Estamos à espera dele desde o dia 28. Em rigor estávamos à espera de dois: o manifesto dos economistas que fazem estudos e trabalham para o governo e o manifesto dos que trabalham para os empreiteiros. Para nos poupar juntaram-se uns e outros e fizeram um só com um título simultaneamente apologético e catastrofista: «Portugal necessita de investimento público estratégico. Parar é sacrificar o futuro.»Entre os subscritores deste último manifesto encontramos ex-ministros, tal como no primeiro (1), académicos, tal como no primeiro e no segundo (2), aparatchiks que saltitam entre o governo e as empresas públicas, alguns pára-quedistas vindos sabe-se lá de onde, e o presidente dos empreiteiros lui-même.
Escrevam e assinem o que quiserem, mas não nos venham dizer que é o «terceiro manifesto em onze dias». É falso. O terceiro é o manifesto (im)pertinente.
(1) O segundo manifesto não tinha ex-ministros porque a esquerdalhada ainda não faz parte do arco do poder.
(2) No segundo só encontramos esta espécie dos académicos, porque a esquerdalhada, além de não fazer parte do arco do poder, também não participa na produção.
Assinado
Impertinente Pertinente
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