Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)

17/11/2016

ACREDITE SE QUISER: Se não puderem engolir um sapo ao menos comam uma barata

Lembro-me de Vasco Pulido Valente ter feito muitos anos atrás uma previsão qualquer avisando que se falhasse deixaria de ser analista. Falhou e, assumindo a falha, garantiu que daí em diante deixaria de ser analista e passaria a ser… comentador.

Melhor exemplo foi o do especialista em sondagens Sam Wang da universidade Princeton, uma das oito da Ivy League, que previu que Donald Trump não ultrapassaria os 240 delegados prometendo que, se ultrapassasse. ele comeria um insecto. Enganou-se por muito e, ao contrário da enorme horda de analistas, comentadores, jornalistas de causas e outros opinion dealers que erraram com estrondo as previsões ou tomaram estas pelos seus desejos, este tomou a palavra pelo seu valor e comeu um grilo com mel.


Ainda assim, Sam Wang ficou longe dos comunistas a quem o camarada secretário-geral Álvaro Cunhal mandou que engolissem um sapo e votassem em Mário Soares nas eleições presidenciais de 1986. Eles obedeceram e Mário Soares ficou em Belém 10 longos anos, enquanto os comunistas digeriam o sapo.

Na minha modesta opinião, considerando ser o sapo um animal de tamanho desproporcionado às finas gargantas das luminárias que se tomam por Oráculo de Delfos e o grilo um animal demasiado simpático para tais gargantas, parecer-me-ia mais adequado engolirem uma barata.

Sem comentários: