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25/01/2011

ESTADO DE SÍTIO: Death march


Por falar em dívida, nas auto-congratulações a propósito do alegado sucesso do leilão de 4.ª Feira passada, o governo esqueceu-se de informar que 2/3 da emissão de BT foi comprada pelo próprio Estado na sua encarnação de Caixa Geral de Depósitos. Como se adivinhará, a compra pela Caixa foi às taxas mais baixas o que permitiu fixar uma taxa de corte relativamente baixa (4,058%) e conseguir aviar todo o montante indicativo de 750 milhões (ver aqui os dados do leilão). Resta acrescentar que a Caixa vai de seguida endividar-se ao BCE a taxas de saldo, oferecendo como colateral os BT que acabou de comprar a uma taxa de 4%.

Também por falar nisso, o governo embandeirou em arco por ter feito este ano várias vendas privadas totalizando 110 milhões. Convém não esquecer a este respeito os riscos desta prática, como recorda a Bloomberg: «regular use of placements “could backfire and give a wrong message to the market that the government has difficulty raising money through a regular channel, such as auction or syndication. That’s a risk Portugal may have to be mindful of”».

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