Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

19/07/2017

Tiro (póstumo) nos pés de Teixeira dos Santos

Há 7 anos, um ano antes da chegada da brigada da troika, passaram pelo radar do (Im)pertinências dois artigos do NYT que então comentei neste post e agora transcrevo parcialmente:

«... fora do país e dos meios que têm um interesse directo em desvalorizar o risco de bancarrota portuguesa, o resto do mundo ou não presta atenção ou partilha quase sempre a antevisão duma tragédia grega. Num único dia, o NY Times, um bastião do politicamente correcto, insuspeito de antipatia pela causa da irresponsabilidade financeira, publicou dois artigos de muito mau augúrio para a economia e finanças públicas portuguesas: «Debt Worries Shift to Portugal, Spurred by Rising Bond Rates», de Landon Thomas e «The Next Global Problem: Portugal de Peter Boone e Simon Johnson, este último ex-economista chefe do FMI.

(...) A gravidade da situação de endividamento neste contexto é salientada pelo segundo artigo que estima que a uma taxa de juro optimista de 5% e com um défice primário de 5,2%, Portugal precisaria um agravamento fiscal de 10% o qual, sem uma impossível correcção monetária na Zona Euro, conduziria a um emprego socialmente devastador.»

Instruída por Teixeira dos Santos, a CMVM acusou então Boone, o primeiro autor do segundo artigo citado, de especular com a dívida pública portuguesa para obter mais-valias, uma vez que estava ligado à gestora de fundos Salute Capital Management. Foi então acusado pelo Ministério Público e, após vários anos a chocar a decisão, recentemente o tribunal ilibou-o sem julgamento. (Negócios)

Depois da decisão do tribunal, Peter Boone anunciou que iria processar o Estado português considerando que «foi uma caça às bruxas iniciada por uma declaração pública do antigo ministro das Finanças, professor Fernando Teixeira dos Santos, que se sentiu ofendido por eu ter questionado algumas das más decisões económicas que ele e os seus pares estavam a prosseguir». That's it!

Sem comentários: