«Mas faltava muito mais em Tancos. Faltava uma país que assuma as suas Forças Armadas. A memória da guerra em África, a que se seguiu a agitação revolucionária do PREC, levou a que os portugueses tivessem assistido quase com alívio à transformação das suas Forças Armadas num agrupamento com fardas bonitas e bandas que tocam nos dias de festa ou nas manifestações a favor da Venezuela mas que pelo menos no fim do dia regressam a casa ou ao quartel. Os militares ou boa parte deles também não se deram mal com este papel de figurantes ilustres nas celebrações do regime.
E obviamente em Tancos faltou também uma opinião pública que não comece a titubear ao primeiro espirro dos auto-denominados pacifistas. Vamos lá ser honestos: se um dos soldados da patrulha tivesse atirado sobre os outros não estaríamos agora a defender patrulhas com armas sem munições? E não estaríamos indignadíssimos com a patrulha se os militares que faziam a ronda em Tancos por acaso tivessem conseguido tirar um dos dois carregadores que levavam à cinta, deslacrá-lo, colocá-lo na arma e finalmente disparar sobre um assaltante que os seus familiares, os seus advogados e três jornalistas de causas afiançavam ser apenas um ornitólogo ou um invocador dos espíritos telúricos em prol da harmonia universal? (...)
Em Tancos confrontámo-nos com o vexame da irresponsabilidade. Mas isso só aconteceu porque há anos que andamos a fugir do peso da responsabilidade.
Tancos somos nós.»
A patrulha e a banda, Helena Matos no Observador
Há um pequeno problema: nós podemos sair de Tancos mas não está a ser fácil tirar Tancos dentro de nós. Muito menos com estas elites merdosas que nos cavalgam. O que nos conduz a outro pequeno problema: estas elites não vieram de Marte, pois não?
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
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1 comentário:
Claro que não vieram de Marte. Vieram de Vénus.
Graças a umas naves (durex, trojan, okamoto, ...) com defeitos de fabrico.
Eleites defeituosas, veneráveis.
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