O culturês, como subdialecto do politiquêsPara @ ministr@ da Cóltura as obras de arte desaparecidas que estavam à guarda do Estado, afinal não estavam desaparecidas. «Precisam de uma localização mais exacta». Não é extraordinário um Estado que não sabe tomar conta dele querer tomar conta de nós?
Depois do cobrador do fraque, o espião que veio do fisco
Segundo o Económico, as Finanças do Porto criaram há dois anos uma equipa secreta que vigia, segue e fotografa «suspeitos de crimes fiscais», ou seja qualquer cidadão. Se Orwell ainda vivesse, teria aqui inspiração para acrescentar ao seu «1986» um capítulo sobre o fisco da Oceania. E porquê não há indignações de relevo? Segundo o Impertinente (é bem capaz de ter razão), porque a maioria dos cidadãos espera do Estado que lhes proporcione umas migalhas que sobram da vaca marsupial pública do produto da extorsão à classe média (a quem chamam «os ricos»).
A família socialista tem imenso jeito para o negócio
Se é verdade que os autarcas dos outros partidos não se destacam pelo seu zelo e integridade na gestão dos municípios, é ainda mais verdade que os autarcas do PS batem todos os outros irremediavelmente: «dos 15 autarcas constituídos arguidos nos últimos dois anos, 11 são socialistas». Pelo menos nesta matéria, o PS já garantiu a maioria absoluta. Aos autarcas podemos acrescentar os apparatchiks como um tal Pizarro, o capo dos socialistas do Porto, que, soube-se agora, «prometeu influenciar Governo para beneficiar arguido da Operação Teia».
Boa nova
Sem o saber o Tribunal de Contas ao recusar o visto o ano passado a 54 contratos no valor de 182 milhões de euros, veio em ajuda a Costa, agora encarnado em Pedro Nuno Santos (sim, esse mesmo), que assim pode voltar a anunciar as mesmas obras outra vez.A boa nova do pagamento da redução do preço dos passes paga pelos contribuintes que os não usam poderia estar um poucochinho ofuscada pela falta de resposta das empresas públicas de transporte ao aumento da procura. Apostaria que deixará gradualmente de ser um problema. E não, não será pelo facto das empresas públicas estarem a retirar bancos dos autocarros e comboios. Será mais pelo facto dessa procura provavelmente ir pouco a pouco voltar ao passado.
Costa não apenas faz anúncios de obras e iniciativas que já foram feitas ou tomadas e das que talvez venham a ser, como ainda ensaia uma nova modalidade de anúncio: o que ele diz desejar que aconteça quando já estiver reformado. Por exemplo: «quer que 60% dos jovens estejam a frequentar o ensino superior em 2030»
E não só Costa. João Galamba, o agente duplo que «frequentou um doutoramento em Filosofia Política na London School of Economics» e está agora de secretário de Estado da Transição, anunciou um investimento de 900 milhões de euros na energia solar. Do governo? Não, dos investidores privados.
Nem tudo são boas notícias
Não fosse o caso de a coisa não desabar antes das eleições, nem mesmo com Costa em S. Bento, ou até em Belém, o aviso da CE sobre a sustentabilidade da segurança social estar em risco seria uma grande preocupação. Assim, perde-se na espuma dos dias, como dizia o poeta.
Como na espuma dos dias se perde o desemprego que começou a subir em Abril e o emprego que desceu pela primeira vez desde 2013. E, sabendo-se que a produtividade está estagnada e o crescimento do PIB se tem devido integralmente ao aumento do número de activos, é fácil de prever o que vai acontecer a seguir ao PIB.
Cuidando da freguesia eleitoral
O governo não descura a sua freguesia até nos mais pequenos detalhes. Uma das técnicas é transformar o provisório no definitivo, como o «suplemento remuneratório» (em governês significa um incentivo) para os oficiais de justiça recuperarem os atrasos, o qual foi incorporado na remuneração base.
Outra modalidade é passar os utentes da vaca marsupial pública do "activo" (a sort of) para a reforma como resultará da redução de quatro meses na idade da reforma por cada ano além dos 40 anos de carreira.
Ainda outra é responder à redução absoluta da procura de serviços públicos com a redução relativa da oferta. Exemplo: o número de alunos do secundária reduz-se de ano para ano? Resposta: reduz-se o número de alunos por turma (que já é inferior à média da OCDE) e mantém-se o emprego dos profs.
Paz social
Estamos a entrar no defeso - sim, os sindicatos também vão a banhos - e rareiam as greves, Ainda assim, temos a dos oficiais de justiça que, não satisfeitos com a incorporação do «suplemento remuneratório», iniciam uma greve faseada todos os dias até 5 de Outubro, para exigir a melhoria salarial e a contagem integral do tempo de serviço congelado. E temos ainda a duma corporação qualquer da Soflusa que fez um pré-aviso em nome da “harmonia salarial”. Não se percebe bem a necessidade de uma greve porque os barcos da Soflusa paralisam mesmo sem greve.
Privados? E não se pode exterminá-los?
Como é sabido, privados é sinónimo de iniciativa privada e significa em socialês algo que funciona e é um mau exemplo para os serviços públicos e que, por isso, urge fechar, inviabilizar ou, não sendo de todo possível, subsidiar colocando os privados a comer na mão do Estado. Prosseguindo infatigavelmente o seu desígnio de exterminar os privados, a geringonça propõe-se agora não renovar o contrato de gestão do Hospital de Vila Franca. Ou talvez seja só mais uma habilidade do Costa para amansar comunistas e berloquistas porque o governo diz que não renova mas quer uma prorrogação de 24 meses. Enfim, com esta gente grouchomarxista nunca se sabe.
As dívidas não são para se pagar, foi isto que ele aprendeu
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| Jornal Eco |
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