Já por diversas vezes citei «
This Time Is Different – Eight Centuries of Financial Folly», um estudo de Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff sobre as crises financeiras desde o século XII. De uma dessas vezes sublinhei o
padrão de crises bancárias recentes desde a Europa até à Ásia: aumento médio de 7% do desemprego com a duração média de 5 anos; queda de 9% do PIB
per capita na média de 2 anos; aumento da dívida pública de 86% nos 3 anos seguintes.
Tendo como referência esse padrão das crises e considerando que a crise portuguesa é uma crise da dívida pública e privada depois de 10 anos sem crescimento e com crédito abundante e barato, não é difícil concluir que a nossa crise:
- Está dentro desse padrão, diferentemente do que o coro dos indignados nos quer fazer acreditar;
- Veio para ficar, ainda que este governo fizesse tudo bem, o que está muito longe de ser verdade.
É este segundo aspecto que Kenneth Rogoff acentua em
entrevista ao Expresso deste fim-de-semana, onde prevê que sem perdão da dívida estagnaremos mais de uma década. Pode não estar escrito nas estrelas, mas
já o escrevi há dois anos e é cada vez mais provável a dívida pública ter de ser reestruturada, combinando reescalonamento com redução dos juros e
haircut.
1 comentário:
Convinha que a UE acordasse...
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