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22/06/2024

A defesa dos centros de decisão nacional (31) - Vão-se os anéis e ficam os dedos com artroses

 [Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16), (17), (18), (19), (20), (21), (22), (23), (24), (25), (26), (27), (28), (29) e (30)]

Recordemos, uma vez mais, os inúmeros manifestos pela defesa dos centros de decisão nacional, alguns deles assinados por empresários que passado algum tempo venderam a estrangeiros as suas empresas e as inúmeras declarações no mesmo sentido da esquerdalhada em geral. Recordemos também que esta necessidade de vender o país aos retalhos surge pelo endividamento gigantesco de públicos e privados e pela  descapitalização da economia portuguesa, consequência de décadas a viver acima das posses.

A venda pelos empresários portugueses das suas empresas tem sido uma das consequências da descapitalização (outra é a baixa produtividade). Os empresários que num dia lamentavam a perda de controlo das empresas, no dia seguinte assinavam um manifesto sobre os centros de decisão e pelo caminho corriam a vender as suas empresas. E assim se foram os bancos, as seguradoras quase todas e uma boa parte da indústria.

Uma das muitas empresas industriais que foram vendidas foi a Solidal, fabricante de cablagem eléctrica, que a família Quintas vendeu em 2019 ao fundo de private equity dinamarquês Njord Partners que agora a vendeu à NKT, um líder mundial na cablagem.

E assim chegamos às participações dos acionistas estrangeiros com participações qualificadas nas empresas cotadas no PSI (*) a valerem cerca de 26 mil milhões de euros enquanto as participações accionistas portugueses valem 17,7 mil milhões de euros (estimativa do jornal Eco).
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(*) O índice da bolsa de valores de Lisboa que começou por ser o PSI 20 e encolheu até ao PSI 16 de hoje, enquanto o número de empresas cotadas que já tinha sido 150 é hoje 54.

1 comentário:

Anónimo disse...

As caravelas, as vacas, os burros, tudo junto, em pacotes o preço é mais em conta............