Estória
Entrevista de Patrick O'Connor, embaixador da Irlanda, ao Independente de 30-01-2004:
I. Falamos muito do milagre irlandês...
PO'C. O nosso sucesso baseou-se na associação entre sindicatos, empregadores e governo. Acreditamos que esta ideia também pode ser usada na Europa.
I. Pode comparar a situação irlandesa com a portuguesa?
P'OC. O chamado milagre irlandês ocorreu num período de 20 anos. Por outras palavras, começámos a investir na educação no final dos anos 50 e seguintes. Muito antes de aderir à UE. Depois usámos os fundos europeus... É uma questão de escolhas. As infra-estruturas portuguesas são melhores que as irlandesas. Provavelmente tivemos sorte. Mas voltamos à minha questão: talvez a situação irlandesa seja única. Algumas partes do modo poderão ser aplicadas em Portugal e na Europa, mas não todo o conjunto.
I. Que partes poderiam ser aplicadas em Portugal?
PO'C. Agora que tem boas infra-estruturas, a prioridade deveria ser a melhoria do sistema educativo. Não sei como o esquema de parcerias funcionaria aqui. Tenho que enfatizar que a associação [entre sindicatos, empregadores e governo] aconteceu na Irlanda numa época de grave depressão económica. Estou a falar do final dos anos 80. A situação era tão má que os sindicatos conseguiram persuadir os trabalhadores a aceitar a austeridade durante vários anos. E o governo também a suportou. A nossa dívida nacional ultrapassou os 120 por cento do Produto Nacional Bruto. Tudo foi feito numa altura em que as condições eram muito más. Talvez tenhamos de descer muito fundo.
Moral
Talvez tenhamos de descer ainda mais fundo, mas não até arrumadores de carros.
Our Self: Um blogue desalinhado, desconforme, herético e heterodoxo. Em suma, fora do baralho e (im)pertinente.
Lema: A verdade é como o azeite, precisa de um pouco de vinagre.
Pensamento em curso: «Em Portugal, a liberdade é muito difícil, sobretudo porque não temos liberais. Temos libertinos, demagogos ou ultramontanos de todas as cores, mas pessoas que compreendam a dimensão profunda da liberdade já reparei que há muito poucas.» (António Alçada Baptista, em carta a Marcelo Caetano)
The Second Coming: «The best lack all conviction, while the worst; Are full of passionate intensity» (W. B. Yeats)
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