Temos estes princípios. Se não gostarem temos outros
Com a cambalhota do «virar da página da austeridade» e do combate à «obsessão do défice» para as «contas certas» e as cativações, a cambalhota do “em defesa do SNS, sempre” para o sufoco financeiro, e a cambalhota dos amores acrisolados com os berloquistas para os desamores, para só citar as mais populares, Costa já nos tinha mostrado serem os seus princípios bastante flexíveis. Ao contrário, os seus fins são bastantes estáveis e o número um é manter-se no poder. Foi supérfluo, por isso, dar mais uma cambalhota, como de expurgar com zelo todas as relações familiares do seu actual governo, depois de as ter defendido para justificar a promiscuidade no seu governo anterior.
Apreciamos a liberdade da nossa imprensa
O programa da RTP Sexta às nove de Sandra Felgueiras esteve suspenso durante o período eleitoral. Percebeu-se o porquê da suspensão quando a primeira edição a seguir às eleições veio lembrar os 11 arguidos do governo e revelar quatro novos suspeitos de crime relacionados com a concessão de lítio.
Entretanto, a edição seguinte, também sob o electrizante tema do lítio, veio a revelar ligações perigosas com o ministro Matos Fernandes e o seu ajudante João Galamba. Enquanto não encontra forma de o acabar, a direcção da RTP já começou a tomar medidas de emergência para limitar o abuso reduzindo a duração do programa para 20 minutos.
O estado do Estado Sucial administrado pelos socialistas
Não é certo que o PS seja o único responsável do descalabro da CP, em boa verdade o responsável é o socialismo do PS (a maior parte do tempo) e o socialismo do PS-D (o restante). Este governo acaba de injectar 518 milhões na CP o que eleva para 1,8 mil milhões o montante que torrou neste elefante branco do regime em 17 reforços de capital que ainda assim deixaram a CP com capitais próprios negativos - se fosse uma empresa privada estaria condenada à falência pelo Código das Sociedades Comerciais.
Por falar em elefantes brancos, Catarina Martins, parceira desavinda de Costa, se pudesse acrescentava mais um à manada pública. Durante a campanha eleitoral teve o desplante de defender a renacionalização dos CTT por 100 milhões equivalentes a 1/3 da capitalização bolsista e a 1/9 do preço que os actuais accionista pagaram, sem lhe passar pelo bestunto que as dificuldades dos CTT não resultam de ser privada mas da alteração profunda do seu modelo de negócio. Como já escrevi, a parte historicamente mais importante dos CTT - a distribuição de correio - está rapidamente a tornar-se obsoleta. Há cada vez menos a gente a escrever cartas e os grandes volumes produzidos por utilities, bancos, seguradoras, etc. estão a ser substituídos por documentos digitais enviados por email. Na parte que ainda resta dos grandes volumes, os CTT enfrentam uma concorrência feroz que abocanha a parte mais rentável da distribuição nos grandes centros urbanos. É fácil de imaginar que os CTT públicos a enfrentar esta situação se tornariam em mais uma CP.
Enquanto o engorda o mais possível, o governo socialista promove a decomposição do Estado Sucial roído pela corrupção de que o exemplo mais recente é a detenção por crimes na legalização de imigrantes de mais de 20 funcionários das Finanças, Segurança Social e SEF.
Mestres do ilusionismo
O problema, velho de dez anos da pediatria do Hospital de São João alojada em contentores, já teve uma solução mecenática privada da iniciativa de Pedro Arroja que este governo boicotou. Em substituição foi o vazio apenas cheio com o ruído mediático de anúncios, em que Costa é mestre, do início de obras a que se seguiam adiamentos. Poucos dias antes das eleições mais um anúncio (ver este post do Blasfémias) em que até aparece uma criatura com capacete numa obra inexistente.
Não é por acaso que El País, um jornal espanhol próximo dos socialistas, lhe chama «el más hábil de la clase» e salienta que Costa logrou «salir indemne de los escándalos que han saltado durante su cuatrienio. Ha escapado sin un rasguño del caso de corrupción del ex primer ministro José Sócrates —pendiente de juicio—, con quien compartió Consejo de Ministros, o del conocido en Portugal como el familygate, la proliferación de familiares y amigos en su Gobierno, o del asalto al polvorín de Tancos, una ópera bufa donde su ministro de Defensa ha sido imputado por cuatro delitos. Si se mide por su capacidad para estar en el ojo del huracán, salir ileso y poder contar lo que a otros les ha pasado, la habilidad de Costa es casi infinita.»
Tão amigos que nós fomos
Com cem mil votos perdidos, os comunistas perceberam que para se manterem relevantes mais alguns anos teriam que saltar da geringonça em andamento e foi o que fizeram. Em consequência, iremos muito provavelmente assistir ao fim da tão celebrada paz social, fim de que são sinais premonitórios os avisos de Arménio Carlos, o membro do CC do PCP destacado para a CGTP, «ou dá resposta às reivindicações ou conta com contestação».
Avisos a que se seguiu o eco por Mário Nogueira, o professor que não põe um pé nas aulas desde o século passado, que ameaçou o governo ao considerar uma «afronta» renomear o actual ministro da Educação, ministro com o qual a Fenprof se chegou a entender tão bem que reunia regularmente com o ministério. E as coisas tenderão a azedar quando se sabe que a situação se degrada cada vez mais. Várias semanas depois de iniciadas as aulas, ainda há mais de duas mil turmas sem professores atribuídos.
Para os amigos tudo, para os inimigos nada, para os outros cumpra-se a lei
Se o Portugal dos Pequeninos fosse um país decente o caso de Tomás Correia seria um escândalo nacional envolvendo os socialistas, as maçonarias e até a igreja pela mão do padre Melícias. Como não é, as coisas arrastam-se há anos e a criatura continua à frente da Associação Mutualista.
Não há nenhum novo negócio em que o Estado Sucial meta mão (e o Estado Sucial tem longos braços e largas mãos) do qual não emanem fumos de corrupção envolvendo socialistas, a maior parte das vezes do PS, mas também do PS-D. O lítio não haveria de ser excepção e lá temos João Galamba, ex-agente duplo de Sócrates e Costa e lente da Mouse Square School of Economics a aprovar uma concessão a uma empresa amiga com um capital social que estaria bem para uma papelaria, empresa patrocinada por um antigo secretário de Estado da Internacionalização.
Quem se mete com o PS, leva
Com as suas greves «selvagens», isto é, não controladas pelo PS ou pelo PCP, financiadas por crowd funding o que para os comentadores do regime era o mesmo que financiadas por off shore, a Ordem dos Enfermeiros e em particular a sua bastonária, estava mesmo a pedi-las e lá se fez a sindicância pela Inspecção Geral das Actividades em Saúde sem quaisquer resultados visíveis além dos invisíveis mas palpáveis - a intimidação.
«Em defesa do SNS, sempre»
A urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta a funcionar intermitentemente é apenas mais um indício dos problemas do SNS sob gestão socialista. Problemas que até já encontraram eco na revista científica The Lancet que avisa que «as this falling investment is preventing the modernisation of hospitals and replacement of obsolete medical equipment, private care is expanding. The public medical workforce, discouraged by poor work conditions, are seeking jobs in the private sector and overseas.» Nada que não se soubesse já e que mostra o desvelo socialista pela saúde.
«Temos resultados, temos contas certas»
«Em defesa do SNS, sempre»
A urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta a funcionar intermitentemente é apenas mais um indício dos problemas do SNS sob gestão socialista. Problemas que até já encontraram eco na revista científica The Lancet que avisa que «as this falling investment is preventing the modernisation of hospitals and replacement of obsolete medical equipment, private care is expanding. The public medical workforce, discouraged by poor work conditions, are seeking jobs in the private sector and overseas.» Nada que não se soubesse já e que mostra o desvelo socialista pela saúde.
«Temos resultados, temos contas certas»
As contas não são certas e as previsões ainda menos como salientou o Conselho das Finanças Públicas que colocou reservas ao projecto de plano orçamental enviado para Bruxelas por excesso de optimismo num quadro de «elevados riscos descendentes» Projecto que, não obstante o optimismo, falha o saldo estrutural nulo que a CE incluiu nas recomendações em Julho.
Então não estamos a crescer mais do que a Óropa?
O quadro seguinte extraído do Expresso e baseado nas projecções do FMI mostra bem o que o socialismo está a fazer ao país que entre os 28 países da UE é o quarto que menos cresce em termos absolutos no período 2008-2024, que dos 10 países do pelotão dos mais pobres vê-se ultrapassado no crescimento do PIB per capita por todos os países ex-comunistas e é o sexto em que o crescimento mais desacelera entre 2015-2018 e 2020-2004.
Não por acaso, o Chipre foi governado nos anos que precederam a crise pelo partido comunista AKEL e a Grécia foi governada pelos socialistas do PASOK durante décadas a que sucederam até recentemente várias coligações da esquerda, por vezes com a extrema-direita, como a que ligou o Syriza de Tsipras ao Anel (ver a série dos purgatórios gregos a caminho dos infernos).
3 comentários:
Não sei... talvez... para o Glossário a palavra «criatura» seria abreviada como «gajo» ou «gaja».
"FDP" seria mais curto...e mais exacto...
Por falar em graves problemas(não falemos agora da demografia e da corrupção etc etc).Javalis arrasam hortas em Loures
Mais de dois mil pés de couve e 1500 molhos de coentros e grelos destruídos.----noticia hoje no CM (nota: já há dois anos,ou mais,que se fala por cá em invasão de javalis,entretanto continuamos à espera de mais desenvolvimentos no caso de Tancos e de saber afinal quem é o papagaio mor do "reino",entregues à bicharada portanto)
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