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16/11/2016

CASE STUDY: Caixa, uma demonstração de que é possível ter o pior de dois mundos

Podia ser a Caixa, mas é uma mãe Opussum,
uma espécie de gambá da família Didelphidae 
O préstimo do banco público chamado Caixa tem sido financiar os elefantes brancos do regime, financiar os projectos inviáveis dos amigos do regime, proporcionar tenças aos amigos do regime e dar emprego aos amigos dos amigos do regime. Pontualmente, tem servido para controlar as empresas que não são consideradas amigas do regime. Para ser possível tudo isso, são extorquidos regularmente os fundos necessários aos sujeitos passivos. Da próxima vez serão 5 mil milhões de euros ou, grosso modo, o equivalente a 2,7%  do PIB, ao défice anual do OE ou a 40% das receitas de IRS.

Desta vez, dizem-nos, vai ser diferente. Irá? Para começar o processo de nomeação da administração está de facto a ser diferente. No passado, os dois partidos do então chamado arco de governação, ou seja PS e PSD, entendiam-se para nomear alternadamente um dos seus para presidente, compondo o resto da administração com mais gente «de confiança».

Desta vez, o processo de nomeação, que decorre há mais de 6 meses e pode terminar com a demissão de alguns ou todos os nomeados, já envolveu o presidente Marcelo, o primeiro-ministro Costa, vários ministros e secretários de Estado, dirigentes dos partidos da geringonça – o novo arco da governação – e até da oposição.

Devemos reconhecer que até ao momento está a ser diferente. A geringonça está a demonstrar que é possível fazer coexistir os vícios públicos com os privados.

[A pretexto do texto «Uma lição cruel de política a Centeno e a Domingues» de Bruno Faria Lopes no jornal negócios]

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