«O PS quer um “dia da memória” porque sabe não haver nenhuma. Se houvesse, toda a gente se lembraria das figuras que os nossos estimáveis governantes fizeram naqueles desgraçados dias, sob o alto patrocínio de Sua Excelência, o Senhor Presidente da República. Se houvesse memória, toda a gente se lembraria da grotesca indiferença do dr. Costa, disfarçada sob um ar pesaroso e interrompida para anunciar aos saltinhos a candidatura do autarca lisboeta. Se houvesse memória, toda a gente se lembraria do “focus group” convocado pelo primeiro-ministro para medir os efeitos dos incêndios na sua popularidade. Se houvesse memória, toda a gente se lembraria dos bonitos calções que o primeiro-ministro envergou numa praia espanhola enquanto os cadáveres arrefeciam. Se houvesse memória, toda a gente se lembraria da valentia da então ministra da Administração Interna, uma criatura hoje sem nome que à época, e entre lágrimas, se proclamou a principal vítima de tudo aquilo. Se houvesse memória, toda a gente se lembraria da eficácia do lendário SIRESP e dos míticos Kamov, não por acaso duas heranças do dr. Costa. Se houvesse memória, toda a gente se lembraria de que, em Pedrógão, um Estado voraz falhou na solitária tarefa que lhe devia competir: assegurar, na medida do possível e do razoável, a segurança física dos cidadãos. Se houvesse memória, enfim, o dia da dita seria dispensável. Assim, é apenas repugnante.»
Os dias nacionais da amnésia, Alberto Gonçalves no Observador
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
08/06/2019
O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (183) - Uma falta de memória só igualada pela falta de vergonha
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1 comentário:
Um país habitado maioritariamente por "zombies" - e isto para ser caridoso...
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