Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
30/04/2012
SERVIÇO PÚBLICO: Indicadores da Zona Euro
No Wall Street Journal, oito indicadores dos países da Zona Euro: PIB 2011 e variação prevista para 2012; dívida pública em valor e em % do PIB; défice orçamental 2011 em valor e em % do PIB; défice/superavit primário em % do PIB; inflação nos últimos 12 meses; taxas de desemprego.
CASE STUDY: Elefantes brancos em Espanha (6)
Estação do TGV de Requena-Utiel |
[Da colectânea apócrifa «ESPAÑA PAIS DE MILLONARIOS» dos resultados (principalmente, mas não só) do socialismo ibérico em Espanha]
29/04/2012
A paz social pode estar em perigo
É o que dizem quase todas luminárias, e eu com elas. Diferentemente, a incapacidade de pagar a dívida não está em perigo, já é uma realidade – o Eurostat confirma o défice de 4,2% e a dívida pública de 107,8% do PIB em 2011, depois da engenharia financeira da transferência do fundo de pensões da banca.
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DIÁRIO DE BORDO: «Arre, que o Portugal que se vê é só isto!»
Fernando Pessoa - uma quase-autobiografia |
Talvez devido à minha ignorância, esperaria que a Casa Fernando Pessoa promovesse, publicitasse, patrocinasse, sei lá, tivesse uma iniciativa qualquer, a propósito de uma biografia de 700 páginas, laboriosamente escrita durante 8 anos pelo pessoano amador José Paulo Cavalcanti Filho, que com muitíssimo trabalho de investigação escavou a vida de Pessoa, aparentemente mais do que qualquer outra até aqui. Devo estar enganado, porque além de hospedar a apresentação do livro pelo autor no passado dia 26, nada parece ter sido feito.
A defesa dos centros de decisão nacional (8) – soberania e dívida não rimam
[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7)]
«A comissão executiva da REN, liderada por Rui Cartaxo, atribuiu, na passada quinta-feira, este pelouro a Shan Shewu, ex-quadro da State Grid que passou a integrar o ‘staff' da REN. A decisão, segundo o Diário Económico apurou, está a gerar mal-estar dentro e fora da empresa pela sensibilidade da matéria, relacionada com a soberania do planeamento energético.»
Primeiro estranha-se, depois entranha-se. O mais difícil foi alienar a soberania política ao eixo Paris-Bruxelas-Berlim. Temos estado a trabalhar para isso há décadas, mas sem o grande impulso socrático não chegaríamos lá tão cedo.
Já que chegámos onde chegámos, porque não alienar a soberania do planeamento energético a Pequim?
«A comissão executiva da REN, liderada por Rui Cartaxo, atribuiu, na passada quinta-feira, este pelouro a Shan Shewu, ex-quadro da State Grid que passou a integrar o ‘staff' da REN. A decisão, segundo o Diário Económico apurou, está a gerar mal-estar dentro e fora da empresa pela sensibilidade da matéria, relacionada com a soberania do planeamento energético.»
Primeiro estranha-se, depois entranha-se. O mais difícil foi alienar a soberania política ao eixo Paris-Bruxelas-Berlim. Temos estado a trabalhar para isso há décadas, mas sem o grande impulso socrático não chegaríamos lá tão cedo.
Já que chegámos onde chegámos, porque não alienar a soberania do planeamento energético a Pequim?
28/04/2012
Lost in translation (141) – PS quer que quem paga as prestações da sua casa pague também as dos outros
«PS quer fundo para apoiar quem não consiga pagar prestações da casa.»
Esse fundo … «não será financiado pelo Estado.» Fico mais descansado. Pois claro que não, esse fundo será financiado pelos mesmos sujeitos passivos.
Esse fundo … «não será financiado pelo Estado.» Fico mais descansado. Pois claro que não, esse fundo será financiado pelos mesmos sujeitos passivos.
A metalúrgica do regime afunda-se com ele (6)
Actualização de (1), (2), (3), (4) e (5)
De estrela da economia socrática levada ao colo pelo jornalismo promocional, a Martifer foi-se afundando e nem o acolhimento pela Mota-Engil em 2007 a salvou de ir fechando aos poucos as suas unidades (ver retrospectiva nos posts anteriores).
Agora está a ser a vez da Martifer Solar vender centrais fotovoltaicas em desenvolvimento no Algarve e na região de Lisboa.
De estrela da economia socrática levada ao colo pelo jornalismo promocional, a Martifer foi-se afundando e nem o acolhimento pela Mota-Engil em 2007 a salvou de ir fechando aos poucos as suas unidades (ver retrospectiva nos posts anteriores).
Agora está a ser a vez da Martifer Solar vender centrais fotovoltaicas em desenvolvimento no Algarve e na região de Lisboa.
Devemos ficar preocupados? (2)
«Constâncio acredita num regresso aos mercados em 2013.»
Esta fé surge-lhe 3 semanas depois de ter admitido a necessidade de um novo resgate e uma dúzia de anos depois de ter garantido que a importância da balança de pagamentos para Portugal após a adopção do Euro seria parecida com a do Mississipi.
Receio que não sejam só os espanhóis que devem ficar preocupados com as competências preditivas do ex-ministro anexo. Ó Impertinente, tens a certeza que isso é mesmo o princípio do princípio?
Esta fé surge-lhe 3 semanas depois de ter admitido a necessidade de um novo resgate e uma dúzia de anos depois de ter garantido que a importância da balança de pagamentos para Portugal após a adopção do Euro seria parecida com a do Mississipi.
Receio que não sejam só os espanhóis que devem ficar preocupados com as competências preditivas do ex-ministro anexo. Ó Impertinente, tens a certeza que isso é mesmo o princípio do princípio?
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27/04/2012
Engenheiros e técnicos? E licenciados em sociologia, artes performativas ou ciências da educação não precisam? (2)
A Nokia Siemens Networks tem actualmente 1.500 técnicos e espera duplicar esse número com a criação de um Global Delivery Center onde investirá 90 milhões de euros (devidamente incentivados pelo Álvaro com o nosso dinheirinho, que ninguém cá enterra nada só pelos nossos bonitos olhos) onde «disponibilizará ferramentas, processos e recursos altamente qualificados para gerir remotamente redes de banda larga móveis para operadores em todo o mundo».
A Nokia junta-se aos belgas que também não precisam das nossas legiões de licenciados em sociologia, artes performativas ou ciências da educação. Como é que se ocupam estes jovens? Só se for nos happenings dos occupy qualquer coisa.
A Nokia junta-se aos belgas que também não precisam das nossas legiões de licenciados em sociologia, artes performativas ou ciências da educação. Como é que se ocupam estes jovens? Só se for nos happenings dos occupy qualquer coisa.
SERVIÇO PÚBLICO: A justiça em Portugal não é cega, mas é coxa (5) [e surda]
[Sequela de (1), (2), (3) e (4)]
Num país onde a justiça funcionasse e a sua máquina não estivesse infiltrada pelas redes maçónicas e partidárias, o que se passou ontem no tribunal do Barreiro obrigaria a reabrir a investigação e constituir como arguido o ausente em Paris.
Nicholhas Lamb, antigo director da Benoy Architects, ouvido em videoconferência, fez declarações altamente comprometedoras para José Sócrates, então ministro do Ambiente, entre as quais esta pérola:
Num país onde a justiça funcionasse e a sua máquina não estivesse infiltrada pelas redes maçónicas e partidárias, o que se passou ontem no tribunal do Barreiro obrigaria a reabrir a investigação e constituir como arguido o ausente em Paris.
Nicholhas Lamb, antigo director da Benoy Architects, ouvido em videoconferência, fez declarações altamente comprometedoras para José Sócrates, então ministro do Ambiente, entre as quais esta pérola:
«O que o ministro disse foi que o problema não era a Benoy, mas a equipa de arquitetos. Eram os arquitetos errados e apoiavam o partido errado».
26/04/2012
DIÁRIO DE BORDO: Os donos do 25 de Abril querem nomear os representantes do povo
Durante a «verdadeira» comemoração do 25 de Abril, o coronel Vasco Lourenço acusou os eleitos de já não representarem a sociedade portuguesa, com a autoridade de quem nunca se submeteu a uma eleição e que lhe advém de ser um dos representantes da corporação de oficiais que depois de décadas de convivência amigável com o fascismo se zangaram com o regime, montaram um golpe militar, se deixaram instrumentalizar pelos comunistas e pelos esquerdistas de todas as tendências, e só foram desmontados do cavalo do poder, no dizer pitoresco do coronel do Campo Pequeno, e da tutela do regime, depois dos 8 longos anos desde 25-04-1974 até 30-09-1982.
Reavivando as memórias, recorde-se que as reivindicações da corporação na origem do golpe militar residiam no descontentamento entre os oficiais do quadro por estarem a ser promovidos a capitães oficiais milicianos na segunda vez que eram mobilizados para fazer o trabalho que os profissionais da Academia Militar não faziam. Recorde-se serem incorporados compulsivamente todos os soldados e serem milicianos a esmagadoras maioria dos sargentos e oficiais subalternos que no mato faziam a guerra. Não havia praticamente um comandante de pelotão que não fosse alferes miliciano. Contem-se as baixas e vejam-se quantos oficiais do quadro foram abatidos em combate.
Recorde-se ainda que a essa corporação de oficiais representada pelo coronel Vasco Lourenço se deve creditar o abandono das ex-colónias e a sua entrega ao comunismo tribalista que esteve na origem de guerras civis em Angola e Moçambique que se prolongarem por 3 décadas e fizeram muito mais vítimas do que a guerra colonial.
Declaração de interesse: depois de 39 meses a «servir a pátria» na retaguarda (fui um dos primeiros classificados do COM e a mobilização começava pelos últimos) estava na calha para ser mobilizado como capitão para uma das colónias. Fui salvo pelo gongo do 25 de Abril.
Reavivando as memórias, recorde-se que as reivindicações da corporação na origem do golpe militar residiam no descontentamento entre os oficiais do quadro por estarem a ser promovidos a capitães oficiais milicianos na segunda vez que eram mobilizados para fazer o trabalho que os profissionais da Academia Militar não faziam. Recorde-se serem incorporados compulsivamente todos os soldados e serem milicianos a esmagadoras maioria dos sargentos e oficiais subalternos que no mato faziam a guerra. Não havia praticamente um comandante de pelotão que não fosse alferes miliciano. Contem-se as baixas e vejam-se quantos oficiais do quadro foram abatidos em combate.
Recorde-se ainda que a essa corporação de oficiais representada pelo coronel Vasco Lourenço se deve creditar o abandono das ex-colónias e a sua entrega ao comunismo tribalista que esteve na origem de guerras civis em Angola e Moçambique que se prolongarem por 3 décadas e fizeram muito mais vítimas do que a guerra colonial.
Declaração de interesse: depois de 39 meses a «servir a pátria» na retaguarda (fui um dos primeiros classificados do COM e a mobilização começava pelos últimos) estava na calha para ser mobilizado como capitão para uma das colónias. Fui salvo pelo gongo do 25 de Abril.
BREIQUINGUE NIUZ: Portugal precisará de reestruturar a dívida, garante uma agência amiga
«Para pagar os juros, para pagar e reduzir a dívida, Portugal não pode crescer a taxas baixas, tem de crescer a taxas relativamente elevadas e, portanto, tem de procurar crescimento na ordem dos 4 a 5% para conseguir definitivamente dar a volta à situação», disse José Poças Esteves na apresentação do relatório trimestral da SaeR.
Parafraseando Alfred Kahn, assessor do presidente Carter repreendido por ter previsto em 1978 uma depressão, é como se a SaeR tivesse dito «we're in danger of having a banana soon».
A SaeR deve ser, pois, o que os detractores das agências de notação chamariam uma agência amiga. A diferença entre amigas e inimigas é que estas vão direitas ao assunto.
Parafraseando Alfred Kahn, assessor do presidente Carter repreendido por ter previsto em 1978 uma depressão, é como se a SaeR tivesse dito «we're in danger of having a banana soon».
A SaeR deve ser, pois, o que os detractores das agências de notação chamariam uma agência amiga. A diferença entre amigas e inimigas é que estas vão direitas ao assunto.
25/04/2012
DIÁRIO DE BORDO: Precisamos de um novo 25 de Abril?
«“Precisamos de um novo 25 de Abril?” Não pude acreditar. Temos uma democracia e perguntam se precisamos de um golpe de Estado? Terei chegado por engano à Guiné?»
Reflexões de João Carlos Espada no Público (citado pelo Blasfémias), ao chegar à Portela vindo do Brasil.
[Por falar nisso, acabo de receber um email do Petição Pública a anunciar uma nova petição: «Precisamos de outro 25 de Abril?» O número de subscritores será um índice do grau de insanidade esquerdizante do país.]
Reflexões de João Carlos Espada no Público (citado pelo Blasfémias), ao chegar à Portela vindo do Brasil.
[Por falar nisso, acabo de receber um email do Petição Pública a anunciar uma nova petição: «Precisamos de outro 25 de Abril?» O número de subscritores será um índice do grau de insanidade esquerdizante do país.]
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Lost in translation (140) – Um endividamento «colossal» e 3 intervenções do FMI, queria ele dizer
«O 25 de Abril dos nossos dias está também em mostrar ao mundo o muito de positivo que o país tem e o respeito que merecemos das outras nações», perorou Cavaco Silva esta manhã no parlamento.
Na cabeça desta gente medíocre que tem governado o país com os resultados conhecidos e a entrega da soberania à troika é indispensável louvaminhar a mediocridade para branquear as suas responsabilidades.
Na cabeça desta gente medíocre que tem governado o país com os resultados conhecidos e a entrega da soberania à troika é indispensável louvaminhar a mediocridade para branquear as suas responsabilidades.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: «A lusofonia é uma espécie de colonialismo de esquerda»
«A noção de lusofonia corresponde em Portugal, historicamente, a uma espécie de colonialismo de esquerda, à ideia de que, desaparecido o império colonial português, seria possível manter um seu substituto espiritual.
A ideia de lusofonia é geralmente usada em Portugal como uma espécie de cartaz daquilo a que se poderia chamar o excepcionalismo português, a ideia de que os portugueses são diferentes de todos os outros. A ideia de excepcionalismo português é usada para encontrar justificações políticas para toda uma série de acções.
… É como que a versão de esquerda de uma causa que nos anos 40 era defendida com a ajuda de palavras como “fé”, “império” ou “religião”. Hoje já não se fala de fé, nem de império ou religião, mas fala-se de lusofonia. Com motivações muito parecidas. Felizmente, os meios para pôr em prática esta agenda são escassos. E mais: muitas das pessoas que são contra o acordo são a favor da noção de lusofonia. Acham é que é possível defender a língua doutra maneira. Simpatizando embora com a hostilidade destas pessoas face ao AO, entendo ser um mal-entendido deplorável invocarem a lusofonia, a cultura comum, etc.
Se um angolano for cleptocrata, só porque fala português é menos cleptocrata. E se um timorense for mártir, só porque fala português é mais mártir. Ora não é nem menos cleptocrata nem mais mártir. Falar português não acrescenta nem tira nada. Recorremos a esta noção para pensarmos que somos especiais. A ideia de imaginar que um país é especial por causa da língua é tão nefasta como imaginar que se é especial por motivo da raça ou da cor da pele, ou dos sapatos que calçamos, ou do penteado.»
Miguel Tamen
A ideia de lusofonia é geralmente usada em Portugal como uma espécie de cartaz daquilo a que se poderia chamar o excepcionalismo português, a ideia de que os portugueses são diferentes de todos os outros. A ideia de excepcionalismo português é usada para encontrar justificações políticas para toda uma série de acções.
… É como que a versão de esquerda de uma causa que nos anos 40 era defendida com a ajuda de palavras como “fé”, “império” ou “religião”. Hoje já não se fala de fé, nem de império ou religião, mas fala-se de lusofonia. Com motivações muito parecidas. Felizmente, os meios para pôr em prática esta agenda são escassos. E mais: muitas das pessoas que são contra o acordo são a favor da noção de lusofonia. Acham é que é possível defender a língua doutra maneira. Simpatizando embora com a hostilidade destas pessoas face ao AO, entendo ser um mal-entendido deplorável invocarem a lusofonia, a cultura comum, etc.
Se um angolano for cleptocrata, só porque fala português é menos cleptocrata. E se um timorense for mártir, só porque fala português é mais mártir. Ora não é nem menos cleptocrata nem mais mártir. Falar português não acrescenta nem tira nada. Recorremos a esta noção para pensarmos que somos especiais. A ideia de imaginar que um país é especial por causa da língua é tão nefasta como imaginar que se é especial por motivo da raça ou da cor da pele, ou dos sapatos que calçamos, ou do penteado.»
Miguel Tamen
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24/04/2012
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (57) – «passava o dinheiro para o PS»
«Fomos colegas no Instituto Superior Técnico. Houve um jantar de curso e nesse jantar o Cravinho (*) a certa altura chama-me de parte e diz: “Tens algum tempo livre?”. E eu disse: “Tenho, mas porquê?”; “Eu precisava de ti para uma empresa”; “Que empresa?”; “Agora não interessa, a gente daqui a uns tempos fala”. Passado uns tempos chamou-me e disse-me: “Eu quero que vás para a Junta Autónoma das Estradas, mas não digas a ninguém que o gajo que lá está [Maranha das Neves] nem sonha”. O Cravinho deu-me os 10 mandamentos do que eu precisava de fazer na Junta, limpar a casa, obras que era preciso fazer, etc. Entretanto, comecei a conhecer a casa, dei a volta ao país todo e um dia disse-lhe: “Há aqui uma série de coisas que é preciso fazer e há 11 fulanos que é preciso pôr na rua”. Ele retorceu-se, chamou-me daí a dois dias, disse que era muito complicado. O problema é que era através de uma das pessoas que eu queria pôr na rua que passava o dinheiro para o PS.»
Garcia dos Santos ao ionline
(*) João Cravinho, ministro do 1.º governo Guterres na época a que Garcia dos Santos se refere, talvez moído pelo remorso, apresentou ao parlamento mais tarde, em 2006, um pacote de medidas anti-corrupção, incluindo a criminalização do enriquecimento ilícito. A proposta não chegou a ser votada e Cravinho abandonou o parlamento e foi premiado com um lugar em Londres no Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento.
Garcia dos Santos ao ionline
(*) João Cravinho, ministro do 1.º governo Guterres na época a que Garcia dos Santos se refere, talvez moído pelo remorso, apresentou ao parlamento mais tarde, em 2006, um pacote de medidas anti-corrupção, incluindo a criminalização do enriquecimento ilícito. A proposta não chegou a ser votada e Cravinho abandonou o parlamento e foi premiado com um lugar em Londres no Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento.
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A democracia dos proprietários do 25 de Abril não é para todos
À primeira vista parece um paradoxo.
Um coronel, em nome de uma associação de militares, cuja maioria há 3 décadas preconizou uma «democracia» terceiro-mundista tutelada pela tropa, sentenciou que «a linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril» e por isso a tropa não iria comparecer às comemorações oficiais.
Mário Soares e Manuel Alegre há 3 décadas opuseram-se com sucesso à tropa que pretendia perpetuar a tutela. Mais recentemente foram cúmplices pelas palavras e pelo silêncio com as políticas que ao arruinaram do país lhe fizeram perder a soberania para a troika governar em nome do eixo Paris-Bruxelas-Berlim. Agora, solidarizaram-se com a tropa decretando que o «governo não está em linha com os ideais do 25 de Abril», governo que como se sabe saiu de eleições livres.
À segunda vista, tudo faz sentido. Uns e outros consideram-se proprietários do 25 de Abril. São os novos situacionistas.
Um coronel, em nome de uma associação de militares, cuja maioria há 3 décadas preconizou uma «democracia» terceiro-mundista tutelada pela tropa, sentenciou que «a linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril» e por isso a tropa não iria comparecer às comemorações oficiais.
Mário Soares e Manuel Alegre há 3 décadas opuseram-se com sucesso à tropa que pretendia perpetuar a tutela. Mais recentemente foram cúmplices pelas palavras e pelo silêncio com as políticas que ao arruinaram do país lhe fizeram perder a soberania para a troika governar em nome do eixo Paris-Bruxelas-Berlim. Agora, solidarizaram-se com a tropa decretando que o «governo não está em linha com os ideais do 25 de Abril», governo que como se sabe saiu de eleições livres.
À segunda vista, tudo faz sentido. Uns e outros consideram-se proprietários do 25 de Abril. São os novos situacionistas.
CASE STUDY: Elefantes brancos em Espanha (5)
Palácios de Congressos e das Artes de Oviedo |
Um projecto de Calatrava com um custo total excedendo 140 milhões, adjudicado sem concurso. Considerado um «destroço urbano». Este enterro também não é do socialismo ibérico – é do Partido Popular. Mais informação aqui.
[Da colectânea apócrifa «ESPAÑA PAIS DE MILLONARIOS» dos resultados (principalmente, mas não só) do socialismo ibérico em Espanha]
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23/04/2012
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: O dilema da esquerdalhada
«Apesar dos protestos, a extrema-esquerda sabe que o que sempre defendeu está a acontecer: a falência de um modo de vida que tem criticado ao longo dos últimos anos. Há nisto uma forte ironia que se traduz num círculo demasiado vicioso: o protesto contra um modo de vida que permitia à extrema-esquerda ser o que é, e que uma vez em causa a obriga a lutar para tudo volte ao que era, ao que nunca quis.»
«No Fio da Navalha», post de André Abrantes Amaral no Insurgente
«No Fio da Navalha», post de André Abrantes Amaral no Insurgente
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O dinheiro dos credores esgotou-se primeiro do que a capacidade da Portela
«A manterem-se as taxas de crescimento actuais, entre 2003 e 2007 esgota-se a capacidade do actual aeroporto. É evidente que é possível, com alguns investimentos complementares, aumentar a vida útil deste aeroporto por mais dois ou três anos. Eu diria que, em 2007 ou 2008, a capacidade do actual aeroporto estará esgotada.» (Guilhermino Rodrigues, secretário de estado dos Transportes, 29-05-1998)
«O aeroporto da Portela deverá começar a enfrentar dificuldades a partir de 2020, altura em que possivelmente ultrapassará os 18 milhões de passageiros para os quais ficou dimensionado com o plano de expansão da infra-estrutura.» (Negócios, 18-04-2010)
«O aeroporto da Portela deverá começar a enfrentar dificuldades a partir de 2020, altura em que possivelmente ultrapassará os 18 milhões de passageiros para os quais ficou dimensionado com o plano de expansão da infra-estrutura.» (Negócios, 18-04-2010)
22/04/2012
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Afastemos do ministério da Inducação e das escolas os netos de Rousseau
A ESCOLA PÚBLICA
Acabamos sempre por voltar ao local do crime. Em 1977, terminei uma tese sobre a escola durante os primeiros anos do salazarismo. Como me aconselhou o prof. Sedas Nunes, deveria prosseguir o trabalho nesta disciplina. Por várias razões, decidi seguir outro rumo, o que não me impediu de, em diversas ocasiões, ter escrito sobre os problemas do ensino. Em abril de 1974, imaginei que, através de uma boa rede de escolas públicas, Portugal poderia eliminar as desigualdades que, desde a infância, me haviam escandalizado. Até fiz um documentário, "Nados e Criados Desiguais". Depois, fui-me apercebendo de que o sonho não era tão fácil de concretizar quanto pensara.
Tem-se falado muito nos gastos disparatados com a reconstrução de alguns liceus. Quando me sentei ao computador estava determinada a escrever sobre este tópico, mas, a meio, a minha bússola intelectual obrigou-me a mudar de rumo, levando-me a fazer uma revisão da matéria. Eis, em dez pontos, aquilo em que acredito.
1 - Não são tanto os edifícios que contam no sucesso escolar, mas os professores. Precisamos de ter, nas nossas escolas, indivíduos bem preparados, bem re-munerados e sobretudo acarinhados pela comunidade.
2 - O envio de papelada para cima dos professores, que faz as delícias dos funcionários do Ministério, deve terminar, a fim de que aqueles possam ensinar em paz.
3 - Se a cultura pseudoprogressista transmitida nos cursos de Ciências de Educação continuar dominante, estaremos a formar indivíduos incapazes não só de ganhar o seu sustento mas de ter um mínimo de cultura geral.
4 - Muito do que se passa na sala de aula depende das expectativas dos docentes. Se estes olharem os filhos dos pobres como candidatos a empregos subalternos nunca deles exigirão o suficiente para que possam sair do círculo de pobreza onde estão encerrados.
5 - Nos últimos trinta anos, sacrificámos a qualidade à quantidade, do que resultou uma redução no nível de exigência dos exames. Os "netos de Rousseau" devem ser afastados, logo que possível, do GAVE (gabinete que prepara os exames).
6 - Apesar de poderem ser um veículo de mobilidade social, as escolas têm como missão central transmitir o saber, pelo que não devem ser pensadas como uma máquina de engenharia social.
7 - À ex-secretária de Estado Ana Benavente deve ser interditada a aproximação de qualquer escola pública.
8 - A melhor forma de ajudar os filhos dos pobres é através da elaboração de bons programas, que os ensinem a ler, a pensar e a saber exprimir-se.
9 - As crianças não são naturalmente boas. Carecem, assim, por parte dos pais e dos professores, da imposição de uma certa disciplina. A concessão de demasiada liberdade leva-as a tornaram-se tiranetes.
10 - Podemos ter igualdade de resultados ou igualdade de oportunidades: não as duas. A primeira, defendida pelos esquerdistas, leva a que às crianças dotadas, provenientes de meios socialmente desfavorecidos, não lhes seja exigido tudo aquilo que podem dar. A coberto de uma ideologia bondosa está a cometer-se um crime.
Maria Filomena Mónica, no Expresso (em uma das 2 ou 3 peças em centenas de páginas que valem os 3 euros que custa o semanário oficial do socialismo lusitano, como escreveu o Pertinente)
Acabamos sempre por voltar ao local do crime. Em 1977, terminei uma tese sobre a escola durante os primeiros anos do salazarismo. Como me aconselhou o prof. Sedas Nunes, deveria prosseguir o trabalho nesta disciplina. Por várias razões, decidi seguir outro rumo, o que não me impediu de, em diversas ocasiões, ter escrito sobre os problemas do ensino. Em abril de 1974, imaginei que, através de uma boa rede de escolas públicas, Portugal poderia eliminar as desigualdades que, desde a infância, me haviam escandalizado. Até fiz um documentário, "Nados e Criados Desiguais". Depois, fui-me apercebendo de que o sonho não era tão fácil de concretizar quanto pensara.
Tem-se falado muito nos gastos disparatados com a reconstrução de alguns liceus. Quando me sentei ao computador estava determinada a escrever sobre este tópico, mas, a meio, a minha bússola intelectual obrigou-me a mudar de rumo, levando-me a fazer uma revisão da matéria. Eis, em dez pontos, aquilo em que acredito.
1 - Não são tanto os edifícios que contam no sucesso escolar, mas os professores. Precisamos de ter, nas nossas escolas, indivíduos bem preparados, bem re-munerados e sobretudo acarinhados pela comunidade.
2 - O envio de papelada para cima dos professores, que faz as delícias dos funcionários do Ministério, deve terminar, a fim de que aqueles possam ensinar em paz.
3 - Se a cultura pseudoprogressista transmitida nos cursos de Ciências de Educação continuar dominante, estaremos a formar indivíduos incapazes não só de ganhar o seu sustento mas de ter um mínimo de cultura geral.
4 - Muito do que se passa na sala de aula depende das expectativas dos docentes. Se estes olharem os filhos dos pobres como candidatos a empregos subalternos nunca deles exigirão o suficiente para que possam sair do círculo de pobreza onde estão encerrados.
5 - Nos últimos trinta anos, sacrificámos a qualidade à quantidade, do que resultou uma redução no nível de exigência dos exames. Os "netos de Rousseau" devem ser afastados, logo que possível, do GAVE (gabinete que prepara os exames).
6 - Apesar de poderem ser um veículo de mobilidade social, as escolas têm como missão central transmitir o saber, pelo que não devem ser pensadas como uma máquina de engenharia social.
7 - À ex-secretária de Estado Ana Benavente deve ser interditada a aproximação de qualquer escola pública.
8 - A melhor forma de ajudar os filhos dos pobres é através da elaboração de bons programas, que os ensinem a ler, a pensar e a saber exprimir-se.
9 - As crianças não são naturalmente boas. Carecem, assim, por parte dos pais e dos professores, da imposição de uma certa disciplina. A concessão de demasiada liberdade leva-as a tornaram-se tiranetes.
10 - Podemos ter igualdade de resultados ou igualdade de oportunidades: não as duas. A primeira, defendida pelos esquerdistas, leva a que às crianças dotadas, provenientes de meios socialmente desfavorecidos, não lhes seja exigido tudo aquilo que podem dar. A coberto de uma ideologia bondosa está a cometer-se um crime.
Maria Filomena Mónica, no Expresso (em uma das 2 ou 3 peças em centenas de páginas que valem os 3 euros que custa o semanário oficial do socialismo lusitano, como escreveu o Pertinente)
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21/04/2012
Portucale, o Freeport do CDS?
Os factos conhecidos são esmagadores. Abel Pinheiro era o tesoureiro do CDS e líder da Grão-Pará; o CDS, como o PSD ou o PS, vive em estado permanente de necessidade financeira; a Grão-Pará estava a negociar a dívida de 40 milhões com o BES; o BES, os banqueiros do regime, estava há 14 anos à espera da aprovação de um projecto turístico.
Nos 2 últimos meses do governo PSD-CDS o projecto Portucale é desbloqueado pela aprovação excepcional do abate de sobreiros por despacho dos ministros Nobre Guedes, Telmo Correia e Costa Neves (do CDS os dois primeiros e do PSD o terceiro); no dia seguinte ao despacho os sobreiros foram abatidos; o despacho foi abatido pelo governo PS logo que este tomou posse.
No final de 2004, foram feitos 105 depósitos em dinheiro por funcionários do CDS nas contas do partido no total de um milhão de euros, a título de donativo, com nomes inexistentes. Iniciou-se um inquérito e foram autorizadas escutas a Abel Pinheiro. Nessas escutas, Abel Pinheiro em conversas com gente do BES, disse coisas como Telmo Correia «assina qualquer merda» e «nós metemos nas mãos da sua gente mais de 400 milhões de euros nas últimas três semanas».
Ao fim de 12 anos de investigações e julgamento, os 11 arguidos do processo Portucale foram todos absolvidos.
O caso Portucale cruzou-se em vários momentos com o dos submarinos que se prepara para ter o mesmo desfecho. O caso dos submarinos já deu em prisão do ex-ministro da Defesa, Akis Tsochatzpoulos, acusado de corrupção com base em investigações das autoridades alemãs que chamaram a conclusões semelhantes no caso português. Em matéria de justiça o défice português pode ser maior do que o grego.
Nos 2 últimos meses do governo PSD-CDS o projecto Portucale é desbloqueado pela aprovação excepcional do abate de sobreiros por despacho dos ministros Nobre Guedes, Telmo Correia e Costa Neves (do CDS os dois primeiros e do PSD o terceiro); no dia seguinte ao despacho os sobreiros foram abatidos; o despacho foi abatido pelo governo PS logo que este tomou posse.
No final de 2004, foram feitos 105 depósitos em dinheiro por funcionários do CDS nas contas do partido no total de um milhão de euros, a título de donativo, com nomes inexistentes. Iniciou-se um inquérito e foram autorizadas escutas a Abel Pinheiro. Nessas escutas, Abel Pinheiro em conversas com gente do BES, disse coisas como Telmo Correia «assina qualquer merda» e «nós metemos nas mãos da sua gente mais de 400 milhões de euros nas últimas três semanas».
Ao fim de 12 anos de investigações e julgamento, os 11 arguidos do processo Portucale foram todos absolvidos.
O caso Portucale cruzou-se em vários momentos com o dos submarinos que se prepara para ter o mesmo desfecho. O caso dos submarinos já deu em prisão do ex-ministro da Defesa, Akis Tsochatzpoulos, acusado de corrupção com base em investigações das autoridades alemãs que chamaram a conclusões semelhantes no caso português. Em matéria de justiça o défice português pode ser maior do que o grego.
CASE STUDY: Elefantes brancos em Espanha (4)
Santiago de Compostela – Cidade da Cultura |
Santiago de Compostela – Cidade da Cultura, um projecto de Peter Eisenman; 400 milhões enterrados em 150.000 m2, com apenas um terço aberto ao público, no monte Gaiás n com custos anuais de manutenção de 1,6 milhões. Este enterro não é do socialismo ibérico – é do Partido Popular galego. Mais informação aqui e aqui.
[Da colectânea apócrifa «ESPAÑA PAIS DE MILLONARIOS» dos resultados (principalmente) do socialismo ibérico em Espanha]
20/04/2012
Bons conselhos
«Querem boa comunicação? Então não falem. Pois quando falarem, então sim, o País parará para vos ouvir e dar-vos-á atenção.»
(Conselho de Ricardo Arroja no Insurgente)
Assino por baixo
(Conselho de Ricardo Arroja no Insurgente)
Assino por baixo
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Conversa fiada
Círculo vicioso
O Estado vai injectar dinheiro no BCP e no BPI para cumprirem o rácio core tier one («quociente entre o conjunto de fundos próprios designado de “core” e as posições ponderadas em função do seu risco») mínimo imposto pela EBA.
E para onde vai esse dinheiro? Ora para financiar a economia, sobretudo as PME exportadoras carentes de capital, pois claro. Certo? Talvez não, porque isso iria aumentar as «posições ponderadas em função do seu risco», risco que no caso das PME exportadoras carentes de capital é elevado. Ao aumentar as «posições ponderadas» iria acrescentar a necessidade de mais fundos próprios.
Então o que vai acontecer? Há quem diga que os «bancos vão aplicar dinheiro do apoio estatal em dívida pública».
E para onde vai esse dinheiro? Ora para financiar a economia, sobretudo as PME exportadoras carentes de capital, pois claro. Certo? Talvez não, porque isso iria aumentar as «posições ponderadas em função do seu risco», risco que no caso das PME exportadoras carentes de capital é elevado. Ao aumentar as «posições ponderadas» iria acrescentar a necessidade de mais fundos próprios.
Então o que vai acontecer? Há quem diga que os «bancos vão aplicar dinheiro do apoio estatal em dívida pública».
19/04/2012
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Salvem o capitalismo social, implora a esquerda
E a esquerda, pá?
Vivemos a maior crise do capitalismo desde os anos 30, nunca o desemprego foi tão grande, todos os dias se sucedem horrores típicos de um festim de "neoliberalismo selvagem". E no entanto a esquerda mal se vê, para além de umas vagas lamentações sobre a destruição do "Estado Social" e de uma ou outra greve mais ou menos fracassada. O que se passa?
Passa que a esquerda nada tem para oferecer de diferente. A esquerda não tem hoje um modelo de sociedade alternativo: não quer regressar aos horrores do comunismo e a melhor coisa que imagina é o "capitalismo social" desenvolvido no Ocidente no último meio século. Ora, é isso mesmo que agora está em crise.
No fundo, a esquerda implora para que os actuais pacotes de austeridade e reforma salvem o capitalismo, para poder daqui a uns anos voltar à única coisa que hoje em dia sabe fazer: usar a prosperidade do capitalismo para lançar grandes programas de despesa pública. Mais do que ninguém, ela precisa do sucesso dos programas de ajustamento para continuar a existir. A gente de esquerda não tem para onde se voltar: a esquerda também faz parte do "partido da austeridade".
Luciano Amaral, no CM via Insurgente
Vivemos a maior crise do capitalismo desde os anos 30, nunca o desemprego foi tão grande, todos os dias se sucedem horrores típicos de um festim de "neoliberalismo selvagem". E no entanto a esquerda mal se vê, para além de umas vagas lamentações sobre a destruição do "Estado Social" e de uma ou outra greve mais ou menos fracassada. O que se passa?
Passa que a esquerda nada tem para oferecer de diferente. A esquerda não tem hoje um modelo de sociedade alternativo: não quer regressar aos horrores do comunismo e a melhor coisa que imagina é o "capitalismo social" desenvolvido no Ocidente no último meio século. Ora, é isso mesmo que agora está em crise.
No fundo, a esquerda implora para que os actuais pacotes de austeridade e reforma salvem o capitalismo, para poder daqui a uns anos voltar à única coisa que hoje em dia sabe fazer: usar a prosperidade do capitalismo para lançar grandes programas de despesa pública. Mais do que ninguém, ela precisa do sucesso dos programas de ajustamento para continuar a existir. A gente de esquerda não tem para onde se voltar: a esquerda também faz parte do "partido da austeridade".
Luciano Amaral, no CM via Insurgente
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ESTADO DE SÍTIO: Justiça? Qual justiça? Não se pode ter tudo.
- Pinto Monteiro diz que não há dinheiro para investigar caso dos submarinos
- Submarinos: Governo desmente Pinto Monteiro. Ministério da Justiça nega existir qualquer pedido de verba para perícias relacionadas com o caso
- Cândida desmente Pinto Monteiro. PGR justifica atraso com falta de verbas para perícias, mas é desmentido pela directora do DCIAP e pela RJ
- Os partidos do acordo da troika querem influenciar a aprovação da medida que, de outra forma, seria chumbada (pelo Tribunal Constitucional)
As coisas estão um bocado confusas, dirão os detractores do Estado Sucial. É verdade, mas devemos ter em conta que todos governos, especialmente os governos socialistas, andam há décadas ocupadíssimos a fazer de empreendedores e a fingirem que fazem funcionar a economia com os resultados conhecidos. Por isso, não têm tido tempo nem dinheiro para tratar de miudezas como a justiça, a defesa, a segurança ou até mesmo a soberania já adjudicada ao eixo Paris-Bruxelas-Berlim.
Certo? Certo. Não se pode ter tudo.
18/04/2012
Engenheiros e técnicos? E licenciados em sociologia, artes performativas ou ciências da educação não precisam?
«A Bélgica procura portugueses para ocuparem os cerca de oito mil empregos disponíveis para engenheiros e profissionais de Ciência e Tecnologia (C&T) que há nas empresas da região flamenca. "Só para engenheiros há cerca de três mil vagas, mas, se juntarmos os profissionais do sector da Ciência e Tecnologia, as vagas chegam às oito mil", explicou Gert de Buck, responsável pelo recrutamento internacional da agência de emprego da comunidade flamenga na Bélgica, ao Diário Económico.» (DE)
Temos para oferecer licenciados em sociologia, artes performativas ou ciências da educação.
Temos para oferecer licenciados em sociologia, artes performativas ou ciências da educação.
Têm pouca razão e não têm nenhuma moral
Quando A. J. Seguro acusa o governo de adiar a redução das rendas da EDP permitindo, segundo ele, reduzir a factura de electricidade dos consumidores em 130 milhões de euros, terá razão? Provavelmente. O que não tem é moral para apontar o dedo depois de 6 anos de cumplicidade silenciosa com os dois governos de José Sócrates – os maiores responsáveis pelas rendas da EDP e de toda a tralha de empresas ecocráticas na área das energias renováveis.
Quando Zorrinho acusa Passos Coelho de ter «dificuldade em sair do escritório de contabilidade que montou em São Bento» terá razão? Tem muito pouca e revela o habitual desprezo dos socialistas pelas contas e pelo rigor e a pesporrência verborreica na gestão da coisa pública que confundem com criação de elefantes brancos, agência de colocação de apparatchiks e gestão de afectos e expectativas, tudo devidamente financiado pela extorsão dos contribuintes e pelo endividamento.
Quando Zorrinho acusa Passos Coelho de ter «dificuldade em sair do escritório de contabilidade que montou em São Bento» terá razão? Tem muito pouca e revela o habitual desprezo dos socialistas pelas contas e pelo rigor e a pesporrência verborreica na gestão da coisa pública que confundem com criação de elefantes brancos, agência de colocação de apparatchiks e gestão de afectos e expectativas, tudo devidamente financiado pela extorsão dos contribuintes e pelo endividamento.
17/04/2012
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: É muito fácil ter coragem para fazer demagogia na oposição
«O actual governo é acusado de "seguidismo em relação à Alemanha", sobretudo pelo PS.
Convém refrescar a memória. Na história da democracia portuguesa, não há exemplo mais forte de um alinhamento tão próximo com Berlim como os dois governos de Sócrates. Desde o entendimento perfeito para concluir o Tratado de Lisboa (de resto, tão "germânico" como o último Tratado) até à ida do anterior PM a Berlim para apresentar o famoso "PEC IV" à Chanceler alemã, sem o ter discutido no parlamento ou em Belém. É muito fácil ter "coragem" na oposição.»
João Marques de Almeida, «O PS e a Europa», no Económico
Convém refrescar a memória. Na história da democracia portuguesa, não há exemplo mais forte de um alinhamento tão próximo com Berlim como os dois governos de Sócrates. Desde o entendimento perfeito para concluir o Tratado de Lisboa (de resto, tão "germânico" como o último Tratado) até à ida do anterior PM a Berlim para apresentar o famoso "PEC IV" à Chanceler alemã, sem o ter discutido no parlamento ou em Belém. É muito fácil ter "coragem" na oposição.»
João Marques de Almeida, «O PS e a Europa», no Económico
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¿Por qué no te callas? (7) – o melhor do cavaquismo tem um défice de coerência
Cavaco Silva calou-se, ou falou baixinho, quando deveria ter falado. Depois da reeleição e até recentemente, falou pelos cotovelos. Voltou a calar-se depois de ter percebido que a populaça já não podia ouvi-lo, reproduzindo o padrão já conhecido de se encolher quando as costas se lhe esfriam.
O mentor calou-se, por agora, mas a tralha cavaquista continua a fazer o papel de oposição, substituindo Seguro que se tem mostrado muito inseguro. A tralha camuflada, a coberto do jornalismo de causas, vai transmitindo recados anónimos para os jornais tentando passar a imagem de um Cavaco Silva «provedor das angústias e das aspirações dos portugueses».
A parte pública da tralha, com destaque para Manuela Ferreira Leite, honra lhe seja feita, mostra a cara e lá vai dando conta das suas distâncias e dos seus estados de alma face à governação. Não está em causa o direito às distâncias e à manifestação dos estados de alma, o que até mostra em abstracto um saudável pluralismo. Está em causa apenas um módico de coerência que parece estar a falecer a MFL e definitivamente desertou de quase todos os outros cavaquistas.
Entre os muitos exemplos que pululam os seus escritos e nas suas declarações aos média (uma pesquisa Google «governo critica OR acusa "ferreira leite"» no último ano apresenta mais de 9 mil resultados), vou apenas citar o último em que MFL critica no Expresso o actual ministro das Finanças por ter andado a dar «caldos de galinha» a alguns e só agora ter nomeado uma equipa para tratar das fundações.
Tem MFL razão? Evidentemente que tem. E teria muito mais se explicasse o que andou a fazer pelas fundações durante as várias passagens por diversos governos e nomeadamente enquanto ministra de Estado e das Finanças do XV governo.
O mentor calou-se, por agora, mas a tralha cavaquista continua a fazer o papel de oposição, substituindo Seguro que se tem mostrado muito inseguro. A tralha camuflada, a coberto do jornalismo de causas, vai transmitindo recados anónimos para os jornais tentando passar a imagem de um Cavaco Silva «provedor das angústias e das aspirações dos portugueses».
A parte pública da tralha, com destaque para Manuela Ferreira Leite, honra lhe seja feita, mostra a cara e lá vai dando conta das suas distâncias e dos seus estados de alma face à governação. Não está em causa o direito às distâncias e à manifestação dos estados de alma, o que até mostra em abstracto um saudável pluralismo. Está em causa apenas um módico de coerência que parece estar a falecer a MFL e definitivamente desertou de quase todos os outros cavaquistas.
Entre os muitos exemplos que pululam os seus escritos e nas suas declarações aos média (uma pesquisa Google «governo critica OR acusa "ferreira leite"» no último ano apresenta mais de 9 mil resultados), vou apenas citar o último em que MFL critica no Expresso o actual ministro das Finanças por ter andado a dar «caldos de galinha» a alguns e só agora ter nomeado uma equipa para tratar das fundações.
Tem MFL razão? Evidentemente que tem. E teria muito mais se explicasse o que andou a fazer pelas fundações durante as várias passagens por diversos governos e nomeadamente enquanto ministra de Estado e das Finanças do XV governo.
16/04/2012
DIÁRIO DE BORDO: Nós e a auto-estima (2)
Num estudo da Universidade de Aveiro financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, baseado em inquéritos a mais de 4 mil trabalhadores, concluiu-se que quase 80% dos inquiridos acha ter uma capacidade para o trabalho boa ou excelente e apenas 2% se considera com fraca capacidade. Talvez não por acaso, das 6 classes profissionais consideradas são os polícias os que se autoavaliam mais favoravelmente.
Chegado aqui, surge uma dúvida incontornável. Com tanta gente com capacidade profissional boa ou excelente porquê a nossa produtividade e competitividade nos mercados internacional são medíocres? Escrevo medíocre para ser optimista, porque medíocre é médio ou mediano e na zona económica onde nos metemos estamos longe de estar na média.
Preparava-me para acrescentar uns comentários, quando me recordei de ter escrito o ano passado o seguinte post:
No (Im)pertinências têm-se defendido principalmente causas impopulares. Um notório exemplo é o do excesso de auto-estima dos portugueses, excesso que para as luminárias nacionais é a sua carência desculpabilizante e justificativa das nossas misérias. Daí, como aqui escrevi, a prática dessas luminárias do «afagar infantilizante do ego dos portugueses (que) não conduz a mais do que uma satisfaçãozinha preguiçosa e negligente que alimenta o conformismo».
É por isso que devo saudar as palavras desassombradas de João Pereira Coutinho (lidas aqui, por esta via) a este respeito:
Chegado aqui, surge uma dúvida incontornável. Com tanta gente com capacidade profissional boa ou excelente porquê a nossa produtividade e competitividade nos mercados internacional são medíocres? Escrevo medíocre para ser optimista, porque medíocre é médio ou mediano e na zona económica onde nos metemos estamos longe de estar na média.
Preparava-me para acrescentar uns comentários, quando me recordei de ter escrito o ano passado o seguinte post:
No (Im)pertinências têm-se defendido principalmente causas impopulares. Um notório exemplo é o do excesso de auto-estima dos portugueses, excesso que para as luminárias nacionais é a sua carência desculpabilizante e justificativa das nossas misérias. Daí, como aqui escrevi, a prática dessas luminárias do «afagar infantilizante do ego dos portugueses (que) não conduz a mais do que uma satisfaçãozinha preguiçosa e negligente que alimenta o conformismo».
É por isso que devo saudar as palavras desassombradas de João Pereira Coutinho (lidas aqui, por esta via) a este respeito:
«Está enganado se pensa que os portugueses não têm auto-estima. Pelo contrário: difícil é encontrar um povo tão narcisista quanto o nosso, com a provável excepção dos brasileiros, que mais não são do que portugueses dilatados pelo calor (obrigado, Eça). Na verdade, só um povo com excesso de auto-estima seria capaz de produzir e consumir (em êxtase) um vídeo masturbatório daqueles; e só um povo com um défice de auto-respeito também. O que temos a mais em vaidade falta-nos em trabalho, sentido do ridículo e noção das responsabilidades.»
Os intelectuais, o comunismo e o Expresso
O Expresso, cada vez mais o semanário oficial do socialismo lusitano, citou no suplemento de Economia a frase seguinte que, segundo o jornalista que escreveu a peça, circularia nos meios financeiros de Hong Kong.
«Em 1949, a maioria dos intelectuais acreditava que o comunismo salvaria a China. Em 1969, os mesmos intelectuais acreditavam que a China (com a sua Revolução Cultural) salvaria o comunismo que, após Estaline e a primavera de Praga, começou a ser desacreditado como ideologia. Em 1979, Deng Xiao Ping percebeu que somente o comunismo salvaria a China. Em 2009, o mundo inteiro acredita que somente a China pode salvar o capitalismo.»A citação foi extraída do paper «How China Got Here & Where is China Heading?» de Louis-Vincent Gave publicado pela GK Research de que Gave foi um dos fundadores. Mais significativo do que não ter identificado a fonte é o facto de o Expresso ter omitido uma frase fatal do texto original («with the horrors of Stalin revealed to the world»). Aqui vai ele.
«In 1949, most intellectuals believed that communism would save China. By 1969, and with the horrors of Stalin revealed to the world and the Prague Spring having disillusioned most right-thinking people, intellectuals argued that China (with its cultural revolution) would save communism. Following that disaster, Deng Xiaoping rose to power and, by 1979, explained that capitalism would save China. Now, thirty years later, it seems that the world's last hope is that China will save capitalism!»
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CASE STUDY: Elefantes brancos em Espanha (3)
Las setas de la Encarnación |
123 milhões pagos à SACYR (o grupo a que pertence a Somague, uma das obreiras do regime), incluindo 65 milhões de subsídios, para construir com 4 anos de atraso um mamarracho para a «Sevilha do século XXI» (Mais informação aqui.)
[Da colectânea apócrifa «ESPAÑA PAIS DE MILLONARIOS» dos resultados do socialismo ibérico em Espanha]
15/04/2012
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (54) – há um mais igual do que outra
Simone Veil disse um dia que a igualdades entre os sexos só seria alcançada quando um homem competente fosse substituído por uma mulher incompetente.
Se o critério for bom devemos concluir que Barack Obama, o campeão das minorias e das igualdades, está a ir ao arrepio do caminho para a igualdade profissional entre o homem e a mulher, porque está a defender a candidatura de um homem incompetente para o lugar de presidente do Banco Mundial contra a candidatura de uma mulher competente para esse lugar, negra e nacional de um país em desenvolvimento – no tempo em se chamavam os bois pelos nomes costumava designar-se por país subdesenvolvido.
O candidato de Obama é Jim Yong Kim, um professor de políticas de saúde pública, reitor de uma universidade em Nova Inglaterra, sem background como economista nem como gestor, admirador de Noam Chomsky e das políticas «igualitárias» praticadas em Cuba.
A mulher em causa é Ngozi Okonjo-Iweala, ministra das Finanças da Nigéria por várias vezes, conhecida pelo seu combate à corrupção, graduada em Harvard e no MIT, com 20 anos de trabalho no Banco Mundial e as melhores qualificações possíveis para o cargo.
Se o critério for bom devemos concluir que Barack Obama, o campeão das minorias e das igualdades, está a ir ao arrepio do caminho para a igualdade profissional entre o homem e a mulher, porque está a defender a candidatura de um homem incompetente para o lugar de presidente do Banco Mundial contra a candidatura de uma mulher competente para esse lugar, negra e nacional de um país em desenvolvimento – no tempo em se chamavam os bois pelos nomes costumava designar-se por país subdesenvolvido.
O candidato de Obama é Jim Yong Kim, um professor de políticas de saúde pública, reitor de uma universidade em Nova Inglaterra, sem background como economista nem como gestor, admirador de Noam Chomsky e das políticas «igualitárias» praticadas em Cuba.
A mulher em causa é Ngozi Okonjo-Iweala, ministra das Finanças da Nigéria por várias vezes, conhecida pelo seu combate à corrupção, graduada em Harvard e no MIT, com 20 anos de trabalho no Banco Mundial e as melhores qualificações possíveis para o cargo.
14/04/2012
CAMINHO PARA A SERVIDÃO: A semana mais socialista
Esta deve ter sido a semana mais socialista do governo menos socialista das últimas décadas.
Primeiro a criação de mais um imposto, baptizado de taxa a pagar pelos estabelecimentos (ou seja pelos consumidores) com uma área de vendas superior a 400 metros para financiar um Fundo de Saúde e Segurança Alimentar Mais. Este fundo visa compensar os produtores agrícolas pelos custos de «prevenção e erradicação das doenças dos animais e das plantas, bem como das infestações por parasitas». E porquê devem ser os estabelecimentos a pagá-lo e para quê se são os produtores que devem tomar essas medidas e incluir o seu custo nos custos de produção dos seus produtos?
Depois foi o reforço de 1,5 mil milhões de euros no orçamento rectificativo das despesas de saúde que atingirão o valor record de 9 mil milhões, no meio da gritaria da oposição que a austeridade está a destruir o estado social. Não será antes o crescimento da despesa que está a antecipar o seu fim inevitável?
Por último, foi ainda o ministro da Saúde a anunciar a extensão da proibição de fumar nos nossos carros quando transportem crianças. Já agora, e porque não dentro das nossas casas? E porque não, para reduzir os custos elevadíssimos do tratamento da SIDA, proibir os gays de ter relações sexuais sem preservativo?
Primeiro a criação de mais um imposto, baptizado de taxa a pagar pelos estabelecimentos (ou seja pelos consumidores) com uma área de vendas superior a 400 metros para financiar um Fundo de Saúde e Segurança Alimentar Mais. Este fundo visa compensar os produtores agrícolas pelos custos de «prevenção e erradicação das doenças dos animais e das plantas, bem como das infestações por parasitas». E porquê devem ser os estabelecimentos a pagá-lo e para quê se são os produtores que devem tomar essas medidas e incluir o seu custo nos custos de produção dos seus produtos?
Depois foi o reforço de 1,5 mil milhões de euros no orçamento rectificativo das despesas de saúde que atingirão o valor record de 9 mil milhões, no meio da gritaria da oposição que a austeridade está a destruir o estado social. Não será antes o crescimento da despesa que está a antecipar o seu fim inevitável?
Por último, foi ainda o ministro da Saúde a anunciar a extensão da proibição de fumar nos nossos carros quando transportem crianças. Já agora, e porque não dentro das nossas casas? E porque não, para reduzir os custos elevadíssimos do tratamento da SIDA, proibir os gays de ter relações sexuais sem preservativo?
Lost in translation (139) – chamem-lhe o que quiserem, mas sem a Alemanha assumir as nossas dívidas, nada feito
«Durante a conferência "A crise económica e financeira do mundo ocidental - estratégias de resposta da União Europeia", no Porto, Fernando Teixeira dos Santos disse que "são precisos instrumentos de dívida pública a nível comunitário, que permitam mutualizar a dívida soberana".
Chamem-lhe 'eurobonds' ou obrigações de estabilidade. Enquanto a Europa não disser que há este meio de financiamento para qualquer Estado-membro, não aliviaremos esta pressão dos mercados"» disse o melhor dos piores ou o menos mau dos piores ex-ministros das Finanças.
Chamem-lhe 'eurobonds' ou obrigações de estabilidade. Enquanto a Europa não disser que há este meio de financiamento para qualquer Estado-membro, não aliviaremos esta pressão dos mercados"» disse o melhor dos piores ou o menos mau dos piores ex-ministros das Finanças.
CASE STUDY: Elefantes brancos em Espanha (2)
Aeroporto de Castellón-Costa Azahar |
150 milhões de euros torrados num aeroporto sem licença para operar. Tem visitas guiadas e pode-se passear na pista.
[Da colectânea apócrifa «ESPAÑA PAIS DE MILLONARIOS» dos resultados do socialismo ibérico em Espanha]
13/04/2012
Estado empreendedor (64) - o aeroporto que só abre aos domingos (3)
[Continuação de outras aterragens: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui]
Um ano após a inauguração, o aeroporto de Beja continua a bater records: 2.568 passageiros e 104 movimentos de aeronaves, entre aterragens e descolagens, ou 52 aeronaves aterradas à razão de uma por semana.
Para o presidente da câmara de Beja, «é um balanço muito positivo. Estarão reunidas, em breve, todas as condições (para o aeroporto de Beja) se assumir como o +1 da Portela». Também acho. Só precisamos de ter uma linha TGV de Beja para a Estação Oriente.
Um ano após a inauguração, o aeroporto de Beja continua a bater records: 2.568 passageiros e 104 movimentos de aeronaves, entre aterragens e descolagens, ou 52 aeronaves aterradas à razão de uma por semana.
Para o presidente da câmara de Beja, «é um balanço muito positivo. Estarão reunidas, em breve, todas as condições (para o aeroporto de Beja) se assumir como o +1 da Portela». Também acho. Só precisamos de ter uma linha TGV de Beja para a Estação Oriente.
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Quantas são? São muitas e podem ainda ser muitas mais.
Recentemente o INE publicou uma lista das entidades do Sector Institucional das Administrações Públicas (*) com 114 (cento e catorze) páginas e um total de entidades não referido que estimo em 5.400. A maior parte dessas entidades são juntas de freguesia (cerca de 4.200) o que dá uma média de 2.300 índios por regedor. Nas mais pequenas há meia dúzia de índios por cada membro da junta.
5.400 entidades e 4.200 freguesias são muitas para um país com menos gente do que uma cidade grande? Pois são, mas ainda assim o número total de penduricalhos estatais pode ser muito maior, como sugere o gráfico do monstro que o Impertinente publicou pertinentemente aqui, baseado num levantamento do prof. João Duque do ISEG.
Olha se não tivéssemos a sorte de ser governados durante 6 anos pelo engenheiro Sócrates que criou aquele programa chamado PRACE.
(*) INE, Entidades que Integram o Setor Institucional das Administrações Públicas – 2011
5.400 entidades e 4.200 freguesias são muitas para um país com menos gente do que uma cidade grande? Pois são, mas ainda assim o número total de penduricalhos estatais pode ser muito maior, como sugere o gráfico do monstro que o Impertinente publicou pertinentemente aqui, baseado num levantamento do prof. João Duque do ISEG.
Olha se não tivéssemos a sorte de ser governados durante 6 anos pelo engenheiro Sócrates que criou aquele programa chamado PRACE.
(*) INE, Entidades que Integram o Setor Institucional das Administrações Públicas – 2011
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12/04/2012
SERVIÇO PÚBLICO: O princípio do princípio (2)
[Continuação daqui]
Com algumas inevitáveis flutuações, mês após mês, trimestre após trimestre, a balança comercial vai dando sinais de que o país não está todo morto. Relativamente ao trimestre terminado em Fevereiro em comparação com o período homólogo Dez. 2010 a Fev. 2011, as exportações aumentaram 10,2% e o saldo negativo de entradas e saídas diminuiu quase 40% de 4,7 para 2,9 mil milhões de euros. Especialmente significativo é o aumento da taxa de cobertura do comércio extracomunitário sem combustíveis de 111,4% para 149,1%.
Com algumas inevitáveis flutuações, mês após mês, trimestre após trimestre, a balança comercial vai dando sinais de que o país não está todo morto. Relativamente ao trimestre terminado em Fevereiro em comparação com o período homólogo Dez. 2010 a Fev. 2011, as exportações aumentaram 10,2% e o saldo negativo de entradas e saídas diminuiu quase 40% de 4,7 para 2,9 mil milhões de euros. Especialmente significativo é o aumento da taxa de cobertura do comércio extracomunitário sem combustíveis de 111,4% para 149,1%.
Fonte: INE, Destaque - Estatísticas do Comércio Internacional, 02-2012 |
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Qual é a diferença entre as sociedades democráticas tolerantes com Estados laicos e as outras?
Nas sociedades democráticas tolerantes com Estados laicos quase ninguém se importa com a religião ou a etnia da mãe dos candidatos. Nas outras quase todos se importam.
Nas sociedades democráticas tolerantes com Estados laicos nenhum político é acusado por causa da mãe – quanto muito pode ser acusado de ser um filho da mãe. Nas outras a pior acusação pode ser filho de uma judia. Há quem pense que devemos respeitar esses costumes e valores. Não é o meu caso.
Nas sociedades democráticas tolerantes com Estados laicos nenhum político é acusado por causa da mãe – quanto muito pode ser acusado de ser um filho da mãe. Nas outras a pior acusação pode ser filho de uma judia. Há quem pense que devemos respeitar esses costumes e valores. Não é o meu caso.
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11/04/2012
CASE STUDY: Finalmente um invento de interesse patriótico
Uma equipa da Universidade de Aveiro patrocinada pela Bial parece ter inventado um algoritmo para ser usado num polígrafo, isto é um detector de mentiras, com uma margem de erro inferior a 20%.
Considerando a propensão comprovada para a mentira entre os nossos políticos de todos os quadrantes, este algoritmo poderia ser uma ferramenta eficaz a que qualquer político se deveria submeter depois de ter feito declarações públicas. Vou até mais longe, há razões de Estado para emendar a Constituição e acrescentar aos 296-artigos-296 o ducentésimo nonagésimo sétimo estipulando essa obrigação.
Pode-se questionar a asserção de os políticos mentirosos serem maioritários em todos os quadrantes, baseado no facto de só os políticos dos partidos do poder serem regularmente confrontados com os seus atentados, por vezes mortais, à verdade. Pode-se, mas não se deve, porque os oposicionistas profissionais mentem tanto ou mais do que os outros políticos, apenas porque não chegam ao poder não são confrontados com as mirabolantes mentiras com que nos bombardeiam todos os dias, às quais costumamos chamar demagogia.
A propósito de detectores de mentiras, na minha modesta opinião, baseada na minha vasta experiência (*) de lidar com gente sem carácter, uma invenção tão ou mais importante quanto o detector de mentiras, seria um detector de omissão de verdades.
(*) À primeira vista, parece haver uma contradição entre o «modesta» e o «vasta». À segunda vista, percebe-se que o «modesta» resulta de uma questão de princípio e o «vasta» de uma constatação de facto: o conhecimento de centenas de ronhas, songamongas ou simplesmente mentirosos sem coragem nem ousadia que praticam intensamente a modalidade.
Considerando a propensão comprovada para a mentira entre os nossos políticos de todos os quadrantes, este algoritmo poderia ser uma ferramenta eficaz a que qualquer político se deveria submeter depois de ter feito declarações públicas. Vou até mais longe, há razões de Estado para emendar a Constituição e acrescentar aos 296-artigos-296 o ducentésimo nonagésimo sétimo estipulando essa obrigação.
Pode-se questionar a asserção de os políticos mentirosos serem maioritários em todos os quadrantes, baseado no facto de só os políticos dos partidos do poder serem regularmente confrontados com os seus atentados, por vezes mortais, à verdade. Pode-se, mas não se deve, porque os oposicionistas profissionais mentem tanto ou mais do que os outros políticos, apenas porque não chegam ao poder não são confrontados com as mirabolantes mentiras com que nos bombardeiam todos os dias, às quais costumamos chamar demagogia.
A propósito de detectores de mentiras, na minha modesta opinião, baseada na minha vasta experiência (*) de lidar com gente sem carácter, uma invenção tão ou mais importante quanto o detector de mentiras, seria um detector de omissão de verdades.
(*) À primeira vista, parece haver uma contradição entre o «modesta» e o «vasta». À segunda vista, percebe-se que o «modesta» resulta de uma questão de princípio e o «vasta» de uma constatação de facto: o conhecimento de centenas de ronhas, songamongas ou simplesmente mentirosos sem coragem nem ousadia que praticam intensamente a modalidade.
10/04/2012
A defesa dos centros de decisão nacional (7) - a procissão já saiu do adro mas ainda há muitos penitentes com promessas por pagar
[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5) e (6)]
Em resposta à OPA da Camargo Correia, Pedro Queiroz Pereira representando os maiores accionistas da Cimpor propõs à Caixa e ao BCP comprar as acções da Cimpor que estes dois bancos detêm por troca com acções de uma holding a criar em que participariam a família Queiroz Pereira e aqueles dois bancos, a qual deteria as participações na Semapa e na Cimpor. Em alternativa, as acções da Cimpor poderiam ser pagas em dinheiro a 5,75 €.
Para quem encheu a boca com a lengalenga dos centros de decisão nacional e/ou com o papel estratégico da Caixa na defesa da pátria contra os bárbaros é difícil justificar a recusa liminar da proposta da Semapa. Recusa liminar que só se pode compreender se a Caixa (e o BCP que o governo socrático atrelou à Caixa) prosseguir não os desígnios que lhe atribuem mas os ditames da falta de grana.
Compreendem-se esses desígnios reais, em contraponto à grandiloquência da vulgata socialista. Porém, sendo assim, para que serve uma Caixa pública se tem o papel que teria uma Caixa privada mas com os custos da ineficiência e irracionalidade e a dependência atrelada aos lóbis do regime?
Em resposta à OPA da Camargo Correia, Pedro Queiroz Pereira representando os maiores accionistas da Cimpor propõs à Caixa e ao BCP comprar as acções da Cimpor que estes dois bancos detêm por troca com acções de uma holding a criar em que participariam a família Queiroz Pereira e aqueles dois bancos, a qual deteria as participações na Semapa e na Cimpor. Em alternativa, as acções da Cimpor poderiam ser pagas em dinheiro a 5,75 €.
Para quem encheu a boca com a lengalenga dos centros de decisão nacional e/ou com o papel estratégico da Caixa na defesa da pátria contra os bárbaros é difícil justificar a recusa liminar da proposta da Semapa. Recusa liminar que só se pode compreender se a Caixa (e o BCP que o governo socrático atrelou à Caixa) prosseguir não os desígnios que lhe atribuem mas os ditames da falta de grana.
Compreendem-se esses desígnios reais, em contraponto à grandiloquência da vulgata socialista. Porém, sendo assim, para que serve uma Caixa pública se tem o papel que teria uma Caixa privada mas com os custos da ineficiência e irracionalidade e a dependência atrelada aos lóbis do regime?
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CASE STUDY: Elefantes brancos em Espanha (1)
Aeroporto de Lérida-Alguaire |
Investimento de 42 milhões, gerido pela Generalitat, sem passageiros. Mais informação aqui.
[Uma colectânea apócrifa dos resultados do socialismo ibérico em Espanha]
09/04/2012
The windmills of his mind
Segundo Aníbal Fernandes, presidente da Eólicas de Portugal (ENEOP), o consórcio que agrupa a EDP e os maiores construtores de aerogeradores, «estão em risco 130 mil empregos que poderiam ser criados na área das renováveis». Poder, poderiam, mas conviria explicar como seria criada esta pletora de empregos já que, segundo ele próprio referiu, desde 2006 o consórcio apenas criou 1930 postos de trabalho directos e 5 mil indirectos (quanto a estes últimos é melhor ligar o desconfiómetro).
08/04/2012
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: Uma trapalhada supérflua
Secção Tiros nos pés
A trapalhada dos cortes do 13.º e 14.º mês serem por 2 anos ou durante o período de intervenção da troika ou até 2014, consoante alturas ou os protagonistas, foi uma espécie de momento socrático deste governo. Com uma pequena diferença.
Sócrates é um mentiroso consumado e psicótico que se convence da verdade das mentiras que diz e o aparelho socialista aceita a mentira como necessária para os bons fins que imagina prosseguir, como seja manter-se no poder e manter os seus apparatchiks e novos situacionistas na zona de conforto.
Este governo é composto de gente mais normal que diz coisas erradas por ignorância ou incompetência ou diz mentiras para adiar uma revelação de uma medida desagradável ou para explicar porque não disse a verdade na altura oportuna ou para emendar a mão numa asneira anterior. E faz tudo isto com pouco à vontade e sem aquela ousadia que caracteriza a política da manipulação sistemática.
Pessoalmente, defendo por princípio que a verdade é a melhor política, princípio de que na realidade, e não só doméstica, é mais raro encontrar praticantes do que linces na serra da Malcata. Mas ao menos por razões utilitárias, os políticos poderiam perceber que no mundo moderno a informação circula tão rápida e generalizadamente que as mentiras factuais têm vida cada vez mais curta do que os ciclos eleitorais.
É por isso que não é muito inteligente emendar uma asneira ou uma mentira com outra mentira ou meia verdade. É uma estratégia cujo sucesso depende da estupidez do eleitorado e da incompetência da oposição. Embora uma e outra sejam abundantes, não são inesgotáveis e, mais tarde ou mais cedo, a coisa acaba por ruir.
E também não é muito inteligente a estratégia de uma oposição, que tem colados anos de manipulação sistemática a uma escala industrial, protestar o uso da medicina que administrou com prodigalidade à populaça.
Como não é muito inteligente da parte do jornalismo de causas e dos comentadores de serviço que conviveram pacificamente com essa manipulação sistemática mostrarem agora a indignação a que se pouparam nos últimos 7 anos.
Por tudo isto, 3 urracas e 4 chateaubriands para o governo e a coligação que o suporta, 4 bourbons e 2 ignóbeis para a oposição socialista, 5 pilatos para o resto da oposição e 5 ignóbeis para o jornalismo de causas.
A trapalhada dos cortes do 13.º e 14.º mês serem por 2 anos ou durante o período de intervenção da troika ou até 2014, consoante alturas ou os protagonistas, foi uma espécie de momento socrático deste governo. Com uma pequena diferença.
Sócrates é um mentiroso consumado e psicótico que se convence da verdade das mentiras que diz e o aparelho socialista aceita a mentira como necessária para os bons fins que imagina prosseguir, como seja manter-se no poder e manter os seus apparatchiks e novos situacionistas na zona de conforto.
Este governo é composto de gente mais normal que diz coisas erradas por ignorância ou incompetência ou diz mentiras para adiar uma revelação de uma medida desagradável ou para explicar porque não disse a verdade na altura oportuna ou para emendar a mão numa asneira anterior. E faz tudo isto com pouco à vontade e sem aquela ousadia que caracteriza a política da manipulação sistemática.
Pessoalmente, defendo por princípio que a verdade é a melhor política, princípio de que na realidade, e não só doméstica, é mais raro encontrar praticantes do que linces na serra da Malcata. Mas ao menos por razões utilitárias, os políticos poderiam perceber que no mundo moderno a informação circula tão rápida e generalizadamente que as mentiras factuais têm vida cada vez mais curta do que os ciclos eleitorais.
É por isso que não é muito inteligente emendar uma asneira ou uma mentira com outra mentira ou meia verdade. É uma estratégia cujo sucesso depende da estupidez do eleitorado e da incompetência da oposição. Embora uma e outra sejam abundantes, não são inesgotáveis e, mais tarde ou mais cedo, a coisa acaba por ruir.
E também não é muito inteligente a estratégia de uma oposição, que tem colados anos de manipulação sistemática a uma escala industrial, protestar o uso da medicina que administrou com prodigalidade à populaça.
Como não é muito inteligente da parte do jornalismo de causas e dos comentadores de serviço que conviveram pacificamente com essa manipulação sistemática mostrarem agora a indignação a que se pouparam nos últimos 7 anos.
Por tudo isto, 3 urracas e 4 chateaubriands para o governo e a coligação que o suporta, 4 bourbons e 2 ignóbeis para a oposição socialista, 5 pilatos para o resto da oposição e 5 ignóbeis para o jornalismo de causas.
07/04/2012
Lost in translation (138) – a constituição dos direitos adquiridos é a sharia dos portugueses
Há uma medida que é preciso tomar? Não se pode porque é inconstitucional. O último exemplo é o da suspensão das reformas antecipadas antes dos 65 anos, salvo no caso de desemprego prolongado, note-se.
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, pela boca do seu presidente Bettencourt Picanço, apressou-se a dizer que é inconstitucional. Esta parte percebe-se, considerando as mais de 200 páginas A4 da constituição quase tudo pode ser inconstitucional - é uma espécie de sharia.
Mais difícil de perceber é porque cargas de água esta suspensão da antecipação das reformas irá provocar «o empobrecimento sem saída para as pessoas em idade avançada e que já não conseguem encontrar emprego». Primeiro, as pessoas com uma esperança de vida de perto dos 80 anos nos dias que correm, têm idade avançada aos 60 e picos? Segundo, se não conseguem encontrar emprego porque não continuam a trabalhar no emprego que têm, já que, perdendo-o, poderão continuar a antecipar a reforma ao fim de 3 anos no desemprego?
O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, pela boca do seu presidente Bettencourt Picanço, apressou-se a dizer que é inconstitucional. Esta parte percebe-se, considerando as mais de 200 páginas A4 da constituição quase tudo pode ser inconstitucional - é uma espécie de sharia.
Mais difícil de perceber é porque cargas de água esta suspensão da antecipação das reformas irá provocar «o empobrecimento sem saída para as pessoas em idade avançada e que já não conseguem encontrar emprego». Primeiro, as pessoas com uma esperança de vida de perto dos 80 anos nos dias que correm, têm idade avançada aos 60 e picos? Segundo, se não conseguem encontrar emprego porque não continuam a trabalhar no emprego que têm, já que, perdendo-o, poderão continuar a antecipar a reforma ao fim de 3 anos no desemprego?
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06/04/2012
BREIQUINGUE NIUZ: O oráculo do ministro anexo
Tenho previsto que o governo português será forçado a reestruturar dívida e precisará de vários outros resgates. Até agora não tinha companhia de nenhuma luminária da economia do regime. Passei a ter. Victor Constâncio, o nosso agente em Franfkfurt, admitiu no final da reunião do Ecofin que Portugal poderia precisar de outro resgate.
Como as previsões de ministro anexo Constâncio até agora falharam rotundamente, incluindo a célebre comparação do Portugal do euro com o Mississipi, fiquei agora com as maiores dúvidas sobre se a acidental coincidência de previsões não significará que a minha previsão é tão fiável como as dele.
Como as previsões de ministro anexo Constâncio até agora falharam rotundamente, incluindo a célebre comparação do Portugal do euro com o Mississipi, fiquei agora com as maiores dúvidas sobre se a acidental coincidência de previsões não significará que a minha previsão é tão fiável como as dele.
TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: Ó Dr. Soares não há dinheiro nem para pagar a sua multa
«Quando a troika diz que podemos ter de abdicar definitivamente do subsídio de Natal, está a dizer que duvida da nossa capacidade para gastar menos. E tem boas razões para isso: não recorremos ao FMI três vezes em 37 anos (duas vezes com o dr. Soares)? E em dez anos não falsificámos quatro vezes o défice orçamental, recorrendo a fundos de pensões (CTT, CGD, PT e banca)?
É surpreendente que alguém com o intelecto de Soares não perceba como o mundo mudou de 1983 para 2012. Mas é ainda mais estranho que não entenda que, tal como em 1983, não somos nós que temos motivos para duvidar da troika; é a troika que tem razões para não confiar em nós.»
Camilo Lourenço no negócios online
Camilo Lourenço no negócios online
Camarada, encolhi os rapazes
A Coreia do Norte, aquele país que o camarada Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP, não tem a certeza que não seja uma democracia, até pode ser que seja. Contudo, é certamente um país onde o produto do socialismo se manifesta em toda a plenitude: a fome. Por isso, a terceira geração dos queridos líderes, devido ao raquitismo dos seus súbditos que não fazem parte da nomenclatura alimentada a caviar e foie gras, foi forçada a reduzir a altura mínima de 145 para 143 cm dos recrutas que servirão a partir dos 16 anos um mínimo de 10 anos de serviço militar obrigatório.
Por falar em Coreia do Norte, não seria um bom destino para a emigração dos nossos jovens esquerdistas indignados?
Por falar em Coreia do Norte, não seria um bom destino para a emigração dos nossos jovens esquerdistas indignados?
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05/04/2012
Lentidão selectiva
A justiça portuguesa é lenta, queixa-se o povo. Será? Depende. Quando se trata dos seus interesses corporativos a coisa até anda depressa.
«Quinze juízes jubilados da zona Norte do País avançaram para os tribunais e ganharam a primeira batalha contra os cortes no valor base das suas pensões, e também a aplicação da contribuição especial de solidariedade que recai sobre as reformas acima de 5.000 euros. O acórdão, recentemente proferido pelo Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, diz respeito a 2011 mas o processo poderá repetir-se este ano.»
«Quinze juízes jubilados da zona Norte do País avançaram para os tribunais e ganharam a primeira batalha contra os cortes no valor base das suas pensões, e também a aplicação da contribuição especial de solidariedade que recai sobre as reformas acima de 5.000 euros. O acórdão, recentemente proferido pelo Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, diz respeito a 2011 mas o processo poderá repetir-se este ano.»
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O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (56) – se pudesse ter razão não teria moral
Para quem assistiu calado, na melhor hipótese, ou aplaudindo, na pior e mais provável hipótese, durante 6 anos ao descalabro orçamental perpetrado pela dupla Sócrates-Teixeira dos Santos, classificar o orçamento rectificativo deste governo como promoção de «truques orçamentais», como o fez Pedro Marques, é mais um exemplo do trilema de Žižek.
04/04/2012
O Estado Sucial é o Estado que paga as multas dos abencerragens do socialismo?
Segundo o Correio da Manhã, o Mercedes S350 4Matic da Direcção Geral do Tesouro e das Finanças, onde viajava Mário Soares na A8 foi ontem registado a cerca de 200km. Comentando a gorda multa, Mário Soares terá dito mal-educadamente aos GNR «o Estado vai pagar a multa».
Como ele já disse, se calhar temos que mobilizar os cidadãos para a «construção de um novo paradigma», por exemplo: não colocar uma viatura pública de 110 mil euros paga com o dinheiro dos contribuintes ao serviço rápido dos signatários do manifesto "Um Novo Rumo".
Como ele já disse, se calhar temos que mobilizar os cidadãos para a «construção de um novo paradigma», por exemplo: não colocar uma viatura pública de 110 mil euros paga com o dinheiro dos contribuintes ao serviço rápido dos signatários do manifesto "Um Novo Rumo".
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TIROU-ME AS PALAVRAS DA BOCA: «Será que ele já percebeu isso?»
«Mas não temos alternativa (aos cortes e às reformas difíceis). Ou melhor, até temos: a prazo seremos obrigados a sair do Euro (por convite ou a pontapé). A moeda única, sem transferências orçamentais, não aguenta diferenças tão acentuadas de produtividade entre centro e periferia. É por isso que Seguro pode mesmo ir parar ao Governo. Será que ele já percebeu isso?»
«Mais reformas ou a saída do Euro», Camilo Lourenço no negócios online
«Mais reformas ou a saída do Euro», Camilo Lourenço no negócios online
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eu diria mesmo mais
CASE STUDY: Pescadinha socialista de cauda nos lábios
«Estamos perante um desemprego recorde de 15% na taxa de desemprego do Eurostat. O Partido Socialista avisou que isto ia acontecer, é o resultado das políticas recessivas, das políticas de austeridade, que dão naturalmente um aumento do desemprego.» (DE)
Será verdade? É uma pequena parte da verdade. Porém, está longe de ser toda a verdade. Há uns pormaiores que devemos recordar ao PS.
O primeiro deles é que o desemprego começou a aumentar muito antes das políticas de austeridade deste governo. Aliás, a tendência da população desempregada nas últimas décadas foi sempre para aumentar em números absolutos e em particular o desemprego não fez outra coisa senão aumentar desde 2001, não obstante nesse período, como nos últimos 37 anos, a prioridade oficial dos governos ter sido a criação de emprego, quer directamente, engordando o exército de funcionários públicos, quer indirectamente através do milagroso investimento público e dos subsídios de todos os tipos às empresas. Conviria explicar este fenómeno.
O segundo pormaior é que sendo a baixa produtividade o handicap principal da nossa competitividade – o outro são as escassas competências em inovação, para a aumentar será preciso eliminar empregos de menor produtividade e substituí-los por outros de maior produtividade. Por várias razões, que seria fastidioso enumerar, nem mesmo numa economia soviética com um plano quinquenal é possível sincronizar a destruição e a criação de emprego. Por isso, é inevitável aumentar o desemprego antes de poder aumentar o emprego.
O terceiro pormaior é que a criação de empregos precisa de investimento. E por onde anda o capital disponível para investir? Por cá só temos dívidas, porque todo o capital disponível foi investido em projectos com TIR negativa, projectos onde vamos continuar a enterrar uma parte das nossas poupanças nas próximas décadas – a outra parte vai ser para pagar juros. Tais como os milhares de km de vias rodoviárias, muitas delas decoradas com rotundas, de SCUT que se serão CCUT até ao fim dos tempos, onde pouco circulamos por falta de dinheiro para comprar combustíveis. Tais como mais de um milhar de postos de carregamento de veículos eléctricos que não existem. Tais como milhares de geradores eólicos para produzir energia quando não precisamos dela. Etc. Um grande etc.
E como todo o capital disponível não foi suficiente para aplicar as políticas «anti-recessivas» que o PS agora reclama, endividámo-nos até ao tutano e hoje temos que recorrer à caridade da troika. Troika com quem o PS subscreveu um memorando de entendimento que nos obriga (haja Deus) a tomar uma série de medidas que nem o pessoal político do PS (nem o do PSD) teriam tomates para tomar e, entre elas, medidas de austeridade que se tornaram inevitáveis porque as políticas governamentais que o PS (e o PSD durante os anos em que esteve no governo) agora e sempre defendeu nos conduziram aonde nos encontramos.
Será verdade? É uma pequena parte da verdade. Porém, está longe de ser toda a verdade. Há uns pormaiores que devemos recordar ao PS.
O primeiro deles é que o desemprego começou a aumentar muito antes das políticas de austeridade deste governo. Aliás, a tendência da população desempregada nas últimas décadas foi sempre para aumentar em números absolutos e em particular o desemprego não fez outra coisa senão aumentar desde 2001, não obstante nesse período, como nos últimos 37 anos, a prioridade oficial dos governos ter sido a criação de emprego, quer directamente, engordando o exército de funcionários públicos, quer indirectamente através do milagroso investimento público e dos subsídios de todos os tipos às empresas. Conviria explicar este fenómeno.
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O segundo pormaior é que sendo a baixa produtividade o handicap principal da nossa competitividade – o outro são as escassas competências em inovação, para a aumentar será preciso eliminar empregos de menor produtividade e substituí-los por outros de maior produtividade. Por várias razões, que seria fastidioso enumerar, nem mesmo numa economia soviética com um plano quinquenal é possível sincronizar a destruição e a criação de emprego. Por isso, é inevitável aumentar o desemprego antes de poder aumentar o emprego.
O terceiro pormaior é que a criação de empregos precisa de investimento. E por onde anda o capital disponível para investir? Por cá só temos dívidas, porque todo o capital disponível foi investido em projectos com TIR negativa, projectos onde vamos continuar a enterrar uma parte das nossas poupanças nas próximas décadas – a outra parte vai ser para pagar juros. Tais como os milhares de km de vias rodoviárias, muitas delas decoradas com rotundas, de SCUT que se serão CCUT até ao fim dos tempos, onde pouco circulamos por falta de dinheiro para comprar combustíveis. Tais como mais de um milhar de postos de carregamento de veículos eléctricos que não existem. Tais como milhares de geradores eólicos para produzir energia quando não precisamos dela. Etc. Um grande etc.
E como todo o capital disponível não foi suficiente para aplicar as políticas «anti-recessivas» que o PS agora reclama, endividámo-nos até ao tutano e hoje temos que recorrer à caridade da troika. Troika com quem o PS subscreveu um memorando de entendimento que nos obriga (haja Deus) a tomar uma série de medidas que nem o pessoal político do PS (nem o do PSD) teriam tomates para tomar e, entre elas, medidas de austeridade que se tornaram inevitáveis porque as políticas governamentais que o PS (e o PSD durante os anos em que esteve no governo) agora e sempre defendeu nos conduziram aonde nos encontramos.
03/04/2012
A defesa dos centros de decisão nacional (6) - a procissão já saiu do adro mas ainda há muitos penitentes com promessas por pagar
[Continuação de (1), (2), (3), (4) e (5)]
Ainda alguém se lembra das juras de fidelidade à pátria do Manifesto dos 40, do Compromisso Portugal, dos incontáveis fóruns de empresários e gestores para manter na ditosa os chamados centros de decisão nacional? Vários dos que juraram correram a vender os seus anéis na primeira oportunidade – alguns desses casos são referidos na sequência de posts da procissão a sair do adro.
Ficou escrito nas estrelas quando a Camargo Corrêa e a Votorantim compraram há 2 anos 32,9% e 21,2% da Cimpor, respectivamente, que uma delas iria lançar uma OPA mais tarde ou mais cedo e o resto dos penitentes portugueses com promessas por pagar iria desfazer-se das suas acções.
Pois aí está a OPA da Camargo Corrêa e lá se vão os 10,7% que Manuel Fino tem pendurados na loja de penhores da Caixa, os 9,6% desta e os 10% do Fundo de pensões dos trabalhadores, tratados como se fossem do banco. De caminho irão todas as outras miudezas por aí espalhadas.
E porquê os accionistas portugueses da Cimpor, das outras e das próximas terão que vender? Simples, meu caro Watson, porque apesar de no modelo de Zona Euro do ministro anexo Vítor Constâncio o resultado dos défices externos e do consequente endividamento português ser igual ao endividamento do Mississipi, o doutor Constâncio esqueceu que Bruxelas não é Washington DC.
É a vida.
Ainda alguém se lembra das juras de fidelidade à pátria do Manifesto dos 40, do Compromisso Portugal, dos incontáveis fóruns de empresários e gestores para manter na ditosa os chamados centros de decisão nacional? Vários dos que juraram correram a vender os seus anéis na primeira oportunidade – alguns desses casos são referidos na sequência de posts da procissão a sair do adro.
Ficou escrito nas estrelas quando a Camargo Corrêa e a Votorantim compraram há 2 anos 32,9% e 21,2% da Cimpor, respectivamente, que uma delas iria lançar uma OPA mais tarde ou mais cedo e o resto dos penitentes portugueses com promessas por pagar iria desfazer-se das suas acções.
Pois aí está a OPA da Camargo Corrêa e lá se vão os 10,7% que Manuel Fino tem pendurados na loja de penhores da Caixa, os 9,6% desta e os 10% do Fundo de pensões dos trabalhadores, tratados como se fossem do banco. De caminho irão todas as outras miudezas por aí espalhadas.
E porquê os accionistas portugueses da Cimpor, das outras e das próximas terão que vender? Simples, meu caro Watson, porque apesar de no modelo de Zona Euro do ministro anexo Vítor Constâncio o resultado dos défices externos e do consequente endividamento português ser igual ao endividamento do Mississipi, o doutor Constâncio esqueceu que Bruxelas não é Washington DC.
É a vida.
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02/04/2012
Nem todos os obamas de Obama fazem felizes os obamófilos: episódio (53) - septimana horribilis
Na opinião do insuspeito Washington Post, a semana passada de Obama, recheada de tiros nos pés e extremo oportunismo eleitoralista, foi uma «Brutal week for Obama, the worst of his presidency». É uma preciosa ajuda para os candidatos republicanos que depois de tanta asneira e ziguezague, bem dela precisam. O resultado está à vista.
Rasmussen Reports |
01/04/2012
Pro memoria (54) - Dúvidas que já não nos atormentam 3 anos depois
Dúvidas que na época nos atormentavam (republicação do post de 30-06-2009):
«O Governo lança hoje a rede nacional de mobilidade eléctrica, uma das primeiras da Europa, que prevê 320 locais de abastecimento de carros eléctricos em 2010 e 1.300 daqui a dois anos, para aproveitar o início da comercialização dos carros eléctricos da Renault Nissan.
O Governo português tem a expectativa de que Portugal possa vir a ter 180 mil carros eléctricos em 2020, ano em que o número de pontos de carregamento das baterias deverá rondar as 25 mil ligações.» (Jornal de Negócios)
Porquê só o governo, composto por gestores incompetentes de negócios inviáveis e falhados, vê estas oportunidades?
Não haverá um pequenino exagero em ter um ponto de carregamento para 7 carros eléctricos?
Três anos depois foram torrados mais de 3 milhões de euros, à razão de 3 mil por posto, em 1.020 postos de carregamento. Tratando-se de postos de carregamento rápido o investimento necessário será 30 mil.
Em 2020, se os 180 mil carros previstos forem 18 mil será um grande feito. Por agora são 230 o que dá quase 5 postos de carregamento ou 13 mil euros por cada carro eléctrico a circular.
NOTA: No próximo Natal, não esquecer de enviar um cartão de Boas Festas a agradecer ao homem que está em Sciences Po a estudar à custa das suas poupanças.
«O Governo lança hoje a rede nacional de mobilidade eléctrica, uma das primeiras da Europa, que prevê 320 locais de abastecimento de carros eléctricos em 2010 e 1.300 daqui a dois anos, para aproveitar o início da comercialização dos carros eléctricos da Renault Nissan.
O Governo português tem a expectativa de que Portugal possa vir a ter 180 mil carros eléctricos em 2020, ano em que o número de pontos de carregamento das baterias deverá rondar as 25 mil ligações.» (Jornal de Negócios)
Porquê só o governo, composto por gestores incompetentes de negócios inviáveis e falhados, vê estas oportunidades?
Não haverá um pequenino exagero em ter um ponto de carregamento para 7 carros eléctricos?
Três anos depois foram torrados mais de 3 milhões de euros, à razão de 3 mil por posto, em 1.020 postos de carregamento. Tratando-se de postos de carregamento rápido o investimento necessário será 30 mil.
Em 2020, se os 180 mil carros previstos forem 18 mil será um grande feito. Por agora são 230 o que dá quase 5 postos de carregamento ou 13 mil euros por cada carro eléctrico a circular.
NOTA: No próximo Natal, não esquecer de enviar um cartão de Boas Festas a agradecer ao homem que está em Sciences Po a estudar à custa das suas poupanças.
SERVIÇO PÚBLICO: Chutando o problema para a frente (outra vez)
«Antes da venda da EDP, chamei a atenção para a necessidade de se aplicar o pacote preparado pelo então secretário de Estado da Energia. Se tal não se fizesse, teríamos aumentos de preços incomportáveis para as empresas e famílias ou gerações de défices que iriam atirar a dívida tarifária para níveis dificilmente financiáveis.
Entretanto, a troika impôs que se estabilizasse o défice tarifário até 2013 e que se anulasse a dívida tarifária até 2020, pedindo ao Governo para estimar as rendas excessivas dos produtores em regime de preço político (PRE - Produção em Regime Especial), basicamente eólicas e cogeração, e das centrais elétricas em regime de Contratos de Aquisição de Energia (CAE) e Custos de Manutenção de Equilíbrio Contratual (CMEC) através de uma metodologia óbvia: calcular as taxas de remuneração que são normais para capital empatado em projetos praticamente sem risco, como são estes, e calcular a rendibilidade efetiva que tais projetos estão a ter. A diferença era obviamente uma renda excessiva.
Entretanto, a troika impôs que se estabilizasse o défice tarifário até 2013 e que se anulasse a dívida tarifária até 2020, pedindo ao Governo para estimar as rendas excessivas dos produtores em regime de preço político (PRE - Produção em Regime Especial), basicamente eólicas e cogeração, e das centrais elétricas em regime de Contratos de Aquisição de Energia (CAE) e Custos de Manutenção de Equilíbrio Contratual (CMEC) através de uma metodologia óbvia: calcular as taxas de remuneração que são normais para capital empatado em projetos praticamente sem risco, como são estes, e calcular a rendibilidade efetiva que tais projetos estão a ter. A diferença era obviamente uma renda excessiva.
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