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30/05/2016

Estado empreendedor (101) – Controlo público, disse ele (continuação da continuação)

Continuação deste e deste posts.

Fiz notar que a melhoria dos resultados de 2015 da Caixa se ficou a dever ao acréscimo no exercício do montante das provisões e imparidades se ter reduzido em mais de 700 milhões, milagre de que seria prudente duvidar, recomendei.

Confirmei (jornal SOL) que o crédito de risco da Caixa (soma do crédito malparado com mais de 90 dias com dívidas renegociadas ou com evidências de risco, como falência do devedor) atinge 11,5% do crédito total concedido, ou seja 8,2 mil milhões do total de 71 mil milhões. Ora acontece que a Caixa registou imparidades de apenas cerca de 64% do montante dos créditos em risco. Agora fica patente o que o abrandamento das imparidades em 2015 foi o tal milagre que antevi.

Moral da estória: em apenas 6 meses a geringonça conseguiu contaminar a Caixa e induzi-la à batota nas contas. Com este know-how, se o Eurostat se distrai lá teremos outra vez contabilidade criativa.

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