancário à contaminação por uma crise da dívida potenciando uma crise financeira de proporções incontroláveis;
- «Os riscos devem ser suportados pelos investidores que os assumiram e não pelos contribuintes»; é outro bom princípio, não apenas por uma questão de equidade, mas porque se os investidores não responderem pelos seus investimentos deixam de ter um incentivo para avaliar o risco e a rentabilidade.
Por razões difíceis de compreender (pensando bem até se compreendem), não se ouvem os comentadores da economia mediática nem os macroeconomistas conexos defender tais princípios. Pelo contrário, infantilizam os investidores colocando-os ao colo do Estado que socializará os prejuízos e defendem que o sistema bancário suporte a libertinagem financeira do Estado, o qual no final resgatará os bancos atafulhados com a sua dívida e passará os custos da libertinagem e do resgate aos contribuintes.
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SERVIÇO PÚBLICO: O princípio do princípio (23)
Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16), (17), (18), (19), (20), (21) e (22)
Ponto de situação dos dois Portugais.
Portugal Que Trabalha (PQT)
O indicador de actividade económica do INE aumentou em Agosto pela primeira vez em dois anos. O mesmo aconteceu ao indicador quantitativo do consumo privado que teve o primeiro crescimento homólogo desde Fevereiro de 2011.
Ponto de situação dos dois Portugais.
Portugal Que Trabalha (PQT)
O indicador de actividade económica do INE aumentou em Agosto pela primeira vez em dois anos. O mesmo aconteceu ao indicador quantitativo do consumo privado que teve o primeiro crescimento homólogo desde Fevereiro de 2011.
28/10/2013
Exemplos do costume (17) – Dois pesos e duas medidas
O mesmo jornalismo de causas que não questionou, o mesmo PCP que considerou positiva e o mesmo Bloco de Esquerda que apoiou a nacionalização do BPN que «não custaria nada aos contribuintes», agora no caso do empréstimo ao Banif encontra «semelhanças que convém anteciparmos», acusa o governo «nacionalização temporária … do banco (para) … depois entregá-lo limpinho (aos) seus accionistas» e acha que «as semelhanças estão à vista», respectivamente.
É claro que esta gente não quer saber se no caso do BPN o governo socialista de Sócrates nacionalizou o BPN, ou seja socializou os prejuízos, que na última contagem já estavam em 7 mil milhões, e o actual emprestou dinheiro ao Banif a taxas de juro «muito acima dos que seriam em situações normais, precisamente para remunerar os contribuintes acima do nível de risco que estas operações de recapitalização significam», como explicou a ministra das Finanças.
Não é extraordinário que consigam fazer conviver no reduzido volume das suas mentes ideias tão flagrantemente contraditórias?
[Lido no Com jornalismo assim, quem precisa de censura?...]
É claro que esta gente não quer saber se no caso do BPN o governo socialista de Sócrates nacionalizou o BPN, ou seja socializou os prejuízos, que na última contagem já estavam em 7 mil milhões, e o actual emprestou dinheiro ao Banif a taxas de juro «muito acima dos que seriam em situações normais, precisamente para remunerar os contribuintes acima do nível de risco que estas operações de recapitalização significam», como explicou a ministra das Finanças.
Não é extraordinário que consigam fazer conviver no reduzido volume das suas mentes ideias tão flagrantemente contraditórias?
[Lido no Com jornalismo assim, quem precisa de censura?...]
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DIÁLOGOS DE PLUTÃO: O Senhor Professor quer comer o bolo e ficar com ele
Jornalista: Senhor Professor, o que pensa desta da nova tabela salarial para os funcionários públicos?
Senhor Professor: É discriminatória, injusta e ofensiva.
Jornalista: E o que devemos fazer?
Senhor Professor: É altura de dizer basta e de fazer este governo recuar porque a continuar por este caminho, qualquer dia temos aí uma ditadura.
Jornalista: Assim tipo corporativismo, quando o Senhor Professor era membro da Câmara Corporativa?
Senhor Professor: Não percebo o que quer dizer...
Jornalista: Devemos então adoptar outras políticas…
Senhor Professor: Sem dúvida. Devemos acabar com a austeridade e promover o crescimento…
Jornalista: Para isso precisamos de dinheiro para investir e de outro governo?
Senhor Professor: Certamente precisamos de soluções políticas com um outro governo. Este governo está a tomar medidas que são todas inconstitucionais, para criar um conflito grave com o Tribunal Constitucional e, a partir daí, poder demitir-se e exigir eleições.
Jornalista: Mas não é isso que o Senhor Professor quer?
Senhor Professor: Não. O que quero é que o governo seja demitido e substituído por um de salvação nacional nomeado pelo Senhor Presidente da República. Se o governo se demitir e exigir eleições, ainda são capazes de as ganhar e então é que temos aí uma ditadura.
[Diálogo imaginário entre um jornalista e um Senhor Professor, inspirado nesta entrevista]
Senhor Professor: É discriminatória, injusta e ofensiva.
Jornalista: E o que devemos fazer?
Senhor Professor: É altura de dizer basta e de fazer este governo recuar porque a continuar por este caminho, qualquer dia temos aí uma ditadura.
Jornalista: Assim tipo corporativismo, quando o Senhor Professor era membro da Câmara Corporativa?
Senhor Professor: Não percebo o que quer dizer...
Jornalista: Devemos então adoptar outras políticas…
Senhor Professor: Sem dúvida. Devemos acabar com a austeridade e promover o crescimento…
Jornalista: Para isso precisamos de dinheiro para investir e de outro governo?
Senhor Professor: Certamente precisamos de soluções políticas com um outro governo. Este governo está a tomar medidas que são todas inconstitucionais, para criar um conflito grave com o Tribunal Constitucional e, a partir daí, poder demitir-se e exigir eleições.
Jornalista: Mas não é isso que o Senhor Professor quer?
Senhor Professor: Não. O que quero é que o governo seja demitido e substituído por um de salvação nacional nomeado pelo Senhor Presidente da República. Se o governo se demitir e exigir eleições, ainda são capazes de as ganhar e então é que temos aí uma ditadura.
[Diálogo imaginário entre um jornalista e um Senhor Professor, inspirado nesta entrevista]
27/10/2013
ARTIGO DEFUNTO: O jornalismo de causas praticado imoderadamente pode conduzir à alienação
Na promoção da manif de ontem «Não há becos sem saída» da iniciativa do agrupamento folclórico «Que se lixe a troika», o Expresso publicou a imagem seguinte com um título do tipo to do list («Hoje é dia de 'manif' pela demissão do Governo e expulsão da troika»)
e uma legenda que, a ser levada a sério, conduziria ao internamento psiquiátrico do jornalista de causas em causa.
SERVIÇO PÚBLICO: A «aurora de esperança da I República» e a noite negra do fascismo
A lenda
«Por isso os historiadores dizem, com razão, que a I República durou escassos dezasseis anos, de 1910 a 1926, mas criou no nosso País uma aurora de esperança.
Abriu-se, depois, um largo e doloroso período, em que as liberdades públicas e os direitos humanos foram suprimidos, de 1926 a 1974, intitulado, sucessivamente: Ditadura Militar, Ditadura Nacional, Estado Novo e Estado Social. Mas foi sempre e só, Ditadura, apoiada na repressão policial, na censura, nos tribunais plenários e na polícia política (Polícia de Informações, PVDE, PIDE e DGS), inimiga das liberdades, com a supressão das garantias individuais e dos Partidos e dos Sindicatos.»
(Mário Soares, Centenário da República, Fundação Mário Soares)
Os factos
Mortes causadas por repressão, motins e greves:
Período Total Média anual
1910-1926 98 6
1933-1974 41 1
(Fonte: Rui Ramos, Nuno Gonçalo Monteiro e Bernardo Vasconcelos e Sousa, História de Portugal)
«Por isso os historiadores dizem, com razão, que a I República durou escassos dezasseis anos, de 1910 a 1926, mas criou no nosso País uma aurora de esperança.
Abriu-se, depois, um largo e doloroso período, em que as liberdades públicas e os direitos humanos foram suprimidos, de 1926 a 1974, intitulado, sucessivamente: Ditadura Militar, Ditadura Nacional, Estado Novo e Estado Social. Mas foi sempre e só, Ditadura, apoiada na repressão policial, na censura, nos tribunais plenários e na polícia política (Polícia de Informações, PVDE, PIDE e DGS), inimiga das liberdades, com a supressão das garantias individuais e dos Partidos e dos Sindicatos.»
(Mário Soares, Centenário da República, Fundação Mário Soares)
Os factos
Mortes causadas por repressão, motins e greves:
Período Total Média anual
1910-1926 98 6
1933-1974 41 1
(Fonte: Rui Ramos, Nuno Gonçalo Monteiro e Bernardo Vasconcelos e Sousa, História de Portugal)
26/10/2013
Chávez & Chávez, Sucessores (12) – A revolução bolivariana a caminho da Suprema Felicidade Social
Ponto de situação sobre os progressos da revolução bolivariana sob a liderança de Nicolás Maduro, o herdeiro do falecido comandante Hugo Chávez (títulos de artigos da revista Veja):
Imagine-se o camarada Zedu a criar tal ministério, a culpar o Capitão América pela corrupção e a ir dormir à tumba do camarada Agostinho Neto. Haveria insurreições do jornalismo de causas exigindo o corte de relações diplomáticas com Angola?
Imagine-se o camarada Zedu a criar tal ministério, a culpar o Capitão América pela corrupção e a ir dormir à tumba do camarada Agostinho Neto. Haveria insurreições do jornalismo de causas exigindo o corte de relações diplomáticas com Angola?
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Pro memoria (143) - Autópsia de uma entrevista do «chefe democrático que a direita sempre quis ter»? (III)
Continuação de (I) e (II)
Meias-verdades
Se «a mentira para ter alcance e profundidade, tem que trazer à mistura alguma verdade», então as meias-verdades são as mentiras mais eficazes.
«”O animal feroz foi inventado pelo seu jornal.” [JS] Nunca disse aquilo? [pergunta CFA] "Disse uma coisa diferente. Perguntado sobre uma coisa qualquer, autocriticando-me, disse: quando acho que tenho razão, sinto-me um animal feroz.”» Ele não é um animal feroz, sente-se apenas como tal.
Meias-verdades
Se «a mentira para ter alcance e profundidade, tem que trazer à mistura alguma verdade», então as meias-verdades são as mentiras mais eficazes.
«”O animal feroz foi inventado pelo seu jornal.” [JS] Nunca disse aquilo? [pergunta CFA] "Disse uma coisa diferente. Perguntado sobre uma coisa qualquer, autocriticando-me, disse: quando acho que tenho razão, sinto-me um animal feroz.”» Ele não é um animal feroz, sente-se apenas como tal.
25/10/2013
NÓS VISTOS POR ELES: Um Tribunal Constitucional quase comunista
«The court is a thorn in the side of both the government and Brussels and is perceived as almost communist by the markets,” says Mr Rahman. “It’s no exaggeration to say it’s the biggest impediment to the country’s clean exit from the bailout.
…
In an internal EU briefing document leaked to the Portuguese media, Commission officials in Lisbon wrote this month that “political activism” by the court “could have very heavy consequences”, potentially leading to a second rescue programme and entailing “serious economic and social costs”.»
«Portugal’s constitutional court threatens country’s bailout», no Financial Times
Ouvem-se os gritos de indignação, vêem-se as vestes a serem rasgadas, escutam-se as carpideiras, enfim toda aquela gente de quem durante mais de uma década não se ouviu um grito, não se viu uma peça de roupa a ser rasgada e não se escutaram os lamentos.
…
In an internal EU briefing document leaked to the Portuguese media, Commission officials in Lisbon wrote this month that “political activism” by the court “could have very heavy consequences”, potentially leading to a second rescue programme and entailing “serious economic and social costs”.»
«Portugal’s constitutional court threatens country’s bailout», no Financial Times
Ouvem-se os gritos de indignação, vêem-se as vestes a serem rasgadas, escutam-se as carpideiras, enfim toda aquela gente de quem durante mais de uma década não se ouviu um grito, não se viu uma peça de roupa a ser rasgada e não se escutaram os lamentos.
Pro memoria (142) - Autópsia de uma entrevista do «chefe democrático que a direita sempre quis ter»? (II)
Continuação de (I)
Deixas da entrevistadora para o entrevistado brilhar
Quando se lê de fio a pavio a entrevista, fica-se com a impressão que o entrevistado José Sócrates (JS) bombardeou Clara Ferreira Alves (CFA) com um discurso previamente estudado (anotado nos famosos cartõezinhos?) que esta salpicou depois com perguntas e deixas. Pode não ter sido assim, mas parece.
Deixas da entrevistadora para o entrevistado brilhar
Quando se lê de fio a pavio a entrevista, fica-se com a impressão que o entrevistado José Sócrates (JS) bombardeou Clara Ferreira Alves (CFA) com um discurso previamente estudado (anotado nos famosos cartõezinhos?) que esta salpicou depois com perguntas e deixas. Pode não ter sido assim, mas parece.
24/10/2013
Um dia como os outros na vida do estado sucial (13) – Não é grave, são apenas mais dos mesmos delírios
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) concluiu que o OE 2014 tem mais 600 milhões de cortes do que o anunciado pelo primeiro-ministro à troika em Maio, mas ainda sim não chegam para atingir o objectivo do défice (4%). Ou seja, o mais é de menos.
O antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos, o tal que atraiçoou o «chefe democrático que a direita sempre quis ter» pedindo ajuda à CE, agora já perdoado, entende que a proposta de OE 2014 «apesar de proceder à redução do peso da despesa, vai longe demais». Ou seja, o mais é de mais.
O antigo ministro das Finanças Teixeira dos Santos, o tal que atraiçoou o «chefe democrático que a direita sempre quis ter» pedindo ajuda à CE, agora já perdoado, entende que a proposta de OE 2014 «apesar de proceder à redução do peso da despesa, vai longe demais». Ou seja, o mais é de mais.
LA DONNA E UN ANIMALE STRAVAGANTE / CONDIÇÃO MASCULINA: Arroja, a igualdade, a mulher, o casamento e Kant
Tenho lido com interesse a série de posts de Pedro Arroja sobre a igualdade, a mulher e o casamento, série começada com este. E também sobre Kant, como saco de pancada.
Se é certo que partilho com PA pelo menos a visão da diferença essencial entre o homem e a mulher e da sua imanente complementaridade, que o politicamente correcto e o feminismo militante negam, não é menos certo que no plano das práticas sociais de há muito aceitei que a vida moderna nas sociedades ocidentais (leia-se: o acesso das mulheres ao mercado de trabalho e a pílula) mudaram para sempre, para o melhor e para o pior, o papel da mulher e a sua relação com o homem. Daqui decorre que quem espere casar-se ou o equivalente pós-moderno com uma fada do lar que aceite o papel que PA lhe reserva está condenado a ficar solteiro ou a dormir sozinho. Num certo sentido, ainda bem.
Por isso, se é certo que também partilho a análise de Carlos Guimarães Pinto, no post provocatoriamente intitulado «Mohammed Arroja», das prováveis consequências demográficas, sociais e culturais destas mudanças, não é menos certo que duvido muito das suas pré-visões determinísticas de que o instinto de preservação das sociedades as levará a culturas mais conservadoras que suportem a reprodução indispensável a essa preservação. Haverá mais vias, umas potencialmente ainda piores do que o retorno às culturas conservadoras, como a biotecnologia ao serviço de um Estado orwelliano, outras melhores.
Se é certo que partilho com PA pelo menos a visão da diferença essencial entre o homem e a mulher e da sua imanente complementaridade, que o politicamente correcto e o feminismo militante negam, não é menos certo que no plano das práticas sociais de há muito aceitei que a vida moderna nas sociedades ocidentais (leia-se: o acesso das mulheres ao mercado de trabalho e a pílula) mudaram para sempre, para o melhor e para o pior, o papel da mulher e a sua relação com o homem. Daqui decorre que quem espere casar-se ou o equivalente pós-moderno com uma fada do lar que aceite o papel que PA lhe reserva está condenado a ficar solteiro ou a dormir sozinho. Num certo sentido, ainda bem.
Por isso, se é certo que também partilho a análise de Carlos Guimarães Pinto, no post provocatoriamente intitulado «Mohammed Arroja», das prováveis consequências demográficas, sociais e culturais destas mudanças, não é menos certo que duvido muito das suas pré-visões determinísticas de que o instinto de preservação das sociedades as levará a culturas mais conservadoras que suportem a reprodução indispensável a essa preservação. Haverá mais vias, umas potencialmente ainda piores do que o retorno às culturas conservadoras, como a biotecnologia ao serviço de um Estado orwelliano, outras melhores.
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Iguais mas diferentes
23/10/2013
Pro memoria (141) - Autópsia de uma entrevista do «chefe democrático que a direita sempre quis ter»? (I)
Não sei o que mais admirar na entrevista a José Sócrates do Expresso do passado sábado. Se mais um exemplo extremo da audácia lendária na produção de mentiras e meias verdades, que são mentiras eficazes («a mentira para ter alcance e profundidade, tem que trazer à mistura alguma verdade», poeta Aleixo), se a falta de decoro na ostentação de uma erudição postiça, se a falta de educação na grosseria, no insulto e na bazófia. Ou se o patente fascínio da entrevistadora Clara Ferreira Alves pela criatura, que a faz suportar com brio a torrente de insanidades sobre ela despejada, se a disponibilidade para plantar deixas no meio dessa torrente, se a tolerância pela erudição postiça ou pela falta de educação, se a dualidade de critérios de julgamento que usa para quem detesta e para quem cultiva, como é o caso de José Sócrates, que parece ter herdado o béguin da entrevistadora por Mário Soares, que ultrapassa o que se esperaria da doutrina Somoza.
CASE STUDY: Um minotauro espera a PT no labirinto da Oi (12)
[Outras esperas do minotauro: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10) e (11)]
Menos de 3 semanas depois de ter aqui escrito que gostaria de estar enganado e a dupla Bava-Granadeiro conseguir transformar o paquiderme Oi numa multinacional competitiva e inovadora contra a minha expectativa, começou o labirinto a adquirir ainda mais entropia.
Segundo o Expresso (link indisponível), citando jornais brasileiros que citavam fontes governamentais brasileiras não identificadas (gostaram? é jornalismo de causas interatlântico no seu melhor), «o executivo brasileiro estava a mostrar sinais de preocupação pelo facto de não entrar dinheiro na futura empresa». E os accionistas minoritários da Oi também não estavam felizes porque não entrava grana para ajudar a reduzir a dívida da CorpCo resultante da fusão que atingirá 13,7 mil milhões de euros. Fusão que para os seus críticos «poderá ter sido simplesmente a transferência de dívidas da holding que controla a Oi para as suas subsidiárias».
Talvez o melhor desfecho para a PT e os interesses portugueses seja a «presidenta» Dilma mandar chumbar a fusão o que seria um desfecho a condizer com os anteriores capítulos em que o antecessor da «presidenta» se mancomunou com o seu amigo José Sócrates para a compra pela PT de uma participação na Oi com as sobras de tesouraria dos accionistas com o produto da venda da Vivo.
Menos de 3 semanas depois de ter aqui escrito que gostaria de estar enganado e a dupla Bava-Granadeiro conseguir transformar o paquiderme Oi numa multinacional competitiva e inovadora contra a minha expectativa, começou o labirinto a adquirir ainda mais entropia.
Segundo o Expresso (link indisponível), citando jornais brasileiros que citavam fontes governamentais brasileiras não identificadas (gostaram? é jornalismo de causas interatlântico no seu melhor), «o executivo brasileiro estava a mostrar sinais de preocupação pelo facto de não entrar dinheiro na futura empresa». E os accionistas minoritários da Oi também não estavam felizes porque não entrava grana para ajudar a reduzir a dívida da CorpCo resultante da fusão que atingirá 13,7 mil milhões de euros. Fusão que para os seus críticos «poderá ter sido simplesmente a transferência de dívidas da holding que controla a Oi para as suas subsidiárias».
Talvez o melhor desfecho para a PT e os interesses portugueses seja a «presidenta» Dilma mandar chumbar a fusão o que seria um desfecho a condizer com os anteriores capítulos em que o antecessor da «presidenta» se mancomunou com o seu amigo José Sócrates para a compra pela PT de uma participação na Oi com as sobras de tesouraria dos accionistas com o produto da venda da Vivo.
22/10/2013
Estado empreendedor (76) - Sequelas do assalto ao Millenium bcp (III)
Continuação de (I) e (II).
Recapitulando, Joe Berardo compra acções do BCP com empréstimos, primeiro da Caixa (onde à época era presidente Santos Ferreira, mais tarde transferido para o BCP, no âmbito do assalto socrático ao BCP, sucedendo a Filipe Pinhal, homem de confiança de Jardim Gonçalves), do BES (por esta e por outras razões Filipe Pinhal escreveu o que escreveu sobre Ricardo Salgado, o banqueiro do regime socialista) e do Santander. Depois do afastamento de Filipe Pinhal da administração, o próprio BCP pela mão de Santos Ferreira financiou Berardo na compra de mais acções do próprio banco.
A coisa correu mal porque as acções do BCP, que Berardo deve ter comprado a um preço médio de cerca de 2 euros, foram caindo até quase 50 cêntimos há 4 anos. Correu mal para Berardo e para os bancos que o financiaram, a quem Berardo tinha oferecido como garantia as próprias acções do BCP. Pelo caminho Berardo ofereceu como garantia, que o Santander recusou mas os bancos do regime aceitaram, a colecção de arte que o governo de Sócrates alojou no CCB a expensas dos sujeitos passivos.
E assim chegamos, à actualidade com a participação de Berardo no BCP comprada a mil milhões a valer 66 milhões e os bancos que financiaram a compra (CGD, BCP, BES e Santander) a terem de registar as imparidades correspondentes e a limitarem a sua capacidade para financiarem a economia.
Recapitulando, Joe Berardo compra acções do BCP com empréstimos, primeiro da Caixa (onde à época era presidente Santos Ferreira, mais tarde transferido para o BCP, no âmbito do assalto socrático ao BCP, sucedendo a Filipe Pinhal, homem de confiança de Jardim Gonçalves), do BES (por esta e por outras razões Filipe Pinhal escreveu o que escreveu sobre Ricardo Salgado, o banqueiro do regime socialista) e do Santander. Depois do afastamento de Filipe Pinhal da administração, o próprio BCP pela mão de Santos Ferreira financiou Berardo na compra de mais acções do próprio banco.
A coisa correu mal porque as acções do BCP, que Berardo deve ter comprado a um preço médio de cerca de 2 euros, foram caindo até quase 50 cêntimos há 4 anos. Correu mal para Berardo e para os bancos que o financiaram, a quem Berardo tinha oferecido como garantia as próprias acções do BCP. Pelo caminho Berardo ofereceu como garantia, que o Santander recusou mas os bancos do regime aceitaram, a colecção de arte que o governo de Sócrates alojou no CCB a expensas dos sujeitos passivos.
E assim chegamos, à actualidade com a participação de Berardo no BCP comprada a mil milhões a valer 66 milhões e os bancos que financiaram a compra (CGD, BCP, BES e Santander) a terem de registar as imparidades correspondentes e a limitarem a sua capacidade para financiarem a economia.
Dúvidas (31) – Se o imperialismo explora e empobrece os países em desenvolvimento…
… porquê Cuba, desde que foi libertada do jugo do imperialismo americano pela família Castro e o PC cubano, se afundou gradualmente no mais triste subdesenvolvimento? Se não for perguntar demasiado, a ser assim, porquê «os chefes de Estado e de Governo reunidos na XXIII Cimeira Ibero-Americana, … no Panamá, pediram que os Estados Unidos da América acabem com o bloqueio económico, comercial e financeiro de Cuba.»
E, como as perguntas são como as cerejas, os nossos Cavaco Silva e Passos Coelho que participaram na cimeira também subscreveram o pedido para Cuba ser explorada pelo seu poderoso vizinho?
E, como as perguntas são como as cerejas, os nossos Cavaco Silva e Passos Coelho que participaram na cimeira também subscreveram o pedido para Cuba ser explorada pelo seu poderoso vizinho?
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BELIEVE IT OR NOT: Gay-friendly corporate policies
«Credit Suisse’s private banking clients in the US will from Monday have the opportunity to buy into a portfolio of large companies with “gay-friendly” corporate policies.
The investment bank’s private banking clients – each worth $2m or more – will be able to invest in a portfolio of 26 companies that are highly rated on their lesbian, gay, bisexual and transgender policies by the Human Rights Campaign corporate equality index.»
(«Credit Suisse in LGBT launch», Financial Times)
We now have green-friendly policies, gay-friendly policies and other friendly policies. May we someday get homo sapiens vulgaris-friendly policies?
The investment bank’s private banking clients – each worth $2m or more – will be able to invest in a portfolio of 26 companies that are highly rated on their lesbian, gay, bisexual and transgender policies by the Human Rights Campaign corporate equality index.»
(«Credit Suisse in LGBT launch», Financial Times)
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21/10/2013
Encalhados numa ruga do contínuo espaço-tempo (8) – A democracia do camarada Arménio
Admito que a manifestação de sábado do camarada Arménio tenha tido mais manifestantes do que terá a do movimento «Obrigado Troika!» (*) que daqui a pouco começará nos Restauradores e terminará no Centro Jean Monet. Por várias razões, e uma delas o facto de o número de gente lúcida e realista que percebe que o caminho mais curto para acabar com as liberdades e afundar o país seria entregá-lo aos camaradas do camarada Arménio e, mal por mal, é preferível manter os governantes do momento tutelados pela troika do que deixá-los à solta, como se viu nas últimas décadas, esse número é muito menor do que o número dos portugueses disposto a embarcar na ilusão de uma qualquer solução milagrosa que resolva sem esforço a montanha de encrencas que temos vindo a coleccionar.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Os democratas da trapaça
«Não pretendo defender as aventuras dos Drs. Coelho e Portas, de facto próximas do grotesco. Porém, é esquisito que alguns dos nossos mais celebrados democratas tenham uma visão peculiar da democracia, maravilhosa quando aclama os nossos, detestável quando premeia os restantes. Se não estou em erro, o Governo em funções resultou de uma escolha dos cidadãos, chamados a votar em eleições livres e justas. O Governo é mau? É, sim senhor, embora por não cortar onde devia e não pelos motivos que o Dr. Soares e o Dr. Sampaio sugerem. O Governo é ilegítimo? Não é, não senhor, excepto na opinião de criaturas como o Dr. Soares e o Dr. Sampaio, para quem a legitimidade advém da coincidência entre os titulares dos cargos e as suas simpatias pessoais. Simular preocupação com a "pátria" ou o "povo" para tentar impor as simpatias é estrategicamente compreensível. Mas é também uma trapaça.»
Sonhos revolucionários por ALBERTO GONÇALVES no DN
Sonhos revolucionários por ALBERTO GONÇALVES no DN
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Pro memoria (140) - «Volta Gaspar, estás perdoado»
«Se Gaspar fosse ministro OE não seria tão mau», garantiu Basílio Horta, aquele socialista que fez durante alguns anos um estágio no CDS – uma reserva natural de socialistas.
DIÁRIO DE BORDO: Os filtros antifraude do Outlook estão a aprimorar-se…
Comecei a receber os emails do Expresso com o seguinte aviso do Outlook da MS: «Tenha cuidado! Este remetente não passou nos nossos testes de deteção de fraudes.»
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20/10/2013
Mitos (145) – Um corte de 7,6% nos subsídios vai tirar as universidades portuguesas dos «melhores rankings internacionais»
Diz o Sindicato Nacional do Ensino Superior e amplifica o jornalismo de causas. E onde estavam as universidades portuguesas antes do corte? Universidade do Porto na posição 301-400, Universidade Técnica de Lisboa e Universidade de Coimbra nas posições 401-500 (ver aqui).
CASE STUDY: A pátria do capitalismo é o inferno dos capitalistas (14)
Anjos caídos recentemente: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12) e (13).
Parece estar próximo de um acordo entre o ministério de Justiça americano e o maior banco americano JPMorgan Chase o valor das multas e indemnizações por conduta ilegal relacionada com o «empacotamento» de hipotecas subprime. A acordo deve ser na região dos USD 13 mil milhões (incluindo 4 mil milhões de indemnizações aos proprietários de casas em dificuldades), mais do que o défice orçamental tuga e mais de metade dos lucros do banco no ano passado. Pior do que tudo, o acordo não abrange os eventuais processos criminais contra funcionários da JPMorgan Chase que estão a correr em alguns Estados americanos.
Compare-se o pragmatismo da justiça americana, procurando acordos com os acusados em que estes admitem a culpa e aceitam pagar multas e indemnizações, com a burocracia da justiça portuguesa que vai coleccionando resmas de papel entremeadas com violações cirúrgicas do segredo de justiça durante anos, muitas vezes até à prescrição.
Parece estar próximo de um acordo entre o ministério de Justiça americano e o maior banco americano JPMorgan Chase o valor das multas e indemnizações por conduta ilegal relacionada com o «empacotamento» de hipotecas subprime. A acordo deve ser na região dos USD 13 mil milhões (incluindo 4 mil milhões de indemnizações aos proprietários de casas em dificuldades), mais do que o défice orçamental tuga e mais de metade dos lucros do banco no ano passado. Pior do que tudo, o acordo não abrange os eventuais processos criminais contra funcionários da JPMorgan Chase que estão a correr em alguns Estados americanos.
Compare-se o pragmatismo da justiça americana, procurando acordos com os acusados em que estes admitem a culpa e aceitam pagar multas e indemnizações, com a burocracia da justiça portuguesa que vai coleccionando resmas de papel entremeadas com violações cirúrgicas do segredo de justiça durante anos, muitas vezes até à prescrição.
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19/10/2013
DIÁRIO DE BORDO: Cansei de viver na mesma galáxia do mestre em terror. Estou noutra galáxia (6)
NGC 1097, uma galáxia em espiral a 50 milhões de anos-luz na constelação Fornax. (Jet Propulsion Lab) |
Não sei se está suficientemente longe para escapar ao mestre em terror também conhecido por «chefe democrático que a direita sempre quis ter».
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18/10/2013
DIÁRIO DE BORDO: O orçamento e o sexo
À primeira vista escapou-me a razão de ver, agora mesmo, o psiquiatra Júlio Machado Vaz no Jornal Diário do Canal Porto numa rubrica «Em análise OE 2014» a discorrer sobre matéria tão árida.
Só percebi depois de recordar que o homem é especialista em sexologia. Está tudo explicado.
Só percebi depois de recordar que o homem é especialista em sexologia. Está tudo explicado.
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Pro memoria (139) – E se de repente um primeiro-ministro da direita dissesse o que disse o «chefe democrático que a direita sempre quis ter»?
«Sócrates sobre o BPN: "Não sabia o que aquilo era"»
«… mas o meu grupo de conselheiros são sempre as mesmas pessoas e é um grupo muito restrito …nunca me ocorreu que aquilo fosse o que é». (teaser do Expresso para a entrevista a publicar amanhã)
Se, em vez do «chefe democrático que a direita sempre quis ter», fosse um primeiro-ministro de direita cairia o Carmo e a Trindade, os tambores do jornalismo de causas rufariam, o PS incendiar-se-ia de indignação, os comunistas e os bloquistas convocariam manifestações, as 20 criaturas que compõem o Que Se Lixe a Troika berrariam, os movimentos de reformados cantariam a Grândola.
«… mas o meu grupo de conselheiros são sempre as mesmas pessoas e é um grupo muito restrito …nunca me ocorreu que aquilo fosse o que é». (teaser do Expresso para a entrevista a publicar amanhã)
Se, em vez do «chefe democrático que a direita sempre quis ter», fosse um primeiro-ministro de direita cairia o Carmo e a Trindade, os tambores do jornalismo de causas rufariam, o PS incendiar-se-ia de indignação, os comunistas e os bloquistas convocariam manifestações, as 20 criaturas que compõem o Que Se Lixe a Troika berrariam, os movimentos de reformados cantariam a Grândola.
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E agora José?,
é muito para um homem só
ESTADO DE SÍTIO: Ficar com os dois diabos em vez de escolher um deles
Uma das «externalidades» da nomeação de Rui Machete foi azedar a relação com a nomenclatura cleptocrata de Angola que o actual e os governos anteriores têm tentado cultivar, de olhos bem fechados, a pretexto da chuva de dólares que acreditam de lá poderem vir – e têm vindo. No estado de necessidade resultante da bancarrota em que o país se encontra, percebe-se que seja feita vista grossa às iniquidades que por lá se passam.
Por várias razões. Porque em termos relativos não é mais difícil de fazer hoje vista grossa à nomenclatura angolana do que já foi no passado, durante a guerra civil em que o PREC e os governos provisórios portugueses tiveram grandes responsabilidades. Porque não é mais difícil fazer vista grossa à nomenclatura angolana do que à nomenclatura venezuelana ou à cubana, para não ir mais longe. Porque não é da responsabilidade de um governo, que nem consegue endireitar o próprio país, endireitar os outros.
Em vez de indignações postiças com o editorial do Jornal de Angola que classifica as elites portuguesas de «corruptas e ignorantes», deveríamos ser capazes de fazer a pergunta de Alberto Gonçalves: «conhecem alguém capaz de jurar que o Jornal de Angola não tem razão?»
Dito isto, o estado actual inquinado das relações Portugal-Angola parece indiciar que em vez de ficarmos bem com a nomenclatura e bem com os negócios ou bem com os princípios e mal com a nomenclatura, estamos a ficar mal com a nomenclatura, mal com os negócios e mal com os princípios.
Por várias razões. Porque em termos relativos não é mais difícil de fazer hoje vista grossa à nomenclatura angolana do que já foi no passado, durante a guerra civil em que o PREC e os governos provisórios portugueses tiveram grandes responsabilidades. Porque não é mais difícil fazer vista grossa à nomenclatura angolana do que à nomenclatura venezuelana ou à cubana, para não ir mais longe. Porque não é da responsabilidade de um governo, que nem consegue endireitar o próprio país, endireitar os outros.
Em vez de indignações postiças com o editorial do Jornal de Angola que classifica as elites portuguesas de «corruptas e ignorantes», deveríamos ser capazes de fazer a pergunta de Alberto Gonçalves: «conhecem alguém capaz de jurar que o Jornal de Angola não tem razão?»
Dito isto, o estado actual inquinado das relações Portugal-Angola parece indiciar que em vez de ficarmos bem com a nomenclatura e bem com os negócios ou bem com os princípios e mal com a nomenclatura, estamos a ficar mal com a nomenclatura, mal com os negócios e mal com os princípios.
17/10/2013
Pro memoria (138) – O Grande Chefe oferece-se à direita
«Sou o chefe democrático que a direita sempre quis ter!» Com esta declaração pour épater le bourgeois, começando desde logo pela bourgeoise entrevistadora que tem por ele um béguin persistente e mal disfarçado (muito para além do explicável pela doutrina Somoza), José Sócrates, é dele que se trata, está de volta e chega-se à frente para uma de duas coisas, segundo lemos nas tripas de um frango de aviário, na falta do oráculo de Delfos. Sócrates propõe-se à distância de dois anos entrar na fila dos presidenciáveis, o que por várias razões parece pouco provável, ou bien José vai dar um chega para lá à lesma que lhe sucedeu à frente do PS e vencer as próximas eleições para mettre en place les mesures d'austérité de redressement dans le but de sauver l'Etat social que estava tão bem nas mãos dele antes do chumbo do PEC IV e que o PSD e o CDS arruinaram.
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (72) – Obama contra Obama
Parece ter ficado adiado por uns tempos o braço de ferro entre republicanos do partido do chá e democratas amantes do Estado que quase paralisou o governo durante as últimas semanas por esgotamento do tecto de dívida autorizada. Já agora, é oportuno lembrar algumas coisas.
Primeiro, esta situação já aconteceu dezenas de vezes desde 1917. Até então cada emissão de dívida tinha de ser aprovada pelo Congresso e pelo Senado. Depois disso é aprovado um limite de endividamento que o executivo não pode exceder.
Segundo, este braço de ferro que tanto indignou o presidente Obama, não tinha indignado o senador Obama por Illinois quando em 2006 votou contra o aumento da dívida, explicando que «the fact that we are here today to debate raising America’s debt limit is a sign of leadership failure» e por isso votaria contra «because America’s rising debt was “a hidden domestic enemy” that robbed cities of investment, children of schools and old people of their pensions». (Economist 12 Outubro)
Eu diria mesmo mais, o senador Obama estava carregado de razão.
Primeiro, esta situação já aconteceu dezenas de vezes desde 1917. Até então cada emissão de dívida tinha de ser aprovada pelo Congresso e pelo Senado. Depois disso é aprovado um limite de endividamento que o executivo não pode exceder.
Segundo, este braço de ferro que tanto indignou o presidente Obama, não tinha indignado o senador Obama por Illinois quando em 2006 votou contra o aumento da dívida, explicando que «the fact that we are here today to debate raising America’s debt limit is a sign of leadership failure» e por isso votaria contra «because America’s rising debt was “a hidden domestic enemy” that robbed cities of investment, children of schools and old people of their pensions». (Economist 12 Outubro)
Eu diria mesmo mais, o senador Obama estava carregado de razão.
Dúvidas (30) – Já estamos em condições de julgar o Dr. Mário Soares ou precisamos de esperar por outra justiça?
Continuação desta dúvida.
Quando li ter o Dr. Soares perguntado «porque é que o Presidente da República não é julgado?» por um breve momento pensei que estava a questionar-se acerca de si próprio sobre o caso Emaudio, o caso dos diamantes na Jamba, o caso de ter levado os presentes mais valiosos da presidência da República para o Museu João Soares, o caso dos subsídios públicos à Fundação Mário Soares, o caso do arrendamento pago pelo Estado de um gabinete na sua Fundação, ou caso dos subsídios recebidos da câmara de Leiria e muitos outros relatados pelo seu antigo ajudante para os assuntos internacionais Rui Mateus no «Contos proibidos - memórias de um PS desconhecido».
Pura ilusão. O Dr. Soares estava a referir-se a Cavaco Silva e aos 350 mil euros que ganhou providencialmente com a compra a 1 euro e venda a 2,4 euros de acções da SLN (e não do BPN como imagina o Dr. Soares) um ano depois, a um sujeito acima de qualquer suspeita chamado Oliveira Costa.
Aditamento:
Por falar das trapalhadas da Fundação do Dr. Soares, esta vai continuar a ser financiada, pelo quarto ano consecutivo, com 105 mil euros previstos no OE 2014 para «recolher e tratar os documentos de entidades públicas e privadas dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa». No século do documento digital, parece ser uma especialidade das luminárias socialistas o arquivo de papelada. Recorde-se o caso de João Pedroso, advogado e dirigente do PS, irmão de Paulo Pedroso, ex-ministro do Trabalho de Guterres a quem foi pago pela ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, 300 mil euros para produzir umas dezenas de pastas com fotocópias. Um e outra e mais uns apparatchiks arriscariam 8 anos de prisão se funcionasse a justiça portuguesa que o Dr. Soares lamenta não estar a tratar do caso do professor Cavaco Silva.
Quando li ter o Dr. Soares perguntado «porque é que o Presidente da República não é julgado?» por um breve momento pensei que estava a questionar-se acerca de si próprio sobre o caso Emaudio, o caso dos diamantes na Jamba, o caso de ter levado os presentes mais valiosos da presidência da República para o Museu João Soares, o caso dos subsídios públicos à Fundação Mário Soares, o caso do arrendamento pago pelo Estado de um gabinete na sua Fundação, ou caso dos subsídios recebidos da câmara de Leiria e muitos outros relatados pelo seu antigo ajudante para os assuntos internacionais Rui Mateus no «Contos proibidos - memórias de um PS desconhecido».
Pura ilusão. O Dr. Soares estava a referir-se a Cavaco Silva e aos 350 mil euros que ganhou providencialmente com a compra a 1 euro e venda a 2,4 euros de acções da SLN (e não do BPN como imagina o Dr. Soares) um ano depois, a um sujeito acima de qualquer suspeita chamado Oliveira Costa.
Aditamento:
Por falar das trapalhadas da Fundação do Dr. Soares, esta vai continuar a ser financiada, pelo quarto ano consecutivo, com 105 mil euros previstos no OE 2014 para «recolher e tratar os documentos de entidades públicas e privadas dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa». No século do documento digital, parece ser uma especialidade das luminárias socialistas o arquivo de papelada. Recorde-se o caso de João Pedroso, advogado e dirigente do PS, irmão de Paulo Pedroso, ex-ministro do Trabalho de Guterres a quem foi pago pela ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, 300 mil euros para produzir umas dezenas de pastas com fotocópias. Um e outra e mais uns apparatchiks arriscariam 8 anos de prisão se funcionasse a justiça portuguesa que o Dr. Soares lamenta não estar a tratar do caso do professor Cavaco Silva.
16/10/2013
ESTADO DE SÍTIO: Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega
Também sou da opinião que o governo deveria ter feito as reformas de maior impacto nos primeiros tempos quando ainda tinha algum suporte popular. Concordo que o nunca aparecido guião/argumentário do Dr. Portas é uma mistificação, como seria previsível vindo de um emérito mistificador. Verifico que os cortes da despesa do orçamento de 2014 são mais uma vez «transversais», «cegos», etc., tal como os cortes anteriores. Sei que a consolidação orçamental se está a fazer a um ritmo muito mais lento do que o previsto no Memorando de Entendimento e mais à custa do aumento de impostos. Não desconheço que no orçamento de 2014 as despesas sociais são uma vez mais cortadas.
Sei e concordo com tudo isso, mas acho uma estupidez ou um despautério ou uma enorme falta de vergonha, conforme os casos, que quem clamou contra a «austeridade» agora critique a falta de reformas atempadas cujo resultado teria sido mais «austeridade», ou quem clamou contra a falta de redução da despesa agora lamente que já devia ter sido feita, ou que quem exigiu mais tempo agora se queixe que se perdeu tempo demais, ou quem está contra os despedimentos dos funcionários públicos ou a aproximação dos seus salários e pensões aos dos restantes trabalhadores se indigne com o corte das despesas sociais.
Também sei que o governo está a falhar, mas, para usar as palavras de jcd no Blasfémias, «este falhanço não pode nem deve ser avaliado pela mesma bitola do falhanço do governo Sócrates. Sócrates é culpado de ter arrastado Portugal para a bancarrota. Este governo só é responsável de não ter sido capaz de nos salvar dessa bancarrota.»
Não se cuidem e, quando a realidade vos cair em cima, podereis encontrar-vos no país antecipado por jcd, que espero esteja redondamente enganado para bem dos meus filhos e netos.
Sei e concordo com tudo isso, mas acho uma estupidez ou um despautério ou uma enorme falta de vergonha, conforme os casos, que quem clamou contra a «austeridade» agora critique a falta de reformas atempadas cujo resultado teria sido mais «austeridade», ou quem clamou contra a falta de redução da despesa agora lamente que já devia ter sido feita, ou que quem exigiu mais tempo agora se queixe que se perdeu tempo demais, ou quem está contra os despedimentos dos funcionários públicos ou a aproximação dos seus salários e pensões aos dos restantes trabalhadores se indigne com o corte das despesas sociais.
Também sei que o governo está a falhar, mas, para usar as palavras de jcd no Blasfémias, «este falhanço não pode nem deve ser avaliado pela mesma bitola do falhanço do governo Sócrates. Sócrates é culpado de ter arrastado Portugal para a bancarrota. Este governo só é responsável de não ter sido capaz de nos salvar dessa bancarrota.»
Não se cuidem e, quando a realidade vos cair em cima, podereis encontrar-vos no país antecipado por jcd, que espero esteja redondamente enganado para bem dos meus filhos e netos.
Mitos (144) – Juros usurários (4)
Outros mitos sobre os juros usurários: (1), (2) e (3)
Como os gráficos mostram com clareza, se pagamos mais juros a menos de metade das taxas é porque temos mais do dobro da dívida. Se tivéssemos a mesma dívida pagaríamos menos de metade dos juros que pagávamos antes. Lá se vai, uma vez mais, o mito recorrente do esquerdismo infantil e do esquerdismo senil que explica as nossas desgraças pelos imaginários juros exorbitantes que a troika e os outros credores nos cobram.
Por falar nas várias famílias do esquerdismo, o querido líder camarada Vladimir Ilyitch Ulianov escreveu na primavera de 1920 um panfleto com o título «Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo». Se o camarada Vladimir Ilyitch Ulianov lhe tivesse dado tempo, Alexander Fyodorovich Kerensky (recorde-se que Kissinger em 1975 chamava Kerensky a Soares) poderia ter escrito «Esquerdismo: Doença Senil do Socialismo» e hoje teríamos o soarismo historicamente classificado.
Clicar para ampliar (fonte: BPI - Análise mensal Outubro) |
Por falar nas várias famílias do esquerdismo, o querido líder camarada Vladimir Ilyitch Ulianov escreveu na primavera de 1920 um panfleto com o título «Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo». Se o camarada Vladimir Ilyitch Ulianov lhe tivesse dado tempo, Alexander Fyodorovich Kerensky (recorde-se que Kissinger em 1975 chamava Kerensky a Soares) poderia ter escrito «Esquerdismo: Doença Senil do Socialismo» e hoje teríamos o soarismo historicamente classificado.
15/10/2013
BREQUINGUE NIUZ: O camarada Arménio Carlos contesta a aplicação das leis do companheiro Vasco
A CGTP não aceita a legítima alteração pelo governo do trajecto programado na antigamente chamada Ponte Salazar e 25 de Abril depois do 25 de Abril, mais conhecida por Ponte sobre o Tejo.
N.º 1 do Artigo 6º do Decreto-Lei nº 406/74, de 29 de agosto
As autoridades poderão, se tal for indispensável ao bom ordenamento do trânsito de pessoas e de veículos nas vias públicas, alterar os trajectos programados ou determinar que os desfiles ou cortejos se façam só por uma das metades das faixas de rodagem.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros, Vasco dos Santos Gonçalves, Manuel da Costa Brás, Francisco Salgado Zenha.
ADENDA: como aqui recorda e sugere JMF no Blasfémias, o camarada Arménio Carlos poderia fazer a manif atravessar o Tejo usando cacilheiros. Como teve de o fazer a manifesquerdista dos operários da Lisnave em 12-09-1974, a que o PCP se opôs e, por consequência, o governo do companheiro Vasco tentou impedir.
N.º 1 do Artigo 6º do Decreto-Lei nº 406/74, de 29 de agosto
As autoridades poderão, se tal for indispensável ao bom ordenamento do trânsito de pessoas e de veículos nas vias públicas, alterar os trajectos programados ou determinar que os desfiles ou cortejos se façam só por uma das metades das faixas de rodagem.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros, Vasco dos Santos Gonçalves, Manuel da Costa Brás, Francisco Salgado Zenha.
ADENDA: como aqui recorda e sugere JMF no Blasfémias, o camarada Arménio Carlos poderia fazer a manif atravessar o Tejo usando cacilheiros. Como teve de o fazer a manif
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (76) – Vieira da Silva e o poeta Aleixo
Confesso a minha incapacidade de acompanhar ao vivo ou na televisão debates entre políticos, luminárias do regimes ou economistas mediáticos, ou entre qualquer combinação destas criaturas. Assim, só por acaso e durante um zapping me apanham num Prós e Contras, por exemplo. Por coincidência, passei pela edição de ontem desse venerável programa no preciso momento em que Vieira da Silva mentia com quantos dentes tinha na boca sobre os cortes nas pensões que, segundo ele, não estavam no Memorando de Entendimento assinado pelo PS e teriam sido introduzidos mais tarde.
Ao ouvir aquela alarvidade segurei um vómito e passei para o canal seguinte. Lembrei-me de novo hoje ao ler este post de O Insurgente onde se citam os itens do Memorando assinado pelo PS com a redução das pensões.
Escreveu o poeta popular António Aleixo que «a mentira para ter alcance e profundidade, tem que trazer à mistura alguma verdade». Por isso, não sei o que mais lamentar: se a existência de políticos que insultam a inteligência da opinião pública, se uma opinião pública que não se sente insultada por tais políticos que com fundada esperança confiam que as suas mentiras sem mistura sejam tomadas como verdades.
Ao ouvir aquela alarvidade segurei um vómito e passei para o canal seguinte. Lembrei-me de novo hoje ao ler este post de O Insurgente onde se citam os itens do Memorando assinado pelo PS com a redução das pensões.
Escreveu o poeta popular António Aleixo que «a mentira para ter alcance e profundidade, tem que trazer à mistura alguma verdade». Por isso, não sei o que mais lamentar: se a existência de políticos que insultam a inteligência da opinião pública, se uma opinião pública que não se sente insultada por tais políticos que com fundada esperança confiam que as suas mentiras sem mistura sejam tomadas como verdades.
Estado empreendedor (75) - o aeroporto que só abre aos domingos (4)
[Continuação de outras aterragens: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui]
Ao princípio era o verbo do Eng. José Sócrates: mais de um milhão de passageiros até 2015 e o investimento seria recuperado nos 10 anos seguintes. Era o multiplicador socialista a funcionar de acordo com o estudo «Plano Regional de Inovação do Alentejo» da autoria de Augusto Mateus – um ex-ministro socialista da Economia do 1.º governo de Guterres que nos últimos tempos tem tentado sacudir a água do capote dos seus estudos «multiplicativos».
Hoje o aeroporto de Beja é o desastre que qualquer alma com um módico de realismo anteciparia: 1.200 passageiros este ano à razão de 4 por dia. Desastre que qualquer observador mesmo a muitas horas de voo, como o euobserver.com, percebeu perfeitamente e escreve uma notícia com título, onde só a interrogação está a mais, que dispensa o texto - «Beja airport: A runway to nowhere?» Isso não impede o presidente da câmara de Beja de continuar a delirar (veja-se a partir do minuto 2 este vídeo).
Agora que os senhores em causa já saíram do poder, achará o Dr. Soares que já poderão ser julgados?
[Via este e este posts de O Insurgente]
Ao princípio era o verbo do Eng. José Sócrates: mais de um milhão de passageiros até 2015 e o investimento seria recuperado nos 10 anos seguintes. Era o multiplicador socialista a funcionar de acordo com o estudo «Plano Regional de Inovação do Alentejo» da autoria de Augusto Mateus – um ex-ministro socialista da Economia do 1.º governo de Guterres que nos últimos tempos tem tentado sacudir a água do capote dos seus estudos «multiplicativos».
Hoje o aeroporto de Beja é o desastre que qualquer alma com um módico de realismo anteciparia: 1.200 passageiros este ano à razão de 4 por dia. Desastre que qualquer observador mesmo a muitas horas de voo, como o euobserver.com, percebeu perfeitamente e escreve uma notícia com título, onde só a interrogação está a mais, que dispensa o texto - «Beja airport: A runway to nowhere?» Isso não impede o presidente da câmara de Beja de continuar a delirar (veja-se a partir do minuto 2 este vídeo).
Agora que os senhores em causa já saíram do poder, achará o Dr. Soares que já poderão ser julgados?
[Via este e este posts de O Insurgente]
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14/10/2013
Chávez & Chávez, Sucessores (11) – O socialismo chávista está a ficar maduro
«O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criou o Centro Estratégico de Segurança e Proteção da Pátria (Cesppa), que lhe permitirá censurar determinadas informações. O centro é uma cópia do Centro Situacional de Estudos da Nação (Cesna), fundado em 2010 pelo falecido presidente Hugo Chávez.
Segundo o jornal espanhol "ABC", o novo organismo poderá proibir a divulgação de qualquer informação que considere de interesse estratégico para a segurança nacional.»
(DN)
Em vez de recorrer a estes expedientes que não enganam ninguém, Maduro devia contratar como consultor o Eng. José Sócrates que lhe ensinaria como criar um jornalismo dispensando censura.
Em vez de recorrer a estes expedientes que não enganam ninguém, Maduro devia contratar como consultor o Eng. José Sócrates que lhe ensinaria como criar um jornalismo dispensando censura.
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Dúvidas (29) – Já estamos em condições de julgar o Dr. Mário Soares ou precisamos de esperar por outra justiça?
«Acho que estes senhores têm de ser julgados, depois de saírem do poder. Mas não é por esta Justiça, que não tem gente», disse o Dr. Mário Soares em entrevista ao Diário de Notícias com a autoridade que resulta da seu impoluto currículo – quem tenha dúvidas pode conferir no «Contos proibidos - memórias de um PS desconhecido» de Rui Mateus, um livro editado pela Dom Quixote em 1996 que teve um enorme sucesso, esgotou em poucos dias e estranhamente não foi reeditado desde então (guess why). Uma versão digitalizada está disponível aqui graças ao serviço público do Aventar, um blogue que não frequento mas a quem neste caso tiro o chapéu.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: A reforma do Estado foi reformada e Sócrates dá aulas de moral
«Em suma, há um Executivo empenhadíssimo em proceder a numerosas operações estéticas a fim de parecer reformar o Estado. Há um Tribunal Constitucional (e uma Constituição) que corrobora a farsa, "provando" que o Governo fez o que pôde de modo a reduzir o Estado. Há uma oposição que, sem se rir, acusa o Governo de reduzir o Estado. E há, contas feitas, um Estado perpetuado na capacidade de alimentar os que melhor o usam. Os contribuintes, distantes destes arranjos, pagam-nos mansamente. Vale que alguns dos contribuintes são alemães, pelo que a mansidão está em risco. E os arranjos também.
Não me escandaliza que alguém classifique de vergonhosas as desculpas de Rui Machete a Angola. Faz-me certa impressão que esse alguém seja José Sócrates, também conhecido por "o Engenheiro". Desde logo, porque nenhum outro governante em democracia abusou tanto da representatividade para subjugar o país a regimes pouco recomendáveis, desde a tenda de Kadhafi às sucessivas vénias a Hugo Chávez. Mas sobretudo porque se trata do "eng." Sócrates, cujo currículo geral devia isentá-lo de classificar o que quer que fosse. Vergonhosa de facto é a presença semanal da criatura na RTP, que passou há muito o estatuto de anedota e começa a incorrer no de ofensa.»
A menos que se ache natural colocar o incendiário do Caramulo a comentar incêndios em horário nobre, ou contratar Otelo a fim de dissertar sobre geo-estratégia, o programinha do "eng." Sócrates é dos principais sintomas do enlouquecimento acelerado da nossa vida pública. Não falo da radical ironia que consiste em obrigar o contribuinte a patrocinar (incluindo, parece, os custos em protecção policial) o homem que, acima de todos, ajudou a desgraçá-los. Ainda que o "eng." Sócrates pagasse do seu bolso o tempo de antena de que dispõe, o absurdo permaneceria.»
RTP, símbolo da nação por ALBERTO GONÇALVES no DN
Não me escandaliza que alguém classifique de vergonhosas as desculpas de Rui Machete a Angola. Faz-me certa impressão que esse alguém seja José Sócrates, também conhecido por "o Engenheiro". Desde logo, porque nenhum outro governante em democracia abusou tanto da representatividade para subjugar o país a regimes pouco recomendáveis, desde a tenda de Kadhafi às sucessivas vénias a Hugo Chávez. Mas sobretudo porque se trata do "eng." Sócrates, cujo currículo geral devia isentá-lo de classificar o que quer que fosse. Vergonhosa de facto é a presença semanal da criatura na RTP, que passou há muito o estatuto de anedota e começa a incorrer no de ofensa.»
A menos que se ache natural colocar o incendiário do Caramulo a comentar incêndios em horário nobre, ou contratar Otelo a fim de dissertar sobre geo-estratégia, o programinha do "eng." Sócrates é dos principais sintomas do enlouquecimento acelerado da nossa vida pública. Não falo da radical ironia que consiste em obrigar o contribuinte a patrocinar (incluindo, parece, os custos em protecção policial) o homem que, acima de todos, ajudou a desgraçá-los. Ainda que o "eng." Sócrates pagasse do seu bolso o tempo de antena de que dispõe, o absurdo permaneceria.»
RTP, símbolo da nação por ALBERTO GONÇALVES no DN
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Pro memoria (137) – a nacionalização do BPN não custou nada e o nada vai já em 4,5 6,5 7 mil milhões (V)
Posts anteriores (I), (II), (III) e (IV)
Enquanto o circo SLN-BPN continua com o palhaço Machete muito convenientemente apupado, o jornalismo de causas, ao mesmo tempo que arrasta pela lama qualquer um que tenha comprado ou vendido acções ou sentado nas suas cadeiras, deixa na sombra também muito convenientemente todos os que foram responsáveis pela inépcia criminosa da supervisão comandada à época pelo ministro anexo Constâncio (que, recorde-se, foi deputado, secretário de estado, ministro várias vezes, secretário-geral do PS e, inimaginável num país civilizado, governador do banco central) e pelo desastre da nacionalização da iniciativa do governo Sócrates (nacionalização, já agora, aplaudida pelo BE) que transferiu para os contribuintes um montante que começou por ser nada e já vai em 7 mil milhões.
Entre os responsáveis pelo desastre da nacionalização encontra-se Francisco Bandeira, um homem de mão de Sócrates, presidente da administração do BPN nomeada pelo governo, que entre outras decisões ruinosas aprovou o financiamento do reembolso de duas emissões de papel comercial da SLN Valor, incumprimento que hoje soma 159 milhões de euros. O financiamento teve como garantia penhores de acções do capital de sociedades do grupo SLN que não valiam o papel em que estavam representadas.
Muito convenientemente outra vez, todas as carpideiras que uivam de indignação pelas espertezas e aproveitamentos dos Machetes deste país, guardam de Conrado o prudente silêncio sobre as incompetências e iniquidades que custam aos portugueses quase 10% dos empréstimos da troika.
Enquanto o circo SLN-BPN continua com o palhaço Machete muito convenientemente apupado, o jornalismo de causas, ao mesmo tempo que arrasta pela lama qualquer um que tenha comprado ou vendido acções ou sentado nas suas cadeiras, deixa na sombra também muito convenientemente todos os que foram responsáveis pela inépcia criminosa da supervisão comandada à época pelo ministro anexo Constâncio (que, recorde-se, foi deputado, secretário de estado, ministro várias vezes, secretário-geral do PS e, inimaginável num país civilizado, governador do banco central) e pelo desastre da nacionalização da iniciativa do governo Sócrates (nacionalização, já agora, aplaudida pelo BE) que transferiu para os contribuintes um montante que começou por ser nada e já vai em 7 mil milhões.
Entre os responsáveis pelo desastre da nacionalização encontra-se Francisco Bandeira, um homem de mão de Sócrates, presidente da administração do BPN nomeada pelo governo, que entre outras decisões ruinosas aprovou o financiamento do reembolso de duas emissões de papel comercial da SLN Valor, incumprimento que hoje soma 159 milhões de euros. O financiamento teve como garantia penhores de acções do capital de sociedades do grupo SLN que não valiam o papel em que estavam representadas.
Muito convenientemente outra vez, todas as carpideiras que uivam de indignação pelas espertezas e aproveitamentos dos Machetes deste país, guardam de Conrado o prudente silêncio sobre as incompetências e iniquidades que custam aos portugueses quase 10% dos empréstimos da troika.
13/10/2013
O tigre celta e o tareco lusitano (2)
Sequela de (1), por sua vez sequela de O rugido do tigre vs o miado do gato.
Enquanto por cá o governo, com destaque para o vice-primeiro ministro, continua a mistificar os portugueses (no caso do vice a enganá-los desavergonhadamente) acerca da reforma do Estado e do incontornável imperativo de cortar as pensões, de reduzir salários e despedir funcionários públicos, Enda Kenny, o primeiro-ministro da Irlanda, anunciou ontem que a Irlanda irá deixar o plano de resgate a 15 de Dezembro.
Ao mesmo tempo prevenia que «isso não quer dizer que os problemas financeiros já tenham sido atirados para trás das costas. Há, ainda, momentos difíceis à nossa frente. Há, ainda, caminho a percorrer.» Recorde-se que esta prevenção se seguiu a medidas como: corte de 10% dos funcionários públicos, corte de 10% das pensões, corte de 10% dos salários dos funcionários públicos, cortes de 10% das despesas sociais de saúde educação. Não admira pois que os comedores de batatas estejam a sair do primeiro resgate e os tugas estejam a preparar-se para o segundo.
Enquanto por cá o governo, com destaque para o vice-primeiro ministro, continua a mistificar os portugueses (no caso do vice a enganá-los desavergonhadamente) acerca da reforma do Estado e do incontornável imperativo de cortar as pensões, de reduzir salários e despedir funcionários públicos, Enda Kenny, o primeiro-ministro da Irlanda, anunciou ontem que a Irlanda irá deixar o plano de resgate a 15 de Dezembro.
Ao mesmo tempo prevenia que «isso não quer dizer que os problemas financeiros já tenham sido atirados para trás das costas. Há, ainda, momentos difíceis à nossa frente. Há, ainda, caminho a percorrer.» Recorde-se que esta prevenção se seguiu a medidas como: corte de 10% dos funcionários públicos, corte de 10% das pensões, corte de 10% dos salários dos funcionários públicos, cortes de 10% das despesas sociais de saúde educação. Não admira pois que os comedores de batatas estejam a sair do primeiro resgate e os tugas estejam a preparar-se para o segundo.
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: A dívida pantagruélica do Moloch não pára de crescer
«Apesar do excedente registado na balança corrente e de capital no primeiro semestre de 2013, observou-se um agravamento da posição devedora (líquida) da economia portuguesa face ao resto do mundo (4,5 p.p. face a 2012), situando-se em 121,3 por cento do PIB no final do primeiro semestre.» (Boletim Económico de Outono do BdeP)
Falta dizer que, independentemente de metade do agravamento conjuntural da posição líquida se dever à desvalorização do ouro das reservas do BdeP, o facto mais saliente é ser o Estado («Administrações públicas») o grande responsável pelo sucessivo e consistente agravamento da dívida ao exterior nos últimos 10 anos.
Falta dizer que, independentemente de metade do agravamento conjuntural da posição líquida se dever à desvalorização do ouro das reservas do BdeP, o facto mais saliente é ser o Estado («Administrações públicas») o grande responsável pelo sucessivo e consistente agravamento da dívida ao exterior nos últimos 10 anos.
12/10/2013
ACREDITE SE QUISER: Separadas à nascença
Em 1948 a Coreia separou-se em duas: no Norte o Partido Comunista liderado por Kim Il-sung (o pai do actual querido líder Kim Jong-il Kim Jong-Un) tomou de assalto o poder com o apoio da União Soviética; no Sul realizaram-se eleições fiscalizadas pelas Nações Unidas e foi declarada constituída a República da Coreia e empossado Syngman Rhee como primeiro presidente - uma espécie de autocrata eleito.
Dois anos mais tarde, em 1950, o exército da Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul iniciando uma guerra de 3 anos que terminou com o armistício de 1953 e a separação em dois Estados - o norte um Estado comunista com uma ditadura de partido único que dura até hoje, comandado pelo querido líder e sua descendência, e o Sul com um Estado capitalista com um regime autocrático que se foi gradualmente liberalizando até ser uma democracia, com separação de poderes, partidos políticos e eleições livres.
Em 1961 a Coreia do Sul tinha metade do rendimento per capita da Coreia do Norte. 50 anos depois, a Coreia do Sul tem um PIB per capita (PPP) 18 vezes superior ao da Coreia do Norte (USD 32.800 contra 1.800). Coreia do Norte onde o ano passado foi reduzida de 145 para 142 cm a altura mínima exigida aos recrutas, por causa do raquitismo da geração actual devido à fome desde a década de 90.
Lembrete: foi esta Coreia doSul Norte que o camarada Bernardino Soares, ex-líder parlamentar do PCP e actual presidente da câmara da Amadora de Loures, há uns anos declarou não estar certo de que não fosse uma democracia.
Declaração de interesse: eu não gostaria de viver num regime que o camarada Bernardino considerasse uma democracia.
Errata: o camarada Bernardino deixa-me tão confundido que troquei o Norte pelo Sul, Loures pela Amadora e ao Kim Jong-Un chamei-lhe Kim Jong-Il. Está demonstrada a minha irremediável inépcia para lidar com estes democratas. Aqui fica a minha autocrítica. Obrigado aos camaradas leitores que me corrigiram.
Dois anos mais tarde, em 1950, o exército da Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul iniciando uma guerra de 3 anos que terminou com o armistício de 1953 e a separação em dois Estados - o norte um Estado comunista com uma ditadura de partido único que dura até hoje, comandado pelo querido líder e sua descendência, e o Sul com um Estado capitalista com um regime autocrático que se foi gradualmente liberalizando até ser uma democracia, com separação de poderes, partidos políticos e eleições livres.
Em 1961 a Coreia do Sul tinha metade do rendimento per capita da Coreia do Norte. 50 anos depois, a Coreia do Sul tem um PIB per capita (PPP) 18 vezes superior ao da Coreia do Norte (USD 32.800 contra 1.800). Coreia do Norte onde o ano passado foi reduzida de 145 para 142 cm a altura mínima exigida aos recrutas, por causa do raquitismo da geração actual devido à fome desde a década de 90.
Lembrete: foi esta Coreia do
Declaração de interesse: eu não gostaria de viver num regime que o camarada Bernardino considerasse uma democracia.
Errata: o camarada Bernardino deixa-me tão confundido que troquei o Norte pelo Sul, Loures pela Amadora e ao Kim Jong-Un chamei-lhe Kim Jong-Il. Está demonstrada a minha irremediável inépcia para lidar com estes democratas. Aqui fica a minha autocrítica. Obrigado aos camaradas leitores que me corrigiram.
11/10/2013
Mitos (143) - Racistas inesperados (18)
«To avoid being mistaken for a sellout, I chose my friends carefully. The more politically active black students. The foreign students. The Chicanos. The Marxist professors and structural feminists and punk-rock performance poets. We smoked cigarettes and wore leather jackets. At night, in the dorms, we discussed neocolonialism, Franz Fanon, Eurocentrism, and patriarchy. When we ground out our cigarettes in the hallway carpet or set our stereos so loud that the walls began to shake, we were resisting bourgeois society's stifling conventions. We weren't indifferent or careless or insecure. We were alienated.
But this strategy alone couldn't provide the distance I wanted, from Joyce or my past. After all, there were thousands of so-called campus radicals, most of them white and tenured and happily tolerant. No, it remained necessary to prove which side you were on, to show your loyalty to the black masses, to strike out and name names.»
Barack Obama, Dreams from My Father
But this strategy alone couldn't provide the distance I wanted, from Joyce or my past. After all, there were thousands of so-called campus radicals, most of them white and tenured and happily tolerant. No, it remained necessary to prove which side you were on, to show your loyalty to the black masses, to strike out and name names.»
Barack Obama, Dreams from My Father
10/10/2013
CAMINHO PARA A INSOLVÊNCIA: O cobrador do fraque vai abrir um escritório no Terreiro do Paço
[Uma espécie de continuação deste post de há 4 anos]
Se as contas do FMI estiverem certas, as necessidades de financiamento do Estado português, incluindo as maturidades dos Bilhetes do Tesouro, nos dois próximos anos atingem um total de 72,5 mil milhões de euros, correspondentes a 22,1% e 20,5% do PIB, em 2014 e 2015, respectivamente.
A tesouraria da Dr.ª Maria Luís, com os seus 15 ou 20 mil milhões de euros, apesar de fazer inveja ao Dr. Teixeira dos Santos que deixou a tesouraria seca e por isso foi a correr pedir dinheiro ao FMI, chegará quanto muito para o 1.º semestre de 2014.
Quem é que falou em «folga», ou «crescimento» ou «fim da austeridade» com o cobrador do fraque a bater-nos à porta todos os dias?
Se as contas do FMI estiverem certas, as necessidades de financiamento do Estado português, incluindo as maturidades dos Bilhetes do Tesouro, nos dois próximos anos atingem um total de 72,5 mil milhões de euros, correspondentes a 22,1% e 20,5% do PIB, em 2014 e 2015, respectivamente.
A tesouraria da Dr.ª Maria Luís, com os seus 15 ou 20 mil milhões de euros, apesar de fazer inveja ao Dr. Teixeira dos Santos que deixou a tesouraria seca e por isso foi a correr pedir dinheiro ao FMI, chegará quanto muito para o 1.º semestre de 2014.
Quem é que falou em «folga», ou «crescimento» ou «fim da austeridade» com o cobrador do fraque a bater-nos à porta todos os dias?
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DIÁRIO DE BORDO: Cansei de viver na mesma galáxia do mestre em terror. Estou noutra galáxia (5)
Messier 81, uma galáxia a “apenas” 12 milhões de anos luz, visível (com um bom telescópio) a norte na Ursa Maior |
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09/10/2013
LA DONNA E UN ANIMALE STRAVAGANTE: Welcome to hell Mrs. Yellen
Não tenho a certeza se Janet L. Yellen é a melhor escolha para presidente do Fed. Só tenho quase a certeza que Yellen é uma melhor escolha do que Lawrence H. Summers, que se deitaria mais vezes na cama com Wall Street do que Yellen se deitará com o Partido Democrata. Além disso, segundo o WSJ, Janet tem mostrado antecipar melhor as tempestades financeiras que se anunciavam desde 2007, e, sendo mulher, imagino que não pensa com os testículos que é um órgão frequentemente substituto do córtex cerebral.
Yellen tem contra si o facto de acreditar que o papel do Fed é mais importante para manter um baixo desemprego do que conter da inflação, doutrina o que se arrisca a ter como resultado mais inflação e … mais desemprego.
Yellen tem contra si o facto de acreditar que o papel do Fed é mais importante para manter um baixo desemprego do que conter da inflação, doutrina o que se arrisca a ter como resultado mais inflação e … mais desemprego.
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ARTIGO DEFUNTO: Por acaso até é exacto
Esta “notícia” tem tudo para ser mais uma notícia plantada, desta vez não pelo jornalismo de causas, em nome da oposição, mas, para variar, pelos círculos do governo. Citando «um alto responsável do Eurogrupo», convenientemente não identificado, que classifica o Tribunal Constitucional como «activista comparado com qualquer outro Tribunal Constitucional que eu conheça», «a propósito da perspectiva de os juízes do Palácio Ratton poderem dar um novo parecer negativo a algumas das medidas que o governo pretende implementar no âmbito do programa de ajustamento».
É o que se chama falar direito por linha tortas, sendo certo que, se o governo utiliza os mesmos métodos da oposição para plantar notícias, perde na ética sem ganhar nada na eficácia, porque a oposição tem por sua conta a maioria esmagadora dos efectivos do jornalismo de causas.
É o que se chama falar direito por linha tortas, sendo certo que, se o governo utiliza os mesmos métodos da oposição para plantar notícias, perde na ética sem ganhar nada na eficácia, porque a oposição tem por sua conta a maioria esmagadora dos efectivos do jornalismo de causas.
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Lost in translation (189) – Pelo direito a uma vida dependente do Estado Sucial
Sob o título «Ativista tetraplégico inicia greve de fome pelo direito a uma vida independente», o e-pasquim ESQUERDA.NET escreve: «Eduardo Jorge, ativista tetraplégico, vai iniciar uma greve de fome, esta segunda-feira em frente à Assembleia da República, até que os “grupos parlamentares se comprometerem a apresentar uma lei de promoção da autonomia pessoal” para todas as pessoas com deficiência e dependentes de terceiros».
A alucinação esquerdista não tem limites.
A alucinação esquerdista não tem limites.
08/10/2013
Mitos (142) - Racistas inesperados (17)
«I did not lie awake at night worrying about the problems of Negroes.»
Robert F. Kennedy, procurador-geral, em 1961. Mais tarde RFK autorizou escutas nos quartos de hotel onde ficasse Martin Luther King.
Robert F. Kennedy, procurador-geral, em 1961. Mais tarde RFK autorizou escutas nos quartos de hotel onde ficasse Martin Luther King.
07/10/2013
Lost in translation (188) – Cada um gasta o que gastar e dividimos a conta por todos, propõe o antigo ministro da Finanças
«É uma questão de redistribuir entre os orçamentos nacionais e um orçamento comunitário aquilo que são os recursos de que globalmente os países dispõem, explicou (Teixeira dos Santos, o ex-ministro das Finanças de José Sócrates), sublinhando que o dinheiro continuaria a ser oriundo dos contribuintes europeus».
É a doutrina oficial da Socrates School of Public Finances.
É a doutrina oficial da Socrates School of Public Finances.
Chávez & Chávez, Sucessores (10) – Embora difícil, o herdeiro consegue pior do que o «líder eterno»
Após 14 anos do regime sul-americano mais admirado pela esquerda portuguesa, sentado em cima de oceanos de petróleo que representam 94% das suas exportações, eis alguns dos resultados para a Venezuela (fonte: Economist):
- Depois de vários meses em recessão, a economia teve um crescimento anémico no 2.º trimestre;
- Taxa de inflação de 45%;
- Défice orçamental de 10% do PIB;
- O câmbio do dólar no mercado negro (o mercado que sempre funciona) é 6 vezes a taxa oficial, depois de uma desvalorização de 32% em Janeiro;
- Maduro viu-se obrigado a implorar aos chineses linhas de crédito de USD 5 mil milhões e 15 mil milhões para investimento no petróleo e mineração;
- Prateleiras vazias de muitos produtos (incluindo o papel higiénico), que o governo atribui à «guerra económica» movida pelos EU;
- Cortes de energia em 18 dos 24 estados em Setembro, que o governo atribui aos EU.
ARTIGO DEFUNTO: O multiplicador de manifs
Eram só 20 os manifestantes do «Que se lixe a troika» que berraram na palhaçada do 5 de Outubro, mas por cada um deles haveriam vários jornalistas de causas. Por isso, quem lesse a esmagadora maioria das dezenas de notícias sobre a pífia algazarra seria levado a crer que seriam milhares.
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06/10/2013
Bons exemplos (67) – Mães de todo o mundo, deixai de passar as camisas aos vossos filhos retardados
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Quem fala assim não é gago
CASE STUDY: Um minotauro espera a PT no labirinto da Oi (11)
[Outras esperas do minotauro: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9) e (10)]
Recapitulando: há quase 3 anos a PT vendeu por 7,5 mil milhões a Vivo, a jóia da coroa, à Telefonica; numa operação intermediada por José Sócrates e acólitos, pelo lado do PS, que usaram a golden share do Estado português para manter a PT no Brasil, e Lula da Silva e acólitos, pelo lado do PT, a PT pagou o dobro do preço pelas acções dos accionistas privados em relação às do BNDES e dos fundos de pensões públicos comprando uma participação de 23% da OI por 3,75 mil milhões; esta participação vale hoje 2,4 mil milhões.
Com a fusão da PT com a Oi a nova sociedade terá sede no Rio de Janeiro e fatalmente a operação portuguesa, um mercado com 5% dos clientes potenciais do Brasil, passará a ser subsidiária. Uma das pequenas consequências é o novo operador brasileiro resultante da fusão passar a ser o proprietário da rede fixa que a Dr.ª Manuela Ferreira Leita, quando ministra das Finanças, obrigou a PT a comprar por 365 milhões, equivalentes a 0,26% do PIB desse ano, para compor o défice de 2002 – onze anos mais tarde, esquecida deste e outros episódios, viria a dizer comentando o défice desse ano «qualquer um de nós é capaz de reduzir a despesa em 1%».
As coisas têm consequências.
Recapitulando: há quase 3 anos a PT vendeu por 7,5 mil milhões a Vivo, a jóia da coroa, à Telefonica; numa operação intermediada por José Sócrates e acólitos, pelo lado do PS, que usaram a golden share do Estado português para manter a PT no Brasil, e Lula da Silva e acólitos, pelo lado do PT, a PT pagou o dobro do preço pelas acções dos accionistas privados em relação às do BNDES e dos fundos de pensões públicos comprando uma participação de 23% da OI por 3,75 mil milhões; esta participação vale hoje 2,4 mil milhões.
Com a fusão da PT com a Oi a nova sociedade terá sede no Rio de Janeiro e fatalmente a operação portuguesa, um mercado com 5% dos clientes potenciais do Brasil, passará a ser subsidiária. Uma das pequenas consequências é o novo operador brasileiro resultante da fusão passar a ser o proprietário da rede fixa que a Dr.ª Manuela Ferreira Leita, quando ministra das Finanças, obrigou a PT a comprar por 365 milhões, equivalentes a 0,26% do PIB desse ano, para compor o défice de 2002 – onze anos mais tarde, esquecida deste e outros episódios, viria a dizer comentando o défice desse ano «qualquer um de nós é capaz de reduzir a despesa em 1%».
As coisas têm consequências.
05/10/2013
CASE STUDY: Why Germans are so frightened of inflation
Antes de efabular sobre a aceitação pela Alemanha da mutualização da dívida e outros mecanismos que permitam a Portugal continua a endividar-se sem remição, convém ter em conta a história. «The Downfall of Money: Germany’s Hyperinflation and the Destruction of the Middle Class» de Frederick Taylor poderá ajudar a perceber porquê. Para já comecemos pela review da Economist.
«GERMANS are terrified of inflation. German politicians (and their colleagues in the euro zone) understand this, though mostly they ignore it as they try and steer their way out of the euro crisis. By the end of “The Downfall of Money” it is clear why these fears are so deeply embedded. At the root of the trauma lie the events of 1923, when the German currency plummeted from 7,500 Reichsmarks to the dollar to a rate of 2.5 trillion.
This is not just a story of financial mismanagement. The dice were loaded against Germany as soon as it became clear, late in 1918, that it would lose the first world war. As often happens, the winners wrote the history and set the terms for peace. The Treaty of Versailles, signed in 1919 but not finalised until 1921, was designed by the allies to suck dry what was left of Germany. Worse still, France entered and occupied Germany’s industrial heartland, the Ruhr and the Rhine, in January 1923, making it even harder for Germany to keep up its reparation payments.
«GERMANS are terrified of inflation. German politicians (and their colleagues in the euro zone) understand this, though mostly they ignore it as they try and steer their way out of the euro crisis. By the end of “The Downfall of Money” it is clear why these fears are so deeply embedded. At the root of the trauma lie the events of 1923, when the German currency plummeted from 7,500 Reichsmarks to the dollar to a rate of 2.5 trillion.
This is not just a story of financial mismanagement. The dice were loaded against Germany as soon as it became clear, late in 1918, that it would lose the first world war. As often happens, the winners wrote the history and set the terms for peace. The Treaty of Versailles, signed in 1919 but not finalised until 1921, was designed by the allies to suck dry what was left of Germany. Worse still, France entered and occupied Germany’s industrial heartland, the Ruhr and the Rhine, in January 1923, making it even harder for Germany to keep up its reparation payments.
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04/10/2013
Pro memoria (136) – O Dr. Portas, o guião/argumentário, a troika, o antes e o depois
Dão-se alvíssaras a quem encontrar o guião/argumentário, não o de Woody Allen, que se lhe pagarem escreverá um, mas o do Dr. Portas que vai para 8 meses ainda não apareceu.
Mas já não é preciso. O Dr. Portas deu corda aos sapatos foi falar com os chefes do FMI e os de Bruxelas, empertigou-se, pôs a mão na anca, bateu o pé, deu-lhes um responso: nada de mais austeridade, precisamos é de crescimento, o défice tem de aumentar, precisamos de folgas, não podemos cortar mais aos velhinhos e tudo o mais que se sabe.
Os funcionários dos chefes vieram cá para a 8.ª e 9.ª avaliações, com o rabito entre as pernas, cheios de temor e reverência ao Dr. Portas que no final explicou com grande à vontade que «a troika não reviu a sua posição, apenas aceita 4%».
Mas já não é preciso. O Dr. Portas deu corda aos sapatos foi falar com os chefes do FMI e os de Bruxelas, empertigou-se, pôs a mão na anca, bateu o pé, deu-lhes um responso: nada de mais austeridade, precisamos é de crescimento, o défice tem de aumentar, precisamos de folgas, não podemos cortar mais aos velhinhos e tudo o mais que se sabe.
Os funcionários dos chefes vieram cá para a 8.ª e 9.ª avaliações, com o rabito entre as pernas, cheios de temor e reverência ao Dr. Portas que no final explicou com grande à vontade que «a troika não reviu a sua posição, apenas aceita 4%».
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Pro memoria (135) – Faz como eu digo e não como eu fiz
Concordo com a Dr.ª Manuela Ferreira quanto à falta de qualidade de muitos candidatos do PSD (como muitos de outros partidos), candidatos que segundo ela devem ter sido «uma imposição da máquina aos eleitores». Acrescentaria eu que tal imposição já faz parte dos hábitos do PSD, pelo menos desde as eleições legislativas de 2009, nas quais a «máquina» do PSD de então tentou impor António Preto, por acaso arguido num processo por crimes de fraude fiscal e falsificação.
DIÁRIO DE BORDO: Cansei de viver na mesma galáxia do mestre em terror. Estou noutra galáxia (4)
Restos da supernova Tycho (Jet Propulsion Lab) |
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03/10/2013
Pro memoria (134) – Não sustentável não é o mesmo que insustentável?
«Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública não é sustentável», disse Cavaco Silva aos jornalistas durante a visita à Suécia.
Imagine-se a surpresa de Cavaco Silva se soubesse que um político, por acaso presidente da República, disse no seu primeiro discurso deste ano: «é essencial que todos compreendam que as dificuldades que Portugal atravessa derivam do nível insustentável da dívida do Estado e da dívida do País para com o estrangeiro».
Imagine-se a surpresa de Cavaco Silva se soubesse que um político, por acaso presidente da República, disse no seu primeiro discurso deste ano: «é essencial que todos compreendam que as dificuldades que Portugal atravessa derivam do nível insustentável da dívida do Estado e da dívida do País para com o estrangeiro».
Mitos (141) - Racistas inesperados (16)
«These Negroes, they're getting pretty uppity these days and that's a problem for us since they've got something now they never had before, the political pull to back up their uppityness. Now we've got to do something about this, we've got to give them a little something, just enough to quiet them down, not enough to make a difference. For if we don't move at all, then their allies will line up against us and there'll be no way of stopping them, we'll lose the filibuster and there'll be no way of putting a brake on all sorts of wild legislation. It'll be Reconstruction all over again.»
Lyndon B. Johnson, senador e mais tarde presidente dos EU, em 1957
Lyndon B. Johnson, senador e mais tarde presidente dos EU, em 1957
CASE STUDY: Um minotauro espera a PT no labirinto da Oi (10)
[Outras esperas do minotauro: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8) e (9)]
A PT e a Oi vão fundir-se, ficando os accionistas da PT com 38,1%. Estava escrito nas estrelas, pelo menos desde as negociatas, envolvendo Sócrates e Lula, para vender a Vivo à Telefonica, comprar uma participação minoritária na paquidérmica Oi e pagar com os sobejos um dividendo especial aos accionistas da PT com as tesourarias secas.
A fusão de um porco que dá o presunto com uma galinha que põe os ovos e tem como resultado ovos mexidos com presunto, é boa para quem? Talvez para a ambição de Zainal Bava e a vaidade de Granadeiro. Para os accionistas portugueses da PT que de uma participação de controlo na PT e outra minoritária passa a uma minoritária no elefante que resultará da fusão, é duvidoso que o resultado seja melhor do que a soma das partes. E tudo porquê? Porque não estamos a falar de uma operadora líder no mercado mundial, de uma empresa competitiva e inovadora, estamos a falar de uma vaca marsupial semipública infestada de aspons petistas (assessores de porra nenhuma do PT) controlada por accionistas do regime do lado de lá e do do regime do lado cá do Atlântico.
Gostaria de estar enganado e a dupla Bava-Granadeiro conseguir transformar o paquiderme numa multinacional competitiva e inovadora contra a minha expectativa. Se isso acontecer, virei pôr a corda ao pescoço num post desta série.
A PT e a Oi vão fundir-se, ficando os accionistas da PT com 38,1%. Estava escrito nas estrelas, pelo menos desde as negociatas, envolvendo Sócrates e Lula, para vender a Vivo à Telefonica, comprar uma participação minoritária na paquidérmica Oi e pagar com os sobejos um dividendo especial aos accionistas da PT com as tesourarias secas.
A fusão de um porco que dá o presunto com uma galinha que põe os ovos e tem como resultado ovos mexidos com presunto, é boa para quem? Talvez para a ambição de Zainal Bava e a vaidade de Granadeiro. Para os accionistas portugueses da PT que de uma participação de controlo na PT e outra minoritária passa a uma minoritária no elefante que resultará da fusão, é duvidoso que o resultado seja melhor do que a soma das partes. E tudo porquê? Porque não estamos a falar de uma operadora líder no mercado mundial, de uma empresa competitiva e inovadora, estamos a falar de uma vaca marsupial semipública infestada de aspons petistas (assessores de porra nenhuma do PT) controlada por accionistas do regime do lado de lá e do do regime do lado cá do Atlântico.
Gostaria de estar enganado e a dupla Bava-Granadeiro conseguir transformar o paquiderme numa multinacional competitiva e inovadora contra a minha expectativa. Se isso acontecer, virei pôr a corda ao pescoço num post desta série.
02/10/2013
Lost in translation (187) – Terá Passos Coelho ameaçado os juízes do TC?
«Passos Coelho volta a pressionar Tribunal Constitucional» escreveu em titulês a jornalista de causas de serviço no Público. Receei o pior. Desesperado por ter sofrido «uma derrota pesada para o PSD», como nos lembra, muito a propósito, a legenda de uma foto, ainda mais a propósito, da criatura acompanhada pelo cônjuge a sair de uma secção de voto, teria Passos Coelho atacado os juízes, ameaçado divulgar os podres das suas vidas, ou simplesmente ameaçado reduzir-lhes as tenças do presente e as pensões do futuro?
Não. Nada disso. Segundo o texto da notícia «na intervenção inicial que fez no Conselho Nacional do PSD, o primeiro-ministro apelou à colaboração de todos os órgãos de soberania para permitir que Portugal conclua o programa de assistência financeira». Afinal era só um problema com a tradução do português para o titulês.
Não. Nada disso. Segundo o texto da notícia «na intervenção inicial que fez no Conselho Nacional do PSD, o primeiro-ministro apelou à colaboração de todos os órgãos de soberania para permitir que Portugal conclua o programa de assistência financeira». Afinal era só um problema com a tradução do português para o titulês.
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central de manipulação,
jornalismo de causas
Dúvidas (28) – Putin Nobel da Paz? E porque não?
O czar Vladimir foi proposto por um grupo de apparatchiks activistas russos para prémio Nobel da Paz. E porque não? Se Putin tem já duas guerras no currículo (Chechénia e Geórgia, a primeira fez uns 150 mil mortos) e talvez tenha evitado uma terceira (Síria), está em vantagem em relação ao Nobel da Paz de 2009 que ao fim de nove meses de mandato ainda não tinha conseguido iniciar nenhuma guerra, e agora já tem duas e, se não fora o camarada Putin, já iria na terceira… Pourquoi pas?
O que não se aceita é a campanha iniciada pelo Partido Comunista russo para retirar o prémio Nobel da Paz a Barack Obama. Descansai camaradas, há Nóbeis da Paz que cheguem para todos.
Puf. Olha que grande coisa… Deram-me um há 4 anos… |
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