Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
31/05/2021
Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (50) - O efeito "almirante" parece esgotado
O efeito "almirante" parece esgotado. Exceptuando umas fogachadas ocasionais, os ciclos semanais não ultrapassam sustentadamente a média de 80 mil doses diárias. Uma vez mais, é um Sr. Almirante incomparável com o apparatchik socialista que o precedeu mas prisioneiro de uma organização kafkiana com apparatchiks pouco motivados e capturados pela rotina do nove-e-meia vou-tomar-um cafezinho-e-já-volto cinco-e-meia.
Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (87) - Em tempo de vírus (LXIV)
Take Another Plan. A obra do Dr. Pedro Nuno
Boa Nova
A "bolha" da Dr.ª Vieira da Silva |
30/05/2021
O Estado Novo tinha uma Comissão de Censura Prévia, o Estado sucial do PS pretende uma comissão de censura a posteriori (2)
Nota: Ao contrário do que se pretendeu insinuar sub-repticiamente com as abundantes referências a iniciativas legislativas europeias e internacionais no projecto de lei de aprovação da Carta de Direitos Fundamentais na Era Digital apresentado pelo Partido Socialista, o atentado à liberdade de expressão agora aprovado não resulta de qualquer directiva europeia ou internacional. Pelo contrário, essas iniciativas internacionais visam não o controlo dos conteúdos pelos governos, como a lei agora aprovada, mas garantir a protecção dos dados individuais, o acesso à internet e... a livre expressão.
Terá o Dr. Miguel Sousa Tavares sofrido uma epifania?
A sobrevivência de um Governo que se mantém à conta das cedências constantes às chantagens financeiras dos seus parceiros de esquerda, num espectáculo ininterrupto e deprimente a que o resto do país assiste, impotente, sabendo que, no final, tudo se traduzirá em mais dívida e mais impostos, é um processo contínuo de captura da riqueza da nação a favor de despesa fixa, eterna e não compensadora do Estado. Podemos fazer um esforço para acreditar que todas essas medidas contêm em si as melhores intenções para combater as desigualdades e garantir o Estado social. Simplesmente, quando vêm para ficar para sempre e quando reclamam quase metade da riqueza do país não funcionam, antes pelo contrário — temos 40 anos de demonstração da sua inoperância em conseguir inverter o círculo de morte da nossa economia: a baixa produtividade, a ausência de capital para investir, a falta de competitividade devido à asfixia fiscal e os baixos salários, com origem, em grande parte, na mesma razão. Porém, não sejamos ingénuos — se o Inferno está cheio de boas intenções, o Paraíso prometido está cheio de aldrabões: os que querem um Estado cada vez maior, mais gastador, mais endividado, mais cobrador e mais senhor do jogo não o fazem inocentemente, só para defender os pobrezinhos. Fazem-no também, ou sobretudo, porque isso é o mais próximo que podem ter de um Estado totalitário numa democracia europeia.»
29/05/2021
SERVIÇO PÚBLICO: A diferença entre ganhar dinheiro servindo clientes e perder dinheiro servindo-se dos contribuintes
«Nós estamos a fazer favores ao público português. Trazemos tarifas baixas, concorrência e escolha aos portugueses. Sem nós, muitos milhões de portugueses que trabalham fora não conseguiriam pagar o voo de regresso a Portugal para o Porto, para Faro ou para Lisboa, sem as tarifas baixas da Ryanair. Nós continuamos a voar para aeroportos como Faro e Porto ao longo do inverno, quando a maioria das companhias charter e as companhias “de verão” desaparecem. Continuamos a investir fortemente em Portugal. Trazemos milhões de visitantes a Portugal. Pagamos remunerações altas aos nossos pilotos, às nossas tripulações de cabine e aos nossos engenheiros, e negociamos totalmente e de forma aberta com os sindicatos e assinamos contratos coletivos com todos eles. Trazemos muitos benefícios aos portugueses sem ter que pedir 300 euros a cada homem, mulher e criança portugueses.
Nós trazemos muitos mais benefícios para a economia portuguesa. A TAP é uma companhia muito pequena e transporta muito menos, creio que cerca de 14 milhões de passageiros por ano. Nós reconhecemos plenamente que a TAP faz alguns voos de longo curso, mas a custos muito altos. E esses voos de longo curso seriam feitos por outras companhias caso a TAP não recebesse um subsídio de 3 mil milhões de euros. Para dar algum contexto, a Ryanair faz a ligação a Portugal. No verão de 2021 vamos operar 120 rotas para Portugal. A TAP apenas oferece, penso eu, 60 a 65 rotas, por isso ligamos Portugal e os portugueses a mais do dobro dos destinos que a TAP. Perguntamos ao ministro Santos, que apesar de tudo é o ministro das Infraestruturas… Ele não é o ministro da TAP! Perguntámos: o que vai fazer ao aeroporto do Montijo enquanto vai desperdiçar três mil milhões de euros de dinheiro dos contribuintes na TAP, e ele não tinha resposta.»
Da entrevista a Observador de Michael O'Leary, CEO da Ryanair
A Ryanair está a trabalhar em primeiro lugar para os seus accionistas ganharem dinheiro e ao fazê-lo presta aos portugueses um serviço melhor do que a TAP que está em primeiro lugar a trabalhar para a nomenclatura e os apparatchiks que parasitam o Estado sucial à custa do dinheiro torrado dos contribuintes,
Torrefacção Lusitana, Lda.
É do conhecimento geral (quer dizer do conhecimento de umas poucas centenas de cidadãos) que sob a governação de vários socialismos se torraram no Portugal dos Pequeninos, a que não por acaso, também chamamos carinhosamente Torrão Pátrio, milhares de milhões de euros dos contribuintes europeus para construir equivalentes modernos do Convento de Mafra, na melhor hipótese, ou para benefício e gáudio de uma camada de insaciáveis apparatchiks, na pior.
O que é (ainda) menos conhecido e raramente falado é que esses milhares de milhões tiveram como beneficiários exclusivos as luso-elites extractivas e a multidão de apparatchiks pendurados no Estado sucial, como se confirma neste ponto de situação do blasfemo Telmo Azevedo Fernandes, que se pode resumir assim relativamente ao período 2014-2020:
- 0,8% das empresas receberam subsídios
- 0,19% recebeu dinheiro para se ligar às universidades e centros de inovação e dessas só cerca de 4% lançaram novos produtos
- 0,03% dos lares (fogos) receberam dinheiro para melhorar a eficiência do consumo de energia
- Isso não impediu que com 2,3% da população e 1,5% do PIB da União Europeia, o Portugal dos Pequeninos tivesse 28% dos 25 maiores beneficiários de subsídios.
Nota: A Torrefacção Lusitana foi uma pequena e simpática empresa que durante décadas ocupou um prédio emblemático do Bairro Alto, cujo nome no meu espírito evocou sempre a vocação do Portugal dos Pequeninos de mineração do guito europeu para o torrar em manadas de elefantes brancos e cor-de-rosa.
28/05/2021
Mitos (311) - A longa noite fascista pode ter sido mais iluminada do que a primeira República
Como é sabido, a esquerdalhada tem sempre de reserva a demonização do Estado Novo colando-lhe atributos duvidosos (como fascista, para designar algum folclore de uma ditadura nacionalista e beata), exagerando-lhe os crimes (umas dezenas de assassinatos em quase cinco décadas, o equivalente a umas horas ou, vá lá, uns dias da maioria dos regime glorificados pela esquerdalhada), e negando, ou pelo menos menorizando, algumas das realizações que o regime conseguiu, a começar pela estabilidade política, social, económica e financeira que se seguiu à baderna e violência caótica da I República.
Uma das realizações da Estado Novo, até agora escamoteada em contraste com os supostos sucessos republicanos, foi no campo das políticas de educação e em particular na erradicação do analfabetismo. A verdade é que, ao contrário da mitologia da esquerdalhada, o Estado Novo fez obra, como se fica a saber pelas conclusões do estudo Can autocracy promote literacy? Evidence from a cultural alignment success story de Nuno Palma e Jaime Reis publicado recentemente e em boa hora citado por Aguiar-Conraria na sua coluna do Expresso.
Citando o resumo dos autores:
«Do countries with less democratic forms of government necessarily have lower literacy rates as a consequence? Using a random sample of more than 9000 individuals from military archives in 20th century Portugal, we show that 20-year old males were 50% more likely to end up literate under a nondemocratic regime than under a more democratic one. Our results are robust to controlling for a host of factors including economic growth, the disease environment, and regional fixed effects. We argue for a political economy and cultural explanation for the relative success of the authoritarian regime in promoting basic education.»
27/05/2021
SERVIÇO PÚBLICO: Com a verdade nos enganam - "influenciados por três russos envolvidos numa revolução mal-sucedida"
De propósito ou sem querer, o camarada Américo revelou o grande disfarce do Bloco. Um partido que continua a seguir uma ideologia que fracassou e espalhou violência, miséria e pobreza em todo o lado onde chegou ao poder. Mas usa uma linguagem moderna atraente para os jovens e até os liberais urbanos para disfarçar a sua verdadeira natureza. Um partido onde quem pensa são os discípulos dos três russos, neste caso Louça, Fazendas e Rosas, mas os rostos da falsa modernidade são a Catarina, as manas Mortágua e a Marisa. Ninguém tenha ilusões, o poder está com os velhos revolucionários, não está com as senhoras simpáticas. Além disso, as senhoras simpáticas pensam como os velhos revolucionários. Tudo o que sabem foi com eles que aprenderam.
Nas ideias de muitas das moções apresentadas no Congresso, há uma linha constante: o anti-capitalismo, e a luta contra a economia de mercado e a iniciativa privada. A política económica do Bloco tem um objectivo máximo: a nacionalização da economia. Os bancos, os CTT e a TAP seriam apenas o início. Depois nacionalizariam a EDP, a Galp, as várias indústrias, as seguradoras, a hotelaria, as empresas agrícolas e os meios de comunicação social. Quando Louçã sugere Mariana Mortágua para ministra das Finanças, o que quer dizer é que ela seria a CEO da economia portuguesa, e ele seria naturalmente o Chairman.»
Excerto de O anti-capitalismo do Bloco, João Marques de Almeida no Observador
Por falar em anti-capitalismo, recordo que o capitalismo e os mercados são apenas a democracia liberal a funcionar na economia, sem os quais a democracia no mínimo é meramente formal e no máximo não existe. E, já agora, recordo também que a aliança espúria e oportunista do Dr. Costa com os marxismos comunista e bloquista, para governar apesar de ter perdido as eleições de 2015, contaminou irremediavelmente o Partido Socialista e está a transformá-lo num partido colectivista cujo propósito se resume à ocupação do aparelho de Estado fazendo o país pagar por isso um elevado preço.
26/05/2021
ESTÓRIAS E MORAL: O Sr. Eng. no Portugal dos Pequeninos e Mr Johnson na pérfida Albion estão em galáxias diferentes
Boris Johnson, o primeiro-ministro do Reino Unido, está a ser acusado de ter desaparecido durante doze dias em Fevereiro, faltando a cinco reuniões cruciais do Cabinet Office Briefing Rooms, alegadamente para acabar o livro The Riddle of Genius sobre Shakespeare, pelo qual tinha recebido adiantamentos durante vários anos do editor Hodder & Stoughton, totalizando £100 mil libras.
Apesar da distância entre Downing Street e S. Bento serem uns meros 2 mil km, a distância entre os calibres intelectuais (e morais), dos respectivos moradores e entre as fidelidades ou falta delas dos seus próximos é de vários parsecs, pelo que podemos considerar esses dois locais situados em galáxias diferentes.
Mitos (310) - Diferenças salariais entre homens e mulheres (12) - Segundo a ciência de causas da igualdade de "género", a Turquia e a Finlândia são paradigmas da igualdade e da desigualdade salarial, respectivamente
Fonte: Expresso |
Fonte |
25/05/2021
SERVIÇO PÚBLICO: O conflito Hamas-Forças de Defesa de Israel visto de perto
«I was born in the Jordanian-occupied Old City in Jerusalem and lived in a UN refugee camp from 1966 until 1999. During the First Intifada, I worked for B’Tselem, the Israeli Information Centre for Human Rights in the Occupied Territories, and in 1996 I founded the Jerusalem-based Palestinian Human Rights Monitoring group. With my background in Palestinian campaigning and as a resident of East Jerusalem today, you might assume that I am against Israel’s current military actions. But this could not be further from the truth. The blame for this month’s bloodshed lies solely at the feet of Hamas.
Those who wish to divert attention from Hamas’s war crimes would like to blame the latest conflict on a complicated legal dispute in the Sheikh Jarrah neighbourhood. But this was a private matter between Jews who have a property deed from the 1800s and the residents of four homes who have refused to pay rent. This cannot be framed as ‘ethnic cleansing’. It is little more than a landlord-tenant squabble. It should have been a matter for the local courts, but instead this small-time event wound up in an appeal at the supreme court, and hit the press. Hamas quickly saw an opportunity.
Prime Minister Mahmoud Abbas, the leader of the Fatah party, is at his weakest point in many years. He had just cancelled parliamentary elections because he knew he would lose. Hamas saw Sheikh Jarrah as an opportunity to show Palestinians in Jerusalem and elsewhere that they could ‘do something’ while Fatah could not. They spread lies and propaganda on social media, deliberately inciting violence among Palestinians in East Jerusalem. Hamas then ‘responded’ to the riots by firing rockets indiscriminately towards Tel Aviv and Jerusalem, guaranteeing an Israeli military response.
Hamas does not care where these missiles land: as many as one in seven, in fact, have been reported by the Israel Defence Forces to have crashed down within Gaza during this latest round of fighting, resulting in 20 casualties. They see a lopsided body count as a positive development, as it allows them to claim that Israel is the aggressive party in the conflict they started. This Islamist terror group is dangerous for our people: we cannot continue to be a conduit for their work.
Hamas is not fighting for a human rights cause; they are committing war crimes to boost their political standing. A recent video showed the Hamas leadership celebrating missile launches from a party in Qatar. These people are out of harm’s way. They leave their foot soldiers, often young and desperate men with no employment prospects, to launch the attacks from residential buildings. We recently saw an Israeli strike on a tower that housed Al Jazeera, AP, and other news outlets. According to Israeli sources, Hamas maintained military intelligence offices in the building and had previously launched attacks from that exact location, using the foreign media as human shields. The Israeli intelligence was enough for the Americans to accept the strike head of the event. ‘We showed them the smoking gun proving Hamas worked out of that building,’ a senior diplomatic source told the Jerusalem Post. ‘I understand they found the explanation satisfactory.’
You never would have heard about this in the western media though, because the reporting out of Gaza is not honest. Hamas tightly controls all press access and foreign media have the choice of reporting the news the way Hamas tells them to, or not being allowed into Gaza at all. Almost all of them choose the former.
Palestinians are forced to choose between the corrupt, ineffectual Fatah and the fanatical, genocidal Hamas. Of course, this is largely an academic debate. There is no real ‘choice’ – there has not been an election in 15 years. But there is another, more pressing issue than the depressing state of our current leadership: the refusal to recognise the reality that Israel and the Jews are here to stay.
Seventy-three years have passed since Israel was established. Egypt, Jordan, Morocco, Bahrain, Sudan, and the United Arab Emirates all understand that Israel is not a temporary stain on the map, but a permanent feature of the Middle East. Unfortunately many Arabs, including most Palestinians, still deny this obvious truth.
Obsessing over the Israeli-Palestinian issue has been a disaster for the Arab world: it has held back our development for generations and cost the Palestinian people dearly. Israel is still here – and isn’t going anywhere. The Arab world is large and there is plenty of room for all of us. We have been blessed with natural resources that could provide bountiful opportunities. Instead of focusing our wealth and talent on creating a better life for us, our leaders have spent decades fighting Israel. It is long past time for all Arabs to stop wasting resources trying to conquer a tiny country that we will never defeat. Only then will we have peace and prosperity.»
Hamas, not Israel, is to blame for the latest bloodshed, Bassem Eid na Spectator
Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (49) - É melhor ter um Almirante capaz do que um apparatchik incapaz, mas não chega
24/05/2021
Só com democracia e liberdade se combatem as irmandades do anti
«Os movimentos anti-qualquer coisa desenham os seus inimigos, bastam-se a si próprios e designam os que se devem abater. Dispensam em geral o pensamento e a reflexão, destinam-se a provocar reflexos condicionados, tropismos tribais e movimentos gregários espontâneos. Detectam os inimigos conforme as conveniências. Não têm doutrina. Ou antes, se têm doutrina, escondem-na. (...)
Verdade é que comunismo não se vence com o anticomunismo, da mesma espécie. Como é certo que o fascismo não se derrota com o antifascismo, uma sua variante. E o racismo não se resolve com o antiracismo, forma perversa de racismo. Para qualquer destes venenos, para qualquer destes espectros, a democracia e a liberdade são as melhores armas.»
Excerto de Anti, António Barreto
Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (86) - Em tempo de vírus (LXIII)
O Eng. Sócrates que há no Dr. Costa
O título do semanário de reverência é elucidativo: «Costa apresenta obras em rodovias como triunfo, após convencer Bruxelas de que Portugal não tem “estradas a mais”». Para o caso de haver dúvidas, saiba-se que, segundo o Avante da Sonae, «a linha Évora – Elvas foi anunciada como um investimento para mercadorias, mas está preparada para velocidades de 250 km/h e o Governo já admitiu que nela passará o TGV para Madrid.»
A luz no fundo do túnel pode ser o novo comboio a chegar
23/05/2021
Lost in translation (352) - A direita só voltará ao governo depois da camarada Mortágua terminar a obra do Costa, disse ele
Dr. Louçã quando não usava máscara |
O nosso web bot de AI com machine learning baseada numa Neural Network com acesso a servidores de Big Data que usamos para interpretar os discursos mais herméticos do tele-evangelismo gastou horas para traduzir o discurso do Dr. Louçã: «a direita só voltará ao governo depois da camarada Mortágua terminar a obra do Costa, acabar com o dinheiro dos outros e chamar a troika».
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: Portugueses no topo do mundo (40) - No ranking dos pedintes os portugueses são dos melhores entre os melhores
Fernando Campos Nunes surge logo em 3.º lugar com €76,6 milhões. António Mota em 4.º com €72,6 milhões. Mário Ferreira é 16.º e Maria Fernanda Amorim a 24.ª. No total, a lista é composta por sete portugueses, cinco polacos, três checos, três alemães e sete outras nacionalidades.
Com 2,3% da população e 1,5% do PIB da União Europeia, o Portugal dos Pequeninos tem 28% dos 25 maiores pedintes e um lugar no pódio. Somos os melhores entre os melhores pedintes. A confirmação que S. Ex.ª o presidente dos pedintes tem razão.
22/05/2021
Uma inspiração para ilegalizar o Chega? Já que estão com a mão na massa...
11-05 Rússia quer aprovar lei que impede oposicionistas de concorrer às legislativas
21-05 Advogadas juntam-se a Ana Gomes para pedir ilegalização do Chega
O czar Vladimiro quer ilegalizar as organizações «extremistas». A Pasionaria do Rato e as advogadas de causas querem ilegalizar o Chega por além de «fascista» ser uma «organização racista». E ninguém se lembrou de invocar a «resolução sobre sobre a importância da memória europeia para o futuro da Europa» do Parlamento Europeu que «Condena todas as manifestações e a propagação de ideologias totalitárias, tais como o nazismo e o estalinismo, na União», para pedir a ilegalização dos partidos comunistas e neocomunistas?
No Novo Império do Meio a propriedade privada é tolerada e a dos membros do partido é promovida. O que não é tolerado são as liberdades
Quando Chloé Zhao, a cineasta chinesa expatriada nos EUA, ganhou em Fevereiro o Globo de Ouro pelo mesmo Nomadland que lhe haveria de dar o Oscar três meses depois, os jornais oficiais controlados pelos apparatchiks do PCC saudaram-na e exaltaram-na como um orgulho para a China. Logo de seguida o zelotas esgravataram o seu passado e desenterraram uma afirmação sua que a China é «um lugar onde há mentiras por toda parte».
O resultado - esperado por quem não tenha ilusões sobre o jugo que o imperador Xi Jinping e o PCC exercem sobre o povo chinês - foi o desaparecimento do nome de Chloé Zhao dos mídia e das redes sociais e o cancelamento da distribuição do seu filme na China.
Nada de novo, apenas o habitual. O nome de Hao Haidong, o melhor marcador do futebol chinês que agora vive no estrangeiro, que disse o ano passado que o Partido Comunista «causou atrocidades horríveis contra a humanidade», foi de seguida completamente obliterado dos mídia e dos sites chineses.
21/05/2021
Dúvidas (307) - O que perguntaria um marciano ao ler sobre o ranking das escolas?
O que perguntaria um marciano acabado de chegar ao Portugal dos Pequeninos, sabendo no ano lectivo de 2019-2020 as escolas estiverem fechadas durante algum tempo e quase não houve ensino presencial, ao ler títulos de notícias sobre os resultados dos exames e sobre ranking das escolas nesse ano lectivo?
As médias subiram e as privadas melhoraram
Apenas um colégio e uma escola pública com média negativa
Primeiros 50 lugares são para privadas
Um quarto dos alunos do secundário tem mais de 18 valores a Educação Física
Um marciano poderia perguntar:
- Porque não adoptam o ensino à distância?
- Porque não inscrevem todos os alunos nas escolas privadas?
- O que falta para o vosso país ser um viveiro de atletas de alta competição?
Sendo meio marciano e sabendo coisas sobre o Portugal dos Pequeninos que um marciano acabado de chegar não saberia, como o facilitismo que infecta as políticas socialistas de educação, apesar de tudo faria a segunda pergunta.
A Intifada TikTok
«In Israel last month, a video on the social media platform TikTok encouraged users to film themselves assaulting Orthodox Jews. That video became a spark that ignited outrage across the country. A band of Jewish extremists, Lehava, organised a march in response. They clashed with Arab groups at Damascus Gate. In a situation that was already a tinderbox, things escalated from there.
Why did it happen? Why would any ordinary person get pleasure from assault? ‘There is a competition for likes and views,’ a 15-year-old victim told an Israeli news organisation. ‘A video of an Arab slapping an ultra-Orthodox man will get you both.’ A violent riot set off by teenage longing for likes. Welcome to the TikTokisation of global politics.
The genius of a social media algorithm is to find out what you like and give you more of it. YouTube brought videos. Facebook and Instagram brought photos. Twitter added argument and then soon ended up exerting a powerful hold over traditional media. But the big entrant in the past few years has been TikTok, which combines all of those elements in arguably the most addictive format yet.
The Chinese-owned social media platform has about 730 million users worldwide, of whom an estimated ten million are in Britain. To its fans, it’s a harmless stream of silliness. To critics, it’s an inferno of narcissistic rubbish. In just a few minutes, a user can watch everything from inspirational baking recipe videos and make-up tutorials to viral challenge clips — in the vein of the famous ice bucket challenge, which raised more than £150 million worldwide for motor neurone disease. But as the Israeli video shows, it’s not all so wholesome.
It’s not that violent clashes in Jerusalem are anything new. The difference today is that any one incident is far more likely to be filmed, uploaded and shared to millions within a matter of minutes. This has a radicalising effect, especially since clips can be edited to inflame passions. Last week, a video circulated of an Israeli car being stoned — then the driver ramming the crowd. The clip went viral in Gaza. At the same time, outrage in Israel was stoked by a film of a Jewish man being beaten up and ending up in hospital.
‘Everyone is calling it the TikTok intifada,’ Dr Tehilla Shwartz Altshuler, a senior fellow at the Israel Democracy Institute, said last month. ‘We are only seeing the tip of the iceberg.’ Her point was that TikTok videos are at least visible. The Jewish youth are more likely to use WhatsApp, which is private (and often impenetrable even to intelligence services), so it is harder to know what is being shared. But the trend is well understood: filming and sharing violent videos accelerates conflicts. And it’s never been easier to film or share.»
Excerto de TikTok intifada: the role of new media in old conflicts, James Ball na Spectator
20/05/2021
A Drª. Rochelle poderia ser um exemplo para a Dr.ª Graça, mas não é. Por causa delas e das circunstâncias
“If you are vaccinated, we are saying you are safe, you can take up your mask and you are not at risk of severe disease or hospitalization from Covid-19,” the C.D.C. director, Dr. Rochelle P. Walensky, said on “Fox News Sunday.” “If you are not vaccinated, you are not safe. Please go get vaccinated or continue to wear your mask.”» (NYT)
O que mostra o relatório do Tribunal de Contas sobre o Novo Banco. O ponto de vista arrasador de um outsider
Na minha perspectiva quais são as duas grandes tramas que este relatório bem mostrar? Primeiro, que toda esta operação do Novo Banco desde 2014 é uma operação que está suportada em pseudo trabalho técnico por parte de sociedades de advogados famosas de Lisboa que custaram muitos milhões, não é centenas, é muitos milhões de euros, ao BdP e a outras instituições e o que isto veio demonstrar é que todo esse tecnicismo afinal é amador e achista, ou seja não existe, esse tecnicismo não existe. Pagámos milhões por um tecnicismo que não existe.
Segundo, vem confirmar suspeitas que todos já tínhamos de que nada do que é feito desde 2014 é por ordem do banco central. A desculpa de que é o Eurosystem e de que é o banco central, esses malvados em Frankfurt, que mandam o BdP fazer é o contrário. O banco central simplesmente fecha os olhos, não quer saber, dada a pequeníssima dimensão que isto tem na Europa e permite ao regulador português fazer o que quiser. O banco central limita-se a proteger as costas do regulador português. E, portanto, a responsabilidade é inteiramente dos reguladores portugueses, não é do banco central, não é de Frankfurt, não é desses malvados que estão lá longe e isso leva-me à última consideração que é mais grave de todas
É que nada disto têm consequências, nem consequências técnicas nem regulatórias, nada aconteceu nos reguladores, aliás acresce aqui uma vertente gravíssima mas continuamos a escamotear, que é obviamente o BdP que tem neste momento um conflito de interesses monumental porque o governador do BdP é ele directamente visado neste relatório e ele próprio vem dizer, a instituição dele vem dizer, que o relatório é uma porcaria, não interessa. A última pessoa que pode falar disto é Mário Centeno, porque é obviamente visado neste relatório. Como é que Mário Centeno e o BdP vêm opinar sobre o relatório? Não há consequências técnico-regulatórias nenhumas e não há consequências políticas e quando digo consequências políticas não estou só a dizer que haja consequências em termos da natureza dos titulares de cargos políticos, quero dizer os eleitores não querem saber disto para nada, vão pagar, vão pagar muito por isto e não há consequências políticas.»
Nuno Garoupa, professor de Direito na Universidade George Mason, Washington, numa intervenção no programa "Pensamento Crítico" do Jornal Económico [transcrição por reconhecimento de voz]
19/05/2021
Pro memoria (411) – O choque com a realidade do carro eléctrico de Sócrates (VIII) - A tradição ainda é o que era
Em retrospectiva:
- Segundo os planos do governo socialista de José Sócrates, até 2020 existiriam 25 mil postos de carregamento e 180 mil veículos eléctricos;
- Em Agosto de 2020, segundo o Alternative Fuels Observatory existiam cerca de 1.750 postos de carregamento, o equivalente a 1/14 da visão socrática;
- No princípio de 2020, a CEO da EDP Comercial, Vera Pinto Pereira, disse que ambicionaria ter no final deste ano 300 postos de carregamento público e 750 pontos de carregamento privado.
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (194) - O modelo de gestão Jota
A TAP nem a lista verde britânica aproveita, Pedro Caetano vive em Londres e escreve sobre o modelo de gestão Jota, a propósito da TAP mas poderia ser sobre outra qualquer empresa do complexo político-empresarial socialista.
18/05/2021
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: A troika que saiu pela porta da frente pela mão do governo de Passos Coelho vai regressar pela porta das traseiras do Dr. Costa
«As recomendações para se avançar com as reformas foram sempre aparecendo no quadro do exercício do semestre europeu – como se pode ver aqui –, mas totalmente ignoradas. Qualquer tentativa de alerta servia para o Governo fazer as mais variadas declarações de intenções a quem protagonizava esses avisos. Durante praticamente os últimos cinco anos, o Governo permitiu-se usar uns truques para controlar as contas públicas e assim demonstrar que não eram necessárias reformas nenhumas porque se tinha conseguido um milagre. O primeiro excedente orçamental era um almoço grátis. (...)
Infelizmente para todos nós, a pandemia expôs o estado em que estava o Serviço Nacional de Saúde, da falta de recursos humanos e técnicos à desorganização. E a necessidade de suportar a economia basicamente através de empréstimos com garantia de Estado mostrou como as contas públicas estavam longe da correcção que poderiam já ter sido feita, se a política económica e financeira tivesse sido mais corajosa.
A reforma do Estado ficou por fazer, mesmo tendo todos a consciência de que é financeiramente impossível aguentar os compromissos subjacentes às regras de progressões nas carreiras – optou-se por ir atirando o problema para a frente. Nas pensões o PS foi resolvendo o problema acusando Pedro Passos Coelho de querer cortar pensões e dizendo que estava tudo bem. (...)
Mas agora temos de novo a promessa de reformas. Como já várias vezes se tinha alertado, uma das condições de acesso aos subsídios do Plano de Recuperação e Resiliência é cumprir as recomendações integradas no semestre europeu. (...)
Quando não resolvemos um problema ele apanha-nos sempre lá à frente ainda maior. Perdemos quase cinco anos, em que o Governo fingiu que não era preciso mudar nada, que bastavam umas cativações de dinheiro nas áreas que poucos identificavam, ao mesmo tempo que se alterava cirurgicamente as regras dos impostos para cobrar mais dinheiro, e o problema ficava resolvido. Não ficou, esteve debaixo do tapete. A pandemia levantou o tapete e expôs as fragilidades na Saúde. E agora, para recebermos os subsídios, temos de os pagar com as reformas que o Governo não quis fazer. E assim regressam as políticas e reformas defendidas pelos economistas que construíram o plano da troika. Vamos ver se é desta que há coragem política para de facto melhorar a nossa vida.»
O regresso da troika, Helena Garrido no Observador
17/05/2021
Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (48) - Estará o Sr. Almirante a ganhar tracção?
Ricardo Araújo Pereira passou cum laude o teste do algodão
Crónica da asfixia da sociedade civil pela Passarola de Costa (85) - Em tempo de vírus (LXII)
«Estamos preparados»
Isso garantia a ministra quando a pandemia ainda estava às portas. Os portugueses inquiridos pelo Eurofound consideraram que o SNS não estava nada preparado no Verão do ano passado e estava quase na mesma na Primavera deste ano.
Living, working and COVID-19 (ler um resumo aqui) |
16/05/2021
Teste do algodão: usará Ricardo Araújo Pereira com Luís Filipe Vieira o mesmo humor que usou com os palhaços que o precederam na comissão de inquérito do Novo Banco?
O Sr. Luis Filipe Vieira que foi o último a ser ouvido deu um espectáculo ainda mais deprimente dos que os seus antecessores, pela arrogância e a mentira descarada.
Sabendo-se que tem duas paixões, o PCP e o Benfica, RAP tem agora uma oportunidade de mostrar isenção e independência e não reincidir no humor de causas repetindo com o Sr. Vieira o número venerador e respeitoso que costuma fazer com o Sr. Jerónimo Sousa,
15/05/2021
Afinal, até talvez exista racismo em Portugal
Antes dos áctivistas começarem a trombetear por via das trombetas do jornalismo de causas que os portugueses estavam contaminados pelo rácismo, imaginava que o racismo como fenómeno social não tinha relevância em Portugal.
Concedo agora que estava enganado. Há dias uma "notícia" da Lusa (a Tass socialista) incluiu «o termo “Preta” no corpo do texto associado à deputada socialista» Romualda Fernandes. Ora como a deputada é de facto é preta, para mim tratava-se de um adjectivo supérfluo mas inofensivo.
Não foi assim que o jornalismo de causas, a comentadoria do regime e as forças vivas do situacionismo viram a coisa. Para eles tratou-se de um insulto e exigiram imediato apuramento de responsabilidades (creio que é assim que diz). Prontamente, um coro de indignados exigiu a demissão do jornalista que escreveu a peça, o editor de política da Lusa sentiu-se obrigado a demitir-se e a "notícia" vaporizou-se dos sites dos jornais que a tinha publicado.
Se todas essas almas consideraram que referir-se uma pessoa preta como "preta" é um insulto «absolutamente inqualificável» (PS ), isso só pode ser o resultado dessas almas considerarem inferior a condição de "preto", já que ninguém se indigna por chamarem "branco", ou mesmo "branquela" a uma criatura branca. E isso, sim, isso é racismo. E isso, sim, é um problema.
É possível reduzir alguns riscos, é possível optar entre alguns riscos, não é possível eliminar o risco
14/05/2021
Como atrasar irremediavelmente o plano de vacinação? Resposta: um dia de cada vez (47) - o Sr. Almirante melhora mas não descola
13/05/2021
ESTÓRIA E MORAL: Se o Sr. Eng. tivesse andasse a malhar na esposa durante o tempo em que andou a ser (alegadamente) corrompido, o crime de violência doméstica não teria sido considerado prescrito
Estória
Como é sabido, o acórdão do Tribunal Constitucional n.º 90/2019, (alegadamente) fabricado para limpar a folha dos amigos, postulou que a contagem da prescrição do crime de corrupção activa se inicia desde a promessa de corrupção, mesmo que os subornos se tenham sucedido ao longos dos anos. Assim, por exemplo, se o Sr. Dr. Salgado tivesse aliciado (alegadamente) o Sr. Eng. Sócrates em 2005 e transferido (alegadamente) para as suas contas bancárias desde então até 2010 uma tença mensal, nessa altura em 2010, o (alegado) crime de corrupção, a que era aplicável um prazo de prescrição de 5 anos, já teria prescrito e a folha do Sr. Eng. Sócrates estaria impecavelmente limpa.
Veja-se o que se aconteceria ao Sr. Eng. se, em vez deter sido (alegadamente) corrompido pelo Sr. Dr. Salgado, tivesse malhado na esposa durante esse tempo, de acordo com o Acórdão de 22 Fev. 2021 do Tribunal da Relação de Guimarães (Processo 344/19.8GAVNF.G1):
Caso haja continuidade há um único crime, caso não haja ocorrerão tantos crimes, quantas as intenções autónomas postas em prática. No caso dos autos, nos períodos de convivência, a postura do arguido em nada se alterou. O que está em causa é uma postura reiterada sempre que os arguidos estavam a viver em comum, nunca tendo havido mais de 6 meses de hiato, nos comportamentos agressivos por o arguido ter ido trabalhar para o estrangeiro. E, esse hiato ou espaço temporal apenas decorria de, nesse tempo não estarem juntos, por o arguido estar a trabalhar na Áustria. Assim, não é de autonomizar qualquer das condutas como crime autónomo, estando-se antes perante um crime habitual, reiterado ou de trato sucessivo. Nesta tipologia de crimes, o prazo prescricional do procedimento criminal só se inicia com a prática do último ato. Pata o crime de violência doméstica o prazo prescricional é de 10 anos. Tendo em conta que o último facto praticado pelo arguido ocorreu em 31 de Agosto de 2019, só a partir daí começou a correr o dito prazo prescricional de 10 anos, não existindo prescrição no caso dos autos.
Moral
Se puder escolher, deixe-se corromper durante toda a vida mas não bata no cônjuge durante muito tempo.
Quote of the day - A matter of degree, not kind
«The difference between repression of truth and a lie is a matter of degree, not kind. Untruth corrupts the soul and the state alike, and one form of corruption feeds the other.»
12 Rules For Life, Jordan Peterson
12/05/2021
CASE STUDY: Odemira, um exemplo de dissonância cognitiva no marketing socialista (2)
Na sequência do post anterior sobre este tema, cito o que escreveu ontem no Expresso Diário Miguel Júdice, um dos poucos comentadores políticos que ainda se pode considerar independente, desmentindo factualmente a narrativa do governo e da comentadoria oficial:
«a) O Ministro Cabrita mentiu (talvez por ter sido mal informado) quando afirmou que o Estado era o maior credor do resort Zmar;
b) O Ministro Cabrita voltou a mentir (desta vez só pode ser sua a ideia) quando afirmou que a requisição se justificava por motivos de saúde pública, quando afinal nenhum dos imigrantes ali colocados estava infetado ou sujeito a quarentena, pois todos podiam ir trabalhar;
c) Ao contrário do que eu na minha ingenuidade pensava, soube que não foi um “chefão” local quem impediu o advogado de entrar no Zmar para contactar os seus clientes, foi o Ministro Cabrita;
d) A entrada violenta no Zmar, às 4h da manhã do dia 6 de maio, ordenada pelo MAI, ocorreu quando o Ministério da Economia estava a negociar um protocolo e fora combinada a uma reunião de negociação para esse mesmo dia;
e) A decisão de colocar imigrantes no Zmar deveu-se a uma intenção, manifestamente propagandística, de mostrar que o Governo e Presidente da Câmara socialista se preocupavam com as condições sub-humanas de habitação dos imigrantes e estavam ativamente a resolver o problema;
f) Essa estratégia é óbvia e foi uma resposta à atenção dos media procurando sacudir água do capote alentejano e responsabilidades; se assim não fosse, teriam requisitado há anos esse resort e muitos outros, pois o problema de habitações sub-humanas infelizmente existe noutros pontos do país, com imigrantes sazonais, permanentes e os mais desfavorecidos de entre os cidadãos portugueses (somos o 2º país da União Europeia com maior percentagem de pessoas a viver em casas com más condições de habitabilidade);
g) Seja como for, a requisição civil era clara e inequivocamente apenas para resposta à Covid 19, pelo que foi usada em desvio de poder (como se diz em direito administrativo) e por isso é abusiva e ilegal;
h) Os imigrantes – segundo parece - foram bem recebidos no resort e bem tratados, sem qualquer reação focada contra eles;
i) Ninguém informou os imigrantes quando foram acordados para ser deslocados a meio da noite, ninguém lhes pediu a opinião, ninguém antecipou as consequências para eles em matéria de subsistência económica e descobriu-se rapidamente que não querem estar lá, a 15 kms do local de trabalho;
j) Apenas foram instaladas 24 pessoas no Zmar e mais de metade delas saíram quase de imediato, levados por empresários das estufas e pela Câmara Municipal;
k) Também na Pousada da Juventude sobraram quartos que chegavam para todos e, segundo me foi dito, pelo menos alguns deles nem sequer estavam em quarentena, quanto mais infetados, e foram trabalhar.»
O Estado Novo tinha uma Comissão de Censura Prévia, o Estado sucial do PS pretende uma comissão de censura a posteriori
Em Julho do ano passado o grupo parlamentar do PS apresentou um projecto de lei de aprovação da Carta de Direitos Fundamentais na Era Digital, que teve contributos e pareceres de diversas entidades. O projecto foi discutido e a Carta aprovada no 9 de Abril na sua versão final por todos os deputados, excepto os grupos parlamentares do PCP, PEV, Chega a Iniciativa Liberal. No dia 8 de Maio o decreto da AR foi promulgado sem hesitações por S. Ex.ª.
Nos 10 meses entre a apresentação pelo PS e a aprovação pelo parlamento devem contar-se pelos dedos as referências públicas à Carta: a pesquisa Google ["Carta de direitos Fundamentais na Era digital" site:pt 2/07/2020 – 9/04/2021] apresenta 12 referências e não são conhecidas discussões públicas do tema.
A Carta atribui à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) o poder de apreciar queixas contra entidades que pratiquem a «desinformação», definida como
«toda a narrativa comprovadamente falsa ou enganadora criada, apresentada e divulgada para obter vantagens económicas ou para enganar deliberadamente o público, e que seja suscetível de causar um prejuízo público, nomeadamente ameaça aos processos políticos democráticos, aos processos de elaboração de políticas públicas e a bens públicos.»A ERC, assim transformada numa espécie de Comissão de Censura a posteriori, aplicará o regime sancionatório da Lei n.º 53/2005, de 8 de Novembro que no seu artigo 67.º lhe permite «processar e punir a prática das contra-ordenações [que se regem] pelo disposto no regime do ilícito de mera ordenação social e, subsidiariamente, pelo disposto no Código de Processo Penal» [e] «ainda participar às autoridades competentes a prática de ilícitos penais».