A propósito das desventuras do Dr. Boaventura, já aqui e aqui tratadas no (Im)pertinências, foram gastos rios de tinta para o condenar. Menos tinta foi gasta para lhe limpar a folha e muito menos para o desculpar, não por falta de vontade, mas por falta de tomates, digamos assim, que o tema pede.
Entre as tentativas de lhe limpar a folha, conta-se uma do jornalista de causas Paulo Baldaia relativizando o alegado assédio à pala do Portugal dos Pequeninos ser, segundo ele, um «país profundamente machista». Ora, esquecendo o Dr. Boaventura, era aqui que eu queria chegar.
Na verdade, por muitos sujeitos que por cá vivem se autoconsiderem machistas não acredito que sejam mais do que uma pequena proporção do homo Lusitanicus. Mas o que entre as muitas coisas que Portugal não é, não é um país machista do ponto de vista da cultura dominante.
Aqui no (Im)pertinências pela mão do outro contribuinte, foram citados dezenas de vezes os estudos do antropologista holandês Geert Hofstede, baseados em milhares de entrevistas em dezenas de países, comparativos das culturas desses países, que mostraram que na vertente masculinidade / feminilidade (*) Portugal é um dos países mais "fêmea" do mundo, de acordo com a predominância dos estereótipos comportamentais associados à masculinidade e à feminilidade.
(*) Isto foi explicado em vários posts, incluindo este, em que o Impertinente contraditou o Dr. Pacheco Pereira por uma declaração semelhante.
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