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05/12/2018

A defesa dos centros de decisão nacional (27) - Na iminência de um grande salto em frente

[Continuação de (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11), (12), (13), (14), (15), (16), (17), (18), (19), (20), (21), (22), (23), (24), (25) e (26)]

Recordemos, uma vez mais, os inúmeros manifestos pela defesa dos centros de decisão nacional, alguns deles assinados por empresários que passado algum tempo venderam a estrangeiros as suas empresas e as inúmeras declarações no mesmo sentido da esquerdalhada em geral. Recordemos também que esta necessidade de vender o país aos retalhos surge pelo endividamento gigantesco de públicos e privados e pela consequente descapitalização da economia portuguesa, consequência de décadas a viver acima das posses.

Com a visita em curso do presidente vitalício da República Popular da China Xi Jinping podemos estar à beira de um grande salto em frente (Dà yuèjìn). O presidente Marcelo com o seu talento para as declarações gongóricas vai mais longe e declara ao canal de televisão chinês internacional CGTN que a «Nova Rota da Seda» ou «Uma Faixa, Uma Rota» «podia atravessar Portugal, entrando num dos nossos principais portos».

Por agora, o camarada presidente Xi está mais inclinado para ser pragmático, o que traduzido em português corrente deve querer dizer aproveitar a inclinação portuguesa para o trespasse dos activos que ainda nos restam.

Quem não tem dúvidas sobre o caminho da Nova Rota da Seda atravessar a jangada de pedra é o presidente do Fórum Luso-Asiático que fala entusiasmado dos «portos de Leixões e Sines (que) podem ser alternativas interessantes», da «privatização total ou parcial da CP», de «investimentos tripartidos (...) não só em África, como também na América Latina». Tudo isto, acrescenta, «coloca problemas políticos delicados à União Europeia (sobretudo) num quadro de reemergência do poder russo e da aproximação entre Xi e Putin».

E, acrescento eu, coloca problemas de controlo de activos estratégicos por um poder autocrático de uma potência em expansão agressiva, adversária da aliança a que Portugal pertence, o que é não coisa que se resolva com os afectos do Ti Célinho e as vacas voadoras de Costa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Educativo é que o dinheiro mal parados dos de::puta__dos são superiores ao que o preidente chinês pagou por estar no Ritz-Four Seasons.