Eis algumas passagens mais relevantes a esse respeito da entrevista de José Eduardo Moniz à Tabu do Sol (*):
«Aquilo que se verifica hoje em dia na relação dos poderes existentes com a comunicação social é que há uma preocupação enorme de provocar condicionamentos ao trabalho dos jornalistas e das empresas. Já não da forma tacanha que se fazia antigamente de submeter os textos à censura, mas de se montar mecanismos que permitam fazer com que os profissionais da informação tenham permanentemente presente na sua cabeça que há uma espada sobre o pescoço. Isto é perverso mas é assim. E tem sido planeado com uma estranha inteligência e eficácia.(*) Quanto ao Sol, é mais prudente dar-lhe o prejuízo da certeza de falta de inocência nesta matéria do que conceder-lhe o benefício da dúvida.
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Este é um Governo que sabe exactamente onde deve tocar na comunicação social.
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O que tem estado a passar-se nos últimos anos, e que pode ter maus resultados para o futuro, é uma preocupação excessiva com o que pode ser a influência da comunicação social na actividade política ela própria. Mais do que noutros períodos da nossa história recente, governa-se muito com, e para, a comunicação social. Por exemplo, quando vejo uma noticia que diz 'foi anunciado a pacote de investimento de dois mil milhões de euros. Pode criar 400 empregos' é preciso perceber que tipo de empregos são e que viabilidade há para o negócio.
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Enquanto se disser uma coisa em eleições, se fizer uma coisa quando é governo e só se governar com, ou para, a comunicação social, não vamos deixar de estar onde estamos e provavelmente seremos ultrapassados por todos os novos países da União Europeia. Hoje em dia, o país vive amargurado e empobrecido por anos de incompetência, desperdício e desvario de sucessivos governos e está entorpecido por muitos meses de cortinas de fumo.»
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