Embora correndo o risco de ser triturado pelo blasfemo jcd (eu andava a cogitar com os meus botões que o meu próximo carro seria um Prius), resolvi fazer uma boa acção (de boas intenções ...) e vir em socorro do operador incumbente de energia eléctrica (mais um pecado) que anda a distribuir lâmpadas de baixo consumo.
Segundo as dicas rapidinhas para o MarketWatch de Jennifer Openshaw, as lâmpadas fluorescentes compactas de baixo consumo são uma opção economicamente preferível às incandescentes convencionais. Aqui fica o resumo.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
30/09/2007
29/09/2007
CASE STUDY: a propósito de The Bourne Ultimatum
O cinema americano mainstream começou por mostrar a CIA, nas décadas de 40, 50 e 60, como uma agência patriótica que defendia os interesses dos EU por meios discutíveis, mas em geral aceitáveis nas circunstâncias. Nos finais da década de 60 e princípios da década de 70, a emergência contestatária dos baby boomers, pouco dispostos a seguir o exemplo dos seus pais e ainda menos a morreram no Vietname, foi o primeiro sinal da perda confiança dos americanos nas suas instituições. O episódio Watergate com a posterior resignação de Nixon foi o momento de viragem na opinião pública. Os meios liberais (esquerdistas pelos padrões europeus) tornaram-se especialmente cínicos a respeito do governo. A CIA, segundo esses meios, era uma organização sinistra que com eficácia aterradora organizava assassinatos, financiava e apoiava golpes de estado, mantinha no poder ditadores cruéis e corruptos, e nos intervalos fazia lavagens aos cérebros do seu pessoal e espiava e interferia na vida dos cidadãos americanos, apesar disso estar fora da sua missão.
Entretanto Hollywood, infestada pelos liberais, produzia dezenas de filmes mostrando duma forma ultra-fantasiosa essa aterradora eficácia da CIA, só contrariada pela acção de um insider (e, às vezes, de alguns outsiders) que heroicamente denunciava à imprensa, ou ao único officer impoluto sobrevivente, as maquinações ilegais de personagens funestas para protegeram as conspirações do director da CIA, do presidente ou dum seu adviser.
Muitas dessas actividades sinistras ficcionadas por Hollywood podem ser, e são, prosseguidas pela CIA, como pelas outras agências de espiões (seria oportunismo comparar a CIA com a NKVD e o seus sucessores KGB, do qual foi officer Vladimir Putin, e a SVR, manobrados por cordéis cujas pontas estão no Kremlin). O que parece ser puro domínio da ficção é essa putativa eficácia porque, em boa verdade, a CIA tem falhado em toda a linha desde a sua criação. Para citar apenas alguns dos seus falhanços mais clamorosos:
Entretanto Hollywood, infestada pelos liberais, produzia dezenas de filmes mostrando duma forma ultra-fantasiosa essa aterradora eficácia da CIA, só contrariada pela acção de um insider (e, às vezes, de alguns outsiders) que heroicamente denunciava à imprensa, ou ao único officer impoluto sobrevivente, as maquinações ilegais de personagens funestas para protegeram as conspirações do director da CIA, do presidente ou dum seu adviser.
Muitas dessas actividades sinistras ficcionadas por Hollywood podem ser, e são, prosseguidas pela CIA, como pelas outras agências de espiões (seria oportunismo comparar a CIA com a NKVD e o seus sucessores KGB, do qual foi officer Vladimir Putin, e a SVR, manobrados por cordéis cujas pontas estão no Kremlin). O que parece ser puro domínio da ficção é essa putativa eficácia porque, em boa verdade, a CIA tem falhado em toda a linha desde a sua criação. Para citar apenas alguns dos seus falhanços mais clamorosos:
- Em 1949 não antecipou a primeira bomba atómica soviética em 1949
- Em 1950 não previu a invasão chinesa da Coreia do Sul
- Foi surpreendida pelas revoltas anticomunistas na Alemanha de Leste em 1953 e na Hungria em 1956
- O fiasco da Baía dos Porcos em 1961
- Passaram-lhe ao lado os mísseis soviéticos para Cuba em 1962
- O tiro no pé com o golpe de estado do partido Bath no Iraque em 1963
- Não previu a guerra israelo-árabe de 1967
- Foi surpreendida a invasão do Kweite em 1990
- Não detectou nenhum dos preparativos para o atentado WTC em 2001, apesar das inúmeras pistas.
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teorias da conspiração
28/09/2007
CASE STUDY: a quantidade de vitualhas é limitada
Luís contra Luís - dois luíses uma só luta
O que evidencia a crise do PSD? O costume. O afastamento do poder é a travessia do deserto para o PSD, como para o PS. À medida que a caravana se afasta do oásis da última passagem pelo governo, aumenta perigosamente a desidratação, desfalecem criaturas, falecem outras, começam as alucinações colectivas, chegam as miragens.
E porquê? Porque, como já muitos disserem e vários escreveram, a presença no governo, importante para todos os partidos, é o oxigénio que respiram os nossos partidos do arco do poder (que raio de expressão). Sem essa presença, não há mordomias nem sinecuras para distribuir, enfraquece a fé e desertam os fiéis. Durante as travessias do deserto sobrevive (mal) o aparelho, dividido por lutas fratricidas na disputa das poucas migalhas que caiem da mesa do orçamento.
Por isso, o fortalecimento do partido no governo, que incha à custa do fortalecimento da enfraquecida fé dos cristãos velhos e da recém-adquirida fé dos cristãos novos revigorada pelas vitualhas que a ocupação do aparelho de estado lhes proporciona, só pode fazer-se à custa do enfraquecimento do partido da oposição, que emagrece irremediavelmente, sem cristão novos e com a deserção en masse dos cristãos velhos.
É preciso esperar pelo cansaço dos eleitores, ele próprio também dependente do esgotamento das vitualhas do orçamento, e pelos primeiros sinais de desgaste do governo para os fiéis do partido da oposição vislumbrarem o longínquo oásis. Nessa altura, o líder de serviço, ou um dos seus challengers, sofrerá uma metamorfose, terá uma visão, e conduzirá as hostes à partilha dos despojos deixados pelo governo anterior.
Foi assim, é assim e assim será. Não há milagres. Levou séculos para chegar aqui, levará gerações para sair daqui. É mau? Já foi pior.
O que evidencia a crise do PSD? O costume. O afastamento do poder é a travessia do deserto para o PSD, como para o PS. À medida que a caravana se afasta do oásis da última passagem pelo governo, aumenta perigosamente a desidratação, desfalecem criaturas, falecem outras, começam as alucinações colectivas, chegam as miragens.
E porquê? Porque, como já muitos disserem e vários escreveram, a presença no governo, importante para todos os partidos, é o oxigénio que respiram os nossos partidos do arco do poder (que raio de expressão). Sem essa presença, não há mordomias nem sinecuras para distribuir, enfraquece a fé e desertam os fiéis. Durante as travessias do deserto sobrevive (mal) o aparelho, dividido por lutas fratricidas na disputa das poucas migalhas que caiem da mesa do orçamento.
Por isso, o fortalecimento do partido no governo, que incha à custa do fortalecimento da enfraquecida fé dos cristãos velhos e da recém-adquirida fé dos cristãos novos revigorada pelas vitualhas que a ocupação do aparelho de estado lhes proporciona, só pode fazer-se à custa do enfraquecimento do partido da oposição, que emagrece irremediavelmente, sem cristão novos e com a deserção en masse dos cristãos velhos.
É preciso esperar pelo cansaço dos eleitores, ele próprio também dependente do esgotamento das vitualhas do orçamento, e pelos primeiros sinais de desgaste do governo para os fiéis do partido da oposição vislumbrarem o longínquo oásis. Nessa altura, o líder de serviço, ou um dos seus challengers, sofrerá uma metamorfose, terá uma visão, e conduzirá as hostes à partilha dos despojos deixados pelo governo anterior.
Foi assim, é assim e assim será. Não há milagres. Levou séculos para chegar aqui, levará gerações para sair daqui. É mau? Já foi pior.
27/09/2007
ESTÓRIA E MORAL: Mugabe & Ahmadinejad contra os "brutos" ocidentais
Estória
«Os presidentes do Zimbabwe, Robert Mugabe, e do Irão, Mahmud Ahmadinejad, planeiam criar uma "coligação para a paz". Os dois chegaram a essa conclusão num encontro à margem da Assembleia Geral da ONU que decorre em Nova Iorque. Acusados pelos EUA de dirigirem "regimes tirânicos", Mugabe e Ahmadinejad terão sentido a necessidade de se unirem contra os "brutos" ocidentais.» (no DN)
Moral
Les bons esprits se rencontrent.
«Os presidentes do Zimbabwe, Robert Mugabe, e do Irão, Mahmud Ahmadinejad, planeiam criar uma "coligação para a paz". Os dois chegaram a essa conclusão num encontro à margem da Assembleia Geral da ONU que decorre em Nova Iorque. Acusados pelos EUA de dirigirem "regimes tirânicos", Mugabe e Ahmadinejad terão sentido a necessidade de se unirem contra os "brutos" ocidentais.» (no DN)
Moral
Les bons esprits se rencontrent.
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Iguais mas diferentes
25/09/2007
O IMPERTINÊNCIAS FEITO PELOS SEUS DETRACTORES: milagres da regionalização
Com um atraso pantagruélico para os padrões online, aqui se publica o recorte do Correio do Minho de 18 de Maio sobre os prodígios gastronómicos d'Os Telhadinhos de Ponte de Lima, enviado pelo detractor habitual JARF.
[Clique para ver aumentar o prodígio]
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se non è vero
23/09/2007
BLOGARIDADES: um sistema aberto não é um sistema fechado
Não é a primeira vez que Pacheco Pereira se revela desconcortável com a vulgaridade dominante na Web, na blogosfera e em especial no centro geométrico das blogaridades que é a bloguilha. Desta vez é mais evidente do que o costume. Refiro-me ao post ESTA' A INTERNET A MATAR A NOSSA CULTURA? publicado no dia 12 - já com barbas pela bitola da blogosfera.
Nesse post JPP faz eco do livro de Andrew Keen «The cult of the amateur» que tem como subtítulo o título do seu post. Esclareço que não li o livro, nem prevejo que venha a lê-lo, a não ser que a prosa resista 10 anos. Adoptando (com reservas) algumas das angústias de Keen, JPP conclui preocupado não saber «até que ponto se encontrará um qualquer equilíbrio que trave o lixo demagógico que hoje enche tudo impante da sua nova voz tecnológica e salve a "nossa cultura", mas não posso, em nome dessa mesma "cultura", deixar de valorizar o acesso de milhões à porta de um mundo em que habita o "espírito", mesmo que assustado com tanta confusão.»
Não se vê motivo para tamanha preocupação. Pelo contrário, a pletora de amadores na Web, um fenómeno natural resultante da banalização da internet, constitui uma evolução desejável de vários pontos de vista e reflecte a extensão duma literacia que umas décadas atrás estava reservada a elites, frequentemente decadentes e quase sempre cooptando-se no interior das suas capelas bafientas. Essa literacia é visível até na bloguilha onde milhares de portugas discorrem num português escorreito (*) e, frequentemente, com pertinência (ocorre-me agora que este blogue se chama Impertinências) sobre os mais variados temas. Pode não ser uma academia, mas é um fórum bastante ventilado onde se confrontam ideias. É um mercado de ideias, onde da quantidade se pode depurar a qualidade, como em quase tudo.
Das centenas de milhar de miúdos e praticantes de todas as idades - amadores - que com mais ou menos jeito chutam bolas em becos e campos pelados, podem surgir Figos e Cristianos Ronaldos e, pasme-se, até Mourinhos. Dumas centenas de criaturas em inbreeding, que vivem num raio de 10 quilómetros com centro no Estoril, que frequentaram os mesmos colégios, que vão às mesmas missas, que treinam uns com os outros, podem surgir uns outros amadores, uns Sousas Uvas, que episodicamente fazem um brilharete no râguebi. Não mais do que isso.
Que a qualidade sobrevive sem dificuldade à quantidade poderia deduzir-se do facto do Abrupto (que certamente JPP considerará um paradigma dos blogues) resistir tão bem à concorrência que até está entre os mais visitados da bloguilha. Não fosse a concorrência tão numerosa e o Abrupto teria muito menos freguesia.
(*) Há excepções. Algumas nelas notáveis, como o maradona que escreve com imensos erros por diletantismo, presumo.
Nesse post JPP faz eco do livro de Andrew Keen «The cult of the amateur» que tem como subtítulo o título do seu post. Esclareço que não li o livro, nem prevejo que venha a lê-lo, a não ser que a prosa resista 10 anos. Adoptando (com reservas) algumas das angústias de Keen, JPP conclui preocupado não saber «até que ponto se encontrará um qualquer equilíbrio que trave o lixo demagógico que hoje enche tudo impante da sua nova voz tecnológica e salve a "nossa cultura", mas não posso, em nome dessa mesma "cultura", deixar de valorizar o acesso de milhões à porta de um mundo em que habita o "espírito", mesmo que assustado com tanta confusão.»
Não se vê motivo para tamanha preocupação. Pelo contrário, a pletora de amadores na Web, um fenómeno natural resultante da banalização da internet, constitui uma evolução desejável de vários pontos de vista e reflecte a extensão duma literacia que umas décadas atrás estava reservada a elites, frequentemente decadentes e quase sempre cooptando-se no interior das suas capelas bafientas. Essa literacia é visível até na bloguilha onde milhares de portugas discorrem num português escorreito (*) e, frequentemente, com pertinência (ocorre-me agora que este blogue se chama Impertinências) sobre os mais variados temas. Pode não ser uma academia, mas é um fórum bastante ventilado onde se confrontam ideias. É um mercado de ideias, onde da quantidade se pode depurar a qualidade, como em quase tudo.
Das centenas de milhar de miúdos e praticantes de todas as idades - amadores - que com mais ou menos jeito chutam bolas em becos e campos pelados, podem surgir Figos e Cristianos Ronaldos e, pasme-se, até Mourinhos. Dumas centenas de criaturas em inbreeding, que vivem num raio de 10 quilómetros com centro no Estoril, que frequentaram os mesmos colégios, que vão às mesmas missas, que treinam uns com os outros, podem surgir uns outros amadores, uns Sousas Uvas, que episodicamente fazem um brilharete no râguebi. Não mais do que isso.
Que a qualidade sobrevive sem dificuldade à quantidade poderia deduzir-se do facto do Abrupto (que certamente JPP considerará um paradigma dos blogues) resistir tão bem à concorrência que até está entre os mais visitados da bloguilha. Não fosse a concorrência tão numerosa e o Abrupto teria muito menos freguesia.
(*) Há excepções. Algumas nelas notáveis, como o maradona que escreve com imensos erros por diletantismo, presumo.
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20/09/2007
LA DONNA E UN ANIMALE STRAVAGANTE: está por um fio
Para quem imagina a Turquia na EU como o cavalo de Tróia do islamismo e antevê as nossas mulheres todas cobertas por véus, é melhor mudar de ideias e não desvalorizar as turcas. Em ajuda desta antítese vem o Economist (provavelmente a melhor revista de economia, finanças e outras miudezas) esclarecer-nos sobre as preocupações das luminárias islâmicas:
«Nowadays, the Islamic intelligentsia seems less preoccupied with the veil than with whether it is appropriate for pious female Muslims to wear G-string knickers - because, as one luminary has opined, "they keep women in a permanent state of sexual arousal".»
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19/09/2007
16/09/2007
DIÁRIO DE BORDO: se não fosse a ameaça das verrugas e do pé-de-atleta...
... deixava cair a corrente milagrosa lançada pelo fassista do Portugal Contemporâneo, que me chegou através doutro fassista d'O Insurgente, sob a forma do desafio: «enuncie dez características que, em sua opinião, separam e distinguem a nossa direita partidária (PSD e CDS) do PS e do governo».
Não é um desafio. Dez distinções é uma missão impossível. Em todo o caso, ocorrem-me as seguintes:
Não é um desafio. Dez distinções é uma missão impossível. Em todo o caso, ocorrem-me as seguintes:
- O primeiro ministro benze-se e a direita ainda não ergue o punho;
- O líder do PSD percorre o circuito da carne assada aos beijinhos às mulheres de bata e o líder do PS faz o circuito das escolas a distribuir portáteis e a bajular os adolescentes («estás porreiro, pá?»);
- A direita defende a redução da carga fiscal hic et nunc e o governo diz que só para o ano;
- O PS pensa que é melhor não referendar o tratado europeu e diz que está a pensar nisso e a direita está a pensar nisso e diz que ainda não sabe se é melhor referendar.
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15/09/2007
ESTÓRIA E MORAL: momento zen nacional
Estória
O Felipão falhou escandalosamente um murro nas ventas dum qualquer sérvio que, diz ele, chamou nomes à família Scolari. Foi censurado pelo falhanço? Foi condenado por não ter tentado um pontapé nas partes do ofensor? Foi demitido por não ter feito uma espera ao biltre à saída do estádio, como costumam fazer os adeptos do FêCêPê aos árbitros que não comem a fruta do Pintinho? Não, não e não.
Foi censurado pelo doutor Laurentino, um senhor secretário de estado do desporto que usa um capachinho, e que falou com grande pompa e circunstância, não se sabe se na qualidade de secretário se de adepto do futebol, sobre atitudes e comportamentos e bla bla.
Foi censurado pelo senhor presidente da república que viu a coisa do seu «sofá» como «um gesto lastimável»
Até aquela menina jornalista que, dizem, namora o senhor primeiro ministro veio escrever, possivelmente em sua substituição, ocupadíssimo com o plano tecnológico a distribuir portáteis aos meninos nas escolas, que ficou «varada com o upper cut falhado», deixando-nos na angustiante dúvida sobre se a vara se deveria a achar que teria sido melhor um jab de esquerda em vez dum upper cut de direita ou pelo falhanço, tout court.
Vou iniciar aqui e agora uma corrente de solidariedade e organizar um jantar de desagravo ao mister.
Moral
Quem não se sente não é filho de boa gente
O Felipão falhou escandalosamente um murro nas ventas dum qualquer sérvio que, diz ele, chamou nomes à família Scolari. Foi censurado pelo falhanço? Foi condenado por não ter tentado um pontapé nas partes do ofensor? Foi demitido por não ter feito uma espera ao biltre à saída do estádio, como costumam fazer os adeptos do FêCêPê aos árbitros que não comem a fruta do Pintinho? Não, não e não.
Foi censurado pelo doutor Laurentino, um senhor secretário de estado do desporto que usa um capachinho, e que falou com grande pompa e circunstância, não se sabe se na qualidade de secretário se de adepto do futebol, sobre atitudes e comportamentos e bla bla.
Foi censurado pelo senhor presidente da república que viu a coisa do seu «sofá» como «um gesto lastimável»
Até aquela menina jornalista que, dizem, namora o senhor primeiro ministro veio escrever, possivelmente em sua substituição, ocupadíssimo com o plano tecnológico a distribuir portáteis aos meninos nas escolas, que ficou «varada com o upper cut falhado», deixando-nos na angustiante dúvida sobre se a vara se deveria a achar que teria sido melhor um jab de esquerda em vez dum upper cut de direita ou pelo falhanço, tout court.
Vou iniciar aqui e agora uma corrente de solidariedade e organizar um jantar de desagravo ao mister.
Moral
Quem não se sente não é filho de boa gente
12/09/2007
10/09/2007
CASE STUDY: leis duras e prática mole
Ele sabia do que falava
Este país pode ter, e tem, défices crónicos de diferentes naturezas. Por exemplo, défice orçamental, défice de literacia, défice de diligência, défice de vergonha, entre muitos outros.
Este país não tem um défice de legislação. Veja-se o exemplo recente da baderna na noite tripeira. Por acaso na noite tripeira, como podia ser na alfacinha, ou na do All Garbe. Segundo o Expresso «21 diplomas legislam sobre os bares e as discotecas». Se Filipe II de Espanha, I de Portugal, ainda fosse vivo diria, uma vez mais, que as leis em Portugal são duras, mas a prática é mole.
E porquê? Ora porque é mais fácil ser-se advogado, jurista, deputado, ou ministro, do que polícia (e muitas outras coisas).
Este país pode ter, e tem, défices crónicos de diferentes naturezas. Por exemplo, défice orçamental, défice de literacia, défice de diligência, défice de vergonha, entre muitos outros.
Este país não tem um défice de legislação. Veja-se o exemplo recente da baderna na noite tripeira. Por acaso na noite tripeira, como podia ser na alfacinha, ou na do All Garbe. Segundo o Expresso «21 diplomas legislam sobre os bares e as discotecas». Se Filipe II de Espanha, I de Portugal, ainda fosse vivo diria, uma vez mais, que as leis em Portugal são duras, mas a prática é mole.
E porquê? Ora porque é mais fácil ser-se advogado, jurista, deputado, ou ministro, do que polícia (e muitas outras coisas).
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ejaculações legislativas,
incorrigível
09/09/2007
08/09/2007
DEIXAR DE DAR GRAXA PARA MUDAR DE VIDA: os cemitérios estão cheios de insubstituíveis
Imaginemos um país onde os mercados de capitais funcionassem normalmente, digamos. Supunhamos que uma das empresas com maior capitalização bolsista estivesse cotada há 7 anos acima dos 5,40, e captado aos accionistas milhões de euros em diversos aumentos de capital, e quatro anos depois estivesse cotada a pouco mais de 1,90. Decorrido outros três anos, ainda vacila na região dos 3,30.
Consegue-se imaginar que esse país venere como o maior gestor financeiro do planeta uma criatura que liderou essa empresa destruindo 2/3 do valor detido pelos seus accionistas nos quatro anos de 2000 a 2004?
Consegue-se imaginar que esse gestor seja apoiado por fracção significativa dos accionistas a quem destruiu valor para continuar a decidir os destinos dessa mesma empresa?
Consegue-se, se souber que esse país é Portugal, que a empresa é o Millenium bcp e que uma parte significativa dos accionistas são clientes do banco e lhe devem dinheiro (com parte do qual aliás compraram as suas accções), e que parecem dispostos a apoiar o do engenheiro Jardim Gonçalves na sua entronização vitalícia na liderança do Millenium bcp, ainda que por interposto procurador.
Consegue-se imaginar que esse país venere como o maior gestor financeiro do planeta uma criatura que liderou essa empresa destruindo 2/3 do valor detido pelos seus accionistas nos quatro anos de 2000 a 2004?
Consegue-se imaginar que esse gestor seja apoiado por fracção significativa dos accionistas a quem destruiu valor para continuar a decidir os destinos dessa mesma empresa?
Consegue-se, se souber que esse país é Portugal, que a empresa é o Millenium bcp e que uma parte significativa dos accionistas são clientes do banco e lhe devem dinheiro (com parte do qual aliás compraram as suas accções), e que parecem dispostos a apoiar o do engenheiro Jardim Gonçalves na sua entronização vitalícia na liderança do Millenium bcp, ainda que por interposto procurador.
07/09/2007
ESTADO DE SÍTIO: a mão visível
Afastada, desde a queda do muro de Berlim, das opções de política económica praticáveis na Europa a intervenção directa do estado na economia via nacionalização, o segundo modelo mais pernicioso de intervenção estatal ainda ao dispor dos governos dirigistas é a política de subsídios com que os governos arruínam o funcionamento do mercado a pretexto de o melhorarem ou, como agora é o caso, de lhe diminuírem os efeitos indesejáveis nas classes mais desfavorecidas.
O montante dos subsídios que o governo atribui é por isso um bom indicador do grau de dirigismo económico e, consequentemente, da irremediável ineficiência na utilização dos recursos. É a este título muito esclarecedor da política económica praticada pelo governo socialista do engenheiro Sócrates que o montante das eufemisticamente chamadas «indemnizações compensatórias pela prestação de serviços públicos» tenha aumentado 6% em 2007. É também esclarecedor que o facto seja anunciado orgulhosamente pelo secretário de estado do Tesouro e Finanças e que do aumento do bolo orçamental, as empresas públicas, que é suposto prestarem o mesmo serviço em concorrência que as empresas privadas, se aboletaram com 90%.
Pode o governo anunciar as reduções do défice que lhe aprouver, à custa do aumento da carga fiscal, que isso nada contribuirá para a competitividade da economia e para o progresso do país, enquanto continuar a entropiar os mercados com a sua pesada mão visível.
O montante dos subsídios que o governo atribui é por isso um bom indicador do grau de dirigismo económico e, consequentemente, da irremediável ineficiência na utilização dos recursos. É a este título muito esclarecedor da política económica praticada pelo governo socialista do engenheiro Sócrates que o montante das eufemisticamente chamadas «indemnizações compensatórias pela prestação de serviços públicos» tenha aumentado 6% em 2007. É também esclarecedor que o facto seja anunciado orgulhosamente pelo secretário de estado do Tesouro e Finanças e que do aumento do bolo orçamental, as empresas públicas, que é suposto prestarem o mesmo serviço em concorrência que as empresas privadas, se aboletaram com 90%.
Pode o governo anunciar as reduções do défice que lhe aprouver, à custa do aumento da carga fiscal, que isso nada contribuirá para a competitividade da economia e para o progresso do país, enquanto continuar a entropiar os mercados com a sua pesada mão visível.
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desconfiai dos mercados,
ecoanomia
06/09/2007
ESTADO DE SÍTIO: frase assassina
«A meio do ciclo político deste Governo, se o país está cansado, o Governo está exausto, com excepção do primeiro-ministro, para quem governar tem uma parecença próxima com o jogging, com as vantagens e os defeitos de uma actividade que não se caracteriza por ter um destino, mas sim um trajecto.»
(PÔR OS PÉS NA TERRA, no Abrupto)
(PÔR OS PÉS NA TERRA, no Abrupto)
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E agora José?,
ecoanomia
05/09/2007
02/09/2007
DIÁLOGOS DE PLUTÃO: é muito injusto
O que terá levado a IAU a aprovar, fez agora um ano, critérios que rebaixaram Plutão ao nível dum qualquer calhau perdido no espaço? Ainda por cima um planeta que, não sendo grande (concedo, é pequenino, mas muito jeitoso), até tem 3-luas-3 uma das quais é uma bela duma lua que se pode ver ao longe.
Não concordo!
Não concordo!
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delírios pontuais
AVALIAÇÃO CONTÍNUA: a nova encarnação do doutor Portas na Web 2.0
Secção Insultos à inteligência
Depois de ter sido sucessivamente o Paulinho da Feiras eurocéptico e uma figura de estado eurófila, a criatura entrou em reflexão sabática, espécie de casulo donde saiu a mariposa dum líder renovado com novo penteado, nova dentição, novo sorriso e novas propostas políticas que ultrapassam o engenheiro Sócrates pela esquerda.
No segundo dos 3 tubes que publicou da série «Há um caminho», o doutor Portas 2.0 preocupa-se com as taxas de juros e o silêncio do governo e do ministro anexo doutor Constâncio e promete dedicar os seus múltiplos talentos e «usar todos os meios do novo regimento da assembleia da República para que este tema, o crescimento económico, a questão dos juros e como limitar os danos para as famílias que estão endividadas e que têm crédito, nomeadamente para compra de habitação, esteja no centro da agenda política». Uns minutos atrás ficou uma contraditória declaração de fé na independência do BCE e nos impulsos intervencionistas do presidente Sarko.
É a demagogia em todo o seu esplendor. É isto que a direita portuguesa tem para oferecer no mercado das ideias.
Quatro bourbons para o doutor Portas por não conseguir deixar de seguir a sua natureza de farsante e três chateaubriands se acredita no que diz ou, em alternativa, quatro ignóbeis no caso contrário.
Depois de ter sido sucessivamente o Paulinho da Feiras eurocéptico e uma figura de estado eurófila, a criatura entrou em reflexão sabática, espécie de casulo donde saiu a mariposa dum líder renovado com novo penteado, nova dentição, novo sorriso e novas propostas políticas que ultrapassam o engenheiro Sócrates pela esquerda.
No segundo dos 3 tubes que publicou da série «Há um caminho», o doutor Portas 2.0 preocupa-se com as taxas de juros e o silêncio do governo e do ministro anexo doutor Constâncio e promete dedicar os seus múltiplos talentos e «usar todos os meios do novo regimento da assembleia da República para que este tema, o crescimento económico, a questão dos juros e como limitar os danos para as famílias que estão endividadas e que têm crédito, nomeadamente para compra de habitação, esteja no centro da agenda política». Uns minutos atrás ficou uma contraditória declaração de fé na independência do BCE e nos impulsos intervencionistas do presidente Sarko.
É a demagogia em todo o seu esplendor. É isto que a direita portuguesa tem para oferecer no mercado das ideias.
Quatro bourbons para o doutor Portas por não conseguir deixar de seguir a sua natureza de farsante e três chateaubriands se acredita no que diz ou, em alternativa, quatro ignóbeis no caso contrário.
01/09/2007
CASE STUDY: série reis de África (18 and last, but not least)
Sua Majestade GOODWILL ZWELETHINI, King of Zulu, South Africa
(Créditos Gulf Air Co, via FM, no Barhein)
(Créditos Gulf Air Co, via FM, no Barhein)
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