Uma república dos bananas…
Que outra república poderia ser uma república cujo presidente, um professor de direito que se considera e é considerado como um profundo conhecedor da Constituição, dissolve a prazo o parlamento, a pretexto da suposta necessidade de aprovação pelo parlamento dissolvido de um orçamento apresentado por um governo cujo primeiro-ministro se demitiu, garantindo não ter feito nada de censurável. Garantia, a ser verdade, num político “habilidoso” indiferente às dezenas de escândalos de que resultaram demissões de membros dos seus governos deixa implícito que está a aproveitar o pretexto para se pôr ao fresco. Primeiro-ministro que tentou ser substituído pelo governador do banco central, que ele próprio nomeou e que havia sido seu ministro precisamente com a tutela do banco central, governador que anunciou a um jornal internacional o convite, atribuindo-o ao presidente, sendo de seguida por este desmentido e obrigado a retratar-se. Governador que poucos dias depois deste vergonhoso episódio evocou um poema para se considerar um livre-pensador. Orçamento que será aprovado exclusivamente pelo partido do governo e será executado por um outro governo, eventualmente constituído por partidos da oposição ao governo que apresentou o orçamento.
… num país de bananas
Que outro país poderia ser um país em que os mídia e a comentadoria do regime discutem apaixonadamente para gáudio dos cidadãos se são ou não crimes as trafulhices, as trapalhadas, o tráfico de influência, os conflitos de interesses e tudo o mais que seria suficiente num país civilizado para um governo se ter há muito demitido em bloco.
Sem se dar conta o Dr. Costa reconheceu a sua incompetência para governar…
Quando na sua comunicação do dia 12 o Dr. Costa tentou limpar a sua folha e a dos seus ajudantes justificando que a “agilização” dos processos de licenciamento para não «desperdiçar oportunidades estratégicas» nos casos do centro de dados e do lítio, ele estava a reconhecer, sem se dar conta, que o seu governo substituiu a reforma do quadro legislativo aplicável ao licenciamento, uma espécie de “simplex” do investimento, pela trafulhice, sua e dos seus ministros.
Por falar em «oportunidades estratégicas» o que acrescentam à economia portuguesa pavilhões imensos com equipamentos (servidores de dados) importados, que consomem imensas quantidades de energia produzida por imensos painéis solares importados para armazenar dados da Google e de outros operadores?
… e o seu putativo herdeiro Dr. Medina, ministro das Finanças, faz dos contribuintes mais parvos do que são
«Todo o OE2024 está construído na aposta no investimento» disse a criatura em entrevista ao jornal Eco, sabendo os governos socialistas desde 2015 até ao final de 2023 deixaram de investir 6,5 mil milhões de euros orçamentados e que o investimento público orçamentado para 2024 é apenas 3,3% do PIB ou 7,5% da despesa pública.
(Continua)
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