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16/12/2025

Crónica da passagem de um governo (28)

Outras Crónicas do Governo de Passagem

Navegando à bolina
O Dr. Montenegro tem uma estratégia de crescimento (dos salários)

O Dr. Montenegro não faz reformas no que se equivale ao Dr. Costa, que dizia fugir delas como diabo da cruz. Substituiu as reformas pelas promessas, correndo o risco de superar o Dr. Costa e avança com salários mínimos de 1.600 euros e salários médios de 3.000 euros (equivalentes a 42 mil euros por ano) até ao fim da legislatura. É claro que primeiro objectivo depende só do governo (já que a oposição não teria coragem de votar contra) e implicaria uma hecatombe das micro e pequenas empresas incapazes de pagar tais salários. Quanto ao segundo objectivo, podia ter garantido salários médios de 5.000 ou 6.000 euros que viria a dar no mesmo. O Dr. Montenegro não se deu à maçada de nos explicar como seria possível pagar tais salários com a produtividade portuguesa.

Os 1.600 do Dr. Montenegro são 1.100 euros para o Dr. Sarmento

O Dr. Sarmento, que não tem a desculpa do défice de numeracia, ficou calado perante as veleidades do Dr. Montenegro, veio repor as coisas num plano mais realista em Bruxelas, declarando que os aumentos dos salários só seriam possíveis com o aumento da produtividade e corrigiu os 1.600 euros para «1.100 euros até ao final da legislatura».
 
Os portugueses «vão ter razões para confiar no SNS»

Não sabemos se os portugueses têm razões para confiar no SNS, mas quem não tem de certeza são os 227 laboratórios (23% do total) que deixaram de fazer análises para o SNS por não estarem disponíveis a receber os preços de há mais de dez anos.

Canários na mina de carvão

Em Outubro, as exportações e as importações de bens caíram em termos homólogos 5,2% e 3%, respectivamente, e o défice da balança comercial de bens aumentou 77 milhões de euros. (fonte)

Da discussão em termos ideológicos não nasce a luz, nasce a escuridão

De um lado, a esquerda defende que não deve haver restrições à entrada de imigrantes. De outro a direita defende que os imigrantes só podem ser aceites se forem capazes de cantar o hino nacional (isto é uma boutade, certo?). Da adopção do credo dos primeiros resultaria a breve trecho uma guerra civil (isto é uma boutade, certo?). Da adoptação do credo dos segundos resultaria o fecho do turismo com 25% de imigrantes e no geral a paralisação da economia e a falência antecipada da segurança social com os seus 1,7 milhões de imigrantes que representaram mais de 1/3 dos contribuintes e receberam de 6% das prestações sociais (fonte).

2 comentários:

Luís Lavoura disse...

as exportações e as importações de bens caíram [...] e o défice da balança comercial de bens aumentou

A balança comercial de bens sempre foi deficitária. O que interessa é a balança comercial total, incluindo os serviços - nos quais Portugal tem superavite.

Anónimo disse...

Entre a "mercearia" e o sentido de comunidade?...