A propósito do Dia das Mulheres multiplicaram-se os artigos sobre este tema, por exemplo este: Mulheres ganham menos 460 euros por mês do que os homens na Caixa Geral de Depósitos, que é particularmente ridículo porque todos os empregados bancários estão sujeitos ao CCT dos trabalhadores bancários e aos acordos específicos do respectivo banco e nem no primeiro nem nos segundos existe qualquer critério relacionando salários com o sexo, o que de resto seria legalmente proibido.
Portanto, mais uma vez o que está em causa não são as desigualdades salariais, é a a especialização sexual que durante toda a história e até à generalização da pílula e da legalização do aborto "condenou" a esmagadora maioria das mulheres a "donas de casa", um papel desvalorizado pelo feminismo militante ainda que muito mais exigente do que a maioria das profissões dos respectivos maridos. Agora tudo isso é história, porque nas últimas décadas as mulheres abandonaram os "lares" chegaram em legiões ao ensino e hoje são a maioria dos estudantes universitários, têm em média melhores resultados e representam uma maioria crescente dos graduados.
Do que ninguém fala é das possíveis causas que explicam os melhores resultados das mulheres - no passado já se escreveu aqui no (Im)pertinências sobre este tema (por exemplo aqui e aqui). Ainda veremos o dia em que os militantes da "identidade de género" preconizarão a discriminação positiva dos homens para promover a "igualdade dos géneros". Por isso estas políticas igualitárias de engenharia social são como as políticas demográficas do Partido Comunista Chinês que começou por proibir mais de um filho e agora viu-se forçado a promover primeiro pelo menos dois filhos e actualmente pelo menos três filhos.
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