Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

29/05/2022

A história do Portugal dos Pequeninos, o século XXI não é assim tão diferente do XIX (6)

 Continuação de (1), (2), (3), (4) e (5)

Lendo «O Fundo da Gaveta» de Vasco Pulido Valente, dei comigo a pensar que, mudando a época, as modas e os protagonistas, o Portugal do século XIX me faz lembrar o Portugal da III República. Nos posts desta série cito algumas passagens que mais intensamente evocam essa ideia. 

Uma espécie de PREC avant la lettre

Com outra seriedade, e porque a história do regime encorajava todas as ilusões, passou-se ao aliciamento de militares. Penicheiros notórios esforçaram-se por «seduzir os chefes dos corpos de guarnição», «iludir» os sargentos e «insubordinar a Guarda Municipal. Distribuíram-se até folhetos pelas ruas incitando a Guarda a revolta.

(…)

Afastado o desenvolvimento, ficava o funcionalismo que a regeneração, os históricos e a fusão tinham usado para empregar a classe média e, ligando-a ao statu quo, demovê-la de aventuras revolucionárias. Só que o funcionalismo era o alvo por excelência das principais reformas a que estavam comprometidos os radicais: a simplificação dos serviços, a luta contra a corrupção, a descentralização.

[Do capítulo Ressurreição e morte do radicalismo (1864-1870)]

(Continua)

Sem comentários: